Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

MÉDICA CUBANA ESTÁ EM APARTAMENTO DA CÂMARA E RECEBE VAQUINHA DO DEM

A porta do inferno se abriu. Quem vai fechá-la? 7 de fevereiro de 2014 | 18:47 Autor: Fernando Brito

khesia
É desesperadora a situação do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, atingido, segundo as informações disponíveis, pelo rojão disparado por um dos “manifestantes” de ontem, na Central do Brasil.
Depois de um negro acorrentado nu a um poste, da Barbie fazendo apologia do linchamento na TV,  surge um grupo de idiotas “porradores” no Flamengo.
Tudo em 48 horas.
Será que alguém se toca do mal que isto está fazendo à convivência pública nas nossas grandes cidades e à democracia duramente conquistada?
Será que não se vê que uma parcela da classe média e da mídia legitimou este tipo de ação brutal e fascistóide onde “quebrar tudo” e “baixar a porrada” são aceitáveis ou explicáveis?
Ah, máscara pode, fantasia pode, capacete, máscara de gás, porrete, corrente… Tudo isso faz parte da liberdade de expressão…
A Barbie volta à TV e diz que é contra os linchamentos, mas a favor da autodefesa…
Os facínoras dos bandos de espancadores dizem que defendem a população, como os black blocs dizem que são a defesa dos manifestantes contra a polícia.
Todos são “pura nobreza de intenções”.
E, enquanto isso, baixam o porrete nas pessoas e nas coisas.
São os métodos da reação, não da revolução.
A mídia e a direita liberaram geral para a violência, desde meados do ano passado.
No “vale-tudo” político para atingir o governo,  aceitaram chocar estes ovos de serpente.
Aliás, eles só não se criaram com a garotada dos rolezinhos, que sente o cheio de coxinha de longe…
Lamento que muitas pessoas, de boa-fé, ainda arranjassem “explicações sociológicas” para achar que isso era, como diz a Barbie, “compreensível”.
Não é, porque somos, ou deveríamos ser, civilizados.
A foto que encima este post é de Keshia Thomas, então com 18 anos, que se atirou sobre um neonazista participava de uma manifestação a favor da Ku-Klux-Kan, para evitar que ele fosse espancado pelo grupo do qual ela própria fazia parte, de anti-racistas  que confrontavam a manifestação dos KKK.
Eles, inclusive Keshia, o puseram para correr, como você vê ao lado.
Mas alguns o acertaram com os cabos dos cartazes que conduziam.
Até Keshia dizer não, isso não.  
Com a voz, com as mãos, com o próprio corpo.
A história, contada pela BBC, está reproduzida em um ótimo post de Marcos Sacramento, no Diário do Centro do Mundo.
Mas acho que a ela devo acrescentar o que disse, ao final da reportagem, Mark Brunner, o rapaz que fez a  sequência de fotografias que vai abaixo:
“Ela colocou-se em risco físico para proteger alguém que não teria feito o mesmo por ela”, disse  ele. “Quem faz isso no mundo?”
Quem acredita na humanidade e na civilização.
Keshia Thomas protecting the man
Keshia Thomas protecting the man
Keshia Thomas protecting the man
Keshia Thomas protecting the man

Jovem preso a poste perambula há dois anos pelas ruas do Rio

O adolescente cuja imagem ganhou as redes sociais no último domingo prestou depoimento à delegada Monique Vidal, na 9ª DP (Catete) na noite desta quarta-feira, e revelou os detalhes da madrugada vivida na calçada da Avenida Rui Barbosa, um endereço nobre do Rio.
A delegada ficou sabendo a verdadeira idade da vítima: 15 anos, não 17, como acreditava a Polícia Civil até então.
Ele tem mãe e dois irmãos, de 12 e 9 anos, mas atualmente pouco sabe da família. O pai morreu assassinado por ter envolvimento com o tráfico de drogas.
Morador de uma favela do bairro de Campo Grande, na Zona oeste, até dois anos atrás, o menor passou a perambular pelas ruas depois que ficou marcado em sua região, por furtar uma furadeira elétrica de um vizinho.
Sem poder voltar para casa, ele perambula pelas ruas da Zona Sul, tendo passado cinco vezes por abrigos da prefeitura desde novembro. O rapaz negou ser usuário de drogas e admitiu ter participado “uma vez” de um furto de uma motocicleta.
Assistentes sociais da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social conseguiram localizar a avó paterna do garoto, em um morro da cidade. Ela, no entanto, recusou-se a receber ou abrigar o neto.
O adolescente detalhou, em depoimento, seus passos na noite de sexta-feira. Contou que seguia para Copacabana com três amigos, também moradores de rua, para tomar “banho de mar”. Depois de passar pelo local onde funciona uma academia ao ar livre, no Aterro do Flamengo, o grupo foi perseguido pelos cerca de 30 jovens que estavam no local, alguns deles motociclistas, segundo conta.
Um dos homens estava armado com uma pistola, disse. Dois dos amigos moradores de rua escaparam. Com o rapaz que não conseguiu fugir, ele passou a ser agredido e ameaçado. Em dado momento, o outro jovem também escapou, e passou a ser ele o único em poder do grupo. Os homens o acusavam de roubar bicicletas e praticar assaltos naquela região.
Os agressores aplicaram uma “banda” e ele foi ao chão. Começaram, então, agressões com capacetes, pontapés e várias humilhações. Acusado de roubos, ele acreditava que seria morto pelos jovens que descreveu como “brancos e fortes” e “playboys”.
Depois do fim da sessão de agressões, ele foi atado ao poste. O rapaz foi localizado e socorrido por alguns moradores do Flamengo – entre eles a artista plástica Yvonne Bezerra de Mello, fundadora da ONG Projeto Uerê, de educação infantil.
Depois de medicado, ele se desvencilhou e procurou ajuda em um abrigo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social no Centro, onde estava desde então, sem ser identificado.
Funcionários da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social descreveram o jovem com um menino calado, pacato e muito querido pelas assistentes sociais. Ao ser identificado pela diretora do abrigo, ele chorou compulsivamente.
Saiba Mais: Unisinos

