Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 7 de agosto de 2016

Por muito menos que Serra Lula está sendo linchado

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 EDUGUIM

As matérias contra Lula publicadas no núcleo duro da imprensa antipetista (Globo, Folha, Estadão e Veja) não cessam um só dia. De segunda a segunda há algum factoide contra ele sendo divulgado. Um dos investigadores opinou contra o ex-presidente? Vira manchete de primeira página e “prova definitiva e incontrastável” de que ele é “culpado”.

A rigor, porém, o que pesa contra Lula é muito, muito, mas muito menos do que pesa contra tucanos e peemedebês de alto escalão – leia-se Aécio Neves, José Serra ou Michel Temer.

Lula é investigado porque suspeitam que obra que a construtora OAS fez em um tríplex no Guarujá foi feita para beneficiá-lo, porque o imóvel seria seu, e porque suspeitam, sem nenhuma prova para amparar a suspeita, que um sítio em Atibaia (SP) teria sido reformado pelas construtoras OAS e Odebrecht também para beneficiar o ex-presidente.

Lula também é investigado porque empreiteiras teriam contratado suas palestras e feito doações para o instituto que leva seu nome, assim como contrataram palestras e fizeram doações ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quem, no entanto, não é investigado, apesar de que, desde o finzinho de seu governo (2002), começou a receber enormes doações de empreiteiras e bancos, sem jamais ter sido incomodado.

Matéria abaixo, publicada em 2004 pela Folha de São Paulo, mostra como o candidato a prefeito de São Paulo João Dória Jr. liderava esquema de doações para o ex-presidente pouco tempo após ele ter deixado o cargo.
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O que pesa contra Lula, porém, são meras suposições. Procuradores do Ministério Público e delegados da Polícia Federal encasquetaram que o sítio em Atibaia e o apartamento no Guarujá devem ser dele e isso, sob meros indícios, passou a ser tratado como prova inquestionável pela mídia, que trata o ex-presidente como condenado com culpa provada.

Neste domingo, porém, a Folha de São Paulo publicou com grande destaque denúncia contra um dos políticos mais blindados do país pela mídia – talvez mais até do que Fernando Henrique Cardoso.

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Em primeiro lugar, é bom comentar que nenhum outro grande jornal divulgou esse fato e que é mais fácil Lula ser defendido pela Veja do que o Jornal Nacional divulgar que o “honestíssimo” Serra foi NOVAMENTE denunciado por corrupção – sim, novamente, porque não é a primeira vez.

Antes de prosseguir, porém, vamos combinar que chega a ser ridícula a teoria da mídia e da militância antipetistas de que os dinheiros que petistas receberam de empreiteiras são sujos e os dinheiros que tucanos receberam das mesmas empreiteiras são limpinhos e cheirosos.

Peguemos só o caso da denúncia da Odebrecht contra Serra. O antipetismo fanático afirma que é verossímil que ela tenha doado a Lula ilegalmente porque tinha negócios com a Petrobrás, investigada por corrupção de seus gestores. Ora, mas a mesma Odebrecht também doou a Serra, entre outros tucanos, e tinha negócios com o metrô ou com o Rodoanel de São Paulo, igualmente investigados por corrupção de seus gestores.

Por que, então, você não vê um massacre de um Aécio Neves, de um José Serra ou de um Michel Temer, todos acusados por delatores da Lava Jato? Simples: trata-se de escolha jornalística – ou melhor, “jornalística”.

Aécio Neves, por exemplo, foi citado CINCO vezes por delatores da Lava Jato, como tendo recebido propina. O Senador foi acusado de receber propina em Furnas e de manipular dados do Banco Rural para esconder o mensalão do PSDB.

O doleiro Alberto Youssef disse ter ouvido do ex-deputado José Janene (PP) que Aécio dividiria uma diretoria de Furnas com o PP e que sua irmã faria uma arrecadação de recursos junto à estatal. Isso teria acontecido entre 1996 e 2000.

Em 3 de fevereiro de 2015, o lobista Fernando Moura também disse que Aécio recebia propina de Furnas. E apresentou documentos.
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Em julho de 2015, o entregador de valores Carlos Alexandre de Souza Rocha relatou ter ouvido que Aécio era “o mais chato” na cobrança de propina junto à empreiteira UTC.

O ex-senador Delcídio do Amaral também afirmou que Aécio recebia “pagamentos ilícitos” de Furnas e o ex-diretor da estatal Dimas Toledo foi o grande delator do esquema que pilotava e que envolvia o tucano.

