Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

PT fará campanha nacional em defesa de Lula



O PT e outros partidos de esquerda decidiram reagir à caçada judicial contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; a partir de 7 de novembro, uma frente multipartidária organizará ações voltadas à disseminação de informações em defesa de Lula e do legado de seus dois mandatos, começando por um ato com a presença de juristas, intelectuais e militantes; um ato maior, para milhares de pessoas, ocorrerá em 29 de novembro; "Mas não serão atos em sua defesa pessoal, e sim, dos direitos que ajudou a conquistar e que o atual governo quer extinguir", afirma o ex-ministro Gilberto Carvalho, um dos coordenadores nacionais da campanha 

247 – O PT e outros partidos de esquerda decidiram reagir à caçada judicial contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo informa a jornalista Andrea Jubé, no Valor.

A partir de 7 de novembro, uma frente multipartidária organizará ações voltadas à disseminação de informações em defesa de Lula e do legado de seus dois mandatos, começando por um ato com a presença de juristas, intelectuais e militantes.

Um evento maior, para milhares de pessoas, ocorrerá em 29 de novembro, em São Paulo. "Mas não serão atos em sua defesa pessoal, e sim, dos direitos que ajudou a conquistar e que o atual governo quer extinguir", afirma o ex-ministro Gilberto Carvalho, um dos coordenadores nacionais da campanha.
"Além do processo de criminalização do Lula e do PT, há um movimento para retirar direitos da população", diz Gilberto Carvalho. "A PEC do Teto retira os pobres do orçamento, a tentativa de desvincular os benefícios do salário mínimo prejudicará os aposentados", reforça.

Ele afirma, ainda, que o objetivo da ofensiva judicial é retirá-lo da disputa presidencial de 2018. "Antes de nos preocuparmos com a sucessão no PT, temos de nos mobilizar em defesa do Lula", diz ele.

Na mais recente pesquisa Vox Populi, Lula lidera, com 34%, e está muito à frente dos principais adversários (leia reportagem do 247 a respeito). É por isso, diz Carvalho, que pretendem condená-lo e torná-lo ficha-suja

sexta-feira, 15 de abril de 2016

FRENTE CONTRA GOLPE PODE PARAR O PAÍS NESTA SEXTA

sexta-feira, 6 de março de 2015

Quem financia campanha do Impeachment e protesto de Caminhoneiros?

Os homens mais ricos do Brasil estão tentando minar a Presidência, investindo muito dinheiro para promover as greves de caminhoneiros e o ato pró Impeachment marcado para 15/03. Junto com setores da mídia, estão instalando uma falsa sensação de instabilidade política e econômica, fazendo parecer que o Governo está fragilizado e que é incompetente.

A elite mais rica do país quer, mais uma vez, controlar a opinião pública, manipulando fatos, distorcendo a realidade e comprando apoios.

Essa é uma questão que poucos têm levantado nos últimos dias: Quem está financiando o movimento “Vem pra Rua”, favorável ao impeachment da presidenta Dilma? Pode parecer uma ação meramente civil  e apartidária como tentam pregar, mas informações disponíveis na internet desmentem isso e provam que há uma tentativa gigantesca de manipulação da opinião pública para jogar a maioria dos brasileiros contra o Governo, gerar instabilidade e dar a sensação de fraqueza das instituições democráticas.
Posso afirmar com certeza que os empresários mais ricos de nosso país estão por trás, financiando este movimento diretamente, não por interesse cívico, mas pessoal, econômico e em favor de um projeto deliberado em voltar o Brasil para as condições pré governos do PT.
Quero responder e demonstrar aqui:
  • Quem financia a campanha pró Impeachment
  • Quem financia as greves de Caminhoneiros

Os nomes por trás dos protestos pró Impeachment

Quem são as pessoas por trás desse movimento, investindo dinheiro e suas próprias estruturas empresariais?
Cheguei aos seguintes nomes: Jorge Paulo LemannCarlos Alberto SicupiraMarcel Herrmann Telles. São 3 dos 5 homens mais ricos do Brasil, sócios em vários negócios, onde o mais conhecido é a Ambev.
Vistando a página do Vem Pra Rua Brasil no Facebook (Link), criada durante a campanha de segundo turno das eleições presidenciais de 2014, dou destaque para as seguintes imagens:


Para impulsionar uma publicação (patrocinar um conteúdo) e garantir que mais pessoas vejam aquele post, é preciso pagar ao Facebook. Os valores dependem do tipo de alcance desejado. Mesmo que contratem um valor mínimo, alguém tem que pagar a conta, mas não vemos nenhuma fonte de receita dessa Fan Page.
Diferente da Página do Revoltados Online que é claramente mantida pelo oportunismo de seu criador, que descobriu uma forma de ganhar dinheiro com todo esse movimento, vendendo kits de camisetas e adesivos ao valor de R$170,00 na média. Não vou tratar sobre essa página e seu criador, pois é apenas um caso de oportunismo individual.
O Facebook não permite saber quem são os administradores de uma Página, mas, como podemos ver na segunda imagem, uma publicação do dia 2 de novembro de 2014 do Vem pra Rua Brasil, podemos chegar aos financiadores e aos nomes que citei acima.
Eles divulgavam o endereço http://www.vemprarua.org.br e recentemente mudaram para o endereço http://www.vemprarua.net
Só isso já seria um fato suspeito.
Domínios (como são conhecidos os endereços URL dos sites) registrados no Brasil (todos os terminados em .BR) têm os dados dos proprietários como públicos e você pode identificar quem registrou tais domínios.
Diferente dos domínios internacionais que pode ser garantido o anonimato.
A nossa constituição diz no artigo 5º que: “IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato“. Vamos guardar essa informação para depois.
Ao pesquisar pelo sistema WhoIs do Registro.BR (Link) para o antigo endereço “vemprarua.org.br”, chegamos ao que pode ser visto na imagem:
domínio-vemprarua-org-br
Vemos que foi registrado com o CNPJ e com as informações do financeiro da Fundação Estudar. E o que é tal fundação e quem são seus mantenedores?
Para responder isso basta acessar http://www.estudar.org.br e ler a página “Quem Somos”, como destaco na imagem abaixo:
Fundação Estudar
IMPORTANTE: É legítimo que cidadãos, independente de sua situação sócio-econômica, financiem/patrocinem qualquer evento cívico.
O que estou questionando aqui é o anonimato e o que tais empresários ganham com isso.
A conclusão lógica que chego é que, ao mudarem o domínio vemprarua.org.br para o novo vemprarua.net, fizeram com a intenção de não mostrar quem está por trás desse movimento e da página. Esconder quem financia para fazer parecer algo nascido espontaneamente, sem influências externas.
Estou dando destaque a esta página por ser ela a principal divulgadora dos protestos marcados para 15/03 e ser a primeira a publicar sobre essa convocação. O que leva a deduzir que foram eles quem “criaram” a ideia de protestar pelo Impeachment da Dilma.

