Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sexta-feira, 1 de junho de 2012

A TOGA, A LÍNGUA E O CAÇADOR DE BLOGS

UM COMPORTAMENTO QUE DESONRA O  SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL DO PAÍS  Gilmar Mendes, no Globo, persegue críticos e pede a Mantega o corte na publicidade oficial em blogs' e sites de esquerda: com a palavra o governo e partidos democráticos.

 
Escudado na proteção republicana da toga, o ministro Gilmar Mendes desnudou uma controversa agenda política pessoal na última semana de maio. Onipresente na obsequiosa passarela da mídia amiga, lacrou seu caminho na 6ª feira declarando-se um caçador de blogs adversários de suas ideias e das ideias de seus amigos. Em preocupante equiparação entre a autoridade da toga e a arbitrariedade da língua, Gilmar decretou serem inimigos das instituições republicanas todos aqueles que contestam os seus malabarismos discursivos, a adequar denúncias a cada 24 horas, num exercício de convencimento à falta de testemunhas e fatos que as comprovem. (LEIA MAIS AQUI)

Relator da CPI jogou a Delta no abismo. Supremo pode salvar


O relator da CPI Odair Cunha (PT – MG) tinha diante de si duas propostas.

Uma, dos deputados Paulo Teixeira e Candido Vacarezza, do PT de São Paulo: abrir o sigilo da Delta nas referências que as operações Vegas e Marco Polo fizessem a empresas ou homens públicos que alí estivessem relacionados com o crime organizado. Em outras palavras, isso significava abrir o sigilo do crime organizado no Centro Oeste.

A estratégia dos dois era ir pela beirada.

A CPI vai durar até novembro.

(Clique aqui para ver que a batata do brindeiro Gurgel e do Paulo Preto começou a assar e assa até novembro.)

Inevitavelmente, a CPI vai dizer “oh de casa” ao Cerra.

(O Pagot na IstoÉ  já enfiou o pé na porta, ao descrever o rachuncho do Robanel: 60% iriam para a campanha do Cerra.)

Segundo Teixeira e Vacarezza, depois do Perillo, a CPI, com os novos dados que começam a jorrar lá de dentro – o amigo navegante viu como o Policarpo pedia grampo ao Carlinhos – ia descendo o mapa, até chegar ao Rio e a São Paulo.

Aí, apareceu na mesa do relator Odair Cunha uma proposta do DEMO Onyx Lorenzoni (RS) : detonar, abrir tudo, para pegar logo o Agnello e o Cabralzinho, na companhia do tucano Perillo, que arrendou Goiás ao Carlinhos Cachoeira.

O PiG (*) adorou !

Sem expor as duas propostas, o relator Odair Cunha leu a proposta do DEMO e submeteu-a a votação, sem dar chance à proposta mais limitada de Teixeira e Vacarezza.

Dito e feito.

No dia seguinte, a J&F desistiu do negócio, como mostra o G1.

A J&F anunciou que ia comprar por R$ 1 , se, depois da due dilligence, confirmasse que a empresa tinha condições de sobreviver.

O antigo dono, Fernando Cavendish, receberia uma mesada, e a J&F tocaria os contratos que representam uma boa fatia do PAC e obras que envolvem, pelo país afora, 30 mil empregados.

Agora, sem abandonar a idéia de ter uma empreiteira, a J&F concluiu que a Delta não tem receita – os clientes, assustados, com medo de uma devassa, não pagam.

O Paulinho da Força esteve no Palácio do Planalto esta semana e avisou a Gilberto Carvalho que, semana que vem, se não sair o pagamento dos trabalhadores, vai ter greve.

Pelo país afora.

A maioria dos empregados afetados é de sindicatos da Força.

O DEMO ganhou o primeiro round.

O STF pode reverter a situação provisoriamente – clique aqui para ver que a Delta recorreu ao Supremo para reverter a “quebra de sigilo nacional” .

Mas, é óbvio que uma solução rápida e definitiva tem que se encontrada.

O Palácio não vai poder manter a atitude de espectador.

O PAC está em jogo.

Parte da Transposição do rio São Francisco também.

E 30 mil empregos.

O relator Odair Cunha relatou mal.

Jogou para o PiG (*) e o PiG (*) ganhou o primeiro round.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Pagot: 60% do Robanel seriam para o Cerra

 
"Todos os empreiteiros do Brasil sabiam que o Rodoanel financiava a campanha do Serra"


Saiu na Edição da IstoÉ que está nas bancas:



As confissões de Pagot

Em entrevista à ISTOÉ, o ex-diretor do DNIT, hoje consultor, denuncia caixa 2 na campanha do PSDB e conta que, em 2010, quando estava na direção do órgão, arrecadou junto às empreiteiras para a campanha do PT
por Claudio Dantas Sequeira

Desde o início do ano, o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) Luiz Antonio Pagot tem prestado consultoria em projetos de navegação fluvial. Os negócios vão bem, mas a incursão no setor privado ainda não foi suficiente para apagar a mágoa que guarda pela maneira como deixou o governo, no rastro do escândalo de corrupção no Ministério dos Transportes. Casado, pai de uma filha, o economista, que é oficial reformado da Marinha, considera-se um técnico competente, de confiança, e diz que nutria pelo governo uma fidelidade quase canina. Mas a demissão, que classifica como “traição mortal”, alimenta agora um sentimento de vingança. E motivou Pagot, nos últimos dois meses, a fazer uma série de depoimentos à ISTOÉ. Em três encontros com a reportagem num hotel em Brasília, todos gravados, Pagot contou detalhes sobre a forma como, no exercício do cargo, foi pressionado pelo governo de José Serra a aprovar aditivos ilegais ao trecho sul do Rodoanel. A obra, segundo ele, serviu para abastecer o caixa 2 da campanha de José Serra à Presidência da República em 2010. “Veio procurador de empreiteira me avisar: ‘Você tem que se prevenir, tem 8% entrando lá.’ Era 60% para o Serra, 20% para o Kassab e 20% para o Alckmin”, disse Pagot. Nas conversas com ISTOÉ, Pagot também afirmou ter ouvido do senador Demóstenes Torres um pedido para que o ajudasse a pagar dívidas de campanha com a Delta com a entrega de obras para a construtora. Mas nem o aditivo de R$ 260 milhões para o trecho sul do Rodoanel foi liberado pelo DNIT – embora tenha sido pago pelo governo de São Paulo – nem o favor a Demóstenes foi prestado, segundo Pagot. Porém, ele não resistiu ao receber uma missão do comitê de campanha do PT durante as eleições de 2010. Pagot disse que, quando ocupava a diretoria do órgão que administrava bilhões em obras públicas em todo o País, recebeu do tesoureiro da campanha do PT, deputado José De Filippi (SP), um pedido para arrecadar recursos junto às empreiteiras. “Cada um doou o que quis. Algumas enviavam cópia do boleto para mim e eu remetia para o Filippi. Outras diziam ‘depositamos’”, afirmou. As doações, no entanto, teriam sido feitas pelas vias legais, de acordo com o ex-diretor do DNIT.

