Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Dilma faz faxina contra a pobreza e o resto também.


Este ansioso blogueiro recomenda que não se leia a Folha (*).

A Folha (*) disse hoje o dia inteiro que a Presidenta ia suspender a faxina para tranquilizar os aliados.

Numa entrevista coletiva hoje ela deixou claro:

A prioridade é erradicar a pobreza e crescer.

Mas, se tiver aditivo, comprovado, a faxina ocorrerá.

Leia no Blog do Planalto:

“Faxina no meu governo é faxina contra a pobreza”


Após participar da cerimônia de lançamento do Programa Nacional de Microcrédito nesta quarta-feira (24/8), no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o centro de seu governo é o combate à miséria e o crescimento do país. Em entrevista coletiva, a presidenta comentou que qualquer atividade inadequada que for constatada será objeto de providências de sua parte, mas que é necessário que se considerem os princípios fundamentais da Justiça moderna como o respeito aos direitos individuais e às liberdades, à igualdade e à dignidade das pessoas, além da presunção de inocência.


“Essa pauta de demissões que fazem ranking não é adequada para um governo. Essa pauta, eu não vou jamais assumir. Não se demite nem se faz escala de demissão todos os dias (…). Baseada nesses princípios [da Justiça moderna], eu tomarei todas as providências”, afirmou.


A Presidenta disse não concordar com o termo “faxina” utilizado pela imprensa para tratar de questões ligadas à troca de integrantes do governo e ponderou que faxina, em seu governo, é contra a pobreza e a miséria. “ O resto – eu já disse para vocês – são ossos do ofício da Presidência”, completou.


Outro assunto abordado pela Presidenta foi a crise financeira internacional. Ela reiterou que o Brasil está em melhores condições de enfrentar a crise do que estava em 2008, quando o desequilíbrio financeiro teve início, e que acredita que não haverá, desta vez, catástrofes como a quebra do Lehman Brothers, então quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos, que pediu concordata em 2008. “Eu acho que a crise vai ser isso que nós estamos vendo, um dia está pior, outro dia está melhor”, afirmou.


“A crise internacional deve nos preocupar sempre, mas a gente tem sempre que ter consciência de uma coisa: nós hoje estamos em muito melhores condições para enfrentar (…), podemos contar com a imensa força dos 190 milhões para investir, para consumir, para trabalhar e para empreender.”


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

FHC culpa Dilma por corrupção


Sem citar nomes, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que “o governo anterior” é culpado pela “consolidação” da “corrupção sistêmica” que toma conta do estado. Alguns meios de comunicação entenderam que FHC referiu-se a Lula, mas suas palavras permitem várias interpretações, inclusive a de que ele não acusou só Lula, mas Dilma também.
A presidente teve postos de destaque no governo anterior durante seus oito anos. E, nos últimos seis, ocupou o segundo cargo mais importante. Se houve “consolidação da corrupção” naquele período, portanto, teria até mais responsabilidade do que o ex-presidente Lula, pois coordenava os outros ministérios e, assim, teria mais condições de saber o que neles se passava.
Se houve processo tão escandaloso de “consolidação” da corrupção no governo anterior ao ponto de até um político da oposição saber disso, é óbvio que a Dilma sabia. Essa é uma interpretação perfeitamente cabível. E se sabia e não disse nada, permanecendo gostosamente em um governo corrupto, a corrupção a atinge, de acordo com a tese fernandina.
Além da falta de modos e de caráter de FHC, sua fala revela seu cinismo insuperável. Afinal, o governo anterior aprimorou e investiu em todos os mecanismos de combate à corrupção que o governo tucano desarticulou com o beneplácito da Globo, da Folha de São Paulo, do Estadão e da Veja, mais do que outros bajuladores midiáticos menores do mesmo FHC e de seu partido.
A Polícia Federal desmotivada, mal-paga e sem quadros que durante o governo FHC não fez nem cem operações de combate à corrupção, no governo Lula promoveu cerca de mil operações, produzindo centenas e centenas de prisões e processos na Justiça. Na era Lula, aliás, até banqueiros foram presos – Edmar Cid Ferreira e Daniel Dantas –, o que seria impensável na era FHC.
Mas talvez a maior ação em prol do combate à corrupção empreendida pelo governo Lula tenha sido a de indicar três procuradores-gerais da República diferentes em oito anos, sempre anuindo ao primeiro indicado da lista tríplice que o Ministério Público Federal sempre enviou ao presidente da República para que escolhesse o novo chefe da instituição e que, na era FHC, era solenemente ignorada em prol de um “engavetador-geral da República”, que atendia pelo nome de Geral Brindeiro e permaneceu à frente da instituição por oito anos.
O procurador-geral da República, como se sabe, é o único que tem a prerrogativa de processar o presidente. Enquanto que o escolhido por FHC para chefiar o MPF durante seus oito anos engavetou todas as representações e denúncias apresentadas e jamais tomou a iniciativa de denunciar qualquer coisa, os procuradores-gerais de Lula puderam até ser usados pela oposição como argumento contra ele e seu governo, pois os fustigaram impiedosamente.
Corrupção foi a venda subfaturada do patrimônio público por FHC, fazendo a fortuna dos amigos e tendo melhorado de vida a olhos vistos após sua passagem pela Presidência da República. FHC deveria ter vergonha de dizer o que disse. Ou cuidado, porque alguém poderia resolver investigar seu governo sujo.
Mas o mais revoltante nessa declaração de FHC é que mostra que, além de promotor da corrupção, ele também é desleal, mal-agradecido e traiçoeiro, pois aquela que teve a generosidade de fazer um reconhecimento de seu papel para quebrar a inércia inflacionária nos anos 1990, e que lhe tem dispensado tantas deferências, agora é tratada como, no mínimo, conivente com a corrupção.
Eis o que Dilma ganha por tentar contemporizar com esses gangsters da imprensa golpista e da direita partidária. É apunhalada pelas costas na primeira oportunidade, por mais que os bajule. E já que não adianta tentar manter uma relação civilizada com eles, portanto, então que tal ela começar a se dar ao respeito e ao menos parar com essa bajulação?

