Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sábado, 6 de julho de 2013

SEGUNDA ONDA DE PROTESTOS ELEVA PRESSÃO SOBRE O PODER

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Chevron não explica falta de sapata e vedação no poço

Vou postar, em sequência, os vídeos de minhas perguntas, hoje, na Comissão de Minas e Energia, ao sr. Luiz Pimenta, representante da Chevron e comentar suas respostas, absolutamente descoladas da verdade. Se gonseguir converter o vídeo da TV Câmara, as reproduzirei também.
Minhas primeiras perguntas, com os dados que estão expostos e documentados no post anterior:

O senhor Pimenta respondeu-me dizendo que o esquema apresentado para outros poços (?) – os produtores e injetores e que este seria um “poço pioneiro”.
Ora, a falsidade deste argumento se desmonta com dois fatos.
O primeiro: como pode ser “pioneiro” o 12º poço de um total de 12 poços que a Chevron tem autorizados no Campo do Frade?
O segundo: um poço pioneiro, justamente por falta de conhecimento prévio das condições de perfuração, é perfurado com muito mais precauções que qualquer outro. É, inclusive, muito mais caro, por esta razão.
Depois, o Sr. Pimenta usa um argumento de “cabo de esquadra”, ao afirmar que a aposição de sapatas e de vedações de selo é feito depois do poço completado. É justamente o contrário. O poço só chega ao “alvo” depois de assentada a última sapata e sua vedação.
O sr. Rafael Moura, representante da ANP confirmou que não havia nenhum outro plano ou registro de mudanças pedido pela Chevron no Frade.
O plano de perfuração é o que foi mostrado aqui, e que não foi cumprido.
Voltei, portanto, à carga:

A segunda resposta do sr. Pimenta continuou sendo de pura tergiversação.
Portanto, entreguei, devidamente assinalado nos pontos destacados aqui no Tijolaço, o plano de perfuração da Chevron para o Dr. Valmir Lemos de Oliveira, Superintendente Regional da Polícia Federal do Rio de Janeiro, para que seja entregue ao Dr. Fábio Scliar e possa contribuir para o esclarecimento do caso.
A Chevron não tem explicações que possam ser confessadas para a ausência da segunda sapata e vedação projetadas por ela mesma e não realizadas no poço que vazou.

Sr. Moshiri: o Brasil não é seu quintal


O Sr. Ali Moshiri, vicepresidente para América Latina e África da Chevron, está de volta às páginas.
Hoje, numa entrevista ao Wall Street Journal, ele reclama da severidade (?) com que a Chevron está sendo tratada. Diz que a Polícia Federal atrapalhou o combate ao vazamento chamando executivos da empresa para depor. E que nunca viu “um vazamento tão pequeno gerar tamanha reação”.
Não gerou, senhor Moshiri, a não ser muitos dias depois de começar, quando finalmente a blogosfera fez a imprensa tradicional começar a revelar que o vazamento não era de umas gotinhas.
A sua empresa é quem tratou o Brasil com desrespeito.
Descumpriu o projeto de perfuração apresentado às autoridades brasileiras.
Mentiu desavergonhadamente, três dias depois do acidente, dizendo que a saída de petróleo pelo fundo do mar era “um fenômeno natural”
Sua empresa foi condenada judicialmente por um destes “pequenos” vazamentos, no Equador, por prejuízos humanos e ambientais, no valor de  US$ 8 bilhões e luta para proibir a exibição do filme onde isso é narrado, que a gente reproduz aí em cima.
Os senhores já não podem mais controlar tudo, governos e imprensa.
Acabam de ser flagrados com depósitos de gás sulfídrico, um produto letal, em outra plataforma, com grave risco aos trabalhadores.
Os senhores não estão sendo honestos desde o princípio. Não estão cumprindo as regras a que se comprometeram.
O seu poço não vazou por “razões ideológicas”, vazou por razões técnicas, econômicas e pela arrogância que o senhor dá como exemplo ao tratar o Governo e as leis brasileiras, chamando de “exagero” o que é uma reação dentro da lei e das regras administrativas e comerciais que sua empresa aceitou e prometeu cumprir.
O senhor, além de irresponsável, arrogante e desrespeitoso é, com o devido respeito, um burro rematado. Não percebeu que seus chefes – o senhor é uma pecinha de terceira no comando da empresa – no board da Chevron entregam a sua cabeça com muito mais facilidade do que entregariam um cento de barris de óleo.
Aliás, encerrar as atividades de exploração da Chevron no Brasil pode vir a ser sua última tarefa no cargo.