É bem mais do que há contra Lula, que é suspeito simplesmente porque investigadores do MP e da PF ACHAM que os imóveis em questão seriam dele.

No caso de Serra, aliás, a denúncia divulgada pela Folha neste domingo nem é nova. No começo do mês passado, um colunista de O Globo já antecipara que Serra é suspeito de ter recebido propinas de empreiteiras

Em junho, outro dono de empreiteira, além da Odebrechet, citou Serra por receber doações eleitorais via caixa 2 e por ter recebido propinas referente à interminável obra do Rodoanel, quando o tucano governava o Estado de São Paulo: Leo Pinheiro, da OAS.

Os indícios mais fortes contra Serra, na verdade, começaram a surgir no ano passado. Um relatório da Polícia Federal sobre supostos beneficiários de propinas identificou as iniciais do então vice-presidente, Michel Temer, do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, mas colocou uma tarja preta na identificação da sigla JS (José Serra). Depois ficou o dito pelo não dito.

Os indícios contra Serra e Aécio, portanto, são muito mais impactantes e concretos do que os que existem contra Lula, mas, curiosamente, nenhum dos dois está sendo investigado da mesma forma, com o mesmo espalhafato.

A denúncia que a Folha dominical divulgou na primeira página poderia ter sido dada por todos os jornais muito antes e com igual destaque devido à importância do acusado (Serra).

Não é novidade que Marcelo Odebrecht incriminou Serra. A Folha divulgou essa denúncia com destaque só agora apenas porque sabe que, nas próximas semanas, a coisa pode esquentar para o tucano, de modo que o jornal sai na frente diante do inevitável, enquanto que a concorrência (Estadão, Globo e Veja) pretende segurar as informações enquanto for humanamente possível.

Se pesasse contra Lula a quantidade de indícios e até provas documentadas que pesam contra Serra e Aécio, a mídia estaria pedindo o linchamento físico do ex-presidente em editoriais de primeira página. É por isso que todas essas acusações contra tucanos vão terminar sendo abafadas como tantas outras. É é por isso que as acusações contra petistas não podem ser levadas a sério.

Quem tem interesse em salvar Temer




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É preciso ter cautela diante da denúncia de que o interino Michel Temer recebeu R$ 10 milhões em dinheiro vivo da Odebrecht, conforme a revista VEJA divulga esta semana. Tanto o arquivamento como a investigação de acusações de natureza política, em nosso país, constituem processos abertamente seletivos.
Aprendemos isso na AP 470 e no mensalão PSDB-MG. No metroduto de São Paulo e nas várias denúncias já surgidas contra Aécio Neves. Nos mistérios do jatinho onde morreu Eduardo Campos, cujo esclarecimento poderia levar ao financiamento de campanha de Marina Silva, em 2014. Nos dez milhões pagos ao senador Sergio Guerra para bloquear investigações numa CPI que poderia esclarecer negócios suspeitos na Petrobras. A lista é longa, e inclui o caso mais gritante de 2016: Eduardo Cunha, cuja punição será adiada até onde for necessário para evitar qualquer tumulto que possa prejudicar o afastamento definitivo Dilma Rousseff.
Na currículo do interino Michel Temer, consta – conforme simples consulta a Wikipedia esta manhã – um conjunto de acusações graves em busca de esclarecimentos límpidos. Uma das mais antigas sustenta que, como Secretário de Segurança do governo de São Paulo, mostrou-se conivente com o jogo do bicho, um velho e amplo esquema de corrupção da política paulista, até que o caso foi arquivado no STF em 2006.



Em vários países sul-americanos, a denúncia de que um político colaborou com a CIA costuma ser suficiente para arruinar sua carreira por traição a pátria, como lembra o caso de Carlos Andrez Perez, presidente da Venezuela no período anterior ao governo Hugo Chávez.


A denúncia de que Temer foi informante da embaixada dos EUA foi divulgada pelo Wikileaks, em maio, reproduzida em tom compreensível de espanto em vários do planeta mas não gerou maiores explicações. Temer foi incluído numa relação de políticos beneficiados com uma mesada de R$ 100 000 do esquema do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.


Como aprendemos após tantos episódios, as denúncias de corrupção não costumam ter valor em si –mas em função de sua utilidade política de cada momento.

