Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Tem cara e cheiro de golpe e, agora, há até prova de que o golpe é golpe

JUCÁ

Todo santo dia um pistoleiro da mídia golpista escreve ou recita que o golpe não é golpe. O mais curioso é que esses pistoleiros chegam a reconhecer que o “motivo” alegado para o impeachment é fraco porque presidentes anteriores a Dilma também “pedalaram” e nada aconteceu simplesmente porque pedalada não é motivo para derrubar presidentes.
Vale ressaltar que aquilo que os pistoleiros da mídia chamam de “pedalada” é uma operação contábil feita para impedir que programas sociais e outras obrigações sociais inadiáveis do Estado deixem de ser cumpridas por problemas conjunturais de caixa. Trocando em miúdos: o governo fez empréstimos bancários por alguns dias para pagar beneficios sociais em dia.
Sim, é por isso que estão tentando cassar os 54 milhões de votos de Dilma Rousseff.
Mas o foco desta reflexão é outro. É a negativa pavloviana dos pistoleiros da mídia de que o golpe contra Dilma seja golpe quando até o líder da direita venezuelana – golpista como a nossa – teve que admitir que houve um golpe no Brasil.
O ex-candidato a presidente da Venezuela Henrique Capriles não condena o golpe contra Dilma por bondade, convenhamos, mas porque a direita venezuelana tem forte preocupação com sua imagem e, hoje, negar o golpe no Brasil pega muito mal no cenário internacional.
O golpe brasileiro está sendo visto em todo o mundo como golpe porque ele parece golpe, tem cara de golpe, porte de golpe, cheiro de golpe. Os golpistas usam terminologias golpistas e suas primeiras medidas e declarações foram golpistas.
O desmantelamento rápido e sem discussão de políticas que duraram mais de uma década é absolutamente concernente ao que fazem golpistas quando tomam de assalto o poder. Querem reinventar a realidade do país golpeado o mais rapidamente possível, tentando acelerar o caráter de irreversibilidade da aventura.
Mudanças drásticas como as promovidas pelo usurpador Michel Temer na política externa, na Cultura ou nos programas sociais são características dos golpes. Medidas como essas, que mexem com políticas consolidadas ao longo de mais de uma década, deveriam ser muito mais discutidas.
Para políticas tão importantes serem alteradas tão profundamente ou até anuladas, requerem legitimidade de quem promova tais atos, ou seja, exige um governo respaldado pelo voto popular.
O que, convenhamos, não é o caso de Temer. Apesar de ter sido eleito na chapa de Dilma, essa chapa foi eleita com um programa que Temer está jogando fora de cima a baixo. Sem apoio do voto popular.
Apesar de tudo que diz que o golpe é golpe, porém, as negativas continuam. Viraram um mantra. Quando as provas de que o golpe é golpe são expostas, é fácil visualizar mentalmente uma metáfora do comportamento da mídia golpista: um garotinho com os dedos enfiados nos ouvidos repetindo uma e outra vez: “lá-lá-lá, não é golpe, lá-lá-lá”
Agora, porém, surge até prova MATERIAL de que o golpe é golpe, ou seja, de que Temer e seu grupo político tentam tirar Dilma Rousseff do cargo para encerrar as investigações da Lava Jato.
A esta altura, todos já devem ter lido as muitas matérias sobre grampo de conversas do ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR). Contudo, vale ver trecho de reportagem da Globo sobre essa bomba, sobre essa prova cabal de que o impeachment de Dilma Rousseff parece golpe, tem cara de Golpe, cheiro de golpe e, tem agora, prova de que é golpe.

Chega a ser cômico o cargo que o ministro do Planejamento, Romero Jucá, ocupa. As gravações de conversas tão pouco republicanas como as que se ouviu ele tendo mostram que o “planejamento” de que ele se ocupa é o de como parar investigações policiais contra si e seus comparsas. Agora existem até provas documentais de que o golpe é golpe.

GREENWALD: MÍDIA TERÁ QUE COMEÇAR A DIZER GOLPE

Dilma parou BH e disse a blogueiros que vai recuperar seu mandato

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Na noite da última sexta-feira, o número 1050 da avenida Afonso Pena, região central de Belo Horizonte, atraiu uma quantidade incomum de gente (para uma cidade de 2,5 milhões de habitantes). As estimativas dos organizadores de comparecimento citam 40 mil pessoas. O que se pode dizer é que o ato público parou o centro da capital mineira.
Manifestação da Frente Brasil Popular contra o “governo” Michel Temer e a favor da volta de Dilma Rousseff ao cargo marchou rumo ao hotel Othon Palace, onde ocorre, até domingo (22/05/2016), o 5º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais de esquerda.
No início da noite, pouco antes de Dilma chegar ao Encontro de Blogueiros, um pequeno grupo de manifestantes antipetistas se posicionou diante do hotel Othon, na “ilha” que divide as duas pistas da avenida Afonso Pena, e começou a fazer provocação aos manifestantes pró Dilma que começavam a chegar para ato que a Frente Brasil Popular havia marcado para terminar diante do evento, coincidindo com a chegada da presidente ao local.
Contudo, conforme vinham chegando caudalosas ondas de manifestantes pró Dilma, os provocadores meteram a viola no saco e foram embora. Quando Dilma chegou ao local, por volta das 21 horas, dezenas de milhares a esperavam. Confira, abaixo, o momento da chegada da presidente ao evento.
Lá dentro, no auditório do hotel, cerca de 500 pessoas espremiam-se de tal forma que as redes de tevê que cobriam o evento tiveram dificuldade para transmitir. Quando Dilma adentrou o recinto, teve que esperar quase uma hora até que as saudações e ovações terminassem.
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Enquanto Dilma discursava para aquelas centenas de pessoas, um grupo de blogueiros foi conduzido a uma sala contígua para esperar a presidente, que daria, ali, uma coletiva de imprensa.
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Foram feitas seis perguntas e uma delas coube a este que escreve. Perguntei à presidente sobre como via a sua eventual destituição definitiva do cargo e se tinha planos para o caso de essa hipótese se configurar. A resposta de Dilma surpreendeu pela segurança e rapidez com que foi dada.
A presidente da República fez questão de deixar bem claro que sequer trabalha com a hipótese de ser afastada definitivamente do cargo. Em conversas ao pé da orelha, está dizendo que vai dar um trabalhão desfazer todas as atrocidades que julga que Temer está cometendo.
O entorno imediato da presidente afirma que ela precisa reverter apenas 3 votos no Senado para manter o cargo. Alguns desses assessores e correligionários acreditam que ela pode reverter a seu favor, no mínimo, uns dez votos.
Após todos esses eventos, um grupo de blogueiross saiu pelas ruas de BH. Eu caminhava ao lado do blogueiro curitibano Tarso Cabral Violin, do Blog do Tarso. Passamos por alguns barzinhos lotados. Em vários deles, ouviam-se coros tonitruantes de “Fora, Temer!”. Tarso se espantou. Disse que seria “impossível” ver uma cena como aquela em Curitiba.
Seja como for, o fato é que as burradas de Temer e de seu “machistério” – que Dilma bem definiu como “velho, branco e masculino” – promoveram uma reviravolta no cenário. Estão crescendo as apostas a favor da recuperação do mandato da presidente legítima dos brasileiros.
A conferir.

JUCÁ DEVE SER A PRIMEIRA BAIXA NO GOVERNO TEMER

GRAVAÇÃO COM JUCÁ REVELA QUE IMPEACHMENT FOI PACTO PARA DETER A LAVA JATO