Se abrirmos a lista da Forbes dos homens mais ricos do Brasil (Link), temos o que está na imagem:



Curiosamente, se somarmos a fortuna dos 3 irmãos Marinho, eles disputam o primeiro lugar com Lemann e fechamos a lista dos 5 homens mais ricos do Brasil.
Um vídeo curioso que encontrei na internet e dá sustentação ao argumento de que estes três empresários estão financiando a página Vem Pra Rua Brasil e financiando o movimento pró impeachment da presidenta Dilma, nos faz pensar.
 
O mantenedor do Revoltados Online (Link), Marcello Reis, aos 7 minutos (role direto para os 7 min.) do vídeo abaixo diz claramente que o Vem Pra Rua é um movimento de empresários:




Mas este é “peixe pequeno”, que encontrou uma forma de ganhar dinheiro na internet, aproveitando-se da situação. Mesmo assim podemos supor que ele tenha contatos com os organizadores de outros movimentos semelhantes ao dele e, com isso, tenha informações privilegiadas.

E a greve dos Caminhoneiros?

A partir desse ponto tenho apenas especulações e perguntas, mais do que respostas de fato.
Vídeo que a Polícia Rodoviária Federal publicou em 02/03/2015 confirma argumentos que levanto neste artigo. Assista abaixo e continue lendo o texto:
Acredito que estes três homens também estão financiando/patrocinando/estimulando as greves de caminhoneiros por todo o Brasil. Não todos os pontos de greve desses últimos dias, mas os primeiros, que acabaram motivando e incentivando os subsequentes.
No mínimo estão permitindo que seus funcionários participem da Greve e disponibilizando infraestrutura para os caminhoneiros.
Eles são donos das maiores redes de logísticas do Brasil. Como a Ambev, empresas de varejo (ex.: Lojas Americanas), América Latina Logística (que tem mais de mil caminhões próprios e agregados) e a B2W (maior empresa de logística para pequenas entregas de sites de e-commerce no Brasil) são alguns exemplos do poder de influência que eles têm para convocar uma paralisação de caminhões.
Veja mais sobre as principais empresas que eles são donos e o poder de logística que eles dominam:
Podemos imaginar o tamanho da frota de caminhões que eles têm diretamente e todos os terceirizados ou autônomos que prestam serviços para suas empresas. Sem contar tantas outras empresas que dependem da logística que eles dominam.
Será que eles permitiriam que seus serviços fossem prejudicados com tal greve?
Quem acompanha as notícias sobre os protestos dos caminhoneiros, ouviu por diversas vezes e há relatos nas redes sociais dos próprios motoristas, de que muitos estão sendo coagidos a participar das paralisações, forçados e ameaçados caso não participem.


Fica a dúvida:
  • Como que estes homens estão assumindo o risco de ficarem desempregados, perderem dinheiro com dias não trabalhados (já que ganham por Km rodado, inclusive aqueles que são contratados das empresas de logística) e ainda gastarem para se manter parados às beiras de estrada?
  • Quem está sustentando estes trabalhadores, pagando pelas perdas?
  • Quem os estão alimentando?
  • Por que há coerção se este é um movimento livre e espontâneo?
Sem contar que muitos desses motoristas estão perdendo prazos e eles trabalham sob contratos, que incluem multas por atraso e/ou perdas. Quem paga por essas multas contratuais e perdas eventuais?
O que corrobora minhas dúvidas é a aprovação sem veto da Lei dos Caminhoneiros, onde estão incluídos dois pontos questionáveis:
  1. Perdão das multas por excesso de peso dos últimos 2 anos
  2. Prorrogação por mais 12 meses para pagamento de financiamentos do BNDES para compra de caminhões
Estes dois itens favorecem quase que exclusivamente as empresas donas dos caminhões e não os motoristas.
Quem é o responsável pelo caminhão sair carregado além do peso permitido?
É o motorista ou a empresa que o contratou? Quem paga a multa?
O motorista, autônomo ou não, foi coagido a trafegar pelas estradas com seu caminhão carregado além do limite permitido. Se ele não fizer isso pode perder o emprego. Portanto, este perdão das multas favorece às empresas de logística principalmente.
Sem contar que o contribuinte vai pagar essa multa duas vezes. Perde-se arrecadação e nossas estradas vão sendo destruídas pelos caminhões sobrecarregados.
Quem são os maiores compradores de caminhões com financiamento pelo BNDES?
Entendo que aquele motorista autônomo merce renegociar sua dívida. Mas as empresas de logística, que faturam milhões, serão as maiores beneficiadas. Terão o perdão de multas e continuarão destruindo nossas estradas.

Quem financia e quem divulga?