CAIXA 2 Segundo Pagot, empreiteiro confirmou que 8% da verba para o trecho sul do Rodoanel era desviada para a candidatura de Serra ao Planalto


Os segredos que Pagot guardava até agora ajudam a explicar por que a CPI do Cachoeira adiou deliberadamente sua convocação. Ele diz que está pronto para falar tudo e desafia: “Duvido que me chamem. Muitos ali têm medo do que posso contar.” Nas entrevistas à ISTOÉ Pagot forneceu detalhes dos encontros com o tesoureiro do PT, José De Filippi. Ele contou que, em meados de 2010, foi chamado ao QG petista, no Lago Sul, onde foi apresentado a Filippi, que lhe pediu ajuda para passar o chapéu entre as empreiteiras. Dias depois, revelou, os dois voltaram a se reunir no DNIT, onde Pagot lhe apresentou uma lista com cerca de 40 empreiteiras médias e grandes que tinham contrato com o órgão. Ao analisar hoje a prestação de contas da campanha, Pagot identifica ao menos 15 empresas que abasteceram a campanha do PT a pedido seu: Carioca Engenharia, Concremat, Construcap, Barbosa Mello, Ferreira Guedes, Triunfo, CR Almeida, Egesa, Fidens, Trier, Via Engenharia, Central do Brasil, Lorentz, Sath Construções e STE Engenharia. Elas doaram cerca de R$ 10 milhões, segundo a prestação de contas apresentada pelo PT ao TSE. Filippi disse à ISTOÉ que realmente foi apresentado a Pagot no comitê da campanha durante o primeiro turno da eleição. “Mas a conversa tratou da proposta de Pagot de a campanha receber três aviões do Blairo Maggi”, disse Filippi, que negou ter recebido boletos de depósitos. “Num segundo encontro, depois da eleição de Dilma, ficou acertado que Pagot buscaria recursos para saldar dívidas da campanha eleitoral”, admite Filippi.

PRESSÃO Em 2009, o então diretor da Dersa, Paulo Preto, solicitou uma audiência no DNIT. Queria um aditivo para o Rodoanel


Com os tucanos paulistas foi diferente. Os pedidos eram para um caixa 2 e ele se recusou a atendê-los. Pagot contou à ISTOÉ que recebeu pressões para liberar R$ 264 milhões em aditivos para a conclusão do trecho sul do Rodoanel. Segundo ele, em meados de 2009, o então diretor da Dersa, empresa paulista responsável pelas estradas, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, solicitou uma audiência no DNIT. Levou assessores, engenheiros e um procurador para tentar convencer Pagot a liberar a quantia. Até então, a obra tinha consumido R$ 3,6 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão em repasses da União. Acompanhado do diretor de Infraestrutura Rodoviária, Hideraldo Caron, Pagot disse que o governo não devia mais nada à Dersa. Quarenta dias depois, houve nova reunião, no Palácio dos Bandeirantes, na qual tentaram recolher sua assinatura num Termo de Ajuste de Conduta (TAC), apresentado pelo Ministério Público Federal. “A partir daí começaram as pressões”, diz Pagot. Ele diz que recebia telefonemas constantes, não só de Paulo Preto, mas do deputado Valdemar Costa Neto (PR/SP), do ministro Alfredo Nascimento e de seu secretário-executivo, hoje ministro Paulo Sérgio Passos. O caso foi parar no TCU, que autorizou a Dersa a assinar o TAC, condicionando novos aditivos à autorização prévia do tribunal e do MP. Pagot recorreu à AGU, que em parecer, ao qual ISTOÉ teve acesso, o liberou de assinar o documento.

ARRECADAÇÃO PETISTA De acordo com Pagot, o tesoureiro do PT, José De Filippi, pediu para ele arrecadar junto às empreiteiras


Em meados de 2010, almoçando uma dobradinha no tradicional restaurante Francisco, em Brasília, o procurador de uma empreiteira adicionou para Pagot um elemento novo à já suspeita equação do Rodoanel. O interlocutor, segundo o ex-diretor do DNIT, revelou que no convênio haveria um percentual para abastecer a campanha de Serra. “Aquele convênio tinha um percentual ali que era para a campanha. Todos os empreiteiros do Brasil sabiam que essa obra financiava a campanha do Serra”, disse. Consulta ao TSE mostra que o comitê de Serra e do PSDB receberam das empreiteiras que atuaram no trecho sul do Rodoanel quase R$ 40 milhões, em cifras oficiais. O representante de uma empreiteira que participou do Rodoanel confirmou à ISTOÉ que manteve contatos com Pagot reivindicando o aditivo.
Questionado por ISTOÉ, Valdemar Costa Neto confirmou os contatos. Disse que atua “junto à administração pública em favor da liberação de recursos para investimentos que beneficiem” sua região. Nascimento, por sua vez, admitiu ter sido procurado por dirigentes do governo de São Paulo para discutir o aditivo, mas garante que refutou o pedido. Passos negou qualquer pressão.

RESPALDO A AGU, de Luis Adams, liberou o DNIT de assinar o aditivo para obra em São Paulo


A metralhadora giratória acionada por Pagot também atinge a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Ele diz que, em 2010, quando Ideli era candidata ao governo de Santa Catarina, ela pediu uma audiência no DNIT para tratar de três convênios do órgão no Estado, e, ao final do encontro, solicitou que a ajudasse também na arrecadação de recursos. “Ela queria que eu chamasse as empreiteiras e pedisse para pôr dinheiro na campanha dela”, afirma. Como se negou a ajudá-la, Pagot acha que Ideli ficou ressentida e passou a miná-lo quando chegou ao Planalto. Por meio de nota, Ideli negou que tenha recorrido a Pagot para solicitar recursos.