A acusação da Odebrecht contra Temer tem uma gravidade que não se encontra em nenhuma denúncia contra Dilma Rousseff, afastada do cargo pelo golpe de abril-maio. Não se compara ao apartamento do Guarujá nem ao sítio de Atibaia de Lula – casos que, apesar das 1000 repetições da formula da publicidade do nazismo elaborada por Joseph Goebbels, continuam sendo mentiras que não se transformaram em verdade.


O horizonte é mais complexo, porém.


O país atravessa a mais grave crise política e econômica de sua história. Encontra-se num deserto sem perspectivas, sob dominio de uma articulação que envolve a grande mídia, a parcela mais influente do Judiciário e o empresáriado o que representa 1% da população mas consegue submeter 100% do país a seus interesses. Eles exercem o poder, diretamente, sem intermediários, como recomendaria a boa prática representativa. Mantem em posição subordinada, como se fossem cachorrinhos amestrados sob a lona de um circo, uma parcela dos políticos do PSDB, PMDB, DEM e vizinhanças, conduzidos a defender seus interesses e maquinações.


Numa situação em que a democracia encontra-se sequestrada, o objetivo comum é impor uma derrota de longo curso às lideranças responsáveis pelos 13 anos de governo Lula-Dilma, esmagando quem resistir e arrancando a raiz de novas sementes que poderiam germinar. Esta é a prioridade. Gilmar Mendes já fala em extinguir o Partido dos Trabalhadores.


Vale até fechar os olhos para medidas típicas de ditadura, como proibir cartezes e camisetas Fora Temer nas Olimpíadas.


Temer é protegido e será preservado enquanto puder contribuir para isso. Trouxe uma solução sob medida para um golpe que não ousava dizer seu nome. Era o vice, condição que poderia evitar atropelos formais contra a Constituição. Tornava a saída de Dilma menos escandalosa. O vice estava pronto para trair, enquanto resmungava que não era bem tratado pela titular. A todo momento, mostrou disposição para defender a casca do ritual de impeachment.


Temer será abandonado e conduzido à vala comum reservada a Eduardo Cunha, quando e se não tiver mais serventia. Até lá será cozinhado em fogo brando, para que a deposição, caso venha setornar inevitável, não implique na convocação de novas eleições. Este é o ponto central, a linha divisória. Neste momento, qualquer debate, toda discussão, pode representar um oxigênio ao conjunto de lideranças atingidas pelo golpe, que podem ganhar oxigênio e espaço para explicar o que aconteceu.


Não há saída? Há. É difícil mas não custa lembrar que os homens nunca puderam escolher as condições em que irão atuar para defender causas justas e interesses respeitáveis. Numa situação desfavorável, a prioridade número 1 consiste em reagrupar as forças que resistem ao golpe para defender o retorno da legalidade democrática, que se inicia com a volta de Dilma à presidência. A prioridade do novo governo consiste em convocar um plebiscito, que autorize a realização de novas eleições presidenciais. A democracia pode ser recuperada. Esta é a luta, agora. Mais do que nunca, Fora Temer!

Não nos iludamos com as vaias ao interino

 
 : <p>Presidente em Exercício Michel Temer e o Governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão durante cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Rio de Janeiro - RJ, 05/08/2016) Foto: Beto Barata/PR</p>
 
Confesso: ontem vibrei quando ecoaram as vaias ao interino, durante os 10 segundos de sua aguardada alocução na abertura das Olimpíadas. 
 
É sempre prazeroso ouvir uma retumbante desaprovação pública a um político que não tem nenhum apreço à democracia, nem respeito ao eleitor e suas escolhas.
 
Mas, não nos enganemos. Ontem, no Maracanã, o público que vaiou Temer é do mesmo perfil socioeconômico e demográfico daquele que há algum tempo vaiou e vomitou impropérios contra a presidenta legítima e constitucional, Dilma Rousseff. Naquela ocasião, as vaias e os xingamentos de um banco de imbecis e covardes escancaram para o mundo que os segmentos abastados e de classe média conservadora no Brasil não respeitam a democracia, os representantes legitimamente eleitos e, no caso, não escondiam o nível de misoginia, preconceito, ódio e deseducação dessa parte de endinheirados e escolarizados. Dilma comportou-se estoicamente. Temer, ontem, postou-se como os machões da política nacional que, quando - muito raramente - são pegos com as calças curtas, agem como ovelhinhas e pedem arrego no colo da mamãe...
 