Dilma é 3ª mais poderosa do mundo. O Cerra corta os pulsos. Dilma é terceira em ranking das mais poderosas do mundo, diz ‘Forbes’

Presidente brasileira está atrás de Angela Merkel e de Hillary Clinton. Gisele Bündchen está no 60º lugar; políticas e empresárias lideram lista.

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, é a terceira mulher mais poderosa do mundo, de acordo com o ranking da revista norte-americana Forbes, divulgado nesta quarta-feira (24).

Na primeira posição, aparece a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, seguida pela secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton.

A lista da revista norte-americana é dominada por políticas, empresárias e líderes dos setores de mídia e entretenimento. A modelo brasileira Gisele Bündchen está no 60º lugar.

Entre as mulheres do mundo dos negócios, a mais bem colocada é a indiana Indra Nooyi (4ª no ranking geral), que comanda a PepsiCo, seguida pela chefe de operações do Facebook, Sheryl Sandberg (5ª), e pela presidente da norte-americana Kraft Foods, Irene Rosenfeld (10ª). Nenhuma brasileira aparece na lista nessa categoria.

A primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, que no ano passado ficou no topo do ranking, este ano caiu para a oitava posição.

Lady Gaga e a recém-nomeada editora-executiva do New York Times, Jill Abramson, estão em 11º e 12º lugar, respectivamente. Gaga é a mais nova da lista, com 25 anos, enquanto a Rainha Elizabeth, no 49º lugar, é a mais velha, com 85 anos.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, aparece na 17ª posição. Oito chefes de Estado e 29 presidentes-executivas estão na lista das 100 mulheres mais poderosas do mundo. Elas têm em média 54 anos e controlam, juntas US$ 30 trilhões. Vinte e duas delas são solteiras.

Vicentinho derrota Veja na Justiça

 
 
Vicentinho remove um detrito de maré baixa
O Conversa Afiada publica e-mail da assessoria do deputado federal Vicentinho (PT-SP):

Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios – TJDFT


Circunscrição : 1 – BRASILIA

Processo : 2011.01.1.112467-9

Vara : 213 – DECIMA TERCEIRA VARA CIVEL

Título : DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

Pauta : Nº 112467-9/11 – Indenizacao – A: VICENTE PAULO DA SILVA. Adv(s).: DF020865 – Patricia Daher Rodrigues Santiago. R: EDITORA ABRIL SA. Adv(s).: (.). Recebo a emenda. Os requisitos para a antecipação dos efeitos da tutela estão expressos no art. 273 do CPC: prova inequívoca, verossimilhança da alegação e fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação. No caso em tela, entendo presentes tais requisitos. A “prova inequívoca” – suficiente para o juízo de cognição sumária, próprio da presente fase processual -, bem como a verossimilhança das alegações do autor, encontram arrimo nos documentos apresentados com a peça de ingresso. Com efeito, consta nos autos a matéria reputada ofensiva, extraída da página da revista Veja na internet, na qual não consta tenha a manifestação do requerente quanto aos fatos alegados, sendo certo que a ética no jornalismo recomenda que se dê publicidade à versão das partes envolvidas (artigos 9.º, 10 e 12 do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, acessado no sítio eletrônico da Associação Brasileira de Imprensa, nesta data: http://www.abi.org.br/paginaindividual.asp?id=450). Há, ainda, nos documentos aportados pelo requerente, comentários dos leitores, postados no site da Revista Veja (fls. 31/61), denotando a repercussão negativa da matéria em sua imagem. O decurso do tempo entre a publicação da matéria supostamente ofensiva e a resposta do ofendido, caso esta fique reservada ao trânsito em julgado de eventual decisão condenatória, conduz ao fundado receio de dano de difícil reparação. Isso porque a versão dos fatos das pessoas citadas na matéria deve ser assegurada de preferência no próprio texto ou, não sendo possível, tão próximo quanto possível da divulgação dos acontecimentos noticiados. Desse modo, não apenas se preserva a imagem daqueles, mas também se assegura a plenitude do direito à informação. Acrescenta-se que não há perigo de irreversibilidade do provimento antecipado (requisito negativo estatuído pelo art. 273, § 2.º, do CPC). Vindo a ser julgado improcedente o pedido do autor, conquanto não se possa apagar o que já restou publicado, o requerente poderá arcar com os custos do texto que fizer publicar, bem como poderá a requerida dar igual publicidade à sentença de improcedência. Em vista do exposto, DEFIRO o pedido de antecipação dos efeitos da tutela, para determinar à requerida que conceda ao autor o direito de resposta à matéria intitulada “Terror e Poder”, publicada em 11/4/2011. A resposta deve ser publicada na edição da Revista Veja imediatamente seguinte à intimação da ré, com o igual destaque concedido àquela matéria, na mesma seção, com fonte idêntica, devendo o requerente limitar-se a fazer afirmações objetivas, vedando-se a emissão de opiniões depreciativas ou acusações ao requerido. Para o caso de descumprimento da obrigação, fixo pena de multa diária de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Publique-se. Cite-se. Intimem-se. Brasília – DF, segunda-feira, 22/08/2011 às 11h33. Enilton Alves Fernandes,Juiz de Direito .