VERBA PARA A CAMPANHA Então candidata ao governo de Santa Catarina, Ideli Salvatti também teria recorrido a Pagot


Mas as pressões em cima do diretor do DNIT não vinham apenas do PT e do PSDB. Outra confissão de Pagot diz respeito a um jantar que teve com Demóstenes (ex-DEM) e a cúpula da construtora Delta no ano passado. Ao final do encontro, Demóstenes teria chamado Pagot para uma conversa privada, num cômodo de sua casa. Na conversa, Demóstenes disse que estava com dívidas com a Delta e que precisava “carimbar alguma obra para poder retribuir o favor” que a construtora fez para ele na campanha. Como se vê, o DNIT era um tesouro cobiçado por muita gente.


Gilmar Mendes e Veja: uma mão suja a outra, desde 1992

A relação entre a revista Veja e o ministro do STF Gilmar Mendes, que culminou, na última semana, em acusações contra o ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é antiga, e sempre costumou ser muito amistosa. A busca no acervo digital da Veja revela 140 menções a Mendes, parte delas trazendo o ministro como fonte, parte apresentando-o como um gênio do meio jurídico brasileiro ou fazendo supor que Gilmar Mendes é um dos grandes frasistas da História do país. Além disso, a pesquisa traz algumas curiosidades um tanto quanto incômodas para Mendes. Chegaremos a elas.
Entre as 140 menções, dezenas delas estão na seção “Veja Essa”, dedicada às mais interessantes – na concepção da Veja – frases da semana. Todas as citações de Gilmar Mendes são de frases fortes, espirituosas, e carregadas de ataque aos movimentos sociais e a lideranças políticas, como o atual governador do Rio Grande do Sul e ex ministro da Justiça Tarso Genro (PT).
A primeira aparição de Mendes na Veja acontece em 1992. Ele era, então, assessor jurídico do Planalto, subordinado ao ex presidente Fernando Collor, a quem defende na matéria publicada em setembro daquele ano. Gilmar Mendes só volta a aparecer na revista dez anos depois, como advogado-geral da União e candidato ao Supremo Tribunal Federal. Ali, como em 1992, Gilmar e a Veja parecem não se entender muito bem. Diz a matéria: “Dono de um estilo agressivo, Mendes é alvo de maledicências no tribunal”.
Ainda em 2002 há o primeiro capítulo da curiosidade citada no primeiro parágrafo desse texto. Lembremos que, agora, em 2012, o ministro do STF acusa Lula de ter tentado interferir nas decisões do Supremo. Pois, há dez anos, observemos o que nota publicada na Veja relatava: “Quando não se discutia a possibilidade de o advogado-geral da União, Gilmar Mendes, assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal, a relação dele com o Poder Judiciário conheceu momentos de atrito. Certa vez, Mendes enviou uma carta ao STF em que pedia aos juízes que moderassem seu contato com a imprensa”. Sim, Gilmar Mendes, quando advogado-geral da União, tentou interferir na conduta do STF. E mais: já ministro do STF, tentou interferir na conduta da Polícia Federal. Em nota da seção Radar, da revista Veja, em junho de 2007, o jornalista Lauro Jardim afirma: “O ministro do STF Gilmar Mendes telefonou na semana passada para Tarso Genro. (…) Furioso, Mendes reclamou da atuação da PF, que vazou extra-oficialmente o seu nome como um dos beneficiários dos presentinhos da Gautama (…)”.
Durante toda a crise institucional entre Gilmar Mendes e Tarso Genro, a Veja sempre posicionou-se ao lado do ministro do STF. A divergência chegou ao caso do ativista italiano Cesare Battisti, momento em que a revista aumentou o espaço dado a Gilmar para ecoar a gritaria contra o “terrorista” e seus “comparsas”. Em julho de 2008, a Veja publicou uma reportagem de quatro páginas atacando o trabalho da Polícia Federal, que estava então sob comando de Tarso.
Em 2009 começou a paixão entre Gilmar e o colunista da revista, Reinaldo Azevedo, que agora o defende aos gritos contra Lula. Em abril daquele ano, a edição impressa destacava nota publicada no blog do colunista, sobre a discussão entre Gilmar e outro ministro do STF, Joaquim Barbosa, em que Azevedo, como de costume, se investe de ares de juiz supremo: “Joaquim Barbosa está obrigado a provar, como ministro do Supremo, que seu colega tem ‘capangas’. Se Gilmar Mendes tem capangas e Barbosa tem as provas, então está prevaricando”.
Dois anos depois, em dezembro de 2011, o mesmo Reinaldo Azevedo publicava na Veja um artigo de duas páginas, intitulado “Ainda há juízes em Brasília”, em que pouco mais faz do que tecer loas a Gilmar Mendes e ao livro publicado pelo ministro. Escreve: “Mendes é juiz num país livre que quer continuar livre. Que faça escola”.
É claro que, com toda essa trajetória de carinhos recíprocos, a Veja podia contar com Gilmar Mendes quando precisasse desviar a atenção de si mesma, envolvida como está nas ligações gravadas do bicheiro Carlinhos Cachoeira, alvo de uma CPI neste momento. Ao tentarem lavar-se mutuamente, uma mão suja a outra.
No JornalismoB
 

