Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quinta-feira, 21 de abril de 2016

PHA: diretas já, já! O papel da Globo foi envenenar a sociedade

pha sul21.jpg
O Moro já cumpriu o seu papel: derrubar a Dilma
No Sul 21:

‘A Globo exerce papel de envenenar a sociedade’, afirma jornalista Paulo Henrique Amorim

Jaqueline Silveira

Em palestra sobre “Mídia e o Estado Democrático de Direito” na manhã desta quarta-feira (20), em Porto Alegre, o jornalista da TV Record Paulo Henrique Amorim defendeu a campanha “Diretas Já” para a convocação de uma nova eleição presidencial pela presidenta Dilma Rousseff (PT), já que ela tem prerrogativa para tal iniciativa. “Voltamos a recorrer ao supremo poder da democracia: o voto”, pregou ele, ao falar, entre outros, para sindicalistas, servidores e jornalistas.

Essa convocação, conforme ele, tem de partir da presidenta e não do senador Paulo Paim (PT), “que passou a vida inteira calado a fugir das questões centrais.” Na última segunda-feira (18), o parlamentar gaúcho com outros senadores anunciaram que será apresentada uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no Senado para novas eleições. Mas, para que um novo pleito aconteça, disse o jornalista, é preciso uma grande mobilização das ruas. “O golpe já houve. O maior derrotado foi o cidadão brasileiro”, afirmou Amorim, sobre a autorização de abertura de processo de impeachment contra a presidenta e as consequências para o país de um governo com Michel Temer.


Para ele, nem o PSDB dará legitimidade “ao Temer e ao Cunha (Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados).” Amorim observou ainda que não se pode pensar como a oposição “do quanto pior, melhor”, diante do governo Temer, de privatizações e de cortes de programas sociais. Isso porque quem sairá mais prejudicado serão os trabalhadores. “Vamos ferrar o povo?”, questionou ele, insistindo em novas eleições como alternativa. Sobre as chances de Marina Silva (Rede Sustentabilidade) vencer o pleito caso corra, o jornalista frisou “que se o povo quiser, ela tem de governar.” Contudo, ele alertou que também há possibilidade de a ex-senadora não vencer a disputa presidencial. “Primeiro, é melhor a Bláblárina eleita pelo povo que o Cunha eleito pelo Temer, ou vice-versa”, alertou ele, referindo-se à Marina de uma forma bem-humorada.

Censura da Rede Globo

Depois de focar em textos com análise do cenário político e projeções para o futuro publicados, na manhã desta quarta-feira, em seu blog Conversa Fiada, o jornalista abordou o conteúdo do livro “O Quarto Poder, uma outra história.” Na publicação, ele cita uma conversa com o ex-presidente Juscelino Kubitschek e relata muitos bastidores de reuniões do então presidente da Rede Globo, Roberto Marinho, com políticos e diretores da emissora. Marinho, nas palavras de Amorim, “governou o Brasil” na gestão de José Sarney (PMDB), e fazia vetos ao Jornal Nacional em relação ao perfil das pessoas exibidas nas imagens. “Não quero preto nem desdentado no Jornal Nacional”, teria dito Marinho, em uma oportunidade, ao diretor de jornalismo da emissora. O palestrante relatou ainda o veto de Marinho a Leonel Brizola nas coberturas da Rede Globo.

“O Globo é o que é mais pelo que não deu do que pelo que deu.” A frase também foi atribuída por Amorim a Marinho, que se referia à Rede Globo como O Globo, em referência ao jornal que herdou da família. Na visão do jornalista, a Globo, emissora na qual trabalhou por vários anos,  exerce o papel “de interditar, bloquear o debate” e teve participação decisiva no resultado da votação do pedido de impeachment, no último domingo (17),  devido à cobertura realizada. “A Globo exerce esse papel de envenenar a sociedade”, afirmou Amorim, criticando os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma por não terem feito a regulamentação da mídia. Para enfrentar esse bloqueio promovido pela Rede Globo, defendeu ele, o governo teria de investir em uma “TV estatal forte.” A cobertura da mídia tradicional, exemplificou ele, não aborda que há obras de infraestrutura em andamento no Brasil só comparadas em volume às que estão sendo realizadas na China.