Minha conclusão parte da lógica apresentada acima.
Posso estar errado em chegar a tais conclusões, mas percebo que fazem sentido, mesmo em um olhar superficial.
Não há crime aqui. Não estou acusando tais empresários de cometer qualquer crime. Apenas estou exigindo transparência, coisa que a democracia exige. É legítimo fazer oposição ao Governo, mas não de forma velada e não promovendo o medo ou prejudicando o direito de todos os outros.
Seria interessante cruzar estes dados com os de doações para campanhas de políticos, especialmente de Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alckmin e tantos outros quadros do PSDB e DEM.
Como eu disse antes: é perfeitamente legítimo que estes empresários e tantos outros queiram financiar e investir em manifestações públicas, seus candidatos preferidos. Faz parte da democracia e isso não é nenhum crime. É legítimo.
Mas esses dados, essas informações nos ajudam a elucidar melhor quem está por trás de tudo o que vemos na tentativa de tirar o PT do poder, quando houve uma eleição vencida dentro das regras e não há crime/fato comprovado que dê razão a um pedido de Impeachment da Presidenta Dilma.
Este movimento dos caminhoneiros começou faltando 30 dias para os protestos previstos para 15/03. Com a clara intenção de instaurar o caos, promover instabilidade e a falsa sensação de fragilidade do Governo. A grande mídia deu vasão a isto instigando a população no medo de desabastecimento de combustível e alimentos, provocando uma corrida desnecessária aos postos e supermercados em várias cidades.
Isso provoca ainda mais os ânimos e agressão ao Governo e instiga as pessoas a participar de um protesto que só serve aos interesses corporativos e de uma elite ultra direitista e/ou setores conservadores.
Temos sempre que questionar a quem servem tais propósitos.
São estas as informações e ligações que consegui fazer em poucos minutos de consulta pela internet. Especulações que outras análises podem ser adicionadas para corroborar, reforçar os argumentos e dados apresentados.

Resposta sem conclusão

Em Dezembro/2014 estas suspeitas foram levantadas pelo PCdoB em publicação no Facebook (Link) e o portal de notícias Brasil 247 chegou a entrar em contato com o empresário Lemann (Lemann nega apoio ao Impeachment de Dilma).
Pesquisando não encontrei mais informações sobre o resultado disso, nem mesmo se o funcionário da Fundação Estudar foi responsabilizado. Fato é que a página do Facebook ainda está no ar e conteúdo vêem sendo patrocinados. Por que?
Outra coisa que falta resposta é o andamento das greves que afetam diretamente a estrutura de suas empresas. Ela está assumindo o prejuízo? Por quê?

sábado, 6 de julho de 2013

SEGUNDA ONDA DE PROTESTOS ELEVA PRESSÃO SOBRE O PODER

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Caos do trânsito na Chuíça (*). Como Haddad bate o Cerra

A Chuíça (*) amanheceu parecida com Buenos Aires.

Os cidadãos que há 18 anos elegem tucanos e seus discípulos -  como o Kassab, o pior prefeito da história da cidade – foram para a rua e impediram ônibus de circular.

Foi uma forma de protestar contra o caos no trânsito da cidade tucana.

Funcionários do metrô e dos trens estão em greve.

Os metroviários pedem 15% de aumento real.

O governo tucano ofereceu 1,5%.

Os ferroviários pedem aumento de 10%.

Os tucanos governantes oferecem 6%.

Os grevistas usam camisetas com a frase “chega de sufoco”.

A polícia, sempre eficaz, pôs os passageiros para correr a bombas de gás.

Como se sabe, os funcionários em transporte, os professores públicos, os servidores da saúde, os policiais – todos os trabalhadores no governo tucano recebem o salário conhecido como “PSDB”: Pior Salário Do Brasil.

Outra faixa diz “mais metrô, menos tarifa”.

O metrô cerrista e alckimista, como se sabe, é um festival de suspeita de corrupção.

O resultado das licitações é conhecido antes – pela imprensa.

Os diretores administram com um olho nos trilhos e outro no oficial de Justiça.

“Caos no trânsito” – é o tema central da campanha de Fernando Haddad a prefeito.

Cerra é o “velho”- o símbolo do partido que governa São Paulo há 18 anos e constrói menos de dois quilômetros de metrô por ano.

Que paga o salário PSDB.

E deixou a Delta entrar em São Paulo com a mesma eficácia com que operou em Goiás.

Cerra é o engarrafamento do trânsito, que obriga o trabalhador a gastar três horas por dia para ir e voltar do trabalho, em São Paulo.

Um trânsito que custa à cidade e a seus moradores uma bagatela de bilhões de reais.

O “novo” vai ganhar.

Ainda mais que a CPI vai desembarcar com a Delta em São Paulo, em pleno regime eleitoral.

Por ordem da Justiça.

E por decisão da própria CPI.

Este Conversa Afiada concorda com o Catão dos Pinhais, o Álvaro Dias: tem que focar na Delta.

Foco !

O malabarista Padim Pade Cerra vive “uma situação tensa”, como dizem os repórteres da Globo que cobrem a greve.

Muito tensa.

Vai ser difícil manter tantas garrafinhas no ar.

Segundo a Folha:

Serra é condenado por propaganda antecipada


Pré-candidato do PSDB a prefeitura foi multado com o partido em R$ 5.000 e vai recorrer


O juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Manoel Luiz Ribeiro, condenou o diretório estadual do PSDB e o pré-candidato a prefeito José Serra a multa de R$ 5.000 cada por propaganda antecipada.


A representação contra o ex-governador foi movida pelo PT. Ao ser comunicado da multa, Serra disse que “decisão a gente não tem de concordar ou discordar. Se achar injusto, recorre”. A equipe dele informou que vai tentar anular a decisão no TRE (Tribunal Regional Eleitoral).


De acordo com Ribeiro, Serra fez propaganda “dissimulada” em programas que foram ao ar na TV em abril.


Em tempo: no Bom (?) Dia Brasil, em que a Urubóloga voltou a atacar o espectador com um mortífero gráfico, foi grande o esforço para “nacionalizar” a greve de São Paulo. Ou seja, salvar o pescoço dos tucanos de São Paulo, sempre ! A Globo tem, no momento, duas causas inglórias: salvar o Cerra e o Robert(o) Civita, num acordo celebrado com o Temer e o Henrique Alves.


Paulo Henrique Amorim


(*) Chuíça é o que o PiG de São Paulo quer que o resto do Brasil ache que São Paulo é: dinâmico  como a economia Chinesa e com um IDH da Suíça.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

TV Globo é expulsa da manifestação dos policiais no Rio

RJ: policiais e bombeiros mantém greve e expulsam equipe da Globo de Copacabana

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Roberto Marinho vai demitir a Urubóloga

Liga o Tirésias, de trás dos morros de Minas, onde se recolheu para ler o “Phaedo” de Platão (ele está com a mania de meditar sobre a morte … a de Sócrates).

