Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Como o Netflix conquistou Thiago e, aos poucos, com a Amazon, vai matar a Globo

Como o Netflix conquistou Thiago e, aos poucos, com a Amazon, vai matar a Globo



Os filhos do Marinho vamos pegar de surpresa…
filhos do marinho

por Luiz Carlos Azenha, de Nova York

Antes desta minha mais recente viagem encontrei Thiago, que estava animado com sua nova conquista: uma TV que conecta na internet. Ele comprou o aparelho no Black Friday, por menos de mil reais.
Considerando que Thiago e a esposa ascenderam durante os governos Lula e Dilma mas economicamente ainda se encaixam na classe “C”, fiquei surpreso. Por que abandonar as novelas da Globo, das quais o casal, no passado, foi fiel consumidor?

Resposta do Thiago: assinei o Netflix, agora quero ver filmes e series de TV a qualquer hora. Bingo! Menos um para a “grade”  de programas dos Marinho, grade que tem sentido literal para jovens como Thiago, jovens que gostam da liberdade de definir seus próprios horários de entretenimento.

Desembarco em Nova York e aqui só se fala, nos meios televisivos, da disputa entre o Netflix e a Amazon, ambos agora no papel de produtores de conteúdo exclusivo.

Cada vez mais, as redes de TV tradicionais transpiram um cheiro de naftalina.

Com a série Transparent, que retrata um transsexual que aos 68 anos de idade decide viver como mulher, o canal da Amazon na internet ganhou seu primeiro Golden Globe, na categoria melhor comédia. Na internet, o feito antes era exclusivo do Netflix, com suas séries House of Cards e Orange is the new black.

Como resultado do sucesso de suas séries, o Netflix acaba de bater nos 50 milhões de assinantes. Em períodos recentes, mais da metade do crescimento veio do exterior, ou seja, de gente como Thiago.
Visando estimular acesso ao seu canal Prime, a Amazon acaba de assinar contrato com Woody Allen, que produzirá sua primeira série de TV para passar inicialmente… na internet!

A aposta dos dois gigantes se concentra em temas ousados. Nem a Amazon, nem o Netflix buscam o público mediano, como faz a Globo com suas telenovelas. Para fisgar os jovens de até 30 anos faz-se necessário violar todos os tabus de um país puritano.

Por isso, House of Cards viaja pelos corredores corrompidos do poder, num roteiro que jamais caberia nas sisudas ABC, CBS ou NBC.

Desde que a HBO inventou o slogan ” it’s not TV, it’s HBO”, demarcando um  novo território para as séries norte-americanas, os Estados Unidos vivem um boom no setor, produzindo joias como The Sopranos,Breaking Bad e Homeland.

No Brasil, isso seria impensável, por conta do virtual monopólio da Globo. A empresa dos Marinho controla, do Rio, de maneira verticalizada, 80% da capacidade de produzir conteúdo, concentrando atores, diretores, produtores, roteiristas, etc.

Nos Estados Unidos, por lei, nenhuma rede de TV pode produzir tudo o que coloca no ar. Precisa comprar de terceiros. Isso incentivou, ao longo do tempo, o desenvolvimento de uma cadeia de produtoras independentes em praticamente todos os grandes mercados do país.

Agora, com Netflix e Amazon entrando na disputa, esse mercado ficará ainda mais fortalecido. Ambas visam atingir o público através de plataformas móveis, especialmente do celular.

Enquanto no Brasil discutimos se e quando o jornal de papel vai acabar, aqui nos Estados Unidos o debate é sobre quando o computador desktop vai se tornar obsoleto.

Segundo Gian Fulgini, da Comscore, nos últimos 4 anos o tempo de uso de  internet dos norte-americanos teve acréscimo de 157%.
Hoje, os usuários de celular dos Estados Unidos passam mais da metade do tempo… na internet.
Que tal assistir a um capítulo do House of Cards em seu celular, durante uma viagem de trem entre Nova York e Washington?