ESTUDANTES E OPERÁRIOS JUNTOS NO CHILE: 1º GREVE GERAL DESDE A DITADURA PINOCHET

ESTUDANTES E OPERÁRIOS JUNTOS NO CHILE: 1º GREVE GERAL DESDE A DITADURA PINOCHET
Barricadas nas ruas, pneus em chamas e protestos em vários pontos do país marcam a greve geral de 48 horas,  a primeira mobilização desse porte desde a ditadura Pinochet, convocada conjuntamente pela CUT chilena e por estudantes. Embora o presidente Sebástian Piñera assegure que nada parou, fontes de seu próprio governo estimam em US$ 400 milhões os prejuízos com a greve. Mineiros do cobre, o maior contingente operário do mundo nesse segmento, apóiam a greve. Aeroviários do aeroporto internacional de Santiago também se mobilizam em solidariedade. A pressão popular por reformas --educacional, econômica e política--  atingiu seu ápice no último fim de semana quando milhares de famílias de classe média marcharam com os estudantes em vários pontos do país em apoio à luta por um sistema de ensino público, gratuito, de qualidade. O Chile tem a maior renda per capita da America Latina, cerca de US$ 14 mil. Mas é uma sociedade fraturada por iníqua desigualdade--a 4º pior da AL--  herdada da política neoliberal avant la lettre implantada em 11 de setembro de 1973 pela ditadura Pinochet. Os 20% mais ricos têm uma renda 14 vezes maior que a média dos 20% mais pobres. A educação é paga; praticamenre não existe universidade pública. O Chile levou a serio o projeto do Estado mínimo com isenções fiscais máximas aos ricos, receita que esfarela em todo o mundo nesta crise. A carga fiscal das empresas é de 17% contra 35% no Brasil. Em vez de serviços públicos, negócios privados. As mobilizações estudantis que contagiaram  a classe media e, agora, os trabalhadores, simbolizam um acerto de contas com esse modelo. O milionário Piñera, 'a direita moderna', é parte dele. Foi   eleito em 2010 com ampla abstenção de uma juventude tida até então como uma das mais apáticas de toda AL. A ala mais dura do seu  governo, com ministros egressos diretamente do pinochetismo defendeu a aplicação da Lei de Segurança Nacional contra os grevistas. Seu temor é que a evolução dos protestos possa desembocar no próximo dia 11 de setembro, aniversário do golpe,em contestação aberta ao governo.


ESTUDANTES E OPERÁRIOS JUNTOS NO CHILE: 1º GREVE GERAL DESDE A DITADURA PINOCHET 
Barricadas nas ruas, pneus em chamas e protestos em vários pontos do país marcam a greve geral de 48 horas,  a primeira mobilização desse porte desde a ditadura Pinochet, convocada conjuntamente pela CUT chilena e por estudantes. Embora o presidente Sebástian Piñera assegure que nada parou, fontes de seu próprio governo estimam em US$ 400 milhões os prejuízos com a greve. Mineiros do cobre, o maior contingente operário do mundo nesse segmento, apóiam a greve. Aeroviários do aeroporto internacional de Santiago também se mobilizam em solidariedade. A pressão popular por reformas --educacional, econômica e política--  atingiu seu ápice no último fim de semana quando milhares de famílias de classe média marcharam com os estudantes em vários pontos do país em apoio à luta por um sistema de ensino público, gratuito, de qualidade. O Chile tem a maior renda per capita da America Latina, cerca de US$ 14 mil. Mas é uma sociedade fraturada por iníqua desigualdade--a 4º pior da AL--  herdada da política neoliberal avant la lettre implantada em 11 de setembro de 1973 pela ditadura Pinochet. Os 20% mais ricos têm uma renda 14 vezes maior que a média dos 20% mais pobres. A educação é paga; praticamenre não existe universidade pública. O Chile levou a serio o projeto do Estado mínimo com isenções fiscais máximas aos ricos, receita que esfarela em todo o mundo nesta crise. A carga fiscal das empresas é de 17% contra 35% no Brasil. Em vez de serviços públicos, negócios privados. As mobilizações estudantis que contagiaram  a classe media e, agora, os trabalhadores, simbolizam um acerto de contas com esse modelo. O milionário Piñera, 'a direita moderna', é parte dele. Foi   eleito em 2010 com ampla abstenção de uma juventude tida até então como uma das mais apáticas de toda AL. A ala mais dura do seu  governo, com ministros egressos diretamente do pinochetismo defendeu a aplicação da Lei de Segurança Nacional contra os grevistas. Seu temor é que a evolução dos protestos possa desembocar no próximo dia 11 de setembro, aniversário do golpe,em contestação aberta ao governo.

