Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
Mostrando postagens com marcador programa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador programa. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Lula voa na jugular da mídia no horário eleitoral





O horário eleitoral noturno de 21 de agosto de 2014 viu ocorrer um marco político: finalmente o PT reagiu à altura. No programa do dia em que escrevo, o presidente Lula mostrou que não estava brincando quando me disse, em reunião que tivemos no último dia 11 de junho, no Instituto Lula, que não haveria outro jeito que não o de partir para o enfrentamento político com a mídia tucana.
Abaixo, vídeo que o presidente gravou naquele 11 de junho para os leitores desta página. O post continua em seguida.



Nesta mesma noite de 21 de agosto, alguns minutos antes, o Jornal Nacional apresentou seu próprio horário eleitoral. Começou com Marina Silva sendo reverenciada pelos correligionários e fazendo longa exposição de sua plataforma de governo. Em seguida, Aécio Neves aparece sorridente, triunfante em meio a trabalhadores que o ovacionavam. Chega a vez de Dilma. Está despenteada, com expressão tensa. A locução do telejornal a acusa de ser responsável por atraso em alguma obra e quando a presidente tem voz, continua descabelada e se explicando.

Em sua intervenção no horário eleitoral do dia em que escrevo, Lula fez o que me disse que faria: foi para o enfrentamento contra um império poderoso, quase sempre hegemônico, cruel – como demonstrou sobejamente ao atirar o país em duas décadas de uma ditadura sangrenta –, mas que já foi derrotado quatro vezes nos últimos 12 anos e que, com determinação e destemor, será derrotado de novo.

No segundo programa eleitoral de Dilma Rousseff para a televisão, Lula acusou diretamente “setores da mídia que se transformaram no principal partido de oposição da presidenta”. Disse também que muitas pessoas “devem estar surpresas com as tantas coisas boas que Dilma fez e quase ninguém sabia” e que “esta campanha vai servir exatamente pra isso, pra você ver como certa imprensa gosta mais de fazer política do que informar bem, como só consegue falar mal e é capaz de esconder obras fundamentais que estão transformando o Brasil”.

Ao final, Lula retomou o lema de sua primeira campanha, em 2002: “Na minha primeira campanha, a esperança venceu o medo. E nesta, da Dilma, a verdade vai vencer a mentira”
Veja o depoimento de Lula, na íntegra, no vídeo abaixo.



quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O que o Bonner perguntará à Bláblá De que vive a senhora ?

Com o mesmo indicador direito – vote na enquete – e a mesma fúria vã, William Bonner vai esperar a melhor hora para entrevistar a Bláblárina.

Provavelmente, antes de uma nova pesquisa ensandecida, como diz o professor Wanderley Guilherme dos Santos.

Bonner vai procurar ser implacável com a queridinha da hora, já que o Aecioporto revela-se irrecuperável.

Aécio e sua turma de São Paulo, agora que a PF colou o trensalão nas costas do Cerra.

Com o intuito republicano de colaborar, o Conversa Afiada sugere algumas implacáveis perguntas à Bláblárina:

- Por que a senhora sorria debruçada ao caixão do Eduardo ?
(Interrompe com o indicador direito.)

- E fazia selfie com o morto ao fundo ?


(Interrompe com o indicador direito.)

- E, no caminhão do corpo de bombeiros, acenava para povo, de costas para o caixão ?


(Interrompe com o indicador direito.)

- A senhora tem certeza de que foi a Divina Providência que a impediu de tomar o jatinho, ou foi para não ver o Alckmin nem pintado de verde ?

(Interrompe com o indicador direito.)

- Então foi a mesma Providência quem matou Eduardo ?

(Interrompe com o indicador direito.)

- A senhora sabe quem emprestava o jatinho ao Eduardo ?

(Interrompe com o indicador direito.)

- A senhora aceitaria que a viúva do Eduardo fosse a sua vice ?

(Interrompe com o indicador direito.)

- Por que será que os acreanos não elegem a senhora nem vereadora de Rio Branco ?

(Interrompe com o indicador direito.)

- Seu marido é da “nova” ou da “velha” política ?

(Interrompe com o indicador direito.)

- Quem vai lhe emprestar o jatinho ? Na última campanha foi a Natura …


(Interrompe com o indicador direito.)

- O Itaúúú já lhe pediu juros altos – um dos componentes do “tripé” que a senhora defende ?

(Dificilmente o Bonner faria essa pergunta, porque o Itaúúú  é um dos maiores anunciantes da casa.)

- A senhora sabia que seu vice é o Rei da Soja (transgênica) ?

(Interrompe com o indicador direito.)

- A senhora acha que o Cerra ajudou a formar o cartel do trensalão ?

(Interrompe com o indicador direito.)

- Se eleita, a senhora vai mandar fechar as usinas de Belo Monte, Santo Antonio e Jirau e transformar em lago de bagre ?
(Interrompe com o indicador direito.)