Para os irmãos Marinho, o problema é que este conteúdo também estará disponível para o motorista preso num congestionamento na Mogi-Bertioga ou bem ali, no Jardim Botânico.

Todo o Brasil vai acabar pagando, para os Estados Unidos, o pesado pedágio por ter mantido um setor tão importante da economia praticamente monopolizado e, portanto, engessado.

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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Após condenar “golpe”, Jô perde plateia na Globo

: jo soares

Programa do apresentador, há quase 15 anos na grade da emissora, passará pela maior reformulação de sua história; a partir de 2015, não haverá mais plateia e atração passará a ser gravada em um estúdio menor; sexteto musical também pode ser extinto; coincidência ou não, mudanças ocorrem pouco tempo depois de Jô Soares ter atacado paranoia bolivariana no Brasil e dito que uma tentativa de impeachment de Dilma era "golpe" 

247 – A poucos meses de completar 15 anos na grade da Globo, o programa de Jô Soares está prestes a passar por uma reformulação. Entre as mudanças, estará a saída da plateia a partir do ano que vem e, consequentemente, a mudança da gravação do maior principal estúdio paulista para outro menor.
Não são descartadas mais mudanças, informa o jornalista Flávio Ricco. Entre elas estaria a extinção do querido sexteto musical, cujos integrantes são alvos frequentes de piadas ou conversas do apresentador. De acordo com o colunista, as mudanças se referem à queda de audiência da atração.

Coincidência ou não, porém, a reformulação acontece pouco tempo depois de discursos mais progressistas de Jô Soares. No último, ele chamou de "golpe" a tentativa de impeachment da presidente Dilma Rousseff (relembre aqui). No início de novembro, ele atacou a febre do discurso bolivariano no Brasil (veja aqui).

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Jornal Nacional “psicografa” telefonema de Dilma, mas manda tirar “zoação” do Youtube. Assista


sorry
No dia 5, quando ocorreu o defeito nas linhas de transmissão de energia, o Jornal Nacional veiculou imagens gravadas através da janela do Palácio do Planalto, com a Presidenta Dilma “aparentemente muito irritada”, dizia William Bonner, “logo depois de uma entrevista de autoridades do Ministério de Minas e Energia”. Pressurosamente, o apresentados diz que “não foi possível ouvir o que ela dizia”, para não acharmos, talvez, que haveria algum convênio da emissora com as escutas do Obama…
Ok, tudo bem, tirando a indução a achar que uma coisa e outra tivessem ligação, o que é possível, mas isso poderia ter sido assumido de maneira mais franca pela emissora, é uma imagem pertinente, mesmo que fosse uma gravação do interior de um gabinete. Como o general Elito, o sem-noção, não colocou uma película, destas que se vendem em qualquer loja, a Globo não é culpada de deixarem devassar o gabinete presidencial.
Só que a humorista Paloma Santos, de Minas, fez uma simpática gozação sobre o que poderia estar irritando Dilma ao telefone e colocou no Youtube.
Ela estaria tentando cancelar uma assinatura da Net…
A Globo mandou tirar do ar, alegando “direitos autorais”, embora haja cem milhões de vídeos do Bonner falando de tudo na rede.
Ela pode gravar pela janela dos outros e mostrar. A gente não pode gravar o que passa na nossa TV e mostrar, mesmo que sem nenhuma finalidade comercial, né?
Só que é duro censurar a internet e a gente achou outros.
Um deles a gente reproduz aqui.
Assista, antes que censurem…

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O “planejamento energético” de FHC: “Você apagou a luz e iluminou o Brasil”.