**a Confederação Geral Italiana do Trabalho, CGIT , a maior central do país, convoca greve geral para  6 de setembro contra o pacote de arrocho fiscal anunciado por Berlusconi**caem as encomendas à indústria na zona do euro** aumentam os estoques industriais no Brasil**Abdel Jalil, dirigente da CNT, órgão máximo dos rebeldes líbios, oferece anistia 'por qualquer crime cometido' a quem assasinar Kadafi ** persistem combates em Trípoli.
(Carta Maior; 4º feira, 24/08/ 2011

Conselho Regional de Medicina pede revogação da lei 1.131


da Assessoria de Imprensa do Cremesp
Em sessão plenária do dia 23 de agosto de 2011, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) manifestou-se contra a lei que permite a destinação de até 25% da capacidade de hospitais públicos para atendimento de pacientes particulares e conveniados a planos e seguros de saúde.
Segundo o Cremesp, os contratos entre operadoras de planos de saúde e organizações sociais (OSs) que administram hospitais estaduais poderão levar à criação da “dupla porta” de atendimento, com privilégio de assistência aos pacientes de convênios e particulares, em detrimento dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em dezembro de 2010, quando o projeto foi discutido na Assembleia Legislativa, o Cremesp divulgou nota pedindo o adiamento da votação: “trata-se de tema complexo, com grande impacto na configuração do sistema de saúde estadual, o que exige um  debate com a participação de toda a sociedade.”
Confira a seguir o novo posicionamento do Cremesp:



POSIÇÃO DO CREMESP SOBRE A LEI ESTADUAL  Nº 1.131/2010
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) vem posicionar-se contrariamente à Lei Complementar Nº. 1.131/2010, seguida do Decreto Estadual Nº 57.108, de 6/7/2011, que permite aos hospitais da rede estadual, administrados por Organizações Sociais, destinar até 25% da capacidade instalada para particulares, planos e seguros de saúde.
Manifestamos igualmente nossa preocupação quanto à decisão da Secretaria de Estado da Saúde (Resolução SS – Nº 81, publicada no DOE de 6/8/2011 – Seção 1 – p.30) de autorizar os primeiros hospitais a celebrar diretamente contratos com planos e seguros de saúde privados.
É notória a insuficiência da rede estadual de saúde para atender a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS), situação agravada pela ausência de um plano de carreira, cargos e vencimentos para os médicos do estado.
Além disso, cabe denunciar a omissão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em viabilizar o ressarcimento ao SUS, sempre que pacientes de planos de saúde são atendidos em hospital público, conforme determina o artigo 32 da Lei Nº 9.656/98.

Da mesma forma, a ANS não pode fugir à sua obrigação de fiscalizar e exigir das operadoras de planos de saúde a oferta de rede de serviços adequada para atendimento integral dos pacientes, o que reduziria a procura do SUS por parte da população coberta na saúde suplementar.
Destacamos o princípio fundamental do Código de Ética Médica: “A Medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade e será exercida sem discriminação de qualquer natureza” (Capítulo I; I).

Considerando os possíveis impactos negativos da legislação em pauta, que poderá levar à criação da “dupla porta” de atendimento, com privilégio de assistência aos pacientes de convênios médicos e particulares, em oposição aos princípios do SUS de universalidade, equidade e integralidade, além da diminuição dos recursos materiais e humanos já escassos ofertados à população usuária do sistema público, o Cremesp solicita ao Exmo. Governador Geraldo Alckmin, ao Ilmo. Secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri e ao Exmo. Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Deputado José Antônio Barros Munhoz, a revogação da Lei Complementar Nº 1.131/2010, do Decreto Estadual Nº 57.108, de 6/7/2011 e da Resolução SS – 81, de 6/8/2011.

Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
Aprovado em Sessão Plenária de 23 de agosto de 2011
Alckmin vende até 25% dos leitos hospitalares do SUS para reduzir rombo de R$ 147 milhões nas OSs
Hospitais públicos gerenciados por OSs: o rombo acumulado é de R$ 147,18 milhões
Lei paulista é uma paulada no SUS
Arthur Chioro: “Planos privados de saúde vão economizar e paulistas pagarão a conta”
Mário Scheffer: “Lei da Dupla Porta é o maior ataque ao SUS desde o PAS, do Maluf”
Fórum de ONGs-Aids: Dupla porta pode chegar ao Emílio Ribas
Ministro Padilha, até quando vai dar dinheiro do SUS para São Paulo entregar aos planos privados de saúde?

Salvatore Cacciola vai ganhar a rua hoje


 
O ex-dono do banco Marka, e ex sogro de Índio  da Costa, ex vice do tuvano José Serra, Salvatore Cacciola, aguarda alvará de soltura para deixar a prisão de Bangu 8, no Rio, onde cumpre pena desde 2008 por peculato e gestão fraudulenta de instituição financeira.Nesta terça-feira, a juíza Natascha Maculan Adum Dazzi, da Vara de Execuções Penais, aceitou o pedido de liberdade condicional de Cacciola.

Cacciola foi condenado a 13 anos de prisão pela Justiça brasileira 9ficou 4 na cadeia), em primeira e segunda instâncias, acusado de ter cometido peculato e gestão fraudulenta ao se valer de operações ilegais de compra de dólar que resultaram em prejuízo de R$ 1,6 bilhão ao tesouro brasileiro durante a desvalorização do real, no início de 1999.

Por conta disso, Cacciola foi preso provisoriamente, mas em 2000 conseguiu um habeas corpus do ministro do STF Marco Aurélio Mello e fugiu  para a Itália.

Logo depois, o plenário do Supremo revogou a liminar concedida, determinando uma nova prisão, mas Cacciola não retornou ao Brasil e passou a ser considerado foragido.

Um pedido de extradição do ex-banqueiro foi negado pela Itália, sob o argumento de que ele possui a cidadania italiana.

Depois de ser localizado pela Interpol em Mônaco em setembro de 2007, Cacciola foi preso. Ele foi extraditado ao Brasil em julho do ano seguinte. Desde então, está no preso no Rio.

O caso Marka no governo de Fernando Henrique Cardoso

Durante a desvalorização do real, os bancos Marka e FonteCindam foram socorridos pelo Banco Central com R$ 1,6 bilhão. O pretexto é que a quebra desses bancos criaria risco sistêmico para a economia. Chico Lopes, ex-presidente do BC, e Salvatore Cacciola, ex-dono do Banco Marka, estiveram presos, ainda que por um pequeno lapso de tempo. Cacciola retornou à sua Itália natal, onde vivia  tranqüilo, até que no governo Lula, ele voltou para a cadeia

24 de agosto de 1954 --- 24 de agosto de 2012

  24 de agosto de 1954 --- 24 de agosto de 2012

"...É preciso acabar com a corrupção sistêmica que, na verdade, foi o que foi sendo consolidado no governo anterior'
(Fernando Henrique Cardoso, Globo;23/08).

"... Acuso um só homem como responsável(...). É o protetor dos ladrões (...) Este homem se chama Getúlio Vargas".
(Carlos Lacerda, após suposto atentado contra ele no dia 5 e agosto de 1954; 19 dias depois Vargas cometeria o suicídio que reverteu o golpe conservador em marcha no país preservando conquistas  sociais e soberanas que mudariam a história brasileira, como a nacionalização do petróleo, a criação da Petrobrás, a instituição do salário mínimo e a maior participação popular na vida política nacional. Trunfos até hoje condenados pelo conservadorismo nativo).
 

"...É preciso acabar com a corrupção sistêmica que, na verdade, foi o que foi sendo consolidado no governo anterior'
(Fernando Henrique Cardoso, Globo;23/08).

"... Acuso um só homem como responsável(...). É o protetor dos ladrões (...) Este homem se chama Getúlio Vargas".
(Carlos Lacerda, após suposto atentado contra ele no dia 5 e agosto de 1954; 19 dias depois Vargas cometeria o suicídio que reverteu o golpe conservador em marcha no país preservando conquistas  sociais e soberanas que mudariam a história brasileira, como a nacionalização do petróleo, a criação da Petrobrás, a instituição do salário mínimo e a maior participação popular na vida política nacional. Trunfos até hoje condenados pelo conservadorismo nativo).
(Carta Maior; 4º feira, 24/08/ 2011

A síndrome de Maia (ou A Peleja dos Pretos Fedidos Contra os de Fina Estampa)

 


LUIZ ANTONIO SIMAS 

De onde menos se espera, já dizia o Barão de Itararé, é que não vem nada que preste. Lembrei disso quando soube que Wolf Maia, diretor da novela global Fina Estampa, com elenco predominantemente branco (parece que tem uns crioulos representando moradores de comunidades), foi condenado em junho último por crime de racismo. Maia, que está recorrendo da condenação, se referiu a um funcionário negro de um teatro de Campinas nos seguintes termos: "me colocaram um preto fedorento que saiu do esgoto com mal de Parkinson para operar o canhão de luz..." ( )