Temer, garçom de festa

Amorim enfatizou que, do ponto de vista do capital internacional, a troca de governo no Brasil interessa aos Estados Unidos. “O Temer será o garçom da festa”, ironizou ele. Para concluir, resumiu a função da Operação Lava Jato: “Cumpriu seu papel histórico: derrubar a Dilma.”

O painel com o jornalista Paulo Henrique Amorim ocorreu no Hotel Embaixador e foi promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro-RS) e a Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Fetee-Sul).

Dilma fala ao Blog: “Cidadãos, lutem contra o golpe”

dilma
 EDUGUIM
“Vou lutar em cada trincheira contra o golpe”, disse Dilma ao responder a excelente questão formulada pela jornalista Laura Capriglione (do grupo Jornalistas Livres) durante entrevista que a presidente da República concedeu nesta quarta-feira (20) a 9 blogueiros (eu entre eles) no 3º andar do Palácio do Planalto.
Laura disse a Dilma que a união das esquerdas contra o golpe alenta porque permite prever que, se esse atentado à democracia se consumar, a resistência já tem seu exército. E perguntou se a presidente estará presente aos protestos que eclodirão após sua eventual deposição.
A coletiva foi convocada intempestivamente pelo Palácio do Planalto. Recebi o convite na noite de terça-feira para ir ter com a presidente no dia seguinte, em Brasília.
Não poderia deixar de aceitar participar daquela que talvez seja uma das últimas entrevistas, em muito tempo, que um presidente da República da República dá a jornalistas de fora dos impérios de mídia, pois se Michel Temer assumir a Presidência ninguém imagina que ele falará à imprensa alternativa.
É a segunda vez que entrevisto a presidente. A outra entrevista foi em 2014 no Palácio da Alvorada, durante as eleições. E é aí que reside a razão do meu espanto. Há pouco menos de dois anos, a Dilma que entrevistei estava mais tensa, menos loquaz, o que se entende pela campanha eleitoral renhida de que participou. A Dilma 2016, na véspera de um golpe de Estado dissimulado, parece se divertir com a luta que tem pela frente.
Dizem que Dilma Rousseff cresce em situações de conflito. Pois talvez a dimensão do conflito que ela tem pela frente esteja na raiz do estado de espírito que exibiu.
Dilma está bem humorada. Ao adentrar seu escritório, cumprimentamo-nos com um aperto de mão enquanto a pergunto sobre se “está bem”. A resposta vem firme, sem titubear, acompanhada de um olhar direto nos meus olhos: “Estou MUITO bem”.
Fiquei surpreso. Naquele momento, confesso que talvez muita gente tenha se deixado contaminar pelos boatos machistas e calhordas sobre um suposto estado emocional de desespero e/ou alheamento da realidade que teria acometido a presidente.
É balela. Dilma está lúcida, determinada e, o que mais me espantou, bem humorada.
Gravei muito, muito material. Áudios, vídeos… Irá demorar para reproduzir tudo Terei que escrever mais de um post. Talvez uns dois, além deste.
No primeiro vídeo que postarei da entrevista, a presidente responde a pergunta que esta página lhe fez no post anterior, com um pedido a ela para que dissesse aos brasileiros o que devem fazer diante da ameaça aos direitos de todos representada pela violação dos direitos da presidente da República.
No vídeo abaixo, você verá não só a pergunta que fiz à presidente, mas, também, a homenagem que fiz a ela em nome de tantos leitores desta página que a aprenderam a respeitar essa verdadeira Valquíria, que enfrenta chacais ferozes com as mãos nuas e a força da verdade, da decência e da Justiça.
A resposta da presidente foi longa, como o assunto requer. Desse modo, não a reproduzi inteira (ainda) no vídeo acima e isolei em um vídeo à parte (abaixo), a resposta à questão principal que está página formulou à presidente: o que nós, cidadãos comuns, devemos fazer ante o golpe?
Confira, abaixo, a resposta dessa figura história ímpar que é Dilma Vana Rousseff