CNBB PEDE MOBILIZAÇÃO CONTRA REFORMAS E PODE APOIAR GREVE GERAL
Secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, afirmou nesta quarta-feira 25, em entrevista ao site da CNBB, que "reformas de tamanha importância não podem ser conduzidas sem esse amplo debate", como as propostas do governo Temer para mudar as regras da Previdência e trabalhista; "Certamente o conteúdo das manifestações se dará no sentido de defesa dos direitos dos trabalhadores do campo e da cidade, de modo muito particular dos mais pobres", diz Steiner; "O movimento sinaliza que a sociedade quer o diálogo, quer participar, quer dar sua contribuição", completou; a conferência está reunida em Aparecida (SP) para sua assembleia geral, da qual pode gerar um posicionamento mais assertivo contra as reformas e a greve geral do dia 28 nesta semana
247 - O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, afirmou nesta quarta-feira 25, em entrevista publicada no site da CNBB, que "reformas de tamanha importância não podem ser conduzidas sem esse amplo debate", como as propostas do governo Temer para mudar as regras da Previdência e trabalhista.
"Certamente o conteúdo das manifestações se dará no sentido de defesa dos direitos dos trabalhadores do campo e da cidade, de modo muito particular dos mais pobres", diz Steiner. "Consideramos fundamental que se escute a população em suas manifestações coletivas", acrescentou, lembrando ainda que "o movimento sinaliza que a sociedade quer o diálogo, quer participar, quer dar sua contribuição".
A conferência está reunida em Aparecida (SP) para sua assembleia geral, da qual pode gerar um posicionamento mais assertivo contra as reformas e a greve geral do dia 28 nesta semana. Confira a entrevista:
Qual é a posição da CNBB sobre a anunciada greve geral do dia 28 de abril?
A partir de amanhã, quarta-feira, 26 de abril, os bispos estarão reunidos em assembleia geral, em Aparecida (SP). A assembleia é a instância suprema da Conferência e dela pode sair novo posicionamento. Posso agora, reafirmar o que o Conselho Permanente da CNBB já declarou em Nota: "Convocamos os cristãos e pessoas de boa vontade, particularmente nossas comunidades, a se mobilizarem ao redor da atual Reforma da Previdência, a fim de buscar o melhor para o nosso povo, principalmente os mais fragilizados".
Nesse sentido, consideramos fundamental que se escute a população em suas manifestações coletivas. Claro que nosso olhar se dá na perspectiva da evangelização e nossa posição brota das exigências do Evangelho. E isso significa reafirmar a busca do diálogo, da paz e do entendimento. Na afirmação dos bispos está a orientação de que esses momentos sejam marcados pelo respeito à vida, ao patrimônio público e privado, fortalecendo a democracia.
Qual o impacto de uma greve geral neste momento?
Certamente o conteúdo das manifestações se dará no sentido de defesa dos direitos dos trabalhadores do campo e da cidade, de modo muito particular dos mais pobres. O movimento sinaliza que a sociedade quer o diálogo, quer participar, quer dar sua contribuição. Reformas de tamanha importância não podem ser conduzidas sem esse amplo debate.
O Congresso Nacional e o Poder Executivo, infelizmente, têm se mostrado pouco sensível ao que a sociedade tem manifestado em relação às reformas. Os brasileiros e brasileiras desejam o bem do Brasil e para construir uma nação justa e fraterna querem participar das discussões e encaminhamentos.
É oportuno apresentar propostas de reformas na atual conjuntura?
O Brasil vive um momento particular de sua história, uma crise ética. Há situações de enorme complexidade nos quais estão envolvidos personagens do cenário político, sem falar da crise econômica que atinge a todos. Como encaminhar mudanças sem o respaldo da sociedade? Propostas de reformas que tocam na Constituição Federal, no sistema previdenciário, na CLT merecem estudo, pesquisa e aprofundamento. Sem diálogo não é possível criar um clima favorável que vise o bem do povo brasileiro.
Muitos se surpreenderam com o adiamento do depoimento de Lula. Eu não. Nem comprara passagem de avião nem aceitei convites para integrar caravanas que iriam por via terrestre até Curitiba em 3 de maio, data inicialmente agendada por Sergio Moro para o depoimento.
Confesso que estava cético quanto à realização desse depoimento. Já explico por quê.
De segunda (24) para terça-feira (25), surgiram hipóteses se contrapondo à razão oficialmente alegada para adiamento do depoimento que o ex-presidente Lula daria ao juiz Sergio Moro em Curitiba no início do mês. Vejamos, primeiro, a explicação oficial.
