O Moro já cumpriu o seu papel: derrubar a Dilma
No Sul 21:
‘A Globo exerce papel de envenenar a sociedade’, afirma jornalista Paulo Henrique Amorim
Jaqueline Silveira
Em palestra sobre “Mídia e o Estado Democrático de Direito” na manhã desta quarta-feira (20), em Porto Alegre, o jornalista da TV Record Paulo Henrique Amorim defendeu a campanha “Diretas Já” para a convocação de uma nova eleição presidencial pela presidenta Dilma Rousseff (PT), já que ela tem prerrogativa para tal iniciativa. “Voltamos a recorrer ao supremo poder da democracia: o voto”, pregou ele, ao falar, entre outros, para sindicalistas, servidores e jornalistas.
Essa convocação, conforme ele, tem de partir da presidenta e não do senador Paulo Paim (PT), “que passou a vida inteira calado a fugir das questões centrais.” Na última segunda-feira (18), o parlamentar gaúcho com outros senadores anunciaram que será apresentada uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no Senado para novas eleições. Mas, para que um novo pleito aconteça, disse o jornalista, é preciso uma grande mobilização das ruas. “O golpe já houve. O maior derrotado foi o cidadão brasileiro”, afirmou Amorim, sobre a autorização de abertura de processo de impeachment contra a presidenta e as consequências para o país de um governo com Michel Temer.
Para ele, nem o PSDB dará legitimidade “ao Temer e ao Cunha (Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados).” Amorim observou ainda que não se pode pensar como a oposição “do quanto pior, melhor”, diante do governo Temer, de privatizações e de cortes de programas sociais. Isso porque quem sairá mais prejudicado serão os trabalhadores. “Vamos ferrar o povo?”, questionou ele, insistindo em novas eleições como alternativa. Sobre as chances de Marina Silva (Rede Sustentabilidade) vencer o pleito caso corra, o jornalista frisou “que se o povo quiser, ela tem de governar.” Contudo, ele alertou que também há possibilidade de a ex-senadora não vencer a disputa presidencial. “Primeiro, é melhor a Bláblárina eleita pelo povo que o Cunha eleito pelo Temer, ou vice-versa”, alertou ele, referindo-se à Marina de uma forma bem-humorada.
Censura da Rede Globo
Depois de focar em textos com análise do cenário político e projeções para o futuro publicados, na manhã desta quarta-feira, em seu blog Conversa Fiada, o jornalista abordou o conteúdo do livro “O Quarto Poder, uma outra história.” Na publicação, ele cita uma conversa com o ex-presidente Juscelino Kubitschek e relata muitos bastidores de reuniões do então presidente da Rede Globo, Roberto Marinho, com políticos e diretores da emissora. Marinho, nas palavras de Amorim, “governou o Brasil” na gestão de José Sarney (PMDB), e fazia vetos ao Jornal Nacional em relação ao perfil das pessoas exibidas nas imagens. “Não quero preto nem desdentado no Jornal Nacional”, teria dito Marinho, em uma oportunidade, ao diretor de jornalismo da emissora. O palestrante relatou ainda o veto de Marinho a Leonel Brizola nas coberturas da Rede Globo.
“O Globo é o que é mais pelo que não deu do que pelo que deu.” A frase também foi atribuída por Amorim a Marinho, que se referia à Rede Globo como O Globo, em referência ao jornal que herdou da família. Na visão do jornalista, a Globo, emissora na qual trabalhou por vários anos, exerce o papel “de interditar, bloquear o debate” e teve participação decisiva no resultado da votação do pedido de impeachment, no último domingo (17), devido à cobertura realizada. “A Globo exerce esse papel de envenenar a sociedade”, afirmou Amorim, criticando os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma por não terem feito a regulamentação da mídia. Para enfrentar esse bloqueio promovido pela Rede Globo, defendeu ele, o governo teria de investir em uma “TV estatal forte.” A cobertura da mídia tradicional, exemplificou ele, não aborda que há obras de infraestrutura em andamento no Brasil só comparadas em volume às que estão sendo realizadas na China.
Temer, garçom de festa
Amorim enfatizou que, do ponto de vista do capital internacional, a troca de governo no Brasil interessa aos Estados Unidos. “O Temer será o garçom da festa”, ironizou ele. Para concluir, resumiu a função da Operação Lava Jato: “Cumpriu seu papel histórico: derrubar a Dilma.”