O caso não me surpreende. Está na ordem do dia, sobretudo entre certos segmentos da classe média alta e das elites endinheiradas do país, manifestar uma pedante aversão ao povo brasileiro. Chamei isso certa feita de "Mal de Neuendorf". Explico. Kevin Neuendorf, para quem não se lembra, foi o chefe da delegação dos Estados Unidos durante os jogos panamericanos de 2007, realizados no Rio de Janeiro. O Mister Neuendorf chocou muita gente ao aparecer para uma entrevista coletiva com um cartaz onde se lia: "Welcome to Congo". Alguns brasileiros ficaram profundamente ofendidos com o gringo que, cheio de arrogância, nos comparou ao país da África.

Escrevi na ocasião um texto em que, provocativamente, concordei com o mister e afirmei que somos de fato o Congo. Alguns acontecimentos recentes, feito esse caso Wolf Maia, apenas escancaram a existência de uma elite preconceituosa, nefasta, assustadoramente moralista e potencialmente fascista. É por isso que retomo e desenvolvo alguns argumentos que utilizei à época para afirmar, aos que sofrem do Mal de Neuendorf (ou Síndrome de Wolf Maia, se preferirem), que os brasileiros, pretos fedidos, somos Congo mesmo. Com muito orgulho.

Somos porque vieram de lá, da região do Congo-Angola, só no século XVII, cerca de 700 mil africanos para trabalhar nas lavouras e minas do Brasil Colonial. Nós, os brasileiros, somos, portanto, congos. Somos também jalofos, bamuns, mandingas, bijagós, fantes, achantis, gãs, fons, guns, baribas, gurúnsis, quetos, ondos, ijexás, ijebus, oiós, ibadãs, benins, hauçás, nupês, ibos, ijós, calabaris, teques, iacas, anzicos, andongos, songos, pendes, lenges, ovimbundos, ovambos, macuas, mangajas e cheuas.

Todos estes acima mencionados são grupos de africanos que chegaram nessas praias com seus valores, conjuntos de crenças, costumes e línguas - culturas, enfim - para, ao lado de minhotos, beirões, alentejanos, algarvios, transmontanos, açorianos, madeirenses e milhares de comunidades ameríndias, civilizar o Brasil.

O caso é que agora está rolando uma certa moda - que faz a alegria dos descolados iconoclastas e dos apóstolos do liberalismo mais tacanho - de atribuir aos próprios africanos a responsabilidade sobre a escravidão. Todo mundo palpita sobre a história da África, mete o bedelho sem conhecimento de causa e, nesse rame-rame, tem gente dizendo que nós nunca fomos racistas e que Monteiro Lobato comparava Tia Nastácia a uma macaca beiçuda por uma questão de afeto. Sugiro que esses papudos leiam Silvio Romero e Oliveira Vianna, dois intelectuais respeitados em antanhos.

Silvio Romero, ao refletir sobre o problema brasileiro no início do século passado, sugeriu que a única salvação do país era torcer para que a miscigenação se fosse processando com o aumento contínuo do sangue branco. Chegou a profetizar que (se a miscigenação fosse estimulada) a superioridade do sangue branco prevaleceria e no ano 2000 não haveria mais traços negróides no nosso povo. Clarear o brasileiro, eis a solução do nobre intelectual.

Oliveira Vianna, por sua vez, escreveu um livro outrora muito respeitado, que apaixonou gerações de leitores, chamado Evolução do povo brasileiro. Segundo este autor, a salvação possível do Brasil era a nação embranquecida. Para ele, a imigração européia, a fecundidade dos brancos , maior do que a das raças inferiores (negros e índios ), e a preponderância de cruzamentos felizes, nos quais os filhos de casais mistos herdariam as características superiores do pai ou da mãe branca, garantiam um futuro brilhante e branquelo ao Brasil.

A irresponsabilidade de reacionários rancorosos e embusteiros intelectuais escancara a existência de brasileiros que sentem verdadeiro nojo do nosso povo, execram o Brasil e guardam no fundo de suas almas o acalentado sonho que Romero e Vianna ousaram expressar. São aqueles que nutrem verdadeiro pânico de lembrar que vivem num país mestiço, em larga medida civilizado pela África e dotado da cultura mais rica e múltipla que o mundo conhece.

São brasileiros que marcharam com Deus pela liberdade em 1964, mandam os filhos para intercâmbios nos EUA, Austrália e Europa em busca de valores supostamente civilizados, vivem encastelados em condomínios luxuosos, acham que a empregada doméstica deve vestir uniforme branco e subir pelo elevador de serviço, não gostam de pretos, botam fogo em índios, não respeitam as religiosidades afro-ameríndias, dizem que samba é coisa de gentinha, frequentam compulsivamente shoppings centers, gastam num jantar o que pagam em um mês para os empregados, vibram quando a polícia executa moradores de favelas e criam filhos enfurecidos e preconceituosos que saem de noitadas em boates da moda para surrar pobres, gays e garotas de programa nas esquinas das grandes cidades.