De volta ao passado

“Mino Carta é um chato, se pudesse reescreveria os Evangelhos. Inimigo do regime, Geisel o detestava, mas não tinha rabo preso.” De um depoimento de João Baptista Figueiredo, gravado em 1988 durante um churrasco amigo e divulgado após a morte do último ditador da casta fardada.
No final de 1969, esta capa foi o maior desafio de Veja à
ditadura, mas já a da primeira edição dera problemas
É do conhecimento até do mundo mineral que nunca escrevi uma única, escassa linha para louvar os torturadores da ditadura, estivessem eles a serviço da Operação Bandeirantes ou do DOI-Codi. Ou no Rio, na Barão de Mesquita. E nunca suspeitei que a esta altura da minha longa carreira jornalística me colheria a traçar as linhas acima. Meu desempenho é conhecido, meus comportamentos também. Mesmo assim, há quem se abale a inventar histórias a meu respeito. Alguém que, obviamente, fica abaixo do mundo mineral.
Não me faltaram detratores vida adentro, ninguém, contudo, conseguiu provar coisa alguma que me desabonasse. Os atuais superam-se. Um deles se diz jornalista, outro acadêmico. Pannunzio & Magnoli, binômio perfeito para uma dupla do picadeiro, na hipótese mais generosa de uma farsa cinematográfica. Esmeram-se para demonstrar exatamente o que soletro há tempo: a mídia nativa prima tanto por sua mediocridade técnica quanto por sua invejável capacidade de inventar, omitir e mentir.
Afirmam que no meu tempo de diretor de redação de Veja defendi a pena de morte contra “terrorristas”, além de enaltecer o excelente trabalho da Oban. Outro inquisidor se associa, colunista e blogueiro, de sobrenome Azevedo. E me aponta, além do já dito, como um singular profissional que não aceita interferência do patrão. Incrível: arrogo-me mandar mais do que o próprio. Normal que ele me escale para o seu auto de fé. O Brasil é o único país do meu conhecimento onde os profissionais chamam de colega o dono da casa.
A bem de minha honra, Geisel me detestava.
Foto: AE
Não há nas calúnias que me alvejam o mais pálido resquício de verdade factual. Os textos que me atribuem para baseá-las nascem de uma mistificação. Pinçados ao acaso e fora do contexto, um somente é de minha autoria e nada diz que me incrimine. E pouparei os leitores de disquisições sobre minha repulsa visceral, antes ainda que moral, à prisão sem mandado, à tortura e à pena de morte. Quando o Estadão foi pioneiro na publicação de um artigo assinado Magnoli, limitei-me a escrever um breve texto para o site de CartaCapital, destinado a contar a história de outra peça de humorismo, escrita em 1970 por um certo Lenildo Tabosa Pessoa, redator, vejam só, do Estadão, e intitulada O Senhor Demetrio. Ou seja, eu mesmo, marcado no batismo por nome tão pesado.
Lenildo pretendia publicar seu texto no jornal, os patrões, Julio de Mesquita Neto e Ruy Mesquita, não deixaram. Surgiu em matéria paga o retrato de um hipócrita pretensamente refinado que, como Arlequim da política, servia ao mesmo tempo Máfia e Kremlin. O senhor Demetrio, de codinome Mino. Diga-se que Lenildo encontraria eco três anos depois no programa global de um facínora chamado Amaral Neto, também identificado como Amoral Nato, que repetia Lenildo no vídeo. Como se vê, tom e letra das calúnias estão sujeitos a mudanças ideológicas.
Ao negarem espaço nas páginas da sua responsabilidade à diatribe de Lenildo, os herdeiros do doutor Julinho quiseram respeitar a memória do meu pai, que trabalhou no Estadão por 16 anos, e meu honesto e leal desempenho na criação da Edição de Esporte e do Jornal da Tarde. O Estadão, evidentemente, não é mais o mesmo. Lenildo e Amaral Neto me tinham como perigoso subversivo de esquerda. Em compensação, hoje sou acusado de ter dirigido naquele mesmo 1970 uma Veja entregue “à bajulação, subserviência e propaganda da ditadura”. É espantoso, mas a semanal da Abril em 1970 era submetida à censura exercida na redação por militares. Eu gostaria de saber o que acham os senhores Pannunzio, Magnoli e Azevedo a respeito de quem na mídia brasileira se perfilava illo tempore ao lado da ditadura. Ou seja, quase todos.
E Arci, impávido, ofereceu a cabeça de Millôr Fernandes
ao ministro Golbery.
Fotos: Marcelo Carnaval e Manoel Amorim/Ag O Globo
Quem, de fato foi censurado? Os alternativos, então chamados nanicos, em peso, do Pasquim a Opinião, que depois se tornaria Movimento, sem exclusão de O São Paulo, o jornal da Cúria paulistana regida por dom Paulo Evaristo Arns. A Veja, primeiro por militares, depois por policiais civis no período Médici. Com Geisel, passou a ser censurada diariamente, de terça a sexta, nas dependências da Polícia Federal em São Paulo, e aos sábados, à época dia de fechamento, na própria residência de censores investidos do direito a um fim de semana aprazível. Enquanto isso, Geisel exigia que os alternativos submetessem seu material às tesouras censórias em Brasília, toda terça-feira.
Sim, o Estadão também foi censurado e com ele o Jornal da Tarde. A punição resultava de uma briga em família. O jornal apoiara o golpe, mas sonhava com a devolução do poder a um civil, desde que se chamasse Carlos Lacerda. Este não deixava por menos nas suas aventuras oníricas. O Estadão acabou sob censura, retirada contudo em janeiro de 1975, no quadro das celebrações do centenário do jornal. Carlos Lacerda foi cassado. Diga-se que ao Estadão permitia-se preencher os espaços vagos deixados pelos cortes com versos de Camões, em geral bem escolhidos, e ao Jornal da Tarde com receitas de bolo, às vezes discutíveis. O resto da mídia não sofreu censura. Não era preciso.
Julio Neto e Ruy Mesquita não dariam espaço às calúnias
de um tal de Magnoli.
Fotos: Alfredo Fiaschi/AE e AE
Quando me chamam para fazer palestras em cursos de jornalismo, sempre me surpreendo ao verificar que o enredo que acabo de alinhavar é ignorado pelos alunos e por muitos professores. Acham que a censura foi ampla, geral e irrestrita. Meus críticos botões observam que me surpreendo à toa. Pois não se trata de futuros Pannunzios, Magnolis e Azevedos? No caso deste senhor Reinaldo, vale acentuar uma nossa específica diferença. Não me refiro ao fato de que eu reputo Antonio Gramsci um grande pensador, enquanto ele o define como terrorista. A questão é outra.
Ocorre que, ao trabalhar e ao fazer estágios na Europa, entendi de vez que patrão é patrão e empregado é empregado, e que para dirigir redações o profissional é chamado por causa de sua exclusiva competência. Ao contrário do que se dá no Brasil, por lá não há diretores por direito divino. Por isso, ao deixar o Jornal da Tarde para tomar o comando dos preparativos do lançamento de Veja, me senti em condições de exigir certas garantias.
No Estadão tivera um excelente relacionamento com a família Mesquita, fortalecido pela lembrança que cultivavam de meu pai, iniciador da reforma do jornal que Claudio Abramo aprofundou e completou. Gozei na casa então ainda do doutor Julinho, filho do fundador, de grande autonomia, aquela que facilitou a criação de um diário de estilo muito próprio, arrojado na diagramação, em busca de qualidade literária no texto. Estava claro, porém, que a linha política seria a da família. Com os Mesquita me dei muito bem, foram de longe meus melhores patrões, talvez os remanescentes não percebam que por eles tenho afeto, embora, saído do Estadão, não me preocupasse em mostrar que minhas ideias não coincidiam com as deles.
E Golbery, gélido, disse: "Eu não pedi a cabeça de ninguém,
senhor Civita".
Foto: AE
Convidado finalmente pelos Civita para a empreitada de Veja, solicitei uma liberdade de ação diversa daquela de que gozara no Jornal da Tarde. Só aceitaria o convite se os donos da Abril, uma vez definida a fórmula da publicação, se portassem como leitores a cada edição, passível de discussão está claro, mas a posteriori, quer dizer, quando já nas bancas.
Pedido aceito. A primeira Veja, espécie de newsmagazine à brasileira, foi um fracasso. Além disso, já irritou os fardados por trazer na capa a foice e o martelo. A temperatura subiu com a segunda capa, a favor da Igreja politicamente engajada. A quinta, com a cobertura do congresso da UNE em Ibiúna, foi apreendida nas bancas. E também o foi aquela que celebrou a decretação do AI-5 no dia 13 de dezembro de 1968. Tempos difíceis. Mas a edição de mais nítido desafio aos algozes da ditadura é de mais ou menos um ano depois. A chamada de capa era simples e direta: “Torturas”, em letras de forma.