 





Carta à ombudsman da Folha


Prezada Suzana Singer,
Na sua primeira coluna como ombusdsman, este blog criticou a declaração – já não me recordo de quem – que, de alguma forma, ali encampava-se: a de que blogueiros seriam “trogloditas” políticos. Com o mesmo proceder, registramos o seu diagnóstico de que a mídia tradicional tomara um “olé”  na blogosfera.
É possível que alguns sejam, como há trogloditas em qualquer atividade e em qualquer posição do espectro político. Nos blogs e  também nos jornais, rádios e televisões.
Mas há algo que está acima disso, para jornalistas, dentro ou fora de blogs: os fatos.
E houve um fato. Grave, gravíssimo.
Com toda a razão, você critica o papel da grande imprensa em apenas reproduzir, durante muito tempo, as declarações da Chevron, ANP e Ibama – feitas, em geral, por meio de nota oficial – e não haver investigação jornalística.
Dias depois de sua coluna apontar isso, tudo continua igual.
Ontem, este blog publicou um documento – oficial e público – que descrevia o plano de perfuração da Chevron. Nele, indicava-se claramente a previsão de instalação de uma sapata de sustentação e vedação a uma profundidade entre 2050 e 2600 metros de profundidade. E que esta não fora construída e, claro, testada, como previa o plano.
Na audiência realizada pela Câmara dos Deputados, o deputado Brizola Neto os reproduziu e indagou ao representante da Chevron a razão de não existir uma estrutura que estava prevista e é essencial para que, em caso de elevação da pressão do poço por tocar numa formação de petróleo ou gás, não haja derrame de fluidos.
O representante da Chevron, diante de toda a imprensa, disse duas coisas inacreditáveis. A primeira, que a cimentação de sapatas se dá depois do poço  ter atingido o seu alvo.  Qualquer engenheiro de poços dirá que isso não existe. A segunda, que o plano não havia sido seguido por tratar-se de um “poço pioneiro” e não de um poço de produção ou injeção  (feitos para injetar fluidos no reservatório e aumentar a recuperação da jazida pelos poços produtores).
Ora, o representante da ANP, logo a seguir, disse que o poço era o 12° dos doze que compõem o projeto autorizado pela Agência para a Chevron explorar o campo do Frade.
Pioneiro, o último?
Como fica evidente, não é preciso ser jornalista especializado em petróleo para que se acenda um alerta ao ouvir um dirigente de petroleira, em meio a um acidente grave, dizer que o último poço da série era o “pioneiro”. E, aliás, poços pioneiros, exatamente por desconhecer-se o terreno que ele irao cruzar, são feitos com mais cuidados, vagar  e precauções. Aliás, por isso mesmo, custam muito mais caro.
Tudo isso ocorreu diante de vários jornalistas profissionais.
Exceto na blogosfera, nada disso foi publicado.
Creio, portanto, que – diante disso e de sua crítica interna e pública- a redação da Folha deveria se sentir obrigada a, ao menos, expor esta contradição e, ouvindo especialistas em petróleo, esclarecer se é ou não procedente o que foi noticiado.
Não se trabalha, aqui, em busca de “furo”. Não há razões profissionais ou comerciais para pretender ser melhor ou mais rápido que qualquer colega ou publicação. Nada foi obtido através de fontes privilegiadas, apenas por documentos públicos e publicados na internet. Não fomos além de nossos modestos chinelos.
Numa época em que toda a imprensa se debruça, como deve fazer, sobre os “malfeitos” públicos, é decepcionante ver como um poço malfeito – e é por serem mal-feitas, no projeto ou na execução, que obras de engenharia provocam desastres -  não desperta nenhum interesse na grande mídia, que prefere derivar para temas consequentes: a poluição e o preparo do país para a exploração marinha de óleo.
Não pode, portanto, soar ofensivo ao jornalismo que se desenvolvam visões sobre a cumplicidade da mídia.
Outra vez, os fatos aparecem na blogosfera antes dos jornais, tal como aconteceu com a foto da mancha de petróleo. Um plano de perfuração pode não ser tão eloquente como uma foto de satélite, mas é ainda mais preciso e inquestionável.
Não pode ser normal que blogs – sem estrutura, sem pessoal e sem o poder de ligar para fontes e dizer que “é fulano, do jornal tal” – possam ter dado um “olé” na mídia tradicional e, mesmo depois de ela ter sido alertada, continuar a mesma situação.
E não se diga que se publicou sem responsabilidade, porque tudo o que se informou foi referenciado em informações comprovadas, que acabaram sendo citadas pela mídia: o Skytruth, o Wall St. Journal e, agora, o Estudo de Impacto Ambiental realizado a mando da Chevron.
Vou mostrar, no próximo post, como estamos sendo tratados como um bando de botocudos pela direção mundial da Chevron. E, em grande parte, o devemos isso à omissão de uma imprensa que depende de releases e de declarações espontâneas para dizer qualquer coisa.
Não investiga, não apura.
Nem mesmo quando os dados e documentos estão colocados publicamente, como o fizemos.
Se utilizarmos o mesmo critério de classificar como trogloditas aqueles que não se interessam pelos fatos e ficam aferrados a suas simpatias políticas – no caso, às petroleiras – não que tipo de adjetivo mereça o comportamento da mídia.
A menos que o sr. Ali Moshiri, boss da Chevron para a Botocúndia - como disse ao Valor e reproduzirei a seguir, tenha razão e seja um erro “fazer tanto barulho” por um vazamento “tão pequeno”.
Graças à nossa imprensa, sim, será sempre pequeno, qualquer que seja seu tamanho.
Foram 2.400 barris, ou 380 mil metros cúbicos, segundo a Chevron. Mas poderiam ser um, dois, cinco ou dez mil, de acordo com qualquer coisa que a petroleira diga, porque não temos ninguém, a não ser os blogueiros, para contraditar, exceto a blogosfera e um delegado de polícia.
A mídia dá às informações da Chevron algo que lembra a frase do contrabandista de um antigo comercial de TV:
- La garantía soy yo!
Um dos pioneiros – pioneiros de verdade – da luta pelo petróleo no Brasil, Monteiro Lobato, dizia que um país se faz com homens e livros. Não seria demais acrescentar: também com jornalistas e jornais.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O lero-lero da mídia golpista