- Você tem visto a Globo sobre a greve da PM ?, pergunta ele, com aquela voz pausada, rouca.

- Não, vou esperar o Herraldo no sábado, respondi, assim, sem pensar muito. O que tem a ver a Globo ? Tá tocando fogo no Brasil, pra variar ?

- Não, quem toca fogo é o Globo. O impresso.

- Não, parei de ler impressos. O que tem o jornal nacional ? Não é a isso que você se refere ?

- Nunca vi o jornal nacional dar tanta colher de chá à Dilma. O Ali Kamel está desesperado para acabar com as greves.

- E por que será, Mestre ?

- Porque o Carnaval é uma grana preta para a Globo. Ela não quer saber de confusão. Deixa o jornal impresso tocar fogo no Brasil, porque nem os filhos do Roberto Marinho mais lêem o jornal impresso …

- Você quer dizer que o problema da Globo é grana. Caro Profeta … suas profecias já foram melhores …

- Como sempre, você demora a alcançar. Precisa assistir mais ao “Entre Caspas”, meu filho.

- O Carnaval dá grana. A Copa dá grana … e daí ?

- Numa palavra, meu jovem: o que sustenta a Globo é o crescimento do PIB ! A Dilma !

- Caro profeta, o senhor extrapolou. A Dilma ?

- Você sabe que a audiência da Globo cai consistentemente.

- Consistentemente … para ser gentil.

- Mas, o faturamento sobe … consistentemente.

- Acima da inflação e de acordo com o PIB do Lula e da Dilma. Você tem razão, caro Mestre.

- E você deve saber que por causa do Lula e da Dilma – desse plano secreto de que você fala aí – por causa disso, o pessoal passou a querer anunciar também no Nordeste e no Norte. Porque lá passou a ter consumidor, não é isso ? Essa tal de Classe C, de que você é um dos fundadores …

- Sim, Mestre. Começo a … alcançar. Inclusive a sua ironia …

- Fica assim: a Globo perde audiência e ganha mais dinheiro. Por que ? Por causa do crescimento da economia. Logo …

- Logo, o Ali Kamel vai escrever um novo best-seller: “Somos todos petistas – no Brasil não há operários. É tudo classe média !”. É isso ?

- Deixa o Ali Kamel pra lá. Ele não vale todas essas velas que você acende pra ele.

- Então, Grande Mestre, o Roberto Marinho vai ter que tomar gravíssima decisão.

- Ué, ele não morreu, meu filho ? Aqui em Minas dão ele como morto.

- Não morreu, não. Foi rebate falso, Mestre.

- Mas, qual decisão o Roberto Marinho vai ter que tomar ?

- Vai ter que demitir a Urubóloga.

- Não ! Ao contrário ! Vai promovê-la.

- A que, Profeta ?

- Ela vai ser correspondente na Grécia.

Pano rápido.


Paulo Henrique Amorim

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Termina a greve de fome de Pedro Rios Leão

“Depois da manifestação de hoje, e no decorrer da tarde, eu fui perdendo definitivamente a voz, e quase desmaiei umas duas vezes. Fiz uma greve de fome de 11 dias. Talvez seja um protesto ridículo, mas foi o que eu soube fazer. Amanhã eu tenho um compromisso inadiável, no qual eu preciso falar, e para o qual eu tenho me mobilizado durante os últimos dias. Com isso a greve de fome perde o sentido. Com medo de perder esse momento, comi meu primeiro pedaço de melancia agora. 11 dias sem sentir gosto nenhum, 12 quilos a menos no meu corpo. Espero que sirva para alguma coisa. Não peço desculpas pelo transtorno. Isso foi só uma tentativa.” 

A greve de fome que a TV não mostra

Por Ronald Sanson Stresser Junior, no Observatório da Imprensa:

Se o cineasta Pedro Rios Leão – hoje ativista –, em greve de fome de fronte à maior central de jornalismo da maior emissora de TV do Brasil, fosse cubano, chinês ou monge tibetano estaria na capa dos jornais de maior circulação do país. Quem sabe se não fosse um brasileiro, em greve de fome por injustiça social e violação de direitos humanos, ele seria chamado de mártir pela “grande mídia”. Seria matéria de destaque nos principais telejornais e provocaria lágrimas de solidariedade nos leitores de teleprompter. Talvez seu ato virasse até poesia na boca de apresentador de reality show e tema de documentários jornalísticos.



Mas não: em se tratando da transparência na mídia brasileira, é muito circo. Falam em futebol direto, no jornal local, depois no noticiário esportivo e ainda mais na edição nacional. Entre uma partida e outra é samba, carnaval, festa e denúncias vazias, para cativo ver. O cidadão incauto e que não busca informação por conta própria fica lá, cativo, no sofá, olhando sombras na parede e achando que aquilo é o mundo real.

Para contrabalançar a amostragem de polêmicas em outros países – eles adoram mostrar como a grama do vizinho é mais verde e ficar fuxicando sobre a vida dele – nos empurram notícias internacionais que pouco ou nada nos interessam. Por exemplo, você se interessa por Mitt Romney? Enquanto isso, o abuso de poder, de autoridade e a corrupção crescem a galope em nosso país, tanto dentro das esferas do poder público – formado por funcionários pagos com o dinheiro do povo – quanto nas grandes corporações – que dependem da economia popular para prosperar.

O ópio midiático

A inversão de valores está fora de controle. Ou nós, do povo, fazemos alguma coisa e nos fazemos ser ouvidos, ou não haverá um futuro para o futuro da raça humana. A gente pode até não viver mais que 80 anos, vai embora, morre, mas nossos filhos, netos, bisnetos vão precisar de um planeta habitável para viver.

Pedro Rios está em greve de fome por ficar indignado com o que foi feito em Pinheirinho que, realmente, para ele e muitos mais brasileiros e brasileiras indignados, foi a gota d’água. É como disse o próprio, a uma mulher que o inquiriu sobre o efeito que ele esperava, dizendo que o sacrifício que ele está fazendo é inócuo no macro-social: “Você sabe uma represa, uma barragem ou um dique? Começa a pingar uma gota, vira um fio d’água, aparecem as rachaduras e sem ninguém esperar se rompe e ninguém segura a inundação.”

