Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Ódio, preconceito e fanatismo que infestam Europa, germinam no Brasil


ódio capa

Costumamos olhar para tragédias como a que ceifou 12 vidas na cosmopolita Paris com um misto de alívio e distanciamento. Ao longo da vida, todos já ouviram e/ou proferiram a teoria de que “pelo menos não temos esse tipo de problema, no Brasil”.
Será mesmo?

Passeando pelas análises publicadas pela imprensa, pelas redes sociais e pela blogosfera brasileiras sobre o episódio Charlie Hebdo, pode-se extrair algumas conclusões básicas, necessárias a esta análise:

1 – A revista Charlie Hebdo, se não é de “extrema-esquerda”, ao menos é esquerdista.


2 – Apesar de “esquerdista”, a revista fustiga o Islã, cujo maior inimigo, atualmente, é a estrema-direita, inclusive a francesa, que quer expulsar os muçulmanos da França enquanto alardeia uma ridícula “islamização do Ocidente”.

3 – Apesar de as vítimas dos dois (?) fanáticos (pseudo) islâmicos serem esquerdistas, o atentado está favorecendo a extrema-direita europeia, talvez porque o anti-islamismo da revista se identifica com o da ultradireita francesa.

4 –  Muçulmanos de várias nacionalidades que hoje vivem na Europa acabam de se tornar alvos em potencial do extremismo xenófobo de direita que se agiganta no Velho Mundo – na França, por exemplo, Marine Le Pen, filha do líder de ultradireita Jean Marie Le Pen, da Frente Nacional (FN), lidera (!!) as pesquisas para a sucessão de François Hollande.

ódio 1

5 – Apesar de a Europa abrigar uma imensa população muçulmana, essa população vive acuada pelo ódio, pelo preconceito e pela intolerância de grande parte das populações europeias autóctones.
Foi justamente no continente europeu que eclodiram as piores guerras da era moderna, sendo, duas delas, guerras “mundiais”. E essas guerras que conflagraram as nações supostamente mais avançadas (socialmente) do planeta decorreram, em boa medida, da intolerância étnico-cultural-religiosa.

Desloquemo-nos, agora, milhares de milhas ao Sul do planeta, até uma nação imensa e ainda mais multiétnica do que as nações europeias. Uma nação onde o fascismo de ultradireita entrou em ascensão após os protestos tresloucados de junho de 2013.

O Brasil tem seus “muçulmanos”, ou seja, uma população “imigrante” e “estrangeira” em seu próprio país. O ódio aos nordestinos que viceja no Sul e no Sudeste do Brasil em muito se assemelha ao que vige contra muçulmanos na Europa.

A intolerância política, “racial”, cultural contra os nordestinos, assim como na Europa, vai crescendo também no Brasil, inclusive com outro ingrediente explosivo, a religião. Ainda que não tenhamos discriminação de religiões, no Brasil temos religiões que discriminam comportamentos e opções políticas.

Claro que ainda não chegamos ao ponto de graves confrontos físicos. Por conta disso, o título deste texto alude a que essas infestações ideológicas apenas “germinam” por aqui, mas germinam continuamente.

Grupos de ultradireita pregam o fim da democracia, proibição de partidos políticos, assassinatos e tortura de esquerdistas, repressão violenta a homossexuais, impunidade ao racismo etc., etc., etc.

Esse tipo de gente já foi minoria na Europa central moderna. Hoje, o mundo assiste, com preocupação, a possibilidade de a França eleger, para a sucessão de François Hollande, a filha de Jean Marie Le Pen…

O horror, o horror!

O ataque ao semanário Charlie Hebdo também providencia uma segunda reflexão: o papel da imprensa no aquecimento do ódio, do preconceito e do fanatismo. O poder da comunicação, acima de políticas de Estado, gerou a tragédia em Paris.

No Brasil, a comunicação tem sido responsável pelo recrudescimento do ódio político-ideológico. O vídeo abaixo revela um processo que germina no Brasil e que, para crescer ao ponto do europeu, precisa, apenas, de continuidade e tempo…

Petrobras supera Exxon e vira a número 1 do mundo

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É isso mesmo: em meio ao mais intenso bombardeio midiático a que uma empresa já foi submetida, a Petrobras acaba de anunciar um recorde histórico; no terceiro trimestre do ano passado, a empresa se tornou a maior produtora de petróleo do mundo, entre as empresas de capital aberto, com uma média de 2,2 milhões de barris/dia; nesse período, a Petrobras superou a Exxon, que era líder, e produziu uma média diária de 2,1 milhões de barris/dia; no pregão desta quinta-feira, as ações da Petrobras subiram mais de 6% 

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras tornou-se a maior produtora de petróleo entre as empresas de capital aberto no mundo, após superar a norte-americana ExxonMobil no terceiro trimestre de 2014, informou a petroleira estatal nesta quinta-feira.

A ExxonMobil produziu 2,065 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) no terceiro trimestre, segundo o balanço da companhia, enquanto a Petrobras produziu 2,209 milhões de barris/dia no mesmo período.
Quando somadas as produções de óleo e gás, a Petrobras ainda ocupa a quarta posição no ranking, ponderou a estatal.

A notícia positiva acontece em um momento em que o preço do petróleo atingiu mínima de diversos anos no mercado internacional, reduzindo a receita com a venda do produto no exterior, enquanto a companhia ainda é alvo de acusações de envolvimento em esquemas de desvio de dinheiro.

Apesar do cenário ruim, que tem feito as ações da Petrobras sofrerem na bolsa, a empresa comemora um bom momento de resultados operacionais, após diversos atrasos na entrada em operação de plataformas.

De acordo com a petroleira, ela também foi a empresa que mais aumentou a sua produção de óleo, tanto em termos percentuais quanto absolutos, em 2014 até setembro.

"Nos nove primeiros meses de 2014, a Petrobras e a ConocoPhillips foram as únicas empresas de capital aberto que registraram aumento de produção de petróleo", afirmou a estatal. "No caso da Petrobras, esse aumento foi de 3,3 por cento e, da Conoco, de 0,4 por cento."

A Petrobras destacou ainda que bateu novo recorde de produção, de 2,286 mil bpd de óleo, em 21 de dezembro, e frisou que atingiu no pré-sal do Brasil, junto com outras petroleiras, o recorde de 700 mil bpd em 16 de dezembro.

Segundo a companhia, em 2014 foram adicionados 500 mil bpd de capacidade, com a entrada em operação de quatro novas unidades de produção.

"Esse volume será gradativamente incorporado à produção, garantindo que em 2015 a empresa continue aumentando a produção de óleo e gás", afirmou.

Entretanto, a P-61, uma das plataformas programadas para o ano passado, que inicialmente entraria em operação em 2013 no campo de Papa-Terra, na Bacia de Campos, não havia começado a produzir até o final de dezembro.

O crescimento na produção em 2014, após pesados investimentos nos últimos anos, ocorreu depois de dois anos de recuo na extração no Brasil.

Em sua última previsão, a estatal previu elevar a produção de petróleo no país entre 5,5 e 6 por cento em 2014, abaixo da meta de 7,5 por cento traçada inicialmente no ano passado, em meio a atrasos na entrega de equipamentos.

A empresa ainda não divulgou a produção fechada de dezembro.
(Por Marta Nogueira)