O vocabulerolero da velha mídia 
Blog do Emir Sader

Aqui algumas indicações sobre como ler a velha mídia. Nada do que é dito vale pelo seu valor de face. Tudo remete a um significado, cuja arte é tratar de camuflá-lo bem.

Por exemplo, quando dizem liberdade de imprensa, querem liberdade de empresa, das suas empresas, de dizerem, pelo poder da propriedade que tem, de dizer o que pensam.

A chave está em fazer passar o que pensam pelo interesse geral, pelas necessidades do país. Daí que nunca fazem o que deveriam fazer. Isto e’, dizer, por exemplo: “A família Frias acha que...” Ou: “A família Civita acha que...” e assim por diante.

A arte da manipulação reside em construções em que os sujeitos (eles) ficam ocultos. Usam formulas como: “É mister”, “Faz-se necessário”, “É fundamental”, “É’ indispensável”.

Sempre cabe a pergunta: Quem, cara pálida? Eles, os donos da empresa. Sempre tentar passar a ideia de que falam em nome do país, do Brasil, da comunidade, de todos, quando falam em nome deles. A definição mais precisa de ideologia: fazer passar interesses particulares pelos interesses gerais.

Quando dizem “fazer a lição de casa”, querem dizer, fazer duro ajuste fiscal. Quando falam de “populismo”, querem dizer governo que prioriza interesses populares. Quando falam de “demagogia”, se referem a discursos que desmascaram os interesses das elites, que tratam de ocultar.

Quando falam de “liberdade de expressão”, estão falando no direito deles, famílias proprietárias das empresas monopolistas da mídia, dizerem o que bem entendem. Confundem liberdade de imprensa com liberdade de empresas – as deles.

No Vocabulerolero indispensável para entender o que a mídia expressa de maneira cifrada, é preciso entender que quando falam de “governo responsável”, é aquele que prioriza o combate à inflação, às custas das políticas sociais. Quando falam de “clientelismo”, se referem às politicas sociais dos governos.

Quando falam de “líder carismático”, querem desqualificar os discursos os lideres populares, que falam diretamente ao povo sobre seus interesses.

Quando falam de “terrorismo”, se referem aos que combatem ou resistem a ações norte-americanas. “Sociedades livres” são as de “livre mercado”. Democráticos sao os países ocidentais que tem eleições periódicas, separação dos três poderes, variedade de siglas de partidos e "imprensa livre", isto é, imprensa privada.

“Democrático” é o pais aliado dos EUA – berço da democracia. Totalitário é o inimigo dos EUA.

Quando dizem “Basta” ou “Cansei”, querem dizer que eles não aguentam mais medidas populares e democráticas que afetam seus interesses e os seus valores.