apagaofhc
A gente às vezes tem de voltar atrás e ir buscar no passado situações que a galera de 20, 25 anos não tem nem como recordar, porque era bem criança.
Mas a frase aí de cima não é piada:  foi dita pelo senhor Fernando Henrique Cardoso, em 19 de fevereiro de 2002, há 11 anos atrás, para marcar o fim de nove meses de racionamento de energia elétrica.
O país havia privatizado – praticamente doado – as suas empresas de energia elétrica a partir de 1997 e o resultado foi um corte completo nos investimentos em transmissão e geração de energia.
Com a crise, FHC saiu correndo atrás do prejuízo e ofereceu mundos e fundos a quem viesse montar termoelétricas no Brasil. Mundos e fundos que, claro, eram os do povo brasileiro.
A Petrobrás foi obrigada a fazer contratos ruinosos, se obrigando a comprar energia gerada pelas térmicas pelos olhos da cara, tão caro que, adiante, a empresa acabou comprando as próprias térmicas, para, pelo menos, ter prejuízo “consigo mesma”.
Agora julgue se a situação é parecida, apesar da mais severa estiagem vivida – ao menos aqui no Rio de Janeiro – desde 1967.
Quando a Presidenta Dilma Rousseff duvida publicamente de que tenha sido algum “raio” que causou a interrupção desta semana, ela está, na verdade, mandando um recado para as operadoras – que agora são privadas – de energia elétrica.
- Não armem “caos” para conseguir mais dinheiro do Governo.
É claro que a situação energética, longe de ser a oitava maravilha do mundo depois de um ano de seca, como foi 2013, e de um início de 2014 de calor infernal e recordes diários de consumo.
Mas tem caroço debaixo desse angu, porque as elétricas nãos estão nada contentes com a política de mocidade tarifária que o Governo adotou, tanto que já estão arranjando “especialistas” para condenar o modelo.
Tem gente doida por um “apagranas”.
Vá aos balanços e veja se elas estão tendo prejuízos.
O sucesso do leilão, hoje, do linhão que vai trazer a energia de Belo Monte – que estamos tentando há anos e anos construir, sob a mais pesada oposição dos que reclamam da escassez de energia – prova que as tarifas não são baixas e que poderiam até ainda cair.
Ou você acha que os chineses da Smart Grid, que opera o consórcio vencedor com a Eletrobras veio para cá para fazer caridade?
Assim que vierem as chuvas atrasadas, a enxurrada leva essas armações que usam a seca real para ver se os bolsos enchem mais ainda.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O repúdio à jornalista que usou concessão pública para pregar a barbárie; Sindicato diz que âncora violou código de ética



Nota de repúdio do Sindicato e da Comissão de Ética contra declarações da jornalista Rachel Sheherazade

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a Comissão de Ética desta entidade se manifestam radicalmente contra a grave violação de direitos humanos e ao Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros representada pelas declarações da âncora Rachel Sheherazade durante o Jornal do SBT.
O desrespeito aos direitos humanos tem sido prática recorrente da jornalista, mas destacamos a violência simbólica dos recentes comentários por ela proferidos no programa de 04/02/2014 (http://www.youtube.com/watch?v=nXraKo7hG9Y).


Vídeo sugerido por Manuela Azenha

Sheherazade violou os direitos humanos, o Estatuto da Criança e do Adolescente e fez apologia à violência quando afirmou achar que “num país que sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível” — Ela se referia ao grupo de rapazes que, em 31/01/2014, prendeu um adolescente acusado de furto e, após acorrentá-lo a um poste, espancou-o, filmou-o e divulgou as imagens na internet.
O Sindicato e a Comissão de Ética do Rio de Janeiro solicitam à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) que investigue e identifique as responsabilidades neste e em outros casos de violação dos direitos humanos e do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que ocorrem de forma rotineira em programas de radiodifusão no nosso país. É preciso lembrar que os canais de rádio e TV não são propriedade privada, mas concessões públicas que não podem funcionar à revelia das leis e da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Eis os pontos do Código de Ética referentes aos Direitos Humanos:
Art. 6º É dever do jornalista:
I – opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios
expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos;
XI – defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias
individuais e coletivas, em especial as das crianças, adolescentes, mulheres, idosos,
negros e minorias;
XIV – combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais,
econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física
ou mental, ou de qualquer outra natureza.
Art. 7º O jornalista não pode:
V – usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime;
Também atuando no sentido pedagógico que acreditamos que deva ser uma das principais intervenções do sindicato e da Comissão de Ética, realizaremos um debate sobre o tema em nosso auditório com o objetivo de refletir sobre o papel do jornalista como defensor dos direitos humanos e da democratização da comunicação.

