Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 12 de março de 2013

Os torturadores do Pentágono



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O nome, curto e típico, faz lembrar os rangers texanos: James Steele. Combatente no Vietnã durante os dez anos de guerra, Steele recebeu as promoções de praxe, fez os cursos adequados e, em 1984, como especialista em contra-insurreição, foi enviado para assessorar a repressão da ditadura em El Salvador. Menor país da América Latina, com 21.040 km2 – menor mesmo do que Sergipe – El Salvador é o mais pungente depoimento humano contra a violência do Império norte-americano em nosso continente, e no mundo.
Durante mais de dez anos – de outubro de 1979 a junho de 1991 – o povo salvadorenho foi submetido a uma provação que não havia sido registrada na história, tendo em vista a sua população, que era de apenas 4 milhões e 500 mil habitantes. É de se lembrar que, já em março de 1980, os cristãos da América Latina tiveram o seu primeiro mártir em Dom Oscar Romero, assassinado quando oficiava uma missa em pequena capela de El Salvador. Muito mais do que Thomas Beckett – o arcebispo de Canterbury assassinado em sua catedral, em 1170, por desentendimentos políticos com o Rei Henrique I e canonizado 3 anos depois por Alexandre III – Oscar Romero foi um mártir do cristianismo.
O Vaticano, sob Wojtyla e Ratzinger preferia considerar santo José Maria Balaguer, o fundador da Opus Dei, e fraterno companheiro de Franco, o tirano do povo espanhol. O processo de beatificação de dom Romero, por iniciativa de cristãos de El Salvador, está devidamente esquecido no Vaticano.
Foi em El Salvador que o coronel James Steele se destacou como um “herói” americano de nossos tempos, assessorando as forças repressivas da ditadura nos métodos da guerra suja, entre eles os da tortura de prisioneiros políticos. Ele foi enviado ao país em 1984, no auge da guerra civil e na aliança dos Estados Unidos, sob Reagan, com a extrema-direita na América Central, e ali serviu durante dois anos.
Nesse período, participou, com o famoso Oliver North, do contrabando de armas para a Nicarágua, pelo aeroporto de Ilopango. De volta aos Estados Unidos em 1986, Steele retornou às suas tarefas rotineiras, até deixar o Exército. Mas em 2003, os seus conhecimentos e a sua experiência em El Salvador recomendam-no a Donald Rumsfeld, secretário de Defesa de Bush, como indispensável na “guerra suja” contra o Iraque, e foi novamente convocado. Steele não se subordinava aos seus mandos naturais no Iraque, mas, sim, diretamente a Rumsfeld. Conforme investigação exaustiva realizada pelo Guardian, e divulgada na semana passada, o general Petraeus, chefe das operações militares em Bagdá, encarregou outro coronel reformado, James Coffman, de acompanhar Steele em suas atividades, talvez para se proteger.
A reportagem do Guardian, com a participação da BBC Arabic, demonstra que o Pentágono determinou e foi cúmplice da prática de tortura no Iraque. Durante sua atuação ali, Steele organizou os grupos xiitas contra os sunitas e supervisionou os centros secretos de detenção de militantes, nos quais a tortura foi sistemática. Os dois coronéis orientaram e supervisionaram os interrogatórios, mediante os métodos conhecidos: choques elétricos, extração de unhas, golpes nos órgãos genitais, empalamento, pau-de-arara.
Em um desses centros secretos, mantidos por fundos também secretos, conforme o depoimento do general iraquiano Muthader al-Samari, que o viu, um menino de 14 anos foi pendurado a uma coluna, com as mãos amarradas acima da cabeça. O corpo estava azulado pelas numerosas equimoses provocadas pelos golpes recebidos.
James Steele é um exemplo de “heroísmo” da sociedade norte-americana de nosso tempo.
O outro exemplo, de dignidade e heroísmo real, que redime o povo americano, é o do soldado Braddley Manning.

CRUVINEL: POLICARPO E CACHOEIRA SE UNIRAM PARA DERRUBAR RENAN E a CPI do Odarelo não pegou o Policarpo, conhecido como o “Caneta”.



