Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Guerra política contra Dilma prejudicará a todos “democraticamente”

dilma

Em 29 de junho de 2013, após três semanas seguidas de protestos diários pelo país, com centenas de milhares de pessoas indo à rua e promovendo o caos, o Datafolha divulgou pesquisa de opinião mostrando expressiva queda da aprovação a Dilma Rousseff, bem maior do que a verificada em pesquisa do mesmo instituto divulgada no último sábado.
Há cerca de um ano e meio, dos 57% de bom e ótimo que a presidente tinha antes de aqueles protestoseclodirem, o percentual caiu para 30%. Desta vez foi pior: Dilma perdeu 19 pontos percentuais, caindo de 42% para 23%, enquanto a taxa de ruim e péssimo explodiu, indo de 24% em dezembro para 44% agora.
O que é mais preocupante para a presidente é que, na pesquisa de junho de 2013, sua taxa de ruim e péssimo subiu de 9% para 25% e, agora, subiu de 24% em dezembro último para 44%. Desde o governo Fernando Henrique Cardoso que um presidente não tinha rejeição tão alta.
Apesar desse quadro tétrico, Dilma tem motivos para ter esperança de melhora. Assim como ela se recuperou do baque de junho de 2013 e acabou se reelegendo, ainda que por margem apertada, o mesmo pode acontecer ao longo do ano. Isso porque alguns dos motivos que estão presentes no novo desmoronamento de popularidade também estavam no anterior.
Análise ponderada dos fatos mostra que, assim como em 2013, desta vez também foi a esquerda que desencadeou a queda de popularidade acentuada da presidente. Mas não é só. Desta vez também está presente uma percepção popular sobre a economia que contribuiu para a queda de popularidade do ano retrasado.
Na pesquisa de junho de 2013, disparou para 44% a taxa dos que acreditavam que o desemprego iria aumentar; na pesquisa divulgada no sábado, o pânico com a economia foi ainda maior, com 60% temendo pelo emprego.
Em 2013, o medo da inflação também revelou uma das principais razões para a queda de popularidade da presidente. Em junho daquele ano, 54% acreditavam em disparada da inflação; hoje, o percentual, espantoso, é de 80%.
A grande semelhança entre os dois momentos é que em junho de 2013 tampouco havia razão material para o descontentamento da população com o governo federal. A população não se revoltava com o que estava acontecendo, mas com o que a induziram a crer que iria acontecer.
Hoje, como em 2013, o desemprego é baixíssimo, o salário subiu ainda mais e a inflação está controlada – terminamos 2014 com a inflação de novo dentro da meta.
Porém, assim como em 2013, de novo a esquerda (incluindo setores do PT) fomentou a revolta da população; essa esquerda (incluindo, de novo, setores do PT) desencadeou uma enorme ofensiva nas redes sociais contra nomeações de ministros considerados de direita – Katia Abreu, na Agricultura, e Joaquim Levy, na Fazenda.
A casa de Dilma começou a cair em novembro do ano passado, com manifesto de intelectuais que apoiaram a sua reeleição. Cerca de 30 dias após a presidente se reeleger, esses intelectuais fizeram uma acusação tácita a ela ao pedirem que cumprisse o programa de governo com o qual se apresentara nas urnas. Ou seja, acusaram-na de estelionato eleitoral.
Chega janeiro e Dilma nomeia os ministros Abreu e Levy, desencadeando uma onda de críticas à esquerda que foi aumentando mesmo após semanas das nomeações. Esperta, a mídia antipetista tratou de divulgar fartamente que o próprio PT e sua militância estavam acusando Dilma de estelionato eleitoral, enquanto Aécio dizia a mesma coisa.
A tese do estelionato eleitoral, agora coonestada por boa parte dos próprios correligionários de Dilma e por ex-simpatizantes da candidatura presidencial do PT, tornou-se uma tsunami que engolfou a opinião pública.