Portanto, as vaias de ontem não expressam a desaprovação do público ao presidente golpista, suas práticas, seu grupo, seu governo. Demonstram que segmentos majoritários de nossas elites econômicas, sociais, políticas, religiosas, culturais não têm nenhum apreço à democracia; criminalizam a política; não têm pudor em afrontarem as autoridades constituídas, principalmente quando seus interesses de classe são contrariados. Enfim, são segmentos poderosos que não estão comprometidas com governos que atuem em benefício público, social e coletivo.
 
Muito provavelmente, o que ocorreu ontem pode ser explicado a partir dos conceitos de comportamento coletivo, portanto espontâneos e pontuais, e/ou ações coletivas, que congregam interesses comuns (no caso, o desdém à política e à democracia), derivando na vaia apoteótica. Mas, certamente, não há motivação política na base do protesto - que cumpriu papel importante ao publicizar para o mundo o golpe em curso no país.
 
Não pensemos que será dos brancos, endinheirados, da zona sul carioca e dos turistas visitantes que superaremos o golpe e suas consequências à democracia brasileira.
 
Se a vaia a Temer aplacou um pouco nossa ira coletiva em relação ao interino, e desopilou nosso fígado, não nos deixemos iludir pela ocasião. A festa foi bonita; os brasileiros não precisam ter complexo de vira-latas, mas o fato político mais importante da abertura da Olimpíadas foi o descomunal desprezo da comunidade internacional ao governante de plantão. As inúmeras cadeiras reservadas às autoridades vazias; a pouca significância das autoridades presentes no evento e o desdém generalizado ao interino amedrontado mostraram que o mundo já rejeitou o golpe. Agora, só falta o Brasil...

Odebrecht implode Temer com entrega de R$ 10 milhões em dinheiro vivo


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O governo provisório de Michel Temer está chegando ao fim; além da pesquisa Vox Populi que revelou que apenas 17% dos brasileiros querem que ele fique até 2018 e da vaia de 105 decibéis registrada na abertura da Rio 2016, ele foi um dos principais nomes delatados por Marcelo Odebrecht em sua colaboração premiada; Marcelo revelou que, após uma reunião no Palácio do Jaburu, Temer, como vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, pediu uma ajuda extra ao partido, que foi entregue em dinheiro vivo: nada menos que R$ 10 milhões, dos quais R$ 4 milhões teriam sido entregues a Eliseu Padilha, braço direito do interino; o restante foi doado ao caixa dois de outros candidatos 


247 – O governo provisório de Michel Temer está chegando ao fim. Motivo 1: uma pesquisa Vox Populi, divulgada no sábado pela revista Carta Capital, revelou que 79% dos brasileiros defendem sua saída (leia aqui). Motivo dois: Temer recebeu ontem, na abertura da Rio 2016, uma das maiores vaias da história, que atingiu 105 decibéis, mesmo tendo pedido para não ser citado na nominata das autoridades presentes (leia aqui). Motivo três, e mais importante: o interino é um dos principais personagens da delação premiada de Marcelo Odebrecht, maior empreiteiro do País, que começou a ser feita na última quinta-feira.

De acordo com reportagem de Daniel Pereira (leia aqui), Temer, na condição de vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, promoveu um jantar com Marcelo Odebrecht, em que pediu ajuda extra para os candidatos do partido. Marcelo concordou e doou nada menos R$ 10 milhões, via caixa dois, em dinheiro vivo.

Desta montanha de dinheiro, R$ 4 milhões foram entregues ao braço direito de Temer, Eliseu Padilha, que é o atual chefe da Casa Civil. O restante foi doado a outras candidaturas, como a de Paulo Skaf, presidente da Fiesp, que concorreu ao governo de São Paulo, em 2014.

Em nota, o interino confirmou o jantar, mas disse que ele e o empresário conversaram “sobre auxílio financeiro da construtora Odebrecht a campanhas eleitorais do PMDB, em absoluto acordo com a legislação eleitoral em vigor e conforme foi depois declarado ao Tribunal Superior Eleitoral”.

Em 2014, a Odebrecht repassou R$ 11,3 milhões ao PMDB, mas Marcelo pretende provar que, além desses recursos, também doou outros R$ 10 milhões, via caixa dois, ao partido.

Eliseu Padilha também confirmou a negociação. “Lembro que Marcelo Odebrecht ficou de analisar a possibilidade de aportar contribuições de campanha para a conta do PMDB, então presidido pelo presidente Michel Temer”, afirmou.

Além de Marcelo, outros 50 executivos da empreiteira farão delações premiadas – o que deve implodir todo o sistema político brasileiro.