A história desta reportagem começou cerca de três meses antes, com uma investigação capilar conduzida por uma equipe de oito repórteres encabeçada por Raymundo Rodrigues Pereira. Foram levantados 150 casos, três deles nos detalhes mínimos. Emílio Garrastazu Médici acabava de ser escolhido para substituir a Junta Militar e pela pena do então coronel Octavio Costa acenava em discurso, pretensamente poético ao declinar a origem do novo ditador por dizê-lo vindo do Minuano, à necessidade do abrandamento da repressão. Raymundo e eu recorremos a um estratagema, e saímos com uma edição anódina para celebrar o vento gaúcho. Falávamos da posse, da composição do ministério, do discurso. Chamada de capa: “O Presidente Não Admite Torturas”.
Ofereço este número de Veja à aguda análise de Pannunzios, Magnolis, Azevedos e quejandos. (Nada a ver com queijo.) Bajulação e subserviência estão ali expostas da forma mais redonda. Naquele momento, a mídia foi atrás de Veja, e por três dias falou-se mais ou menos abertamente de tortura. Logo veio a proibição, que Veja ignorou. Na noite de sexta-feira a reportagem da equipe de Raymundo descia à gráfica para arrolar 150 irrefutáveis casos de tortura, dos quais três em detalhes. Ao mesmo tempo, eu mandava cortar os telefones da Abril para impedir ligações de quem pretendesse interferir, autoridades, patrões e intermediários. A edição foi apreendida nas bancas, e logo desembarcou na redação a censura dos militares.
Este sim, "nosso Trotski", a Arci pediu minha
 cabeça e conseguiu.
Foto: AE
Quando ouvi falar em distensão pela primeira vez, meados de 1972, pela boca do general Golbery, à época presidente da Dow Chemical no Brasil, pareceu-me possível alguma mudança na sucessão de Médici. De fato, Golbery, que vinha de conhecer, articulava na sombra a candidatura de Ernesto Geisel, títere sob medida para as suas artes de titereiro. Meados de 1973, assenta-se a candidatura obrigatória de Geisel. Alguns meses após, ministério em gestação, Golbery, futuro chefe da Casa Civil à revelia de Médici, me sugere uma conversa com o recém-convocado para a pasta da Justiça, Armando Falcão. Assunto: fim da censura em clima de distensão.
Conversei duas vezes com Falcão enquanto Roberto Civita entre janeiro e fevereiro de 1974 apontava em Hugh Hefner um notável filósofo da modernidade. Mal assumiu a pasta, dia 19 de março de 1974, Falcão chamou-me a Brasília para comunicar que a censura se ia naquele instante. Sublinhei: “Sem compromisso algum de nossa parte”. “Claro, claro”, proclamou, e me deu de presente seu livro de recente publicação, intitulado A Revolução Permanente. Mais tarde Golbery comentaria: “Falcão é o nosso Trotski”.
Três semanas após, a censura voltou, mais feroz do que antes. Duas reportagens causaram a costumeira irritação, fatal foi uma charge de Millôr Fernandes. Em revide, decretava-se que a censura seria executada em Brasília às terças-feiras. Fui visitar Golbery no dia seguinte, eu estava de veneta rebelde, levei meus dois filhos meninotes, e andei pela capital federal de limusine. No meu livro de próxima publicação, O Brasil, a sair pela Editora Record como O Castelo de Âmbar, descrevo assim a visita ao chefe da Casa Civil.
“A secretária do ministro, dona Lurdinha, senhora de modos caseiros, redonda rola sobre o carpete sem perder o sorriso, chega-se ao meu ouvido, murmura: “Veio também o senhor Roberto Civita, quer ser recebido mas não tem hora marcada”. Não deixo que o tempo se estique inutilmente, tomo a visão panorâmica da antessala e vejo Arci, entalado em uma poltrona com expressão perdida na paisagem da savana descortinada além das vidraças. “Que faz aqui?” E ouço meu próprio latido.
“Vici me contou que você viria, e eu gostaria…”
“Você não pediu audiência, não tem hora”, proclamo.
Ele insiste, à beira da imploração. O meu tom chama a atenção de Manuela e Gianni, encaram a cena sem entender o assunto, percebem porém que o pai está muito irritado, enquanto o outro tem jeito de pedinte. Lurdinha traz uma laranjada para as crianças e avisa que o general está à espera. Admito: “Você entra comigo, mas se compromete a não abrir a boca”. Ele promete.
Na conversa que se segue no gabinete da Casa Civil, o meu argumento é óbvio, Veja é uma revista semanal que encerra o trabalho na noite de sábado e vai às bancas às segundas-feiras, obrigá-la a submeter textos e fotos aos censores na terça significa inviabilizá-la. Pergunto a Golbery: “Os senhores pretendem que Veja simplesmente acabe?” Não, nada disso. “Então é preciso pôr em prática outro sistema.”
O chefe da Casa Civil entende e concorda. Diz: “Vá até o Ministério da Justiça, fale com Falcão, a Lurdinha já vai avisá-lo, diga a ele que vamos procurar uma saída até amanhã no máximo, a próxima edição tem de sair regularmente”.
Golbery fica de pé, hora da despedida. O general não conhecia o patrãozinho que até aquele momento cumpriu a promessa feita na antessala. E de supetão abre a boca: “General, se o senhor acha que devemos tomar alguma providência em relação ao Millôr Fernandes…”
Golbery fulminou-o: “Senhor Civita, não pedi a cabeça de ninguém”.
Poucos entenderam que o Minuano
poderia despertar ciclones.
Foto: Reprodução
Vici e Arci, ou seja, Victor Civita e Roberto Civita, assim se chamavam no castelo envidraçado à beira do Tietê, esgoto paulistano ao ar livre. Esse entrecho já o desenrolei em O Castelo de Âmbar sem merecer desmentido e o próprio Millôr o colocou no ar do seu blog logo após a publicação no final de 2000. Ao sair do gabinete de Golbery, eu disse a Roberto Civita “você é mesmo cretino”, como depois o definiria na conversa de despedida com o pai Victor, mas poderia dizer coisa muito pior. Quanto à minha saída da direção de Veja e de conselheiro board abriliano, descrevi o evento em editorial de poucas semanas atrás. Faço questão de salientar, apenas e ainda, que não fui demitido, e sim me demiti para não receber um único centavo das mãos de um Civita, nem que fosse a comissão pelo empréstimo de 50 milhões de dólares recebidos pela Abril da Caixa Econômica Federal, juntamente com o fim da censura, em troca da minha cabeça. A revista prontamente caiu nos braços do regime.
A partir daí, tive de inventar meus empregos para viver. Ou por outra, para viver com um salário infinitamente menor (insisto, infinitamente) do que aquele dos importantes da imprensa, e nem se fale daqueles da televisão. Ganham mais que os europeus e de muitos americanos. Em outro país, um jornalista com o meu passado não sofreria as calúnias de Pannunzios, Magnolis e Azevedos, e de vários que os precederam. Muito representativos de uma mídia que manipula, inventa, omite e mente. Observem os fatos e as mentiras da atualidade imediata, o caso criado pelo protagonismo de Gilmar Mendes e pela ferocidade delirante dos chapa-branca da casa-grande. Além do mais, há em tudo isso um traço profundo de infantilidade, um rasgo abissal, a provar o estágio primitivo da sociedade do privilégio, certa de que a senzala aplaude Dilma e Lula e mesmo assim se conforma, resignada, dentro dos seus habituais limites.
Os caluniadores são, antes de mais nada, covardes. Sentem as costas protegidas pela falta generalizada de memória, ou pela pronta inclinação ao esquecimento. Pela impunidade tradicional garantida por uma Justiça que não pune o rico e poderoso. Pelo respaldo do patrão comprometido com a manutenção do atraso em um país onde somente 36% da população conta com saneamento básico, e 50 mil pessoas morrem assassinadas ano após outro. Confiam no naufrágio da verdade factual, pela enésima vez, e que tudo acabe em pizza, como outrora se dizia, a começar pela CPI do Cachoeira e pela pantomima encenada por Gilmar Mendes. E que o tempo, vertiginoso e fulminante como sempre, se feche sobre os fatos, sobre mais uma grande vergonha, como o mar sobre um barco furado.
Mino Carta
No CartaCapital