Entre a velha mídia e a realidade se interpõe uma grossa camada de mecanismos ideológicos, com os quais tentam passar seus interesses particulares como se fossem interesses gerais. É o melhor exemplo do que Marx chamava de ideologia: valores e concepções particulares que pretendem promover-se a interesses da totalidade. Para isso se valem de categorias enganosas, que é preciso desmistificar cotidianamente, para que possamos enxergar a realidade como ela é.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Como diria aquela atriz: “Brasileiro é tão bonzinho”

por Luiz Carlos Azenha
A atriz Kate Lira, com sotaque americano, dizia isso num programa de humor da TV: “Brasileiro é tão bonzinho”.
Ela supostamente não entendia a malandragem dos brasileiros, que agradavam a loira de belas formas com segundas intenções.
Mas a malandragem, como sabemos, é deles.
Walt Disney inventou o Zé Carioca em 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, como parte da política de boa vizinhança de Washington.
Não bastou para garantir a base aérea de Natal, essencial para o abastecimento das tropas aliadas na África, mas nos dá a medida da importância política da cultura.
Hoje Hollywood continua sendo uma das indústrias mais vibrantes dos Estados Unidos.
A Índia tem Bollywood.
A Nigéria, Nollywood.
O entretenimento será um setor cada vez mais rentável da economia.
Produzir filmes e programas de TV não significa apenas promover a cultura brasileira, mas também a possibilidade de ampliar o mercado para nossas emissoras e produtoras independentes em direção a Portugal, Angola e Moçambique.
No entanto, quando o Congresso aprova um projeto que exige três horas e meia de programação semanal produzida no Brasil no horário nobre das TVs a cabo, o que equivale a meia hora por dia, tem gente que estrila contra o que seria “dirigismo” estatal.
Ou seja, Hollywood nem precisa gastar fazendo lobby no Brasil, que os próprios brasileiros fazem lobby de graça para Hollywood.
É por isso que a Kate Lira dizia: Ah, esses brasileiros, tão bonzinhos!
PS do Viomundo: A síndrome é tão profunda que, no sorteio da Copa, a Globo vestiu uma saia comprida na Ivete Sangalo e a “domou” com alguns violinos, para fazer a gente se parecer menos com a gente e não assustar as visitas.
O senador que faz lobby, ainda que sem querer, para Hollywood
Leia aqui a lista de cotas existentes em países de todo o mundo
Heloisa Villela pergunta: Afinal, o que quer o Brasil?

quarta-feira, 16 de março de 2011

Boom econômico atrai americanos em busca de ‘sonho brasileiro’