Oficialmente, está sendo dito que mudança de data de 3 para 10 de maio decorre de pedido da Polícia Federal. A decisão de mudar a data do depoimento foi confirmada pelo próprio Moro à cúpula da PF, em reunião em Curitiba, há algumas semanas.
A polícia argumentou que precisaria de mais tempo para organizar a segurança no local e que o feriado do dia do Trabalho, 1º de maio, dificultaria ainda mais a operação.
A explicação parece ridícula. Tão ridícula que colunistas da mídia antipetista se entregaram a especulações. De todos, dois articulistas renomados se destacam. Um pela estupidez e o outro pelo bom senso. Mas nenhum deles me parece totalmente certo.
Comecemos pelo mais idiota.
Merval Pereira é ridículo. E não teme ser ridículo. Suas análises se baseiam em desejos e são rasas como um Pires. Confira.
Quer dizer, então, que Sergio Moro adiou o depoimento de Lula, sob razões falsas, porque, na verdade, quer prender o ex-presidente?
Ok. Moro está sendo paciente com Lula. Deveria era prendê-lo por usar seu direito de lutar por sua inocência, apresentando testemunhas, tentando conduzir o processo da forma que lhe for mais favorável, segundo Merval.
Se esse cara quiser me processar é seu direito, mas acho que Merval Pereira é um idiota. Não posso dizer que o acho um colunista idiota? Qualquer leitor meu poderá me achar idiota que eu aceitarei. Poderei até dizer que ele é que é idiota por me dizer idiota, mas não o processarei por isso.
Eu tenho o direito de dizer que acho Merval Pereira um idiota por ele escrever que acha que Lula vai ser preso porque a Lava Jato adiou seu depoimento do dia 3 para o dia 10 a fim de reunir “mais provas” para prendê-lo.
Ora, se Moro já tem provas para prender Lula no dia 3, por que precisa de “mais provas”? No dia em que escrevo, faltam 8 dias para o dia 3 de maio. Não são suficientes? Moro precisa de 15 dias em vez de 8 para reunir provas “suficientes” para prender Lula?
Como se vê, ninguém pode me culpar por achar que o articulista Merval Pereira é um idiota pronto e acabado.
Mas há vida inteligente na grande mídia. Discordo tanto de Reinaldo Azevedo que até dói, mas ele não é um idiota. É inteligente e sensato o suficiente para se aprimorar como adversário ideológico da esquerda.
É muito mais difícil discordar de Reinaldo Azevedo do que de Merval Pereira porque o primeiro tem cérebro e o outro tem uma caixa craniana vazia como um balão inflado.
Ainda assim discordo do Reinaldo, em alguma medida. E do Merval. Eles acreditam que a desculpa da preparação da segurança contra manifestantes não é séria. Até aí, concordo também.
Outro antipetista, porém muito menos inteligente, mostra como essa desculpa é furada, apesar de dizer um monte de bobagens.
Ouça a opinião do comediante Marcelo Madureira, que como analista político é um péssimo comediante.
Agora vamos ao que acho serem as verdadeiras razões para o adiamento do depoimento de Lula.
Razão 1: Moro não tem provas e deve empurrar o depoimento com a barriga por mais tempo.
Razão 2: Moro quer desmobilizar os manifestantes.
Você dirá: “Mas Eduardo, você mesmo não disse que se Moro não tem provas até agora, uma semana a mais não adiantaria nada?”
Sim, eu disse e mantenho. Mas quem disse que Moro irá adiar uma vez só o depoimento de Lula? E se na semana que vem ele adiar do dia 10 para o dia 20, por exemplo? Com isso, ele mata dois coelhos com uma cajadada só.
Vejamos: alguns adiamentos sucessivos esvaziarão a militância presente ao depoimento de Lula. As pessoas têm que se agendar para ir de uma cidade a outra, de um Estado a outro. Quem desmarcou ou postergou compromissos, quem pediu licença do trabalho, quem estava com o dinheiro contado e comprou uma passagem de avião, todos esses terão problemas.
Então, Moro pode começar a adiar sucessivamente esse depoimento para que Lula não tenha apoio tão grande do lado de fora da sala de audiência no prédio da Justiça Federal em Curitiba, o que seria péssimo em termos de mídia para um magistrado midiático como ele.
Em 1945, ao vencer a II Guerra, os americanos trataram de se livrar de alguns líderes que os atormentavam.
Depuseram Vargas e demitiram Perón, que era Ministro da Assistência Social, já na companhia da Evita.
Os militares argentinos prenderam Perón na isla Martín Garcia, no rio da Prata.
Um milhão de argentinos foram para as ruas de Buenos Aires e arrancaram Perón da cadeia.
Perón saiu de lá e se elegeu Presidente da Argentina, contra um candidato Radical, que levava o embaixador americano para o palanque.