O ativista escolheu este local para sua manifestação não declarando guerra a uma emissora específica, e sim, em nome da transparência em toda produção jornalística de todas elas. Pedro escolheu a central de jornalismo da maior emissora do país porque foi uma afiliada desta mesma emissora que deixou de mostrar fatos, através reportagens pífias, seja por interesse obscuro – como pensa Pedro – ou mesmo, quem sabe, por falta de interesse ou incompetência.

Pedro Rios escolheu fazer seu protesto, pacífico, de fronte à emissora que representa a mídia de massa brasileira. O que esta gigante faz geralmente cai na graça dos telespectadores e acaba sempre sendo imitado, copiado pelas outras. A audiência é mantida cativa porque acredita que aquelas sombras, projetadas na parede de sua caverna, é espelhamento do mundo real. Parte dos cativos chega ao ponto, absurdo, de confundir personagens de ficção com a realidade. Dopados pelo ópio midiático, perseguem personagens de novela nas ruas confundindo-os com os seres fictícios da teledramaturgia.

Confusão de interesses

Outro fator que faz notícias vindas do estrangeiro serem mais isentas, com matérias mais bem contextualizadas e esclarecedoras, creio ser o fato de que a equipe do jornalismo internacional, das principais emissoras de TV aberta do país, é muito superior à nacional. O problema começa nas regiões mais longínquas, nas cidades pequenas, nas afiliadas que retransmitem o sinal das grandes. Estas retransmissoras também são geradoras de conteúdo que, em sua quase totalidade, se trata de conteúdo jornalístico e já começam errando quando faturam bem e pagam péssimos salários aos seus profissionais. Ou você acha que um jornalista de São José dos Campos ganha o mesmo que um do Rio de Janeiro ou de São Paulo? Não bastasse a questão logística e de recursos humanos, as afiliadas das grandes produtoras de conteúdo e geradoras de sinal estão muitas vezes sob o comando de grupos com interesses políticos, quando não nas mãos dos próprios políticos.

Enquanto isso, os responsáveis pelo jornalismo internacional têm profissionais do mais alto gabarito, bem preparados e remunerados, sob um comando muito mais isento e autônomo, apresentando assim, ao grande público, um conteúdo jornalístico de qualidade infinitamente superior. Em termos comerciais, o jornalismo bem feito se vende por si só, não há a necessidade do constante e replicante apelo emocional que acaba infantilizando o telespectador em busca de maior produtividade e retorno financeiro. O jornalismo local parece subestimar o perfil do telespectador mais antenado, conectado.

Enquanto os telejornais locais competem entre si, o jornalismo internacional não encontra concorrência. Todas as emissoras mantém uma mesma linha de atuação no exterior, pois estando em solo estrangeiro encontram a competitividade de gigantes como CNN, BBC, AFP, Telesur, Al Jazira... Há um desequilíbrio. Percebe-se, sem muito esforço, que o telejornalismo nacional, produzido e divulgado em nosso país, ainda faz muita confusão de interesses. Mostra o que eles (editores) acham que é de interesse do público, pensando demasiadamente na parte comercial e de relações com o poder público, pecando e deixando em segundo plano o que é de interesse público.

Interesse do público e interesse público

O conteúdo produzido com base no que se pensa ser de interesse do público é aquele conteúdo empurrado aos telespectadores, usando como referência o que os editores acham que o público gostaria de ver, como, por exemplo, esportes violentos, crimes banais, sexo, crenças tolas e modismos. Este tipo de jornalismo, se é que se pode chamar isso de jornalismo, parece ter como escopo apenas audiência e lucro, naquela velha, perversa e insustentável crença de que existe acumulação eterna. Já o conteúdo produzido com foco no interesse público é aquele que mostra a verdade nua e crua, doa a quem doer. O conteúdo de interesse público, por vezes, pode até abranger fatos que – ao contrário do que ainda teimam em ensinar nos cursos superiores de comunicação, baseados em modelos de gestão ultrapassados – o público supostamente não teria interesse em saber e que poderiam prejudicar a veiculação comercial que faz a TV aberta ser um negócio rentável.

Não sou daqueles radicais que acha que por ser a TV aberta uma concessão pública, eles não têm direito a lucrar com o negócio. Sim, eles têm o direito de lucrar, mas para tudo há limite. Não vejo vantagem alguma em se deixar a audiência na obscuridade do ignorantismo. Parece-me crueldade a exploração comercial dos sentimentos do telespectador. Se venda é emoção e se usam a emoção para vender, isto deveria ser considerado crime de estelionato sentimental.

Vão dizer: “E o cara que está lá em greve de fome, não está apelando para os sentimentos da população?” Sim, realmente está, mas ele não está vendendo nada, não espera retorno financeiro com seu ato, e sim, espera que seja feita justiça. E se disserem: “Ah, mas o cara é louco de fazer isso!” Pode até ser, mas aí um louco está lá fazendo o que os que se dizem sãos não fazem, e por todos nós. Aí é minha vez de perguntar: por que uma pessoa que está em greve de fome há três dias, protestando e fazendo graves denúncias à violação de direitos humanos na desocupação de Pinheirinho, é solenemente ignorada pela “grande mídia”?

Será que o jornalismo brasileiro está virando uma boutique, será que morreu? Alguém viu ou ouviu falar? Cadê aquele jornalismo do tempo anterior à ditadura militar, cadê aquele jornalismo do tempo anterior à ditadura Vargas? Não seria hora de remodelar este jornalismo nascido na queda da Bastilha e adaptá-lo à Era da Informação e do Conhecimento? Jornalismo é notícia pura, é a vida em movimento, é tudo que faltou na cobertura de Pinheirinho e falta na cobertura da greve de fome de Pedro Rios Leão, mas não falta nas coberturas internacionais. Em minha ótica, não há jornalismo de verdade que sobreviva quando se perde a noção de equilíbrio, entre o que é interesse do público e o que é de interesse público.

Acabou a greve. Prisco preso. Viva o Carnaval !