Essa gente não se conforma com o Brasil que vive nos maracatus, nos moçambiques, na taieira, na folia de são Benedito, no candomblé de angola, nas cavalhadas, no terno-de-congo, no batuque do jongo e na dança do semba.

Somos os pretos fedidos que tanto irritam os Wolf Maia. E somos porque batemos tambor, batemos cabeça, dançamos e rezamos como os do lado de lá da Calunga Grande, o mar dos tumbeiros, sepultura de tantos.

Somos o Congo e somos a África porque somos o país de Zumbi, Licutam, Ganga- Zumba, Luiza Mahin, Bamboxe Obitiku , Felisberto Benzinho, Cipriano de Ogum, Leônidas da Silva, João da Baiana, Donga , Pixinguinha, Candeia, Mãe Senhora, Mãe Aninha, Tata Fomutinho, João Candido, Osvaldão, Marighela, Martiniano do Bomfim, Solano Trindade, Silas de Oliveira e de tantos outros heróis civilizadores.

Urge afirmar, contra os preconceitos mais mesquinhos dos de fina estampa, o Brasil que acalentamos - o nosso Congo Ameríndio de macaias, aldeias, botequins, ocas, sambas, calundus, jongos e portugueses fados. Com a proteção de Zambiapungo, de todos os inkices de Angola e dos ancestrais do samba.