Odebrecht abate Serra: caixa dois de R$ 23 mi e corrupção internacional


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Além do pedido de ajuda feito por Michel Temer em pleno Jaburu, que resultou num caixa dois de R$ 10 milhões em dinheiro vivo para o PMDB, a Odebrecht também delatou o chanceler interino José Serra; de acordo com o depoimento de Marcelo Odebrecht, ele recebeu R$ 23 milhões, via caixa dois, em sua campanha presidencial de 2010; parte dos recursos, que, corrigidos pela inflação, hoje equivaleriam a R$ 34,5 milhões, foi paga no exterior, o que, em tese, poderia levar à cassação do registro do PSDB; Odebrecht também apontou corrupção no Rodoanel e supostos intermediários de Serra na arrecadação de propinas; o chanceler interino nega irregularidades 

247 – Além de destruir o governo provisório de Michel Temer, ao delatar que o interino pediu ajuda para o PMDB que se materializou num caixa dois de R$ 10 milhões em dinheiro vivo (leia aqui), a Odebrecht também abateu o chanceler interino José Serra e pode ter aniquilado seu sonho de chegar à presidência da República.

Em sua delação premiada, Marcelo Odebrecht, preso há mais de um ano, relatou que Serra recebeu R$ 23 milhões, via caixa dois, em sua campanha presidencial de 2010, segundo reportagem da jornalista Bela Megale que foi a Curitiba recolher as informações.

Parte dos recursos, que, corrigidos pela inflação, hoje equivaleriam a R$ 34,5 milhões, foi paga no exterior, o que, em tese, poderia levar à cassação do registro do PSDB.

Além disso, as doações também podem ser decorrentes de propina e desvios de recursos públicos da Dersa, uma estatal paulista, uma vez que a Odebrecht também apontou corrupção na construção do Rodoanel e supostos intermediários de Serra na arrecadação de propinas.

O chanceler interino nega irregularidades e diz que sua campanha transcorreu dentro da legalidade. No entanto, a Odebrecht pretende apresentar recibos de pagamentos feitos no exterior e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não terá alternativa a não ser denunciar Serra.

Globo fabrica “aplausos” a Temer junto a vaia estrondosa na abertura da Olimpíada


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Não existe país que sedie um evento do porte das Olimpíadas de 2016 sem que ocorram problemas e questionamentos quanto ao custo ou organização das obras.

A poucos dias do início das Olimpíadas de Londres (2012), por exemplo, o governo britânico teve que enviar 3.500 soldados das forças armadas do Reino Unido para reforçarem a segurança após a empresa responsável dizer que não seria capaz de cumprir com o contrato e garantir a paz durante o evento.

Houve atraso em várias obras e, como aqui, muitas foram concluídas em cima da hora.

A apenas quatro dias da cerimônia de abertura, o sistema de Metrô da capital britânica sofreu com diversos problemas. Três das principais linhas que levam à região da Vila Olímpica tiveram complicações e não funcionaram normalmente, atrapalhando a fluidez do trânsito londrino.

A abertura das Olimpíadas de 2016, porém, emocionou o mundo. A mensagem de congraçamento entre os povos e de preocupação com o meio ambiente foi singela e profunda. A delegação brasileira entrou triunfante, numerosa, explodindo em alegria como convém a um país continental como o nosso.

Mas houve um show menos edificante para olhos e ouvidos mais atentos. Um show de covardia e de manipulação jornalística.

A covardia ficou por conta dele mesmo, de Michel Temer, quem, antes do evento, dizia-se “preparadíssimo” para as vaias, mas, na hora agá, não decepcionou e… decepcionou!

Pela primeira vez em uma olimpíada o presidente do país-sede não foi anunciado na cerimônia de abertura. Para evitar as vaias, Temer pediu à organização do evento que não citasse seu nome.

Contudo, após a fala do presidente do Comitê Rio-2016 Carlos Arthur Nuzman, Temer fez uma fala rápida para anunciar que os jogos estavam abertos. Seguiu-se uma sonora vaia. Ao fundo, porém, ouviram-se alguns aplausos: eram do camarote onde o presidente interino estava, que a Globo fez ecoarem junto às vaias de modo a que Galvão Bueno pôde anunciar “alguns aplausos”.

Veja o anúncio de Galvão e, em seguida, o vídeo em que a Globo reduz o volume das vaias e aumenta o dos aplausos do camarote de Temer.

Versão da Globo