- Foi o Chico Mendes quem disse que a senhora era o herdeiro dela ?


(Interrompe com o indicador direito.)

- Por que a senhora não conseguiu fundar o partido (sic) Rede, se até o Pauzinho do Dantas conseguiu ?

(Interrompe com o indicador direito.)

- Por que a senhora apunhalou o Lula pelas costas (segundo o Bessinha) ? O que ele fez contra a senhora ?


(Interrompe com o indicador direito.)

- A senhora vai privatizar a Petrobras ?

(Interrompe com o indicador direito.)

- E o Banco do Brasil ?


(Interrompe com o indicador direito.)

- E a Caixa ?

(Interrompe com o indicador direito.)

- E o IBAMA ? A senhora venderia o IBAMA ao James Cameron, ao Greenpeace ?

(Interrompe com o indicador direito.)

- É verdade que a senhora vai nomear o Adriano Pires presidente da Petrobras ?

(Interrompe com o indicador direito.)

- E a Urubóloga Presidente do IBAMA ?
(Interrompe com o indicador direito.)

- A senhora sabia que um dos filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – tem a mania de Meio Ambiente, adora um aquário ?
(Interrompe com o indicador direito.)

- Por que a senhora não usa mais xale ?
(Interrompe com o indicador direito.)

- A senhora não acha que certos blogueiros são sujos ?
(Interrompe com o indicador direito.)

- De que a senhora vive ?
(Aqui, ele não interrompe com o indicador direito. Deixa ela falar à vontade.)


Paulo Henrique Amorim

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

“Efeito-mídia” não tira um ponto de Dilma. Isto é o sólido na pesquisa Datafolha

datafmarina

O monstruoso volume de mídia  gerado pela morte trágica de Eduardo Campos, apresentado como um semi-deus sacrificado  e tendo Marina como sua ungida sucessora ia, como é natural, alçar a candidatura da ex-verde aos níveis que a pesquisa Datafolha lhe dá.
Não apenas Marina Silva é personagem conhecida, sempre glamourizada pelos meios de comunicação como, é obvio, tem um recall de sua candidatura anterior.

Ainda mais em uma coleta de dados feita nos dois dias seguintes à tragédia, com as tevês transmitindo ininterruptamente o clima de comoção.

O que é significativo, na pesquisa, porém, é que isso não teve o poder de tirar sequer um ponto nas intenções de voto de Dilma Rousseff, cujo eleitorado – mais pobre, menos instruído e mais periférico que o de Aécio Neves – estaria, em tese, mais sujeito ao bombardeio de mídia.

Ao contrário, as declarações de voto espontâneas dela sobem ( 24 para 26%) e seus números de segundo turno ficam nos mesmos patamares que tinham na pesquisa anterior, até um pouco mais altos do que antes, em relação a Aécio. O que se mostra é que os eleitores de Aécio votam em peso  em Marina ou em qualquer um contra Dilma. Não chega a ser novidade.

O que o Datafolha tenta nos convencer é de que todas as pessoas Marina capturou todos os votos das pessoas que estavam indecisas ou que iriam anular o voto e, agora, com a sua presença, sentem-se de novo motivadas a escolher um candidato.

Esta parcela dos eleitores, que somaria 27%, agora estaria reduzida a 17%, com todos os 10% que mudaram escolhendo Marina.

Que, de quebra, ainda leva o 1% de votos que tinham, cada um, Luciana Genro (PSOL), de Rui Costa Pimenta (Partido Comunista Operário) e do Ei-Ei-Eymael.

Aliás, os três, coitados, são os únicos que perdem votos no Datafolha.

Desde o dia em que se anunciou esta pesquisa de alto índice de insensatez, com os despojos do candidato morto ainda na cena do acidente,  diz-se aqui que seu valor científico é zero, a não ser para retratar o que uma avalanche de mídia mórbida.

A crer-se, com boa vontade, que não houve uso da “reserva técnica” representada pelo “não-voto”, o que se prova, apenas, é o limite de manipulação da opinião pública pela mídia.

Foi  incapaz de mover um voto sequer daqueles que, ao lado do governo ou da oposição de direita, haviam tomado partido.

E capaz, se tanto, de mexer com uma parcela de 10% dos brasileiros menos definidos politicamente.

Desde ontem, porém, cessaram as condições objetivas para que continue a avalanche de mídia mórbida, ou – no máximo – que ela tenha apenas uma última “marola” com uma hipotética – e abominável – indicação da viúva como vice de Marina.

É que, na noite de amanhã, acaba o monopólio midiático da oposição, embora esteja longe de acabar-se o desequilíbrio nos meios de comunicação.

Começa o horário eleitoral e começarão a serem vistas as realizações concretas de governo, o que Aécio tem parcamente e Marina não tem.

Não é possível, como em 2010, dizer se isso será o suficiente para evitar um segundo turno.