O “assassinato” de Hugo Chávez


Na noite do último domingo, o jornalista Kennedy Alencar, em seu programa na Rede TV!, o É Notícia, reapresentou entrevista que fez com o ex-presidente Hugo Chávez em maio de 2010, há menos de três anos. Entrevista que eu inclusive havia assistido, mas da qual logicamente não me lembrava e que agora nos traz a possibilidade de analisar muito melhor a suspeita externada pelo presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, de que o seu falecido líder possa ter sido assassinado por seus inimigos políticos, possivelmente pelo maior deles, os Estados Unidos – ou, ao menos, pelo governo estadunidense.
A entrevista é riquíssima e permite entender muito melhor um homem que há mais de uma década vem tendo a sua imagem deturpada – muitas vezes de forma literalmente criminosa –, o que contribuiu para que prolifere neste país um dos piores tratamentos jornalísticos e políticos que se viu no mundo à morte daquele que, goste-se dele ou não, já ingressou nos anais da história como um dos líderes políticos mais importantes que a humanidade já conheceu e sobre quem, de concreto – extirpando especulações –, só se pode dizer que tirou milhões de venezuelanos do inferno e os levou, na pior das hipóteses, ao purgatório.
Contudo, há que destacar que, nos primeiros momentos da entrevista, pergunta que o jornalista Kennedy Alencar – o qual respeito e admiro por um trabalho da maior seriedade – fez ao hoje falecido Chávez me fez estremecer até os ossos porque mostrou como é inverossímil que um homem que até aquele maio de 2010 era extremamente saudável tenha levado, entre o diagnóstico da doença em junho de 2011 e seu trágico desenlace em março de 2013, escassos um ano e nove meses para morrer.
Perguntas e respostas da entrevista permitem compor um conceito sobre o estado físico desse homem que foi liquidado de forma tão fulminante pelo câncer que chega a espantar até pela comparação com casos recentes – e incrivelmente coincidentes – de outros líderes sul-americanos que foram acometidos pelo mesmo mal e que conseguiram diagnosticá-lo a tempo e, assim, sobreviveram. Surge a dúvida, então, sobre por que um líder político que cuidava tanto da própria saúde também não pôde ser salvo.
Aos 6 minutos e 40 segundos do primeiro bloco da entrevista que este blog reproduz a seguir parte a parte, em três partes, o entrevistador inquire o entrevistado sobre sua saúde. Confira, abaixo, a transcrição daquele trecho da entrevista.
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[...]
Kennedy Alencar – O senhor toma algum cuidado especial com a sua saúde, evita comer algum tipo de alimento, faz exercícios?
Hugo Chávez – Sim, muito mesmo. Primeiro, fui esportista a vida toda. Jogava e ainda jogo beisebol, softball. Bom, sou um soldado. Estive em batalhões de combate, de paraquedistas, sempre treinando e mantendo uma boa forma física. Ainda costumo fazer isso. Eu gosto, sabe? A gente relaxa muito correndo, nas barras, fazendo exercício. Mantendo mais ou menos um peso aceitável para a minha idade, para as responsabilidades, para uma boa saúde. Faço dieta sempre, estou em dieta permanente. Tento não comer muita gordura, nem esse tipo de alimentos que geram colesterol, obesidade. Eu me cuido e sou cuidado, pois isso é uma obrigação, parte das tarefas e do trabalho que temos.
KA – É verdade ou é um mito que o senhor, quando viaja, leva sua própria comida por questões de segurança?
HC – Não só por motivos de segurança. Além disso, é uma dieta. É preparada segundo um controle médico com as proteínas e calorias reguladas. Mas também por motivos de segurança.
KA – O senhor fuma?
HC – Às vezes. Já fui fumante. Fui fumante principalmente na prisão, nas longas horas da prisão. Mas agora posso dizer que não fumo. Às vezes, de vez em quando, quando alguém pega um cigarro… Mas não, não sou fumante. E não aconselho para ninguém, faz mal à saúde
[...]
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Chávez certamente estava em melhor forma física do que Lula, do que Dilma Rousseff, do que Cristina Kirchner, do que Fernando Lugo e do que a grande maioria dos cidadãos comuns ou não que contraíram cânceres no mesmo período após diagnóstico precoce que tanto o venezuelano quanto qualquer um dos outros lograram fazer da moléstia insidiosa que os acometeu. Diante disso tudo, há que fazer algumas indagações:
1 – Por que Chávez foi levado como uma folha ao vento pela doença, então?
2 – Alguém com um mínimo de honestidade pode negar que há alguma coisa estranha no processo que ceifou a vida do ex-presidente da Venezuela?
3 – Os suspeitos mais evidentes de um eventual envenenamento de Chávez devido ao longo histórico que têm de mandarem assassinar seus inimigos políticos, os Estados Unidos – que, não nos esqueçamos, são a maior potência tecnológica do planeta – teriam tecnologia para causar uma doença fulminante em um ser vivo?
4 – Não chega a ser ridículo achar que os EUA não disponham dessa tecnologia ou que, dispondo dela, não a usariam contra alguém que os incomodava tanto e que não poderiam simplesmente fazer sucumbir sob suas bombas?
Antes ou depois de refletir sobre essas questões, porém, se você não assistiu à entrevista em tela, recomendo fortemente que assista. Ela mostra Chávez sem interpretações de terceiros e, mais do que isso, mostra um outro lado dessa história que quem só se informa pela grande mídia brasileira certamente desconhece.
Assista abaixo, em três partes, à última edição do É Notícia, que apresentou entrevista de Hugo Chávez a Kennedy Alencar em 2010 e que foi ao ar entre a noite de domingo e a madrugada de segunda-feira.
PARTE 1
PARTE 2
PARTE 3

CACHOEIRA E POLICARPO AGIRAM CONTRA RENAN


ESTADÃO DIZ QUE DESONERAÇÃO DA CESTA BÁSICA É “DIABRURA ELEITORAL”