http://www.brazusa.com.br/imagens/logos/logo-brazusa-branco.jpg
Paula Adamo Idoeta
Da BBC Brasil em São Paulo
Em um momento em que a economia dos Estados Unidos ainda luta para voltar a crescer e que a taxa de desemprego é de quase 9% no país, mais cidadãos americanos têm enxergado oportunidades profissionais no Brasil.
Segundo o Ministério do Trabalho, 7.550 americanos obtiveram vistos de trabalho no Brasil em 2010, contra 5.590 permissões concedidas a cidadãos dos EUA no ano anterior.
O número é mais do dobro do total de vistos profissionais dados a americanos em 2006. E os Estados Unidos seguem sendo o país que mais envia trabalhadores legalizados para o Brasil.
“As oportunidades estão acontecendo aqui no Brasil, especialmente para pessoas de outras culturas”, opina a americana Marcela Lizarraga, que veio com o marido, o executivo José Lizarraga, para São Paulo, há um ano, para trabalhar no setor hoteleiro.
No Brasil, José acabou se transferindo para uma empresa fornecedora de tecnologia de aviação e deve ficar mais um ano e meio no país.
Salários
Dados da agência de recursos humanos Manpower citados em janeiro na revistaEconomist apontam que 64% dos empregadores brasileiros sentem dificuldades para preencher suas vagas em aberto.
A revista acrescentou que, enquanto o Brasil coloca no mercado cerca de 35 mil engenheiros por ano, a China forma 400 mil desses profissionais anualmente.
A falta de trabalhadores puxa os salários para cima: executivos em São Paulo já estão ganhando mais do que seus pares em Nova York, Cingapura ou Hong Kong.
“Os pacotes de remuneração das empresas brasileiras estão muito atraentes”, confirma Olavo Chiaradia, da consultoria Hay Group.
Nesse contexto, o professor da Escola de Economia da FGV-SP André Portela vê como positiva a vinda de mais estrangeiros para o Brasil.
“Os benefícios são maiores que eventuais desvantagens. É uma chance de trazer mão de obra que vai difundir conhecimento a curto prazo. É mais barato trazê-los do que esperar a formação dos trabalhadores brasileiros (em setores com escassez).”
Mas o professor adverte: “A longo prazo, enquanto ainda estamos crecendo, precisamos de investimentos em educação para atender nossa demanda por produtividade.”
Interesse crescente
A visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil, prevista para o próximo fim de semana, também contribui para um clima de entusiasmo nas relações comercias entre os dois países.
Quatro empresas de recrutamento consultadas pela BBC Brasil confirmam o crescente interesse de americanos pelo mercado brasileiro.
“Não é um interesse exclusivo dos americanos, mas, como nossa relação comercial é grande, o número de cidadãos dos Estados Unidos (que vêm ao Brasil) é grande também”, diz Renato Gutierrez, da consultoria Mercer. “E há muitas empresas americanas adquirindo brasileiras, e vice-versa.”
“Sempre vimos um movimento de europeus (rumo ao) Brasil, mas não de americanos. Eles estão identificando oportunidades aqui”, afirma Jacques Sarfatti, da empresa de headhunting Russell Reynolds.
A situação brasileira se repete em outros países emergentes, que também estão recebendo maior mão de obra estrangeira.
Estudo de 2010 da Mercer aponta que, apesar da crise global, as transferências internacionais de profissionais tiveram aumento de 4%.
Energia
O setor de energia é apontado como o mais procurado, por causa das descobertas do pré-sal e dos investimentos em combustíveis. Mas especialistas dizem que há interesse dos estrangeiros também pelas áreas de infraestrutura, mineração, siderurgia, varejo e mercado financeiro.
Na Welcome Expats, empresa de auxílio a expatriados com base em Macaé (RJ), a procura por seus serviços dobrou desde 2009, principalmente por causa do crescimento da indústria petroleira na cidade fluminense.
“E vai aumentar. Escuto empresas falando que vão trazer mais mil pessoas (do exterior)”, diz Mônica de Mello, sócia da Welcome Expats.
Segundo ela, 80% de seus clientes são americanos. Muitos têm experiência no setor de petróleo e gás e vieram para o Brasil após a explosão da plataforma Deepwater Horizon, no Golfo do México, em abril passado.
A advogada Ziara Abud, especializada em vistos para estrangeiros, afirma que a maioria das solicitações é para vistos de dois anos ou de 90 dias a um ano (em geral, para técnicos que vêm para treinar mão de obra local).
Dificuldades
Mas, em meio às oportunidades, os profissionais estrangeiros também encontram empecilhos no Brasil.
Fernando Mantovani, diretor de operações da empresa de recrutamento Robert Half, diz que, à exceção dos mercados financeiro e de petróleo e gás, ainda existem restrições à contratação de americanos pela dificuldade deles com o idioma e a cultura de trabalho.
“Ainda vai demorar para nos acostumarmos com esse fluxo (migratório) inverso”, afirma Mantovani.
“Eles se surpreendem que poucos falam inglês aqui”, conta Marilena Britto, da empresa de auxílio a expatriados Settling-In. Outras dificuldades, segundo ela, são a burocracia para a obtenção de documentos, o alto custo de vida nos grandes centros brasileiros e as preocupações com segurança pessoal.
“Por outro lado, eles gostam do estilo de vida, da oferta cultural e da qualidade dos serviços médicos”, ressalta Britto. “Muitos ficam por pouco tempo, mas demonstram vontade de voltar ao Brasil.”
Para Sarfatti, da Russell Reynolds, “o estímulo aos americanos são as oportunidades imediatas, algo de curto prazo, para se realizar profissionalmente. Mas acho que está se abrindo um canal (de intercâmbio profissional) que pode virar duradouro.”
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Porra, mas não se emendam mesmo , vem pra cá , estão na maior pindaíba , não querem perder a pose , e de quebra , ainda reclamam que poucos falam Inglês.
Mão de obra ,quando era daqui para lá , caso fosse especializada , tinha que ter boa fluência em Inglês. Se não , não ficava , e saía corrido. Só era tudo azul nas novelas da Grobobo , pra otário ver.
Esse é o resultado de quem se acostumou a ir para terra dos outros lavar privada, e enxugar pratos por merreca , só para gastar com a cara dos otários daqui , e pra dizer que trabalha , ou melhor trabalhava , nos EUA.
Agora o complexo de vira-latas desses daqui , eternos colonizados , sem sangue nas veias , e vergonha na cara , ainda acham normal isso , juram que vão melhorar para homem branco poder ficar mais confortável. 
Acordem !!!!!!!! vocês é quem estão dando as cartas. BABACAS!!!!!!!!
Incluído pelo pedeuta.

terça-feira, 15 de março de 2011

Obama no Brasil: O Império contra ataca?