PS do Viomundo: Notem que, no You Tube, o comentário recebe apoio de 690 internautas, contra o repúdio de 650. Ou seja, a barbárie avança via redes sociais!

Leia também:

A Barbie da direita é seletiva: peguem leve com o Justin e dêem um pau no neguinho. Assista

bieber
Raquel Sheherazade, apresentadora do SBT transformada em Barbie da direita e musa dos recalcados, não é uma moça tão inflexível assim, afinal.
Ela tem compreensão e coração generoso, capaz de perdoar.
Seletivamente, é claro.
Está no Youtube uma colagem chocante.
Primeiro, os comentários da  Barbie do SBT sobre as traquinagens e transgressões que acabaram levando o “astro” (astro?) Justin Bieber a ser detido por participar de um “pega” de rua, drogado e embriagado. Dias depois, já solto, foi acusado pela polícia de Montreal, no Canadá – país de 0nde é cidadão – de agredir um motorista com golpes na cabeça.
Pura compreensão: “atire a primeira pedra quem nunca foi um rebelde sem causa, quem nunca questionou seus valores, quem nunca se perdeu de si mesmo ou procurou se encontrar. Os médicos dizem que é normal, é a síndrome da adolescência, para anônimos e famosos, como Justin, é fase de  turbulência, hormônios em ebulição, conflitos, agressividade, é a busca da própria identidade. Peguem leve com Justin, o menino está só crescendo.
Justin Bieber, como se sabe, faz 2o anos daqui a menos de um mês.
A seguir, porém, você assiste como Sheherazade diz que se deve agir com um rapazote negro, pobre, de 15 anos, supostamente metido em delitos, espancado por “justiceiros” e acorrentado a um poste pelo pescoço, no Rio.
Pau nele, diz a moça!
Outro Barbie, o Klaus, que ganhou o apelido de “Carniceiro de Lyon” , também pensava nessa solução para aqueles “judeus usurários…”
Não, claro que a nossa Barbie não é anti-semita.
Sua impiedosa verve, ainda que lida num teleprompter, é seletiva em outro tom, mas na mesma pauta: a da ordem.
Quem sabe ela não faz um outro texto destes mandando descer a lenha também nos camelôs, estes desordeiros que não pagam impostos e atrapalham as pessoas de bem que andam pelas ruas?
Estes párias da sociedade, como um dia foi o patrão dela, Sílvio Santos, judeu e camelô.
Que agora a paga regiamente para apregoar na TV sangue e linchamento.
Para o negrinho, claro.
Para o Bieber, devemos pegar leve.
É apenas um menino, embora cinco anos mais velho que o que é negro e merece a chibata acorrentado no poste.

domingo, 29 de dezembro de 2013

GLOBO FARÁ SÉRIE SOBRE A MÃE DE JOAQUIM BARBOSA

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

SAAD DA BANDEIRANTES AMEAÇOU HADDAD Kassab deu a Johnny 25 anos para explorar os pontos de ônibus de São Paulo. Viva o Brasil !

Johnny é imparcial. Não toma partido !

Na entrevista aos blogueiros sujos, o prefeito Fernando Haddad contou que percebia que um certo “grupo de comunicação”, que tem tevês, rádios, cabo, e uns jornalecos gratuitos, fazia sistemática campanha contra o Governo dele, em todas as mídias.

Achou aquilo atípico, mesmo num ambiente em que o PiG (*) quer destrui-lo, pelo simples fato de ser do PT.

