Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Preste atenção nas notícias:

Salários sobem, mas O Globo só vê o que cai.

De acordo com os pontos de vista que defendem, os grandes jornais invertem aquela máxima do ex-ministro Ricúpero de que “o que é bom a gente mostra e o que é ruim a gente esconde”. Como não gostam do governo Lula, escondem o que é bom e sempre vão atrás do ruim para tentar desmerecer o progresso social que se registrou.
Foi exatamente assim que aconteceu hoje, e você  vai ver em detalhes como foi.
Ipea divulgou um estudo hoje mostrando crescimento na renda média do trabalho no Brasil, entre 2002 e 2008, e, principalmente, entre 2004 e 2008, quando se fazem sentir as ações do governo Lula. E o que o jornal O Globo foi buscar para abrir sua matéria? A informação de que a renda dos trabalhadores com mais anos de estudo caiu no período 2002 a 2008, embora sem referência ao fato, constante no estudo do Ipea, de que voltou a subir no período 2004 e 2008.
O Globo deveria ter dado uma olhada mais atenta no estudo para poder contextualizar melhor a informação que divulga. O rendimento real médio do trabalho realmente cai significativamente em 2002, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, mantém a trajetória descendente em 2003, embora bem menos acentuada, quando Lula administrava a herança maldita, e chega a seu ponto mais baixo em 2004, quando atinge um mínimo de R$ 850. A partir daí, o rendimento do trabalho inicia uma trajetória de crescimento até chegar próximo de R$ 1.000, bem superior ao nível pré-governo Lula.
É importante refrescar a memória dos jornais que em 2002 a inflação fechou o ano em 12,93%, seu índice mais alto desde 1995, pelo terror espalhado pelos tucanos sobre as ameaças de um governo Lula e a perspectiva de quebras de contratos. O dólar chegou a quase R$ 4 e o risco Brasil passou dos 2.400 pontos, muito acima dos picos que atingira na crise da Rússia e na desvalorização do real de 1999.
Inflação alta deteriora salários e esse crescimento exagerado se refletiu sobre todo o ano de 2003. Só a partir de 2004 o governo pode começar a agir para recuperar a renda do trabalho, que vinha perdendo para a inflação. O crescimento da renda média do trabalho após 2004, por sinal, recupera a queda do início da década.
Nessa retomada, a faixa que mais cresce é a mais pobre, beneficiada pela política de valorização do salário mínimo. A evolução da renda do trabalho como um todo, que foi de 7,6% entre 2002 e 2008 e de 17,1% de 2004 a 2008, reduz as desigualdades no país. É por isso que os trabalhadores com menores salários tiveram um crescimento acima da média, assim como por escolaridade, os que tinham até quatro anos apresentaram maior crescimento.
Também melhoraram os rendimentos dos trabalhadores pardos e negros (que o Ipea chama de não brancos), das mulheres, do trabalho na zona rural (acima da média nacional) e na região Nordeste, que foi de quase 20% contra 2% do Sudeste.
O que o estudo do IPEA revela é que a dinâmica introduzida pelos aumentos do salário mínimo tem sido favorável aos mais pobres, o que junto com o crescimento da economia e a queda do rendimento dos trabalhadores mais qualificados resultou na queda da desigualdade de renda do rendimento do trabalho.

QUARTA-FEIRA, 12 DE MAIO DE 2010

ESTÁ DOCUMENTADO: COM SERRA, PETROBRAS SERÁ PASSADA NOS COBRES


Tucanos já acionaram o Ministério Público para garantir a privatização da empresa
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Em 2007, indignados pelo fato de a Petrobras ter adquirido a totalidade das ações ordinárias e preferenciais detidas pelos controladores da Suzano Holding no capital da Suzano Petroquímica, os correligionários de José Serra – aqueles mesmos que queriam desmontar a Petrobras osso por osso – ingressaram com uma curiosa representação contra a petroleira: queriam melar o negócio por considerá-lo uma “ofensa ao Programa Nacional de Desestatização”.
Coube ao então deputado federal Paulo Renato Souza, atual Secretário de Educação do governo paulista (unha e carne com Serra), endereçar a patacoada jurídica ao Procurador-Geral do MP junto ao Tribunal de Contas da União.
Clique aqui para ler a “representação” dos tucanos. Depois, tente imaginar o que os vendilhões fariam com esta nova descoberta