Além disso, a mídia tratou de ludibriar a população inventando uma crise de energia elétrica  – que não existe – e, tacitamente, culpou o governo federal pela crise hídrica em São Paulo, onde, segundo o Datafolha, 53% acreditam que Dilma e o prefeito Fernando Haddad são responsáveis pelo racionamento velado de água que a população vem sofrendo.
Por fim, alguns formadores de opinião conseguiram “viralizar” a teoria de que Dilma deveria usar rede nacional de rádio e televisão para se defender das críticas, o que não poderia fazer sob pena de ser acusada judicialmente de usar um equipamento público para fins políticos, já que rede nacional, por lei, só pode ser usada para comunicar assuntos de interesse da população, nunca para fazer política – e Dilma se defender em rede seria fazer política.
A boa notícia é a de que, se o governo conseguir impedir que os vaticínios catastrofistas sobre a economia se materializem, sua popularidade irá se recuperar. Se não houver aumento do desemprego e da inflação, a parcela da opinião pública que foi colocada em pânico tende a reverter sua posição política.
A má notícia é a de que tudo o que está acontecendo na política está influindo drasticamente na economia. O tratamento escandaloso que a mídia vem dando à Operação Lava Jato pode obrigar a Justiça a impedir que as empreiteiras acusadas operem as grandes obras em curso no país, o que irá fazer o desemprego explodir. Além disso, investidores, assustados com o quadro político, tendem a se retrair.
O bombardeio político de Dilma e seu enfraquecimento em sua base de apoio, portanto, podem causar um desastre econômico, fazendo explodir o desemprego e a inflação. Nesse contexto, o país seria tomado pelo caos. Ressurgimento de novas manifestações de rua seria mais do que provável.
Na grande mídia, vários analistas vinham dizendo que tudo de que o PSDB e a mídia precisam para propor o impeachment de Dilma ao Congresso é perda de apoio popular. Com o último Datafolha, a direita ganhou o instrumento de que precisava. Porém, a expectativa é que espere a situação se agravar mais um pouco.
O que Dilma pode fazer é tentar dialogar com o país e, sobretudo, com os movimentos sindical e sociais e com setores do PT e da militância partidarizada ou independente que, até aqui, dizem aos quatro ventos que se arrependeram do voto na presidente por conta das nomeações daqueles dois ministros e de algumas medidas de austeridade no seguro-desemprego e em mais alguns outros benefícios trabalhistas,
Outra possibilidade que pode melhorar a perspectiva do país é o instinto de sobrevivência do empresariado. Inclusive do grande empresariado. A política está destruindo a economia brasileira e, com isso, eles amargarão prejuízos astronômicos enquanto os trabalhadores mergulharão no desemprego e no arrocho salarial.
Ou seja: a qualquer um que tenha cérebro não interessa continuar pondo lenha na fogueira contra Dilma, seja essa pessoa de direita, de centro, de esquerda, do que for. Contudo, o país vive uma catarse. A política está sabotando a economia e até quem não quer o caos cedeu ao canto da sereia da mídia ou de formadores de opinião independentes.
Na atual situação, só um pacto pela governabilidade e pela defesa dos interesses de TODOS – trabalhadores e empresários, esquerdistas e direitistas – pode evitar uma tragédia econômica que jamais aconteceria sem essa maldita guerra política que vem prejudicando tanto um país que tem tudo para continuar melhorando como vinha fazendo há mais de uma década.
Uma distensão política permitiria que terminássemos 2015 sem ganhos econômicos, mas sem desastre. Se prevalecerem os interesses políticos dos derrotados na eleição de 2014, porém, aí todos terão motivos de sobra para se preocupar. E a queda de Dilma não resolveria nada, só agravaria, pois quem a sucederia seria bem mais duro nos ajustes econômicos.