A Folha aderiu ao Golpe (de novo) - (Foto: Raul Spinassé/Ag. A Tarde)

Saiu na Folha (*), que, esta manhã, tentou boicotar o Carnaval da Bahia (e, por tabela), o do Rio, com uma foto/manchete dos grevistas que diz: “Carnaval de Salvador – Cancelado !!!:

PMs grevistas deixam prédio da Assembleia Legislativa da Bahia


O primeiro grupo de grevistas sitiados na Assembleia Legislativa da Bahia começou a deixar o prédio por volta das 6h25 desta quinta-feira para se render, após nove dias de ocupação.


Os grevistas passam por uma triagem em um corredor formado por formado por policiais da Força Nacional de Segurança, Exército e Polícia Federal e são liberados, alguns deles carregando mochilas, colchonetes e roupas. Eles acenam negativamente com a cabeça sinalizando que não vão falar com a imprensa.


Os grevistas começaram a preparar sua rendição por volta das 5h desta quinta-feira. Um forte aparato de segurança foi montado em frente à assembleia com deslocamento de tropas, veículos militares e a colocação de grades de ferro para isolar os trechos onde os policiais deverão passar. Cerca de 1.500 homens do exército estão na assembleia.


Às 5h40, carros estacionados perto da entrada do prédio começaram a ser guinchados pelo exército para facilitar a operação.


Uma comissão –que inclui militares– seguiu às 5h50 em direção ao prédio para conversar com um grupo de grevistas na rampa da Assembleia.


Segundo o advogado, a decisão foi tomada porque os grevistas avaliaram que não teriam mais condições de manter a ocupação do prédio, que teve a luz e a água cortadas. Os militares também bloquearam o acesso de mantimentos no local.


Ainda segundo o advogado, a desocupação não significa necessariamente o fim da greve que deverá ser decidida pela própria categoria.


(…)


Dois dos líderes da greve com a prisão decretada já foram detidos.


O sargento Elias Alves, preso por policiais federais na tarde de terça-feira (6).



Marco Prisco, o líder do motim, foi preso nesta manhã de quinta feira, pela Polícia Federal, segundo o Bom (?) Dia Brasil.
Na quarta mesmo, já estava preso o cabo Daciolo em Bangu I.
Nas gravações, Daciolo tramava subverter a ordem fora da Bahia.
Daciolo foi quem articulou a greve dos bombeiros no Rio, ano passado.
Foi preso por crime de “incitamento”.
Não foi ainda dessa vez que o PiG (**) derrubou a Dilma.
Nem boicotou o Carnaval.
O governador petista Jacques Wagner desfez a trama golpista à base da negociação.
E com a cadeia para os amotinados.
Wagner não usou a tecnologia dos Massacres paulistas: como os do Carandiru, Cracolândia e Pinheirinho.
Não houve derramamento de sangue.
Ao contrário.
As águas vão rolar no Circuito Barra-Olinda, segundo a geógrafa Lúcia Hippolito.




Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Santayana e a insurreição baiana

Os limites da questão salarial
O Conversa Afiada reproduz artigo de Mauro Santayana, publicado no Jornal do Brasil:

A insurreição na Bahia e a segurança dos cidadãos


por Mauro Santayana


O direito de greve é historicamente associado ao conflito entre o capital e o trabalho. Não é preciso retomar o pensamento clássico da esquerda para entender que o trabalhador deve ter o direito de cruzar os braços quando, em seu entendimento, as condições impostas pelos patrões se tornam insustentáveis. Na realidade, quem tem apenas a capacidade de seus braços; de sua  inteligência;  ou de sua habilidade em operar as máquinas, tem o inalienável direito de se recusar a continuar dentro das mesmas condições, e de exigir, mediante a interrupção do trabalho, novo trato. No ordenamento jurídico do Estado de Direito, a Justiça (em nosso caso, a do Trabalho) é chamada a intervir no conflito e buscar a conciliação entre as partes.


Os Estados modernos exercem o monopólio constitucional da violência, embora deleguem esse direito – que não poderia ser estendido a ninguém – a organizações privadas de segurança. Esta é mais uma deformação do Estado de Direito, que a  sociedade não deve admitir. Deixando de lado essa anomalia anti-republicana e antidemocrática, convém meditar o papel das forças de segurança.


As corporações policiais, dos Estados e da União, são instituições construídas a fim de exercer a coerção, em nome do Estado, para o cumprimento das leis e da  manutenção da ordem pública. Cabe-lhes prevenir e investigar os delitos, cumprir as ordens judiciais e assegurar a incolumidade dos cidadãos. Às Forças Armadas, além de garantir a inviolabilidade do território nacional, incumbe garantir a ordem interna, desde que convocadas por um dos três poderes republicanos. O Exército não pode substituir a polícia, mas tem o dever de reprimir os policiais amotinados.


Os policiais e militares, nas sociedades contemporâneas, não podem ser definidos como simples trabalhadores. É difícil aceitar que, como servidores públicos encarregados de garantir o pleno funcionamento dos estados, tenham o direito de ameaçar a administração e, mais do que ela, a República. Podem exercer o direito de reivindicar seus possíveis direitos junto às várias esferas do Estado, conforme garante o sistema democrático, mas não podem fugir ao cumprimento de seu dever para com o povo – o povo que, mediante os impostos, mantém os Estados e os seus funcionários.


Em razão disso, a Constituição é clara, quando nega aos militares – a todos os militares, subordinados funcionalmente à União ou aos Estados – o direito de sindicalização e de greve, no item IV do parágrafo terceiro de seu artigo 142.  Mas não apenas os policiais militares estão impedidos de paralisar as suas atividades: os policiais civis também estão sujeitos à norma, conforme assegurou o STF, pelo pronunciamento de seus ministros Eros Grau, sobre a greve de policiais civis de São Paulo (em 2008), e César Peluso, sobre greve idêntica no Distrito Federal, em novembro do ano passado.


A greve dos policiais militares da Bahia é um claro movimento de rebelião contra o Estado, e assim deve ser tratada. O governo federal agiu como deve agir, em qualquer situação semelhante. A solidariedade federativa, necessariamente exercida pela União, implica no emprego de toda a força possível, a fim de assegurar o cumprimento das normas constitucionais, como a que veda a militares – e, por analogia jurídica – a policiais civis, o recurso da greve.