A perseguição se tornou tão aguda, que ele, Haddad, ligou para o dono do suposto “conglomerado” e perguntou se aquilo se devia a alguma falha do Governo, que não dava informação, não era transparente.

Queria saber a razão daquele cerco implacável.

A resposta foi simples.

Dei instruções a todos os veículos de minha propriedade para atacar você de forma sistemática, desde que você aumentou o IPTU, respondeu o falso Roberto Marinho.

Quem é o grande comunicador ?

Johnny Saad, dono da Bandeirantes.

Como se sabe, desde os bons tempos de Ademar de Barros, a família Saad é proprietária de muitos imóveis urbanos em São Paulo.

E a atualização da planilha do IPTU de Haddad é um Robin Hood: cobra mais dos ricos, como Saad.

É assim que funciona o PiG (*), amigo navegante.

A sorte é que Saad tem um pequeno problema.

Audiência.

A Bandeirantes, desde que saiu das mãos do velho, o seu João, para o primogênito é o que é: irrelevante.

Virou um braço desarmado da UDR.

Desarmado.

Como a TV Bandeirantes.

Uma empresa de negócios imobiliários.

Em tempo: Haddad fez questão de informar aos blogueiros que não ia identificar o Grande Comunicador, porque se tratava de uma conversa privada e ele não cometeria a grosseria. O grosseiro, no caso, é o ansioso blogueiro, que identificou Saad em outra fonte.

Em tempo2: ao deixar o Governo, Kassab assinou com Saad, por 25 anos – 25 anos !!! – um contrato de exclusividade para que Saad possa explorar a publicidade de TODOS os pontos de ônibus de São Paulo. Está aí um bom tópico para um cidadão paulistano empreender uma ação popular, não, amigo navegante ?


Paulo Henrique Amorim


(*)  Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

PSDB ainda não entendeu o Brasil


Blog Cidadania-Eduardo Guimarães
O PT tem mesmo os adversários que pediu a Deus. Por conta disso, derrotou-os nas três últimas eleições presidenciais e reduziu-lhes drasticamente a representação parlamentar, o que não é de espantar devido à dificuldade de entenderem o Brasil do século XXI.
O programa tucano de ontem na TV e no rádio explica por que a oposição encolheu tanto no Congresso e perdeu a terceira eleição presidencial consecutiva: o PSDB, como os outros partidos de oposição, continua apostando alto na burrice dos brasileiros.
Desorientado, o partido da “massa cheirosa” exumou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, rejeitado pela esmagadora maioria dos brasileiros. Não obstante, o partido fez dele a estrela de seu programa semestral na mídia eletrônica. E foi um desastre.
Nem sei qual foi a pior parte. Talvez, lembrar aos brasileiros de que FHC é tucano tenha sido o maior erro.
Mas foram muitos erros. No início do programa, o desfile de gente reclamando da situação. Pessoas “descoladas” afirmando que não conseguem emprego em um país que bate recordes incessantes de abertura de vagas formais no mercado de trabalho.
Ou o pior foi FHC acusando Lula pelas alianças que fez? Quais seriam esses setores “atrasados” aos quais o petista se aliou? Com quem foi que Lula fez aliança que o seu antecessor não fez? Para variar, os tucanos desdenham da inteligência e da memória do povo.
O mais engraçado é que, ao passo que FHC entrou na propaganda tucana, Serra saiu. Só apareceu de relance e o seu nome não foi mencionado uma só vez, apesar do alarde sobre ter tido 44% dos votos, um resultado pífio para quem teve toda a grande mídia ao seu lado.
Em resumo, o grande problema do PSDB é que não consegue entender a razão pela qual a grande maioria dos brasileiros decidiu “arriscar” votar em Lula em 2002, por que o reelegeu em 2006 e por que votou maciçamente em quem ele indicou, no ano passado.
A sensação que dá é a de que os tucanos não têm consciência de como estava a situação do país, enquanto governaram. Por isso, têm a coragem de falar sobre os problemas do Brasil como se jamais tivessem governado.
E a platéia montada para fazer “perguntas” ao ex-presidente, então? Lembrou a favela cenográfica do programa eleitoral de Serra, ano passado. Uma coisa tão artificial que só alguém com grave deficiência intelectual deixaria de notar.
O PSDB não consegue entender que precisa fazer propostas e renovar lideranças. Sua insistência em Serra e FHC está na base dos seus fracassos eleitorais, pois são dois símbolos de um passado que o Brasil quer esquecer.
A insistente tentativa dos tucanos de se apropriarem dos êxitos da era Lula, pega mal. A teoria deles não entra nem nas mentes mais esclarecidas nem nas mais incultas. É como um jogador de futebol que é substituído, o substituto entra e marca vários gols e o preterido diz que foram méritos seus.
E as insinuações sobre censura à mídia em um país que vem subindo rapidamente no ranking dos países com imprensa mais livre? Para quem aquelas insinuações fizeram sentido, além dos paus-mandados das redações tucanas?
A grande sorte do PT é a de que o PSDB ainda não entendeu como os brasileiros ficaram mais espertos em política, do que é prova terem votado maciçamente no primeiro partido em 2002, 2006 e 2010, ignorando a mídia tucana declaradamente.
Enquanto os tucanos continuarem achando que podem fazer o país inteiro de besta, o PT não terá com o que se preocupar. Enquanto continuarem querendo usurpar méritos alheios e pintar uma situação do país que não existe, a oposição continuará oposição.
A chance que o PSDB tem de se fortalecer está em elaborar um projeto de país consistente e em deixar de acreditar em um poder da mídia que ela perdeu em 2002 e jamais recuperou. Enquanto depender exclusivamente dela para subsistir, continuará encolhendo.
—–
Abaixo, a íntegra do programa do PSDB de 3 de fevereiro de 2011.