O primeiro presidente negro eleito pelos Estados Unidos, Barack Obama estará no Rio de Janeiro no próximo domingo. Quando vi a informação em algum site de notícias, me chamou a atenção o fato do discurso, que acontecerá na Cinelândia, ser gratuito e aberto ao público. Fui tomada por uma sensação de incômodo que não soube explicar aos meus colegas. O incômodo não vem do fato da visita de Obama ao Brasil. Nem do discurso gratuito e aberto ao público. Longe disso.
Lá pelos idos de 2008, lembro-me de me emocionar com a eleição do cara. Caminhando pelo Maracanã, bairro onde moro, vi um morador de rua gritando que, finalmente, tínhamos conseguido nossa liberdade (sic). Achei graça. Mas a sensação, talvez fosse essa mesmo para a gente, que ainda tem uma gota de indignação dos anos de W.Bush, que não foram anos bons. Imagine para mim, natural de Governador Valadares?
Para quem não sabe ou não se lembra, a cidade é estigmatiza por exportar seus filhos - são mais de 30 mil, dizem as pesquisas – para aquela terra em busca de oportunidade. Cresci vendo tios, tias, vizinhos, amigos deixando a calmaria da cidade em busca do “eldorado”, em tempos que uma moeda fraca acabava fazendo com que essas pessoas melhorassem de vida, mesmo ocupando subempregos e vivendo a duras penas naquele país frio.
Este texto não tem a finalidade de expressar aquela postura de demonizar os norte-americanos. Isso é tão datado. Não significa que eu também não tenha ressalvas em relação à política daquele país. Aos muros erguidos nas fronteiras. Ao preconceito em relação a negros, homossexuais, latinos que ainda teimam direcionar as ações daquela nação. Às guerras sem propósitos. Ao boicote ao Wikileaks. Às sanções econômicas que há anos vem sufocando Cuba. As ressalvas são muitas.
Não sou tola e entendo a importância de um líder da expressão de Obama no Brasil. Mas eu, que vivi tempos de “batermos pinico” para oTio Sam, entendo que a nossa postura como brasileiros deva ser outra. É lindo Obama discursar na Cinelândia. Lá foi palco, como frisou Paulo Henrique Amorim, da vitória de Leonel Brizola e que também recebeu Lula e Dilma (eu estava nesse dia).
Os tempos são outros. Eu cresci, ganhei senso crítico. E o Brasil também. Cresceu e amadureceu como nação e hoje trata de igual para igual com TODAS AS NAÇÕES DO MUNDO. Os Estados Unidos estão entre elas.
Vi o Brasil dizer não à ALCA e a discutir questões pertinentes à nossa economia na Organização Mundial do Comércio. Vi o Brasil mediar conflitos e ampliar a relação com outros países. Sobretudo, entendi a nossa postura como liderança na América Latina. Méritos dos 8 anos de trabalho do nosso querido operário presidente, Luís Inácio Lula da Silva, que mostrou que “yes, we can!!!”
Eu não estou indignada com a presença de Obama aqui, porque o Brasil já se provou múltiplo nas suas relações. Fomos concebidos entre as diferenças e, por isso, mesmo que não da melhor maneira possível, conseguimos entendê-las. Esse bom mocismo yankee, que vai sortear camisas, livros e, pasmem, um Iphone e um Ipad aos brasileiros que melhor saudarem o presidente norte-americano é que me incomoda, (veja aqui - acréscimo deste ContextoLivre) . Houve um tempo que os colonizadores nos davam espelhos de presente.
O Obama que vem aqui não é o homem que comoveu o morador de rua lá do Maracanã. Nem aquele que prometeu tirar as tropas do Iraque e universalizar o sistema de saúde daquele país. É um presidente cuja nação está maculada pela maior crise econômica da história e que vem perdendo espaço e prestígio, embora ainda seja a maior economia do mundo. E o Brasil também não é o mesmo. Sua presença tem sido noticiada com confetes e serpentinas que são de direito ao primeiro presidente negro dos Estados Unidos da América pelas nossas competentes corporações midiáticas.
Agora, por favor, um pouco mais de respeito com o meu povo. Vamos recebê-lo bem, porque assim reza a diplomacia e também porque receber bem é quase uma digital do brasileiro. Não precisamos de brindes, sovenir ou regalos
Nós estamos no controle. Então, por favor, nada de resquícios imperialistas. Mister Presidente, we can buy an Iphone and Ipad. Isso é reflexo de uma economia estabilizada, do crescimento do nosso poder aquisitivo. Nos trate com mais respeito. Há 8 anos deixamos de ser cidadãos de segunda classe. Nós temos autoestima e uma presidenta que nos representa. Entendemos nosso papel no mundo e estamos prontos para assumi-lo, começando com uma cadeira fixa no Conselho de Segurança da ONU.