Levy, a Merkel é o maior monstro da Europa​ Uma política de austeridade que não produziu nada, a não ser a ruína social em toda a Europa.



Amigo navegante sugeriu republicar essa traduçao de um artigo no Guardian inglês:


Merkel é o maiormonstro da Europa



Owen Jones, no The Guardian

Angela Merkel é a líder mais monstruosa da Europa Ocidental desta geração. Políticos que infligem  crueldade econômica em larga escala e destróem a vida de milhões de pessoas acabam não tendo que enfrentar a Justiça.

Mas, Merkel, sem dúvida, permanece sob julgamento e foi condenada no banco dos réus da História.

Sumos sacerdotes da austeridade da União Européia  evocam as palavras do inflamado discurso de Charlie Chaplin, no fim de “O Grande Ditador”: “Homens máquinas, com mentes máquinas e corações máquinas”.

Os gregos se rebelaram contra os homens e mulheres -máquina -  e estão clamando para que outros os sigam.

Aliviar a dívida da Grécia faz sentido econômica e moralmente

Merkel, os burocratas da União Européia e financistas internacionais são cruéis, mas não estúpidos: eles sabem que a esperança é um contágio, e farão tudo o que puderem para que o movimento Syriza pare de inspirar outros.

Merkel já exigiu que Alexis Tsipras, o novo primeiro-ministro grego, ignore o seu mandato democrático e apoie as medidas de austeridade impostas do exterior.

No período de preparação para a eleição, vazamentos de informação do governo alemão sugeriam  a saída da Grécia da Zona do Euro: uma mensagem clara para que o povo grego não votasse da maneira errada.

Para aqueles que querem que a Europa tenha um futuro que não seja o da queda do padrão de vida, aumento da insegurança e retirada da provisão social, é a política de Merkel e das elites podres que ela representa que deve se submeter a um ajuste de contas.

Considere a espetada que o ganhador do Premio Nobel, o economista Paul Krugman está dando na política que destruiu um quarto da economia grega.

Como observa Krugman, a troika – FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia – promoveram “uma fantasia econômica”, pela qual os gregos pagaram.

Eles projetaram que o desemprego atingiria o pico de 15% em 2012 e, em lugar disso, a projeção foi arremessada para mais de 25%.

Krugman despiu a mentira de que os gregos não se impuseram austeridade suficiente: os gregos, na verdade, cortaram ainda mais do que foi planejado e, como a economia entrou em colapso, também as receitas fiscais sofreram mais do que o planejado.

Os gregos têm que viver dentro de suas posses; eles estão sofrendo, agora, pelos  anos de libertinagem, ao contrário do austero Estado alemão – e assim segue o mantra.

A Grécia foi mais atingida pela fraude e a evasão fiscal do que a maioria das nações, e o Syriza promete uma repressão radical a ambos.

Porém, os mitos que sustentam a mal velada punição coletiva seriam destruídos.

Como um editorial da Bloomberg postou: “Cada devedor  irresponsável é legitimado por um banqueiro  irresponsável.”

A Alemanha mamou dinheiro em países como a Grécia e Espanha – essa é a “magia” dos mercados desregulados – e, dessa forma,  “emprestou mais do que os devedores  podiam pagar “.

Os bancos alemães e os políticos alemaes  deveriam saber que isso acabaria em desastre.

Então, por que não agiram? Simples: a ganância.

Como Kevin Drum, um analista norte-americano, explica: concederam “aos poupadores alemães um lugar para investir dinheiro” e “forneceram à periferia – Grecia, Espanha, Portugal … -   dinheiro barato o suficiente para construir um próspero mercado para as exportações alemãs”.

Quais foram os primeiros países da UE a desrespeitar os tetos do Orçamento ?

A Alemanha e França? Poderosas como eram, elas não enfrentaram qualquer represália.

Isso absolve as elites gregas – atenção, não o povo grego – de seu papel na calamidade ? Claro que não.

Mas, Merkel deveria estar pedindo perdão também.

Tudo o que os dirigentes europeus têm a oferecer são sociedades falidas e pessoas falidas.

Mais da metade dos jovens na Espanha e na Grécia estão sem trabalho, o que deixa marcas: além da angústia, eles enfrentam a possibilidade de desemprego e salários mais baixos pelo resto de suas vidas.

Direitos dos trabalhadores, serviços públicos, um Estado de Bem-Estar: o que foi conquistado com alto custo por pessoas fortes e de visão é agora destruido.