sábado, 11 de setembro de 2010

O Brasil que emergirá das urnas

Posted by eduguim on 11/09/10 • Categorized as Opinião do blog
Pode ser cedo para afirmar que é imutável a opção que parece que o eleitorado brasileiro fará no próximo dia 3 de outubro, mas não é cedo para analisar o que deve ocorrer em caso de se confirmarem as previsões das pesquisas e, mais do que isso, caso se confirme a natureza do recado que a sociedade estará dando ao materializar a opção que parece mais provável que o país adotará, a despeito das concessões inevitáveis que se possa fazer ao acaso…

Urge entender a natureza do recado que o eleitorado estará dando em caso de eleger, em primeiro turno, uma candidata que sofreu acusações como as que Dilma vem sofrendo no decorrer dos últimos dois anos. Seria ocioso abordá-las individualmente, enumerando-as. Quem se informa minimamente sobre política certamente já ouviu ou leu algumas – e não terão sido poucas. Apenas porque bombardeio acusatório igual na mídia, só quem já sofreu igual, no Brasil contemporâneo, foi o padrinho político da candidata.

E levemos em conta o endosso dos ditos “formadores de opinião” da grande mídia às acusações de Serra a Dilma. Eles estão dizendo ao seu público que o tucano diz a verdade e que a adversária mente. Tenho isso gravado em vídeo depois que assisti em duas concessões públicas. Até entrei na Justiça contra o que assisti, pois achei ilegal.

Portanto, a decisão que o eleitorado tomará, se por Dilma ou por Serra, será tomada em franco desafio à informação que esses grandes grupos de mídia terão, naquele momento, difundido sem parar durante todo o período da propaganda eleitoral “gratuita” na televisão e no rádio, o que terá constituído grave infração à lei eleitoral por conta de ter dado ao lado do PSDB uma vantagem muito maior em termos de propaganda em concessões públicas.

Ocorre, porém, que, às vezes, o tempo para dizer a verdade, por menor que seja, basta, enquanto que o tempo para mentir, por maior que possa ser, jamais será suficiente.