Esses aventureiros da Força Tarefa da Lava Jato se acham no direito de abusar da arbitrariedade - e da autoridade, como diz o Requião - e acham que podem cometer qualquer violência.
Embarcaram na histeria da Globo Overseas Investment BV e na fúria do Ataulpho Merval, que quer ser o Japa que vai levar o Lula algemado à cadeia (a tempo de pegar o jornal nacional...)
O mundo da política, já se percebe, está longe dessa histeria, da prisão do Lula a qualquer custo...
O Mineirinho, o Careca e o Santo, sem falar nos caciques do PMDB, não embarcaram nessa histeria.
Eles já viram no que deu embarcar no Golpe: a primeira vítima do Golpista é o Golpista...
(O FHC Brasif, sim, permanece na caça ao Lula, porque não tem mais nada a perder... Nem a reputação... Só os imóveis ...)
É porque a Política conhece a História - não é como esses neófitos presunçosos da Lava Jato e seus trombones no PiG.
Aqui, no Brasil, os militares foram mais espertos que os argentinos e não prenderam Vargas.
Foram mais prudentes. Adiaram a volta dele ao poder, por quatro anos.
E botaram no poder o Dutra, um FHC, um MT.
Depois, é verdade, os militares mandaram o Lacerda puxar o gatilho do revólver que ele tinha no peito.
Mas, essa é outra História.
Quem quiser conhecer os detalhes da esclarecedora narrativa sobre a prisao do Peron, recomenda-se assistir ao excelente filme Juan e Evita ou ler o capítulo "Mundo" do também excelente livro de Aldo Rebelo, "O jogo vermelho".
Entre os dias 12 e 14 últimos, a roubalheira dos tucanos em São Paulo e Minas Gerais finalmente foi noticiada no “Jornal Nacional”. Uns poucos minutos. Mas como tucanos têm queixo de vidro e não aguentam nem um tapinha, a Globo sumiu com eles e o telejornal passou a atacar Lula e só ele. Há dez dias que o maior telejornal do país se dedica exclusivamente a atacar o petista. Assista vídeo que denuncia essa vergonha.
PILOTOS E COMISSÁRIOS DE VOO PODEM ADERIR À GREVE GERAL
Aeronautas de todo país decidiram em assembleia nesta segunda-feira decretar estado de greve para pressionar o governo e parlamentares a fazer mudanças no texto da reforma trabalhista que tramita em regime de urgência no Câmara; uma nova reunião da categoria está marcada para a próxima quinta, quando os profissionais decidirão se paralisam suas atividades ou encerram o movimento; paralisação ocorreria na sexta-feira 28, em adesão à greve geral contra as reformas do governo Temer, às vésperas do feriado de 1º de Maio
Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil
Os pilotos e comissários de voo de todo país decidiram hoje (24), em assembleia, decretar estado de greve para pressionar o governo e parlamentares a fazer mudanças no texto da reforma trabalhista que tramita em regime de urgência no Câmara dos Deputados. Uma nova reunião da categoria está marcada para a próxima quinta-feira (27), quando os profissionais decidirão se paralisam suas atividades ou encerram o movimento.
Os aeronautas reclamam principalmente do trecho da reforma que trata do trabalho intermitente, permitindo a convocação apenas para trabalhos esporádicos, sem contratação permanente. Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Rodrigo Spader, como as empresas aéreas têm períodos de altos e baixos na movimentação, o trabalho intermitente poderia ser aplicado, prejudicando os empregados do setor.
"Nos períodos de baixa nós seriamos dispensados do nosso trabalho e seríamos chamados somente quando a aeronave voasse novamente. Então isso atingiria tanto pilotos de pequenas aeronaves como de grandes empresas."
Segundo Spader, a prática poderia inclusive prejudicar a segurança do transporte aéreo. "Os pilotos e comissários necessitam ter um trabalho contínuo para a manutenção das habilidades técnicas. Se um aeronauta voa um mês e folga outro a todo momento, até os níveis de segurança de voo podem ser afetados", disse.
Justa causa
Outro ponto da reforma trabalhista criticado pelos aeronautas é a dispensa por justa causa no caso de perdas de licenças ou certificados. De acordo com Spader, no caso dos pilotos e comissários isso seria um retrocesso. "Justamente em um momento de fragilidade do aeronauta, em que ele perde uma licença, ou por exame médico ou para voar em uma determinada aeronave, ele seria demitido, sem direito ao saque do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço], aviso prévio", criticou o presidente do sindicato.
A categoria pretende conversar nos próximos dias com o relator do projeto, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), e com outros parlamentares para apresentar emendas que modifiquem o texto da reforma. "Queremos pressionar o governo para efetivamente negociar a reforma", disse Spader.