O painel com o jornalista Paulo Henrique Amorim ocorreu no Hotel Embaixador e foi promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro-RS) e a Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Fetee-Sul).
Em palestra sobre “Mídia e o Estado Democrático de Direito” na manhã desta quarta-feira (20), em Porto Alegre, o jornalista da TV Record Paulo Henrique Amorim defendeu a campanha “Diretas Já” para a convocação de uma nova eleição presidencial pela presidenta Dilma Rousseff (PT), já que ela tem prerrogativa para tal iniciativa. “Voltamos a recorrer ao supremo poder da democracia: o voto”, pregou ele, ao falar, entre outros, para sindicalistas, servidores e jornalistas.
Essa convocação, conforme ele, tem de partir da presidenta e não do senador Paulo Paim (PT), “que passou a vida inteira calado a fugir das questões centrais.” Na última segunda-feira (18), o parlamentar gaúcho com outros senadores anunciaram que será apresentada uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no Senado para novas eleições. Mas, para que um novo pleito aconteça, disse o jornalista, é preciso uma grande mobilização das ruas. “O golpe já houve. O maior derrotado foi o cidadão brasileiro”, afirmou Amorim, sobre a autorização de abertura de processo de impeachment contra a presidenta e as consequências para o país de um governo com Michel Temer.
Para ele, nem o PSDB dará legitimidade “ao Temer e ao Cunha (Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados).” Amorim observou ainda que não se pode pensar como a oposição “do quanto pior, melhor”, diante do governo Temer, de privatizações e de cortes de programas sociais. Isso porque quem sairá mais prejudicado serão os trabalhadores. “Vamos ferrar o povo?”, questionou ele, insistindo em novas eleições como alternativa. Sobre as chances de Marina Silva (Rede Sustentabilidade) vencer o pleito caso corra, o jornalista frisou “que se o povo quiser, ela tem de governar.” Contudo, ele alertou que também há possibilidade de a ex-senadora não vencer a disputa presidencial. “Primeiro, é melhor a Bláblárina eleita pelo povo que o Cunha eleito pelo Temer, ou vice-versa”, alertou ele, referindo-se à Marina de uma forma bem-humorada.
Censura da Rede Globo
Depois de focar em textos com análise do cenário político e projeções para o futuro publicados, na manhã desta quarta-feira, em seu blog Conversa Fiada, o jornalista abordou o conteúdo do livro “O Quarto Poder, uma outra história.” Na publicação, ele cita uma conversa com o ex-presidente Juscelino Kubitschek e relata muitos bastidores de reuniões do então presidente da Rede Globo, Roberto Marinho, com políticos e diretores da emissora. Marinho, nas palavras de Amorim, “governou o Brasil” na gestão de José Sarney (PMDB), e fazia vetos ao Jornal Nacional em relação ao perfil das pessoas exibidas nas imagens. “Não quero preto nem desdentado no Jornal Nacional”, teria dito Marinho, em uma oportunidade, ao diretor de jornalismo da emissora. O palestrante relatou ainda o veto de Marinho a Leonel Brizola nas coberturas da Rede Globo.
“O Globo é o que é mais pelo que não deu do que pelo que deu.” A frase também foi atribuída por Amorim a Marinho, que se referia à Rede Globo como O Globo, em referência ao jornal que herdou da família. Na visão do jornalista, a Globo, emissora na qual trabalhou por vários anos, exerce o papel “de interditar, bloquear o debate” e teve participação decisiva no resultado da votação do pedido de impeachment, no último domingo (17), devido à cobertura realizada. “A Globo exerce esse papel de envenenar a sociedade”, afirmou Amorim, criticando os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma por não terem feito a regulamentação da mídia. Para enfrentar esse bloqueio promovido pela Rede Globo, defendeu ele, o governo teria de investir em uma “TV estatal forte.” A cobertura da mídia tradicional, exemplificou ele, não aborda que há obras de infraestrutura em andamento no Brasil só comparadas em volume às que estão sendo realizadas na China.
Temer, garçom de festa
Amorim enfatizou que, do ponto de vista do capital internacional, a troca de governo no Brasil interessa aos Estados Unidos. “O Temer será o garçom da festa”, ironizou ele. Para concluir, resumiu a função da Operação Lava Jato: “Cumpriu seu papel histórico: derrubar a Dilma.”
O painel com o jornalista Paulo Henrique Amorim ocorreu no Hotel Embaixador e foi promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro-RS) e a Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Fetee-Sul).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
comentários sujeitos a moderação.