Não me parece exagero dizer, portanto, que a vitória de Dilma em primeiro turno, em 3 de outubro vindouro, constituir-se-ia em um recado da sociedade à mídia e ao resto do grupo político que circunda Serra, na condição deste de laranja da complexa máquina conservadora e patrimonialista que tenta, a todo custo, manter o poder de influir nos rumos e em cada decisão do país.

Trata-se de uma reprovação à mídia mais clara do que ao candidato dela. Ao endossar, como endossou, as acusações de Serra a Dilma, a mídia receberá do público ao qual ela se dirigiu a resposta de que este público não acreditou no que lhe foi informado…

Não me parece pouco. Então a sociedade diz à sua imprensa que acha que ela mentiu e que acha que ela, portanto, tem algum interesse na disputa, e que, então, acha que ela é desonesta, podendo ter, até, parte em algum esquema sujo, e fica por isso mesmo?! Mas é óbvio que não. Haverá conseqüência. A perda relativa de poder da mídia de influir no processo eleitoral decisivamente diminuirá a remuneração dela porque terá diminuído a sua bancada no Congresso, também.

A força oposicionista para rechaçar leis cai de forma a se poder pensar, até, em uma entre as propostas mais necessárias para a mídia brasileira formuladas em dezembro passado em Brasília, na 1ª Conferência Nacional de Comunicação, a Confecom, na qual fui delegado por São Paulo: criação do Conselho Nacional de Comunicação, que seria uma instituição reguladora da atividade midiática igualzinha às que existem em praticamente todos os países mais desenvolvidos, e que atuaria de forma a impedir abusos como o uso de concessões públicas em prol de grupos políticos como os que estamos vendo ocorrer nestas eleições.

Também haverá muita perda de dinheiro para a mídia partidarizada, pois suas bancadas de parlamentares, agora menores, constituirão barreira muito menor a iniciativas de moralização dos critérios que têm permitido o trânsito de arcas incontáveis de dinheiro público para mãos midiáticas simplesmente pelo poder que essa meia dúzia de famílias que controla a comunicação no Brasil ainda detém de criar crises pela bancada sólida que tem para aprovar ou dificultar a vida do governo no Congresso.

No vácuo de credibilidade e de legitimidade para difundir informações de forma hegemônica que havia antes e que agora terá desaparecido, surgirá espaço para uma nova imprensa formadora de opinião que consiga despertar credibilidade e demonstrar isenção de uma forma que esta mídia atual não tem mais condições de fazer. Ao menos no médio prazo.

Em minha opinião, levará anos para que os atuais meios de comunicação voltem a ser encarados sem muita desconfiança, quando o assunto for política. Para elidir a memória sobre o tanto que erraram em todos esses anos, Globo, Folha, Veja, Estadão e seus tentáculos precisarão produzir muito acerto ao longo do tempo, de forma que, lá na frente, seja inegável que o acerto existiu, pois não existirá mais o poder de fazer algo que não ocorreu se materializar como verdade antes de que se saiba, realmente, o que houve.

Há que levar em conta, finalmente, que o que essas pesquisas estão dizendo ainda não pode ser dado como certo, mas indica que o recado das urnas para os que estão submetendo o Brasil a esta campanha eleitoral deprimente, que pretende discutir a vitimização de José Serra em vez dos interesses coletivos, é o de que não acredita neles e, ao não acreditar, pode vedar o acesso deles ao poder, entregando-o aos seus adversários.

Por fim, o fato de o povo ter deixado de ser bobo interessa a todos os políticos, independentemente de serem petistas, tucanos ou coisa que o valha. O Brasil que emergirá das urnas terá adquirido critérios muito claros para o que quer e em que prazo quer – e em que medida. O brasileiro descobriu que é possível mudar de vida através da política. Essa é a grande mudança neste país e ainda não enxergamos toda a sua dimensão. Mas enxergaremos.