 Cássia Ferreira Andrade é jornalista e valadarense.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Matéria originalmente publicada no site da Envolverde, por Frei Betto e João Pedro Stédile *



O império manda, as colônias obedecem
20/05/2010 18:00:55


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Movimentos sociais se unem para lutar contra a hegemonia internacional dos EUA

Matéria originalmente publicada no site da Envolverde, por Frei Betto e João Pedro Stédile *

Após a Segunda Guerra Mundial, quando as forças aliadas saíram vitoriosas, o governo dos EUA tentou tirar o máximo proveito de sua vitória militar. Articulou a Assembléia das Nações Unidas dirigida por um Conselho de Segurança integrado pelos sete países mais poderosos, com poder de veto sobre as decisões dos demais.

Impôs o dólar como moeda internacional, submeteu a Europa ao Marshall, de subordinação econômica, e instalou mais de 300 bases militares na Europa e na Ásia, cujos governos e mídia jamais levantam a voz contra essa intervenção branca.

O mundo inteiro só não se curvou à Casa Branca porque existia a União Soviética para equilibrar a correlação de forças. Contra ela, os EUA travaram uma guerra sem limites, até derrotá-la política, militar e ideologicamente.

A partir da década de 90, o mundo ficou sob hegemonia total do governo e do capital estadunidenses, que passaram a impor suas decisões a todos os governos e povos, tratados como vassalos coloniais.

Quando tudo parecia calmo no império global, dominado pelo Tio Sam, eis que surgem resistências. Na América Latina, além de Cuba, outros povos elegem governos antiimperialistas. No Oriente Médio, os EUA tiveram que apelar para invasões militares a fim de manter o controle sobre o petróleo, sacrificando milhares de vidas de afegãos, iraquianos, palestinos e paquistaneses.

Nesse contexto surge no Irã um governo decidido a não se submeter aos interesses dos EUA. Dentro de sua política de desenvolvimento nacional, instala usinas nucleares e isso é intolerável para o Império.

A Casa Branca não aceita democracia entre os povos. Que significa todos os países terem direitos iguais. Não aceita a soberania nacional de outros povos. Não admite que cada povo e respectivo governo controlem seus recursos naturais.

Os EUA transferiram tecnologia nuclear para o Paquistão e Israel, que hoje possuem bomba atômica. Mas não toleram o acesso do Irã à tecnologia nuclear, mesmo para fins pacíficos. Por quê? De onde derivam tais poderes imperiais? De alguma convenção internacional? Não, apenas de sua prepotência militar.

Em Israel, há mais de vinte anos, Moshai Vanunu, que trabalhava na usina atômica, preocupado com a insegurança que isso representa para toda a região, denunciou que o governo já tinha a bomba. Resultado: foi sequestrado e condenado à prisão perpetua, comutada para 20 anos, depois de grande pressão internacional. Até hoje vive em prisão domiciliar, proibido de contato com qualquer estrangeiro.

Todos somos contra o armamento militar e bases militares estrangeiras em nossos países. Somos contrários ao uso da energia nuclear, devido aos altos riscos, e ao uso abusivo de tantos recursos econômicos em gastos militares.

O governo do Irã ousa defender sua soberania. O governo usamericano só não invadiu militarmente o Irã porque este tem 60 milhões de habitantes, é uma potência petrolífera e possui um governo nacionalista. As condições são muito diferentes do atoleiro chamado Iraque.

Felizmente, a diplomacia brasileira e de outros governos se envolveu na contenda. Esperamos que sejam respeitados os direitos do Irã, como de qualquer outro país, sem ameaças militares.

Resta-nos torcer para que aumentem as campanhas, em todo mundo, pelo desarmamento militar e nuclear. Oxalá o quanto antes se destinem os recursos de gastos militares para solucionar problemas como a fome, que atinge mais de um bilhão de pessoas.

Os movimentos sociais, ambientalistas, igrejas e entidades internacionais se reuniram recentemente em Cochabamba, numa conferência ecológica mundial, convocada pelo presidente Evo Morales. Decidiu-se preparar um plebiscito mundial, em abril de 2011. As pessoas serão convocadas a refletir e votar se concordam com a existência de bases militares estrangeiras em seus países; com os excessivos gastos militares e que os países do Hemisfério Sul continuem pagando a conta das agressões ao meio ambiente, praticadas pelas indústrias poluidoras do Norte.