O “planejamento energético” de FHC: “Você apagou a luz e iluminou o Brasil”.

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A gente às vezes tem de voltar atrás e ir buscar no passado situações que a galera de 20, 25 anos não tem nem como recordar, porque era bem criança.
Mas a frase aí de cima não é piada:  foi dita pelo senhor Fernando Henrique Cardoso, em 19 de fevereiro de 2002, há 11 anos atrás, para marcar o fim de nove meses de racionamento de energia elétrica.
O país havia privatizado – praticamente doado – as suas empresas de energia elétrica a partir de 1997 e o resultado foi um corte completo nos investimentos em transmissão e geração de energia.
Com a crise, FHC saiu correndo atrás do prejuízo e ofereceu mundos e fundos a quem viesse montar termoelétricas no Brasil. Mundos e fundos que, claro, eram os do povo brasileiro.
A Petrobrás foi obrigada a fazer contratos ruinosos, se obrigando a comprar energia gerada pelas térmicas pelos olhos da cara, tão caro que, adiante, a empresa acabou comprando as próprias térmicas, para, pelo menos, ter prejuízo “consigo mesma”.
Agora julgue se a situação é parecida, apesar da mais severa estiagem vivida – ao menos aqui no Rio de Janeiro – desde 1967.
Quando a Presidenta Dilma Rousseff duvida publicamente de que tenha sido algum “raio” que causou a interrupção desta semana, ela está, na verdade, mandando um recado para as operadoras – que agora são privadas – de energia elétrica.
- Não armem “caos” para conseguir mais dinheiro do Governo.
É claro que a situação energética, longe de ser a oitava maravilha do mundo depois de um ano de seca, como foi 2013, e de um início de 2014 de calor infernal e recordes diários de consumo.
Mas tem caroço debaixo desse angu, porque as elétricas nãos estão nada contentes com a política de mocidade tarifária que o Governo adotou, tanto que já estão arranjando “especialistas” para condenar o modelo.
Tem gente doida por um “apagranas”.
Vá aos balanços e veja se elas estão tendo prejuízos.
O sucesso do leilão, hoje, do linhão que vai trazer a energia de Belo Monte – que estamos tentando há anos e anos construir, sob a mais pesada oposição dos que reclamam da escassez de energia – prova que as tarifas não são baixas e que poderiam até ainda cair.
Ou você acha que os chineses da Smart Grid, que opera o consórcio vencedor com a Eletrobras veio para cá para fazer caridade?
Assim que vierem as chuvas atrasadas, a enxurrada leva essas armações que usam a seca real para ver se os bolsos enchem mais ainda.