(…)

É por isso que a Grécia tem de ser defendida com urgência – não apenas para apoiar um governo democraticamente eleito e as pessoas que o colocaram lá. E

As elites europeias sabem que, se as exigências do Syriza forem cumpridas, então, outras forças de mesma opinião serão  encorajadas.

Na Espanha, o Podemos, um movimento anti-austeridade,  que está em alta, e deverá triunfar nas eleições deste ano.

O Syriza já conquistou mudanças: a limitada flexibilização quantitativa do Banco Central Europeu  é, em parte, uma resposta à sua ascensão.

Mesmo o conhecido radical Reza Moghadam,  Vice-Presidente do banco Morgan Stanley para mercados de capitais globais, e ex-chefe do Departamento Europeu do FMI, considera que o Syriza tem uma forte posicao de negociaçao.

O precedente de uma saída da Zona do Euro levaria o mercado a punir outros membros e, em consequencia, provocaria outros pedidos de perdão da dívida da Grécia.

A vitória da Grécia é possível, mas depende de pressão popular por toda a Europa.

Se o Syriza vencer,  será uma vitória impressionante para todas as forças anti-austeridade, e ajudará a mexer no equilíbrio de poder na Europa.

Mas, se a Grécia perder, os governos e os bancos  tentarão sufocar o Syriza  logo no inicio do Governo.

Será o triunfo da austeridade sobre a Democracia.

O futuro de milhões de europeus – gregos, franceses, espanhóis e também britânicos – será desolador.

Por isso, é importante um movimento para defender a Grécia em ruínas.

A  Alemanha derrotada se beneficiou do alívio da dívida em 1953, e temos de exigir o mesmo  para a Grécia hoje.

Devemos apoiar o pedido do Syriza para encerrar uma política de austeridade que não produziu nada, a não ser a ruína social em toda a Europa.
Posters do Syriza proclamavam:

“A esperança está a caminho”.

(…)

É um jogo de apostas altas: a derrota significará mais incontáveis anos de pesadelo econômico.

Esta reprise da década de 1930 pode ser encerrada – desta vez, pela Esquerda democrática, ao invés da Direita fascista e genocida.

A era de Merkel e os homens-máquina pode estar no fim.

Cabe a todos nós agir, e agir rapido.



Leia também:

Os pobres que se lixem. Piketty e o ajuste do Levy


Levy, deputados apoiam imposto sobre fortunas




 

Globo mandou remover todas citações a FHC em reportagens sobre Lava Jato

Globo mandou remover todas citações a FHC em reportagens sobre Lava Jato.

 Miguel do Rosário

O PIG - globo logo golpe golpista cópia

Trecho de post do Nassif, publicado hoje em seu blog:

O jogo da informação

É por aí que se entende a campanha da mídia em busca do impeachment.
Os vícios do modelo político brasileiro afetam todos os partidos. Mais ainda o governo FHC com a compra de votos e as operações ligadas ao câmbio e à privatização. A gestão Joel Rennó foi das mais controvertidas da história da empresa.

Ao tornar o noticiário seletivo, os grupos de mídia conspiram contra o direito à informação, centrando todo o fogo em uma das partes e blindando todos os malfeitos dos aliados.
Ontem, a diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Faria, enviou um e-mail a todos os chefes de núcleo com o seguinte conteúdo:

“Assunto: Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato
Atenção para a orientação

Sergio e Mazza: revisem os vts com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique”.

O recado se deveu ao fato da reportagem ter procurado FHC para repercutir as declarações de Pedro Barusco – de que recebia propinas antes do governo Lula.

No Jornal Nacional, o realismo foi maior. Não se divulgou a acusação de Barusco, mas deu-se todo destaque à resposta de FHC (http://migre.me/oyiwP) assegurando que, no seu governo, as propinas eram fruto de negociação individual de Barusco com seus fornecedores; e no governo Lula, de acertos políticos.

Proibiu-se também a divulgação da denúncia da revista Época (do próprio grupo) contra Gilmar Mendes.
*
Que primor de “isenção”!