A luta será longa, mas nessa semana podemos comemorar uma pequena vitória anti-imperialista.

* Frei Betto é escritor. João Pedro Stédile integra a direção da Via Campesina

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Por Mauro Santayana


Uma vitória diplomática
Uma questão diplomática

Mauro Santayana, no JB Online


O iconoclasta Nelson Rodrigues, cujo verbo ácido a ninguém poupava, amava o povo brasileiro a ponto de espicaçá-lo com falso desdém: era a sua forma de despertar os nossos brios esmaecidos. Dele é a cáustica observação de que “o brasileiro tem complexo de vira-lata”. Não há dúvida de que muitos brasileiros, principalmente nas elites, guardam o deslumbramento dos nativos diante do estrangeiro que chegava do mar. Não fomos os únicos: os bravos guerreiros astecas viram nos invasores espanhóis, montados em portentosos cavalos – que eles não conheciam – centauros invencíveis.

Se Nelson estivesse vivo, provavelmente repetiria o constrangido epíteto: a reação de alguns brasileiros ao acordo obtido por Lula e pelo primeiro-ministro turco Erdogan, com Ahmadinejad, do Irã, é a de que não temos credenciais para nos metermos “em assuntos que não nos concernem”. O raciocínio parte de uma dúvida intimidadora: se o entendimento não der certo, perderemos credibilidade internacional. É um raciocínio que cambaleia, do ponto de vista moral. Ninguém pode desgastar-se por procurar a paz. Não caminha tampouco o argumento de que a situação no Oriente Médio não nos interesse. Com o surgimento da América, as divergências, direta ou indiretamente, começaram a atravessar o oceano. Disso fomos vítimas quando a Holanda, em conflito com a Espanha – a que Portugal estava então unido – invadiu a Bahia e Pernambuco. A partir de 1914, todas as guerras passaram a ser planetárias, mesmo quando o teatro de operações se limite na geografia.

O problema do Oriente Médio nos toca profundamente. Fomos corresponsáveis, com a decidida posição de Oswaldo Aranha – que presidia a Assembléia Geral da ONU em São Francisco – pela criação do Estado de Israel, e de um Estado palestino no mesmo território. Se as nações fossem movidas de mauvaise conscience, estaríamos hoje avaliando se fizemos o melhor em 1948. Concluiríamos que não agimos mal, porque obedecíamos às circunstâncias históricas. E porque não agimos mal naquele momento, agimos bem, agora, quando tentamos esvaziar as tensões entre o Irã e Israel. O confronto não nos interessa, embora possa interessar ao lobby sionista dos Estados Unidos e da Europa. E atuamos com o mesmo sentimento de justiça quando cobramos o cumprimento de todas as resoluções da ONU que exigem a independência e soberania do povo palestino em fronteiras seguras.

É irrelevante saber se a senhora Clinton está atendendo mais aos eleitores sionistas e ao lobby da indústria de armamentos do que aos interesses profundos de seu país, que o presidente Obama parece identificar. Há, desde a campanha eleitoral, diferença de approach com relação ao Oriente Médio entre a bem sucedida advogada de Chicago e o mestiço nascido no Havaí com o inquietante sobrenome Hussein. Cada pessoa é também a sua circunstância, de acordo com o achado do jovem Ortega y Gasset, e a ela sempre pagará algum tributo. A circunstância de Lula fez dele, desde a infância, um negociador. Homens que não nascem com o futuro assegurado pelos bens de família devem negociar o seu destino com os percalços da vida, e Lula soube fazê-lo, e bem, pelo menos até agora.

Desde outubro passado, o governo americano manifestou publicamente seu interesse em uma solução de compromisso pela qual o Irã enviasse seu urânio, parcialmente trabalhado, para enriquecimento completo em outro país. Na época se falou na Rússia, mas os falcões americanos provavelmente a isso se opuseram, em memória da Guerra Fria. Lula se entendeu com a Turquia, membro temporário, como o Brasil, do Conselho de Segurança, a fim de negociar a saída diplomática e honrosa para o impasse.

O Brasil não necessita da licença de terceiros para conduzir sua política externa. Cabe-lhe exercê-la com o respeito que o governo deve ao Estado e, o Estado, à soberania do povo. Entre os que contestam a importância do acordo há os nostálgicos de um tempo em que Otávio Mangabeira beijava a mão de Eisenhower e Vernon Walters dava ordens aos golpistas de 64.

Queiram, ou não, os xenófilos deslumbrados, o compromisso de Teerã é uma vitória diplomática do Brasil e do metalúrgico Luiz Inácio, que chefia o Estado.