Nossas mídias

Há muito percebo esse comportamento de nossas mídias dominantes , nem um pouco honesto em relação ao que pregam , e aquilo que fazem.
A reunião do Grupo Millenium , em SP, reuniu  esta elite , que insiste em levar seu planejamento político golpista , já ha muito conhecida na história recente do país.Sempre a mesma fórmula,desinformar.
Já declaradamente, e posicionada como um partido político, defende seus(?) interesses , e seu plano de poder paralelo.
Neste contexto , inclui-se as eleições deste ano. Mais uma vez vemos a velha tática , com seu candidato , posicionando-se como aquele que , somente , e ninguém mais , poderá dar continuidade ao consagrado governo Lula.
Esquecendo-se do seu passado , ou melhor torcendo para que esqueçamos os oito anos em que , levou este país à mais vil espoliação , em nome de um neo-liberalismo , que só a uma minoria apátria interessava.
A posição deste senhor Serra , que vai de encontro a tudo o que há de sensato , passando um atestado de no mínimo, podemos dizer , desonestidade , a  quem lhe de ouvidos.
Nesse quadro conseguiu desagradar até quem o apóia. A grande mídia dominante.
Artigo do sítio Carta Maior, por Flávio Aguiar.



DEBATE ABERTO

Serra: vários pregos, sempre a mesma ferradura

Fica evidente que o teor programático das intervenções do candidato tucano é não ter teor algum. Serra não pode expor o “verdadeiro” programa que se trama no seu bastidor.
O incômodo de Serra com a entrevista de dois de seus agentes econômicos revelando como a coligação tuco-dema vai ferrar o Brasil, impondo-lhe uma recessão como a que o FMI e UE agora fazem cair sobre a Grécia é muito expressivo. 

Mas não só do passa-moleque que se está preparando para o eleitor. É claro que a função do candidato, nessa altura, fica sendo mais a de espalhar uma cortina de cinzas sobre o verdadeiro Cavalo de Tróia que querem por de volta na economia brasileira, além do freio nos dentes do povão brasileiro – essa eterna “fonte de inflação” para os economistas desse grupo.

Também fica evidente que o teor programático das intervenções do candidato é não ter teor algum. Serra não pode expor o “verdadeiro” programa que se trama no seu bastidor, ou até nas suas costas. Então suas frases e intervenções ficam assim como desossadas, sem esqueleto que as sustente, como uma geléia exposta ao sol e sem prato que a sustente pelas laterais.

O candidato vai a Minas e desqualifica o Mercosul. Diante da grita dos nossos vizinhos, mais a que certamente ouviu de alguns empresários de seu apoio, apressa-se a correr para a Folha de S. Paulo para dizer que pretende “flexibilizar” o Mercosul para permitir mais acordos bilaterais. Quer dizer: diz e não diz, sofisma, tergiversa, quer convencer os ouvintes/leitores que vinho, vinagre, e ainda água e azeite são a mesma coisa.

Depois vai a um “programa policial” e anuncia que vai criar um Ministério da Segurança. A declaração – estapafúrdia em si – provoca mal-estar em suas hostes, pois vêm nisso um estado a inchar. Ele vai logo corrigindo, dizendo que em contrapartida vai fechar a Secretaria de Assuntos Estratégicos. Bom, há algum sentido nisso, porque para a visão tuco-dema o Brasil não precisa de uma SAE. Já temos o Departamento de Estado em Washington, o FMI, o Banco Mundial e os Chicago Boys para nos orientar, para que mais? Além disso, o que a coligação tuco-dema talvez queira fechar mesmo são as bocas dos ministros Celso Amorim e Samuel Pinheiro Guimarães.

Mas a única comparação numérica que se pode fazer entre as duas entidades citadas, uma projetada e a outra existente, é a da quantidade de letras que compõem os seus nomes. Agora já não se trata de introduzir um Cavalo de Tróia, mas um Elefante Branco. É algo como dizer: “eu vou construir um novo edifício de dez pisos na Esplanada dos Ministérios, com trinta escritórios por andar, mais o bar, o restaurante, o cafezinho, a segurança, e ainda o anexo que sem dúvida virá depois, criando uma certa confusão redundante com o Ministério da Justiça, a Polícia Federal, a Secretaria de Assuntos Penitenciários, talvez o Ministério da Defesa também. Em contrapartida, vou fechar esses três andares no Bloco O da mesma Esplanada, onde funciona a SAE, e redirecionar seus funcionários não sei bem para onde ainda, mas isso se arranjará”.

Quer dizer, sem plano consistente ou inconsistente que seja, a que se referir como horizonte ou moldura, a fala do candidato fica ao sabor da sua circunstância. Está certo que Ortega y Gasset nos disse que “o homem é o homem e suas circunstâncias”. Mas nos disse também que “o que não é destino é frivolidade”. Sem destino manifesto, a fala do candidato fica dispersa em sua circunstância, como a biruta dos aeroportos, ao sabor dos ventos. E quem nasceu para biruta de aeroporto jamais chegará a galo de campanário.

Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.