Blogueiro sujo vai ao Supremo contra Gilmar

 SÓ A 'VEJA' PODE: Gilmar Mendes persegue críticos e pede a Mantega o corte de publicidade oficial nos 'blogs sujos': governo Dilma aceitará a mordaça contra a liberdade de imprensa?**PIB do Brasil se arrasta e cresce  apenas 0,2%  no 1º trimestre: em agosto de 2011 quando o governo Dilma iniciou o corte nos juros contra a crise mundial, coalizão demotucano criticou a 'preecipitação'**Europa: 17,4 milhões de desempregado em abril**  Lula será candidato em 2014 --só se Dilma não quiser: 'Não posso deixar que um tucano volte a governar" --em entrevista no Programa do Ratinho, que emendou:"José Serra você se ferrou

  

Saiu num Blog de Mexericos da Candinha de Brasília:

O ministro Gilmar Mendes acaba de informar ( …)  que vai entrar com uma ação na Procuradoria Geral da República, solicitando o substrato das empresas estatais que usam do uso do dinheiro público para o financiamento de blogs que atacam as instituições.

— É inadmissível que esses blogueiros sujos recebam dinheiro público para atacar as instituições e seus representantes. Num caso específico de um desses, eu já ponderei ao ministro da Fazenda que a Caixa Econômica Federal, que subsidia o blog, não pode patrocinar ataques às instituições.