Recorde-se a corajosa atitude tomada pelo presidente Itamar Franco, quando a Polícia Federal decidiu paralisar as suas atividades na capital da República. Ainda que Itamar, na análise dos fatos em seu gabinete, entendesse as razões dos grevistas, não titubeou em agir com firmeza, a partir da conclusão de que as corporações armadas não fazem greve, e, sim, se sublevam contra a República. O Presidente determinou ao Exército que dissolvesse a mobilização dos grevistas, na sede da Polícia Federal e, a fim de não alarmar a população, ordenou que a operação se fizesse à meia-noite.


Não cabe discutir se o governador Jacques Wagner agiu de uma forma, quando estava na oposição, ao apoiar movimento semelhante, e age de outra, agora. Um erro anterior, motivado pela conveniência partidária eventual, não pode impedi-lo de exigir agora o cumprimento da lei, em favor da ordem. A greve dos policiais trouxe o aumento da violência contra os cidadãos, conforme o registro dos atos delituosos dos últimos dias.


Os policiais militares baianos não se encontram em greve, mas em rebelião contra o Estado e, por extensão, contra a República, cuja Constituição os obriga a manter a lei e a ordem. Registre-se que o líder do movimento é um ex-militar e que, portanto, não tem legitimidade para chefia-lo. Como se encontram em rebelião, cabe ao Estado, no uso moderado de sua força e seu poder, exigir-lhes rendição imediata e usar dos dispositivos legais para punir os responsáveis pelo movimento.


Essa providência é absolutamente necessária, quando se sabe que movimentos semelhantes estão sendo articulados em outros Estados, a fim de obrigar à equiparação dos vencimentos dos policiais militares de todo o país aos dos seus colegas do Distrito Federal. Ora, cada estado fixa o vencimento de seus servidores conforme a sua receita tributária. Há informações de que se planeja uma greve de policiais militares e civis – incluindo o Corpo de Bombeiros – em São Paulo, para o dia 18 deste mês. Qualquer leniência na Bahia poderá significar  incentivo a uma gravíssima perturbação da tranqüilidade pública no resto do país.


Isso não impede que os policiais militares, usando dos meios legais, façam  reivindicações aos seus superiores, a fim de que estes, como delegados dos governos, as levem às autoridades. Reivindicar remuneração maior e melhores condições de trabalho, por meios legítimos, é um direito inalienável de todos, mas o direito de greve é constitucionalmente restrito.  Fora disso, qualquer movimento de greve, por servidores armados, como ocorre agora na Bahia, não passa de insurreição, que deve ser contida, sem hesitações.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Com greve de fome na porta da Globo, JN fugiu para Cuba.




O ativista Pedro Rios Leão, desde domingo, se algemou na calçada em frente à TV Globo, e está fazendo greve de fome.

O motivo, segundo suas próprias palavras:
– Minha maior arma é o constrangimento porque passa a TV Globo, que simboliza a mídia conservadora e maniqueísta que escondeu o massacre cometido pela polícia e por agentes da guarda municipal de São José dos Campos. Houve mortes em Pinheirinho e ninguém denunciou isso. Minha greve de fome tem o objetivo de denunciar os atos de barbárie cometidos contra uma população desarmada. Meu protesto é para que o governador Geraldo Alckmin seja preso. Que os desembargadores que assinaram a ordem para que a violência ocorresse sejam presos. Que o proprietário daquelas terras, o especulador Naji Nahas seja preso. - Pedro Rios esteve no Pinheirinho e gravou vários vídeos com as atrocidades e depoimentos de moradores.
Independente de concordar ou não com tudo o que Pedro Rios diz ou faz, o fato, que é notícia, está literalmente na porta da TV Globo. Basta a produção da emissora chegar na janela e filmar. É só sair na rua e gravar.

E o fato é um ativista faz greve de fome contra a violação dos direitos humanos de crianças, idosos, trabalhadoras e trabalhadores do Pinheirinho.

Mas a emissora não dá uma palavra a respeito da notícia que bate na porta da emissora.

Para falar de direitos humanos, a Globo fugiu para Cuba na terça-feira, e o Jornal Nacional chegou a tirar dos arquivos notícias já antigas para requentá-las, inclusive sobre... suposta greve de fome de prisioneiro cubano!

Detalhe: na mesma terça-feira a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República emitiu nota pública "Sobre as violações de Direitos Humanos na reintegração de posse do bairro Pinheirinho, em São José dos Campos/SP". Nenhuma palavra a respeito no Jornal Nacional.

http://goo.gl/UQR5D

Como pode uma emissora de TV brasileira cobrar posicionamento do governo brasileiro sobre direito humanos em Cuba, e não noticiar providências deste mesmo governo brasileiro sobre violação de direitos humanos contra cidadãos brasileiros? Inclusive exigência de alimentação adequada, assistência médica e garantia de matrícula escolar para crianças?

Só blog entrevista vítima baleada e

Só o blog Viomundo fez entrevista com a vítima baleada pela Guarda Municipal durante a ação policial no Pinheirinho. O ocorrência não é negada nem pela Polícia Militar de São Paulo. No entanto a velha mídia, que tem estrutura com equipe, equipamentos e dinheiro para fazer essas coberturas, prefere evitar o assunto para poupar seus companheiros demo-tucanos, os governadores Alckmin, o prefeito Eduardo Cury e o mega-especulador Naji Nahas.

Assim, liberdade de imprensa para quê? Se a notícia que interessa ao povo brasileiro é censurada pelos donos dos canais de TV e jornais.

Notícias como estas são importantes para a população, independente de considerações políticas, para que a situação dos desalojados se resolva e para que barbaridades como estas não se repitam.