Inflação derruba urubus e cai. IPCA é o menor em cinco anos para janeiro

inflajaneiro

Desta vez, a turma que fica “urubuzando” o Brasil e torcendo para a inflação disparar e poder tirar umas casquinhas eleitorais já começou o ano quebrando a cara.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo, medida oficial da inflação,  ficou em 0,55%, bem menos que os 0,92% de dezembro e os 0,86 de janeiro de 2013.
E os amigos e amigas não me xinguem, mas vou dizer que um pedaço significativo dessa inflação foi “bom”. É que o grupo de preços que mais influenciou para cima foi o de despesas pessoais e, dentro dele, o aumento do preço dos cigarros que, sozinho, respondeu por 0,08 do índice final.
Fumante inveterado, apesar de cardíaco, só posso defender que custe bem caro a gente se fazer mal.
O fato é que o Brasil atravessou um terço da “primeira ponte inflacionária”, composta pelos meses de janeiro, fevereiro e março, onde a alta dos alimentos e o reajuste de preços que tem bases anuais se concentram.
Embora preços dos hortifrutigranjeiros possa apresentar uma alta maior, em razão da seca que atinge o Sudeste e o Sul do país, os preços no atacado – que vão se refletir no varejo, adiante, caíram, segundo a Fundação Getúlio Vargas.
urubuinpcMas não pense você que a turma do “vudu” econômico descansa, não.
Olhe aí do lado o título da matéria do Estadão.
O índice de preços “subiu”. Subiu de 0,72% para 0,63%!
É o INPC, que mede a inflação para a renda mais baixa.
Bem, mas à parte estas manobras, o fato é que a inflação acumulada em 12 meses baixou de 5,92% para 5,59%.
E que este janeiro teve a menor taxa inflacionária desde que , em 2009, a crise mundial segurou um pouco o aumento dos preços.
A turma do “quanto pior, melhor” agora vai ter, por enquanto, de ficar só na sua nova coreografia, a dança da seca, para ver se chega com chances em outubro.

Gilmar, o vigilante da “vaquinha”, já contratou a si mesmo para dar aulas a seus subordinados

escolinha
Estou acompanhando, sem muitas esperanças, a investigação que o Conselho Nacional de Justiça fará – diz que fará – nos contratos entre o Tribunal de Justiça da Bahia, que teve seu desembargador-presidente afastado por corrupção , e o Instituto Brasiliense de Direito Público, uma empresa que tem como sócio o Ministro Gilmar Mendes, o homem que, sem qualquer indício, disse que há lavagem de dinheiro nas “vaquinhas” que pagaram a multa imposta a José Genoíno e Delúbio Soares.
Embora a revelação feita por Luís Nassif seja gravíssima e envolva quase R$ 13 milhões de dinheiro público, digo que é sem muita esperança porque Gilmar já fez pior, em matéria de descaramento.
Antes de ir para o STF, ocupando o cargo de Advogado-Geral da União, o órgão público que dirigia contratou a sua própria empresa para dar “cursos” aos seus subordinados, boa parte deles ocupantes de cargos comissionados.
Mais: em grande parte deles, o professor dos cursos era… Gilmar Mendes.
Recebendo, é claro, como professor e como sócio do IDP.
Em 2002, o Procurador Luís Francisco de Souza ingressou com uma ação de improbidade administrativa contra ele e contra seu substituto imediato, Walter Barletta, que pode ser lida aqui, na íntegra,  e da qual transcrevo um pequeno trecho:
A AGU efetuou, com o conhecimento e a anuência tácita do Dr. Gilmar,  451  ( quatrocentos e cinqüenta e um) contratos informais ímprobos, com a empresa do próprio Dr. Gilmar, locupletando-o, enriquecendo-o ilicitamente. Os responsáveis por tais despesas eram membros da AGU, subordinados ao Dr. Gilmar e dependentes do mesmo para manterem cargos de chefia e funções gratificadas ( DAS etc).
O primeiro réu, Dr. Gilmar, permitiu que seus subordinados usassem o poder da entidade e do órgão que dirigia para beneficiar-se, para que sua empresa obtivesse, ilicitamente, receitas e lucros, recursos oriundos da AGU. Beneficiou-se com 451 contratos ilícitos, cada um destes, um ato de improbidade.
O Dr. Gilmar, com a ajuda do Dr. Barletta, permitiu e/ou promoveu contratações informais e pagamentos irregulares e ímprobos, efetuados pela AGU, por serviços do Instituto Brasiliense de Direito Público – IDP Ltda., empresa pertencente ao Dr. Gilmar Ferreira Mendes, contrariando o artigo 9º da Lei de Licitação (que proíbe ao dirigente de órgão ou servidor contratar, direta ou indiretamente, com o órgão onde trabalha ou dirige), violando também vários artigos da Lei de improbidade administrativa, na medida em que ele era ao mesmo tempo Ministro de Estado Titular da Advocacia-Geral da União e professor e sócio do referido instituto, que é uma empresa privada que visa lucros.
 Além disso, o Dr. Gilmar lecionava em sua própria empresa, no horário de trabalho, e permitia a liberação de subordinados para assistirem as aulas em sua empresa, no horário do trabalho, ganhando, destarte, pró-labores indevidos e ainda fazendo atividades privadas durante o expediente, onde teria que ter dedicação exclusiva.
A ação, ao que sei, foi extinta. O procurador Luis Francisco, depois de atacado de todas as formas por Gilmar Mendes, sumiu na poeira.
E a empresa de Gilmar Mendes segue de vento em pôpa, contratando, como se vê, com o Judiciário do qual ele é um dos comandantes supremos.