Se for quem este blogueiro sujo está pensando, ele informou ao Conversa Afiada:
Vai ao Supremo contra Gilmar Dantas (*) por:
- abuso de autoridade;
- obstrução de atividade comercial legal;
- tentativa de censura;
- por delírio psicológico incontrolável, com manifestações patológicas óbvias, incompatíveis com a função que exerce.
Se for quem este blogueiro sujo está pensando, ele informou ao Conversa Afiada que vai entrar com um pedido de impeachment de Gilmar Dantas no Senado (*).
Se for este bogueiro sujo mesmo, ele sugere ao Gilmar Dantas: renuncie, dispa-se da toga do “foro privilegiado” e venha para a arena da democracia.
“Vamos para o mano-a-mano”, aqui na planície, debater ideias e confrontar fatos – disse o blogueiro sujo, que falou com exclusividade a este Conversa Afiada.
Se for quem este blogueiro sujo pensa, diz ele que falou assim: Ministro, saia detrás da Veja, do PiG (**), dessas colunas de mexerico.
E sugeriu que Gilmar respondesse à pergunta: o que significa ”o Gilmar mandou subir” ?
Se for quem este blogueiro sujo está pensando, ele pergunta, também: por que o Gilmar Dantas (*) não vai à PGR mover ação contra o Mauro Santayana, outro blogueiro sujo há muitos anos, que pediu ao Supremo para mandar o Gilmar embora ?
Num ponto o blogueiro sujo concorda com esse, em quem ele está pensando: não recomenda nada o Ministro ter dados dois HCs Canguru logo a quem, ao Daniel Dantas !
Lá isso é verdade.
Não orna.

Paulo Henrique Amorim, blogueiro sujo, com fontes entre os blogueiros sujos.

(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista (***) do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(***) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

 

Bomba ! Robert(o) Civita pede grampo a Cachoeira

A revista que deu curso à versão do ex-Supremo Presidente Supremo sobre o encontro que ele próprio pediu ao Nunca Dantes, o detrito sólido de maré baixa foi apanhado no exato momento em que pedia um grampo ao Carlinhos Cachoeira.

Isso mesmo, amigo navegante: me dá um grampo aí, Carlinhos !

Além de encomendar papel e tinta, o detrito sólido tem, assim, um fornecedor de grampo clandestino.

E depois ainda reclamam do Collor – acompanhe a entrevista que ele deu ao ansioso blogueiro na RecordNews -, só porque ele quer convocar o Robert(o) para depor.


Aqui, o endereço no detrito sólido em que o grampo foi desovado:

Ex-aliado acusa líder do PTB na Câmara de pedir dinheiro em troca de cargo

Não deixe de ler também: “Temer foi escalado para defender a Globo na CPI”.

E aqui para ler a reportagem do Leandro Fortes na Carta Capital, em que se entende por que a Globo pediu proteção ao Temer: porque a Globo se banhou nas águas da cachoeira.


Paulo Henrique Amorim

Quem Gilmar e Demóstenes foram paraninfar em Goiânia ?


Do mestre, com carinho

O Conversa Afiada reproduz comentário e singelo vídeo enviados pelo amigo navegante Fábio.

Enternecedor, amigo navegante.

Contenha a emoção !

Fabio

31 de maio de 2012

PHA

Sou de Goiânia, estava lendo sobre sobre esse caso da “reportagem” da revista Veja envolvendo Lula e Gilmar Mendes, e algo me chamou a atenção. O Gilmar Mendes alegou que pegou carona de avião com o Demóstenes, porque seria paraninfo de uma turma de Direito em Goiânia. Foi aí que lembrei que o governador Marconi se formou em Direito. Nesse momento, fiquei imaginando se não seria essa a turma de que ele foi paraninfo. Que turma será essa, tão importante ? Adivinhe só !

Vejam esse vídeo: http://youtu.be/moy7zYxOihY

Todos juntos: Gilmar, Demóstenes e Marconi. Está lá pra todo mundo ver. Aliás, Marconi Perillo foi um aluno especial. A mulher dele, Valéria Perillo, também. A Faculdade Alves Faria (Alfa), em Goiânia, montou uma turma de Direito exclusiva para os dois. Que prestigio, hein ?




Observe, amigo navegante, a fala do Demóstenes neste vídeo revelador: diz que o Maconi sabe tudo, tem a “expertise”.
Sem dúvida !!!
E a fala do Gilmar Dantas (*), amigo navegante ?
Uma platitude.
Parece fala do Fernando Henrique – ali, o sol não brilha !
Tem a luminosidade de uma toga de Juiz.
Em tempo: é ou não é uma comunidade unida: Gilmar, Demóstenes, Perillo e o Cerra que pede ao Johnbim para ter uma conversinha com a Veja ? Só faltou nessa formatura o Carlinhos. Será que ele estava com o Policarpo ?
Paulo Henrique Amorim
(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista (**) do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta  costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse  pessoal aí.

Sem ter o que dizer ao eleitor, Serra tenta criminalizar o PT


Não deixa de ser irônico que o cenário escolhido pela pré-campanha de José Serra para perpetrar a primeira das costumeiras jogadas eleitorais sujas que o tucano costuma praticar tenha sido o metrô paulistano, a prova em aço e concreto da incompetência e da corrupção do PSDB paulista.
Na manhã da última quinta-feira, ocupado pela participação em uma feira de meu setor de atividade profissional, recebo ligação de minha mulher – talvez a pessoa mais avessa à política que conheço e que se opõe frontalmente ao que faço neste blog.
Como precisei do carro para ir à feira, Cristina foi trabalhar de metrô. Tanto na estação em que embarcou quanto na que desembarcou presenciou distribuição gratuita de uma revista com uma capa que qualificou como “inacreditável”.
Estava indignada. Disse que a revista estampava na capa a figura da morte com o símbolo do Partido dos Trabalhadores (a estrela vermelha de cinco pontas) no lugar do rosto. E que, logo abaixo, havia um texto que acusava o partido inteiro de ser uma agremiação de assassinos.