Abraços

'MILIONÁRIOS PATRIÓTICOS' PEDEM MAIS ESTADO

'MILIONÁRIOS PATRIÓTICOS' PEDEM MAIS ESTADOPrimeiro, o megabilionário norte-americano Warren Buffet -dono de um patrimônio líquido de US$ 50 bi--   escreveu um texto jocoso no Time, no dia 15 de agosto. A contrapelo do ultra-neoliberalismo que pretende escavar o abismo  com um duplo degrau de arrocho  fiscal e vetos à taxação dos ricos, Buffet convocou o fisco dos EUA a deixar de mimá-lo com isenções absurdas da era Bush. "Enquanto os pobres e a classe média lutam por  nós no Afeganistão, e enquanto a maioria dos americanos luta para sobreviver, nós, os megarricos, continuamos  a receber nossos extraordinários incentivos  fiscais". Buffet poderia ter incluído uma menção generalista citando a extinção da CPMF no Brasil, promovida em 2007 por uma coalizão midiático-conservadora. Passemos. Nesta 3º feira, foi a vez de um grupo de 16 endinheirados franceses seguir seu caminho. Em carta  enviada ao  'Le Nouvel Observateur' eles conclamam o Estado francês a assumir suas responsabilidades fazendárias  instituindo taxa extra sobre grandes fortunas. Tem aí um  jogo combinado com Sarkozy. O  aspirante a 'petit de Gaulle' anuncia nesta 4º feira medidas de arrocho para conter o déficit público. Um adicional mínimo sobre grandes fortunas  suavizaria  a percepção crescente de que há um  escalpo em marcha no planeta: os prejuízos com a crise  serão compartilhados de forma isonômica com os pobres que não usufruiram os lucros precedentes. O jogral orquestrado não exclui a preocupação subjacente de um gesto preventivo para não perder os dedos. No caso dos EUA o dono da mão diz claramente que os centuriões encarregados de protege-la foram longe de mais: ‘Meus amigos e eu já fomos bastante mimados por um Congresso amigável com os bilionários', denunciou Buffet. A forma caricata como as coisas se manifestam em certos momentos não deve ofuscar a a gravidade das tensões que elas revelam. A crise atingiu um ponto tal que franjas de endinheirados começam a a acenar com anéis, ainda que sejam imitações baratas dos originais guardados nos cofres.O privilégio desfrutado no ciclo neoliberal, segundo os próprios beneficiados, só foi possível porque o Estado recuou a ponto de se inviabilizar fiscalmente, substituindo o imposto sobre a riqueza por um endividamento público paralisante. Para  metabolizar o passivo resultante desse processo três formas são identificáveis na história: a) hiperinflação ou guerra devastadora, ambas dotadas de capacidade destrutiva para eliminar fisicamente uma parte do problema; b) imposto significativo sobre grandes fortunas, sobretudo do setor financeiro; c) arrocho, desemprego e sequestro de direitos sociais.
'MILIONÁRIOS PATRIÓTICOS' PEDEM MAIS ESTADOPrimeiro, o megabilionário norte-americano Warren Buffet -dono de um patrimônio líquido de US$ 50 bi--   escreveu um texto jocoso no Time, no dia 15 de agosto. A contrapelo do ultra-neoliberalismo que pretende escavar o abismo  com um duplo degrau de arrocho  fiscal e vetos à taxação dos ricos, Buffet convocou o fisco dos EUA a deixar de mimá-lo com isenções absurdas da era Bush. "Enquanto os pobres e a classe média lutam por  nós no Afeganistão, e enquanto a maioria dos americanos luta para sobreviver, nós, os megarricos, continuamos  a receber nossos extraordinários incentivos  fiscais". Buffet poderia ter incluído uma menção generalista citando a extinção da CPMF no Brasil, promovida em 2007 por uma coalizão midiático-conservadora. Passemos. Nesta 3º feira, foi a vez de um grupo de 16 endinheirados franceses seguir seu caminho. Em carta  enviada ao  'Le Nouvel Observateur' eles conclamam o Estado francês a assumir suas responsabilidades fazendárias  instituindo taxa extra sobre grandes fortunas. Tem aí um  jogo combinado com Sarkozy. O  aspirante a 'petit de Gaulle' anuncia nesta 4º feira medidas de arrocho para conter o déficit público. Um adicional mínimo sobre grandes fortunas  suavizaria  a percepção crescente de que há um  escalpo em marcha no planeta: os prejuízos com a crise  serão compartilhados de forma isonômica com os pobres que não usufruiram os lucros precedentes. O jogral orquestrado não exclui a preocupação subjacente de um gesto preventivo para não perder os dedos. No caso dos EUA o dono da mão diz claramente que os centuriões encarregados de protege-la foram longe de mais: ‘Meus amigos e eu já fomos bastante mimados por um Congresso amigável com os bilionários', denunciou Buffet. A forma caricata como as coisas se manifestam em certos momentos não deve ofuscar a a gravidade das tensões que elas revelam. A crise atingiu um ponto tal que franjas de endinheirados começam a a acenar com anéis, ainda que sejam imitações baratas dos originais guardados nos cofres.O privilégio desfrutado no ciclo neoliberal, segundo os próprios beneficiados, só foi possível porque o Estado recuou a ponto de se inviabilizar fiscalmente, substituindo o imposto sobre a riqueza por um endividamento público paralisante. Para  metabolizar o passivo resultante desse processo três formas são identificáveis na história: a) hiperinflação ou guerra devastadora, ambas dotadas de capacidade destrutiva para eliminar fisicamente uma parte do problema; b) imposto significativo sobre grandes fortunas, sobretudo do setor financeiro; c) arrocho, desemprego e sequestro de direitos sociais.
'MILIONÁRIOS PATRIÓTICOS' PEDEM MAIS ESTADO
Primeiro, o megabilionário norte-americano Warren Buffet -dono de um patrimônio líquido de US$ 50 bi--   escreveu um texto jocoso no Time, no dia 15 de agosto. A contrapelo do ultra-neoliberalismo que pretende escavar o abismo  com um duplo degrau de arrocho  fiscal e vetos à taxação dos ricos, Buffet convocou o fisco dos EUA a deixar de mimá-lo com isenções absurdas da era Bush. "Enquanto os pobres e a classe média lutam por  nós no Afeganistão, e enquanto a maioria dos americanos luta para sobreviver, nós, os megarricos, continuamos  a receber nossos extraordinários incentivos  fiscais". Buffet poderia ter incluído uma menção generalista citando a extinção da CPMF no Brasil, promovida em 2007 por uma coalizão midiático-conservadora. Passemos. Nesta 3º feira, foi a vez de um grupo de 16 endinheirados franceses seguir seu caminho. Em carta  enviada ao  'Le Nouvel Observateur' eles conclamam o Estado francês a assumir suas responsabilidades fazendárias  instituindo taxa extra sobre grandes fortunas. Tem aí um  jogo combinado com Sarkozy. O  aspirante a 'petit de Gaulle' anuncia nesta 4º feira medidas de arrocho para conter o déficit público. Um adicional mínimo sobre grandes fortunas  suavizaria  a percepção crescente de que há um  escalpo em marcha no planeta: os prejuízos com a crise  serão compartilhados de forma isonômica com os pobres que não usufruiram os lucros precedentes. O jogral orquestrado não exclui a preocupação subjacente de um gesto preventivo para não perder os dedos. No caso dos EUA o dono da mão diz claramente que os centuriões encarregados de protege-la foram longe de mais: ‘Meus amigos e eu já fomos bastante mimados por um Congresso amigável com os bilionários', denunciou Buffet. A forma caricata como as coisas se manifestam em certos momentos não deve ofuscar a a gravidade das tensões que elas revelam. A crise atingiu um ponto tal que franjas de endinheirados começam a a acenar com anéis, ainda que sejam imitações baratas dos originais guardados nos cofres.O privilégio desfrutado no ciclo neoliberal, segundo os próprios beneficiados, só foi possível porque o Estado recuou a ponto de se inviabilizar fiscalmente, substituindo o imposto sobre a riqueza por um endividamento público paralisante. Para  metabolizar o passivo resultante desse processo três formas são identificáveis na história: a) hiperinflação ou guerra devastadora, ambas dotadas de capacidade destrutiva para eliminar fisicamente uma parte do problema; b) imposto significativo sobre grandes fortunas, sobretudo do setor financeiro; c) arrocho, desemprego e sequestro de direitos sociais.
(Carta Maior; 4º feira, 24/08/ 2011