O governo provisório de Michel Temer está chegando ao fim;
além da pesquisa Vox Populi que revelou que apenas 17% dos brasileiros
querem que ele fique até 2018 e da vaia de 105 decibéis registrada na
abertura da Rio 2016, ele foi um dos principais nomes delatados por
Marcelo Odebrecht em sua colaboração premiada; Marcelo revelou que, após
uma reunião no Palácio do Jaburu, Temer, como vice-presidente da
República e presidente nacional do PMDB, pediu uma ajuda extra ao
partido, que foi entregue em dinheiro vivo: nada menos que R$ 10
milhões, dos quais R$ 4 milhões teriam sido entregues a Eliseu Padilha,
braço direito do interino; o restante foi doado ao caixa dois de outros
candidatos
247 – O
governo provisório de Michel Temer está chegando ao fim. Motivo 1: uma
pesquisa Vox Populi, divulgada no sábado pela revista Carta Capital,
revelou que 79% dos brasileiros defendem sua saída (leia aqui).
Motivo dois: Temer recebeu ontem, na abertura da Rio 2016, uma das
maiores vaias da história, que atingiu 105 decibéis, mesmo tendo pedido
para não ser citado na nominata das autoridades presentes (leia aqui).
Motivo três, e mais importante: o interino é um dos principais
personagens da delação premiada de Marcelo Odebrecht, maior empreiteiro
do País, que começou a ser feita na última quinta-feira.
De acordo com reportagem de Daniel Pereira (leia aqui),
Temer, na condição de vice-presidente da República e presidente
nacional do PMDB, promoveu um jantar com Marcelo Odebrecht, em que pediu
ajuda extra para os candidatos do partido. Marcelo concordou e doou
nada menos R$ 10 milhões, via caixa dois, em dinheiro vivo.
Desta montanha de
dinheiro, R$ 4 milhões foram entregues ao braço direito de Temer, Eliseu
Padilha, que é o atual chefe da Casa Civil. O restante foi doado a
outras candidaturas, como a de Paulo Skaf, presidente da Fiesp, que
concorreu ao governo de São Paulo, em 2014.
Em nota, o interino
confirmou o jantar, mas disse que ele e o empresário conversaram “sobre
auxílio financeiro da construtora Odebrecht a campanhas eleitorais do
PMDB, em absoluto acordo com a legislação eleitoral em vigor e conforme
foi depois declarado ao Tribunal Superior Eleitoral”.
Em 2014, a Odebrecht
repassou R$ 11,3 milhões ao PMDB, mas Marcelo pretende provar que, além
desses recursos, também doou outros R$ 10 milhões, via caixa dois, ao
partido.
Eliseu Padilha também
confirmou a negociação. “Lembro que Marcelo Odebrecht ficou de analisar a
possibilidade de aportar contribuições de campanha para a conta do
PMDB, então presidido pelo presidente Michel Temer”, afirmou.
Além de Marcelo, outros
50 executivos da empreiteira farão delações premiadas – o que deve
implodir todo o sistema político brasileiro.
Odebrecht abate Serra: caixa dois de R$ 23 mi e corrupção internacional
Além do pedido de ajuda feito por Michel Temer em pleno
Jaburu, que resultou num caixa dois de R$ 10 milhões em dinheiro vivo
para o PMDB, a Odebrecht também delatou o chanceler interino José Serra;
de acordo com o depoimento de Marcelo Odebrecht, ele recebeu R$ 23
milhões, via caixa dois, em sua campanha presidencial de 2010; parte dos
recursos, que, corrigidos pela inflação, hoje equivaleriam a R$ 34,5
milhões, foi paga no exterior, o que, em tese, poderia levar à cassação
do registro do PSDB; Odebrecht também apontou corrupção no Rodoanel e
supostos intermediários de Serra na arrecadação de propinas; o chanceler
interino nega irregularidades
247 –
Além de destruir o governo provisório de Michel Temer, ao delatar que o
interino pediu ajuda para o PMDB que se materializou num caixa dois de
R$ 10 milhões em dinheiro vivo (leia aqui),
a Odebrecht também abateu o chanceler interino José Serra e pode ter
aniquilado seu sonho de chegar à presidência da República.
Em sua delação premiada, Marcelo Odebrecht, preso há mais de um ano, relatou que Serra recebeu R$ 23 milhões, via caixa dois, em sua campanha presidencial de 2010, segundo reportagem da jornalista Bela Megale que foi a Curitiba recolher as informações.
Parte dos recursos, que,
corrigidos pela inflação, hoje equivaleriam a R$ 34,5 milhões, foi paga
no exterior, o que, em tese, poderia levar à cassação do registro do
PSDB.
Além disso, as doações
também podem ser decorrentes de propina e desvios de recursos públicos
da Dersa, uma estatal paulista, uma vez que a Odebrecht também apontou
corrupção na construção do Rodoanel e supostos intermediários de Serra
na arrecadação de propinas.
O chanceler interino nega
irregularidades e diz que sua campanha transcorreu dentro da
legalidade. No entanto, a Odebrecht pretende apresentar recibos de
pagamentos feitos no exterior e o procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, não terá alternativa a não ser denunciar Serra.
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