Na edição de quarta-feira do Jornal Nacional, a Globo foi obrigada a romper o silêncio e falar da audiência pública na Assembléia Legislativa de São Paulo sobre o Pinheirinho. Mas acabou usando a matéria para bajular o governador tucano, como se ele fosse resolver tudo com o cheque aluguel, que também não resolve, pois está mais para cheque sem fundos, conforme explicado pela Helena na Rede Brasil Atual.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Globo Ignora Greve de Fome na Sua Portaria e Destaca Morte por Greve de Fome em Cuba

Desde segunda-feira, o jornalista Pedro Rios Leão está fazendo greve de fome em frente à sede da Rede Globo, no Rio de Janeiro. A ação não é apenas um protesto, mas uma reivindicação. Pedro busca a compreensão de algum jornalista funcionário da Globo da importância de cobrir com transparência a expulsão de 6 mil pessoas da comunidade de Pinheirinho, no interior de São Paulo. Há indícios que tenha havido morte de moradores na invasão da Polícia Militar que retirou as centenas de famílias do local para devolver o terreno ao especulador condenado Naji Nahas.
Pedro Rios viajou para São Paulo para acompanhar de perto a angústia dos moradores de Pinheiro. “O governo federal tentou intervir e foi expulso a tiros e o governador Geraldo Alckmin usa a PM como uma gangue, cometendo crimes como se ele fosse o rei da cidade” disse
– Eu chorei três vezes na cidade … a partir do momento em que você está em uma cidade que evidentemente a PM age por seu impeto e em uma cidade que a PM explusa o governo federal a tiro você fica muito nervoso.
Pedro saiu do Rio de Janeiro perturbado quando viu que o Pacto Federativo havia sido quebrado em nome de Naji Nahas, que é um empresário que atua como comitente de grande porte na área de investimentos e especulação financeira, nasceu no Líbano e chegou ao Brasil no começo da década de 1970 com US$50 milhões para investir e montou um conglomerado de empresas que incluía fábricas, fazendas de produção de coelhos, banco, seguradora e outros, mas tornou-se nacionalmente conhecido depois de ter sido acusado como responsável pela quebra da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro em 1989. “Eu não sei se as pessoas de São José sabem quem é Naji Nahas, mas isso me deixou bastante inervado como deixaria inervado qualquer cidadão do Rio de Janeiro que conheça esse homem” afirmou Pedro.


A Rede Globo segue em silêncio, e é contra esse silêncio que Pedro Rios se revoltou. O sistema político-econômico parece começar a enfraquecer e da mesmo forma o sistema midiático brasileiro começa a ser questionado cada vez com mais veemência.
Pedro afirma que houve mortes na reintegração de posso do terreno em Pinheirinhos e essas noticias não estão sendo divulgadas e diz que tanto o Naji Nahas, como governador Geraldo Alckmin e o banqueiro Daniel Dantas representam um risco a sociedade e deveriam ser presos em flagrante por violação dos direitos humanos e apoia que as pessoa devem denunciar no Tribunal Penal Internacional. ” A Justiça não vai fazer nada, eu estou em frente a Globo porque é o último ponto de resistências deles, e o máximo que eles vão fazer é abafar o caso”.
Quando perguntado sobre o que faria ele parar a greve de fome, Pedro Rios foi direto dizendo que uma intervenção do Governo Federal e a retratação dos fatos como realmente eles aconteceram.
Opinião dO Cachete corroborada pelo Amoral:
Vão esperar o Pedro Rios morrer para dar destaque??? Hipócritas!

Greve de fome em frente à TV Globo


 
Por Jéssica Oliveira, no sítio do Portal Imprensa:

Pedro Rios Leão não se considera jornalista. Cursou rádio e TV, não concluiu, mas usa sua câmera para noticiar e denunciar assuntos de interesse público, tentando chamar atenção da sociedade e da grande mídia. Nas últimas semanas, isso não bastou. Desde às 18h do último domingo (29), Rios está algemado e faz greve de fome em frente à sede da Rede Globo, no Rio de Janeiro. Mais do que um protesto, reivindica transparência da imprensa sobre a reintegração de posse ocorrida na comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos, interior de São Paulo. A ação foi criticada por inúmeras entidades e associações de defesa de direitos humanos.



À Imprensa, o carioca explicou que veio a São Paulo para acompanhar a ação na comunidade, mas não imaginava que ficaria tão perturbado com o que viu, nem que isso mudaria completamente sua rotina dali em diante. "Aquilo foi um latrocínio, uma chacina cometida pelo governo do Estado de São Paulo, a mando do Naji [Nahas, que reclamou a posse do terreno]. Nunca fiquei tão assustado na minha vida", disse. Depois disso, com as imagens feitas por sua câmera, tentou chamar atenção da imprensa.

Rios afirma que houve mortes na reintegração de posse e que, além dessas notícias não serem divulgadas, tanto o Naji Nahas, como governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o banqueiro Daniel Dantas representam um risco a sociedade e deveriam ser presos imediatamente por violação dos direitos humanos. "Esse caso não é uma questão de provas. A única coisa que pode fazê-los saírem impunes, é a imprensa abafar o caso. Eu espero que algum veículo de imprensa tenha a decência de falar o que aconteceu lá. Porque até agora, o que a imprensa, o governador, e o prefeito de São José fizeram, foi ridicularizar com a nossa cara”, desabafou.

O carioca afirma que nunca foi de partido político, nem de fazer militância, mas que dessa vez não teve como ficar sem fazer nada. "Já estava sem conseguir comer e dormir em casa. Tinha que tentar algo", conta. Algemado há quase três dias em frente a emissora, Rios disse não conhecer ninguém específico na Globo, mas mesmo assim tem sido bem tratado pelos repórteres e pelo comércio local. "Alguns repórteres passam meio constrangidos. Acredito que seja um assunto na hora do almoço. É isso que eu quero, que a sociedade civil discuta isso", diz. "Eu espero que os jornalistas passem por mim e pensem 'eu estou acobertando assassinato de crianças'", disse.

Sobre sair do local, Rios é claro. "Só pretendo sair daqui quando as pessoas começarem a perder a cabeça e tomarem atitudes. O mínimo é o Governo Federal intervir no caso", explica.

Críticas

Em dois vídeos postados no youtube, Rios critica a imprensa. Em um deles, diz que é muito importante que os jornalistas se manifestem, "porque cada minuto de silêncio deles, é uma vítima que pode ter desaparecido. E eles sabem disso". Em outro, critica o fato de jornalistas o questionarem se há provas de suas denúncias. "Se algum jornalista tivesse pisado em São José, não teria coragem de exigir provas".