Ela não soube precisar do que se tratava e não pude avaliar na hora, pois estava ocupado no evento. Ao chegar em casa à noite, porém, entendi tudo. Bastou um giro pela internet para descobrir que a revista é ligada a José Serra e que requentou a morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel.
Cristina relatou que a publicação estava sendo distribuída por um idoso e um rapaz trajados humildemente. O idoso, segundo ela, estava mal-humorado e agressivo. Após lhe entregar a revista, alguém lhe pediu informação, ele negou e reagiu com fúria. Disse que “não estava ali” e que já lhe bastava ter que ficar “distribuindo aquela bosta de revista”.
Ainda segundo a minha mulher, a revista estava sendo distribuída também pelas ruas. Várias pessoas, todas humildes, carregavam pilhas do material em carrinhos de mão e o jogavam em cima dos passantes.
Foi então que me lembrei de algumas conversas que andei tendo com o pré-candidato do PT a prefeito de São Paulo, o ex-ministro Fernando Haddad.
Quem lê este blog sabe que não tenho manifestado muita fé nas chances dele de derrotar Serra devido à despolitização e ao alheamento da realidade que flagelam a maioria dos paulistanos. Ainda assim, nas duas oportunidades em que nos encontramos fiquei surpreso por percebê-lo extremamente animado com as próprias chances.
Na conversa que tivemos na última terça-feira, o pré-candidato disse que tem sentido que o povo de São Paulo “não agüenta mais” a situação da cidade e que dificilmente deixará de buscar uma alternativa ao grupo político que a governa.
Haddad dá especial atenção ao fato de que São Paulo deveria estar convertida em um canteiro de obras, pois tem hoje um orçamento de R$ 35 bilhões enquanto que, à época de Marta Suplicy, não tinha nem um terço disso. Ainda assim, o prefeito Gilberto Kassab não tem o que inaugurar.
Perguntado sobre a que atribui a inexistência de obras de vulto na cidade tendo ela um orçamento desse tamanho – que, claro, deve-se à situação econômica do país, a qual enriqueceu todos os municípios –, Haddad respondeu que tudo se deve ao “custeio”.
Como exemplo, o pré-candidato citou contrato de varrição da prefeitura com a empreiteira Delta, que, após ter vencido a concorrência, obteve da prefeitura um aumento de mais de 100% no preço inicial – passou de R$ 300 milhões para R$ 700 milhões.
Ou seja: as empresas que prestam serviços à prefeitura vencem licitações com preços baixíssimos e depois conseguem dela aumentos exorbitantes.
A quem pensar em atribuir minhas afirmações sobre o desalento do paulistano com sua cidade a posições políticas que não escondo de ninguém, ofereço a última pesquisa Datafolha sobre o que pensa este povo sobre o prefeito que Serra lhe vendeu.
—–
DATAFOLHA
Opinião Pública – 21/03/2011
Cinco anos após assumir a prefeitura, Kassab atinge sua maior reprovação
Para 78% dos paulistanos, é possível acabar com as enchentes em São Paulo
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, após cinco anos no cargo atinge a maior reprovação desde que ele assumiu a prefeitura, em 2005. Para a maior parte dos moradores da cidade (43%) ele vem fazendo um governo ruim ou péssimo. Essa taxa é onze pontos maior do que a registrada em novembro do ano passado, quando 31% reprovavam o seu desempenho. O percentual dos que acham que Kassab está fazendo um governo regular variou, nesse período, de 30% para 27% e a taxa dos que consideram sua administração ótima ou boa caiu de 37% para 29%.
Entre os mais jovens, a taxa de reprovação aumentou treze pontos percentuais (de 35% para 48%), da pesquisa anterior, de julho de 2010 para a atual, índice similar entre os paulistanos com idade entre 25 e 34 anos (de 29% para 44%), porém, a maior diferença (20 pontos percentuais) ocorreu entre os paulistanos com idade entre 45 e 59 anos (de 18% para 38%). A reprovação ao desempenho de Kassab é expressiva também entre os mais escolarizados (de 25% para 45%), assim como entre os paulistanos que possuem renda familiar de até 2 salários mínimos (de 27% para 46%).
A nota média atribuída ao prefeito, em uma escala de zero a dez, é 4,6, sendo que para um quinto (19%) dos moradores da capital paulista ele merece nota zero; 15% acham que ele merece nota cinco e 6% dão a ele a nota máxima.
Na cidade de São Paulo foram entrevistados 1089 moradores, nos dias 15 e 16 de março, e a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
Perguntados sobre as enchentes em São Paulo, metade dos moradores de São Paulo (52%) afirmam que a responsabilidade pelas enchentes é compartilhada entre a população, prefeitura e governo do estado, 27% acham que a principal responsável é a própria população, 10% acreditam que a responsabilidade é da prefeitura e 7%, o governo do estado. Os mais escolarizados responsabilizam ainda mais (62%) a todos os envolvidos, população, prefeitura e governo, taxa dez pontos maior que a média da cidade. Os mais velhos (35%), por sua vez, acham que a população é a maior culpada pelas enchentes, enquanto que os menos escolarizados responsabilizam mais a prefeitura (16%).
Para 78% dos paulistanos é possível acabar com as enchentes em São Paulo, enquanto que para 22% esse é um problema insolúvel. Os mais jovens são mais otimistas: 85% deles acham que existem soluções para as enchentes de São Paulo (taxa 7% maior que a média). No segmento dos que possuem renda familiar acima de dez salários mínimos, 27% acreditam que não é possível acabar com as enchentes de São Paulo.
São Paulo, 17 de março de 2010.
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Quando uma administração está bem, o usual é que o prefeito, governador ou presidente não ataquem os adversários durante o processo eleitoral das próprias sucessões. Ora, Serra é situação – é aliado de Kassab, elegeu-o e é apoiado por ele para sucedê-lo. Se confiasse no próprio trabalho, portanto, não deveria estar atacando.
Para comprovar isso, basta lembrar da última campanha eleitoral do país. Dilma manteve a fleuma até o fim do primeiro turno e só reagiu após muitos ataques dos adversários – e, ainda assim, de forma comedida.
Apesar da sensação deste blogueiro de que São Paulo é um caso perdido e das pesquisas que mostram que Haddad ainda não decolou, as ponderações que ele me fez parecem ganhar sentido.
Nunca o PT teve menos do que 20 ou 25 por cento dos votos na capital paulista. O baixo percentual que Haddad ainda tem se deve, portanto, ao desconhecimento de si pelos paulistanos.
Além disso, o eleitorado da capital paulista ainda não racionalizou que Serra é o criador de Kassab. Quando a campanha eleitoral refrescar a memória fraca popular, é bem provável que o tucano venha a ter que se explicar mais do que gostaria.
O ataque que o PSDB desfechou no cenário de sua incompetência (o metrô) na última quinta-feira, agora se explica e concede verossimilhança ao estado de ânimo de Haddad. Isso sem dizer que, segundo ele, as pesquisas qualitativas lhe abrem uma larga avenida para se eleger.
A atitude desesperada dos tucanos de tentarem criminalizar por inteiro um partido político que governa o Brasil há quase uma década, está explicada. Serra não tem o que dizer ao povo de São Paulo, então tenta criminalizar o adversário.