Mas é exato dizer-se que a candidatura Dilma atravessou o deserto de comunicação que lhe impôs o sistema de comunicação brasileiro – a mais forte e orgânica máquina partidária deste país – sem maiores perdas.

As percentagens, agora, são valores apenas relativos.

Conta é cada decisão de voto, que é mais profunda e pessoal do que qualquer “efeito-boiada” que os meios de comunicação sejam capazes de fazer.

O terreno a conquistar, o dos indecisos e, sobretudo, o do não-motivados, é estreito porque, de fato, a negação da política representada em Marina Silva há de ocupar certa parte dele, sobretudo na classe
média-alta.

Já não se pode afirmar o mesmo dos ex-votos de Eduardo Campos no Nordeste ou do voto da periferia das metrópoles.

Onde pesa, e como, a palavra e a presença de  Lula, o fator mais importante desta eleição, como na passada.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

PSDB ainda não entendeu o Brasil


Blog Cidadania-Eduardo Guimarães
O PT tem mesmo os adversários que pediu a Deus. Por conta disso, derrotou-os nas três últimas eleições presidenciais e reduziu-lhes drasticamente a representação parlamentar, o que não é de espantar devido à dificuldade de entenderem o Brasil do século XXI.
O programa tucano de ontem na TV e no rádio explica por que a oposição encolheu tanto no Congresso e perdeu a terceira eleição presidencial consecutiva: o PSDB, como os outros partidos de oposição, continua apostando alto na burrice dos brasileiros.
Desorientado, o partido da “massa cheirosa” exumou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, rejeitado pela esmagadora maioria dos brasileiros. Não obstante, o partido fez dele a estrela de seu programa semestral na mídia eletrônica. E foi um desastre.
Nem sei qual foi a pior parte. Talvez, lembrar aos brasileiros de que FHC é tucano tenha sido o maior erro.
Mas foram muitos erros. No início do programa, o desfile de gente reclamando da situação. Pessoas “descoladas” afirmando que não conseguem emprego em um país que bate recordes incessantes de abertura de vagas formais no mercado de trabalho.
Ou o pior foi FHC acusando Lula pelas alianças que fez? Quais seriam esses setores “atrasados” aos quais o petista se aliou? Com quem foi que Lula fez aliança que o seu antecessor não fez? Para variar, os tucanos desdenham da inteligência e da memória do povo.
O mais engraçado é que, ao passo que FHC entrou na propaganda tucana, Serra saiu. Só apareceu de relance e o seu nome não foi mencionado uma só vez, apesar do alarde sobre ter tido 44% dos votos, um resultado pífio para quem teve toda a grande mídia ao seu lado.
Em resumo, o grande problema do PSDB é que não consegue entender a razão pela qual a grande maioria dos brasileiros decidiu “arriscar” votar em Lula em 2002, por que o reelegeu em 2006 e por que votou maciçamente em quem ele indicou, no ano passado.
A sensação que dá é a de que os tucanos não têm consciência de como estava a situação do país, enquanto governaram. Por isso, têm a coragem de falar sobre os problemas do Brasil como se jamais tivessem governado.
E a platéia montada para fazer “perguntas” ao ex-presidente, então? Lembrou a favela cenográfica do programa eleitoral de Serra, ano passado. Uma coisa tão artificial que só alguém com grave deficiência intelectual deixaria de notar.
O PSDB não consegue entender que precisa fazer propostas e renovar lideranças. Sua insistência em Serra e FHC está na base dos seus fracassos eleitorais, pois são dois símbolos de um passado que o Brasil quer esquecer.
A insistente tentativa dos tucanos de se apropriarem dos êxitos da era Lula, pega mal. A teoria deles não entra nem nas mentes mais esclarecidas nem nas mais incultas. É como um jogador de futebol que é substituído, o substituto entra e marca vários gols e o preterido diz que foram méritos seus.
E as insinuações sobre censura à mídia em um país que vem subindo rapidamente no ranking dos países com imprensa mais livre? Para quem aquelas insinuações fizeram sentido, além dos paus-mandados das redações tucanas?
A grande sorte do PT é a de que o PSDB ainda não entendeu como os brasileiros ficaram mais espertos em política, do que é prova terem votado maciçamente no primeiro partido em 2002, 2006 e 2010, ignorando a mídia tucana declaradamente.
Enquanto os tucanos continuarem achando que podem fazer o país inteiro de besta, o PT não terá com o que se preocupar. Enquanto continuarem querendo usurpar méritos alheios e pintar uma situação do país que não existe, a oposição continuará oposição.
A chance que o PSDB tem de se fortalecer está em elaborar um projeto de país consistente e em deixar de acreditar em um poder da mídia que ela perdeu em 2002 e jamais recuperou. Enquanto depender exclusivamente dela para subsistir, continuará encolhendo.
—–
Abaixo, a íntegra do programa do PSDB de 3 de fevereiro de 2011.