Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A Internet nunca substituirá o jornal

O jornal impresso, como sempre o conhecemos,
realmente não poderá ser substituído pela internet.
A seguir alguns dos importantes usos do jornal:
Uso doméstico:
Amadurecer banana, abacate...
Recolher lixo.
Limpar vidros.
Dobradinho, serve para alinhar os pés da mesa.
Embrulhar louças na mudança.
Recolher a sujeira do cachorro.
Forrar a gaiola do passarinho.
Cobrir os móveis e o piso antes de pintar a casa.
Evitar que entre água por baixo da porta.
Proteger o piso da garagem quando o carro está vazando óleo.
Matar moscas, baratas e demais insetos.
Na época da crise econômica, usá-lo como papel higiênico, mesmo que seja um pouco duro.
Uso educativo:
Bater no focinho do cachorro quando faz xixi dentro de casa.
Fazer barquinhos de papel.
Arrancar um pedacinho em branco para anotar número de telefone.
Usos comerciais:
Alargar o sapato.
Rechear bolsas para conservar a forma.
Embrulhar peixes.
Embrulhar pregos na loja de produtos para construção.
Fazer um chapéuzinho para o pintor ou para o pedreiro.
Cortar moldes para o alfaiate ou para a costureira.
Embrulhar quadros.
Embrulhar flores.
Uso festivo:
Acender a churrasqueira.
Rechear a caixa de presente-surpresa.
Outros Usos:
Para os sequestradores usarem suas letras nas cartas.
Fazer bolinhas para jogar nos companheiros de classe.
Fazer uma capinha para o machado ou foice.
Fazer proteção na cabeça para não estragar a chapinha quando estiver garoando.
Nos filmes, para os bandidos esconderem o revólver.
Para esconder-se atrás dele quando não quiser que te vejam.
Ah!!!!!!
E por último:
para ler as notícias.
Agora responda, você consegue fazer
tudo isso com o computador?
Vi no TãoGomes

A máfia midiática e os militontos

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A grande imprensa brasileira lembra a máfia italiana. Comandada com mão de ferro pelas famílias Marinho, Frias, Civita e Mesquita, presta serviços a gangsters travestidos de políticos que se abrigam sob uma sigla partidária, o PSDB, e seus aliados DEM e PPS.

Lendo ou assistindo os veículos de comunicação que essas “famiglias” controlam, a impressão que se tem é a de que, para acabar com a corrupção no Brasil, basta colocar o Partido dos Trabalhadores na ilegalidade, pois só ele e aliados são alvo de denúncias.

Dia após dia, essas organizações criminosas financiadas com o dinheiro dos contribuintes paulistas, mais do que de quaisquer outros, só se ocupam de alguma denúncia se ela envolver o PT ou algum de seus aliados na base de apoio do governo federal.

Devido a essa situação esdrúxula, quem não quer que o governo do país ou de qualquer nível da administração pública faça o que bem entender sem questionamento só pode votar em um partido, no PT, pois é o único que a imprensa fiscaliza.

Se você vota no PT, é porque sabe que ele estará sempre sob rédea curta, seja no Executivo, seja no Legislativo. Aqui em São Paulo, por exemplo, só dois governos foram fiscalizados de verdade, o de Marta Suplicy e o de Luiza Erundina.

Governos municipais e estaduais só são fiscalizados pela imprensa quando são do PT ou de seus aliados, em São Paulo.

Se dermos uma olhada no que acontece em Estados como São Paulo ou Minas Gerais, perceberemos o que aconteceria se o PSDB tivesse recuperado o poder central no ano passado. Nesses Estados, a corrupção corre solta e a imprensa se nega a noticiar.

Estive em Belo Horizonte recentemente, em encontro com outros blogueiros locais, e fiquei espantado com o pavor que as pessoas dedicam ao coronel mineiro, Aécio Neves, que, com o apoio do imprensa local, promove toda sorte de abusos, roubalheiras e intimidações.

Em São Paulo, a situação não é tão escandalosa. Aqui, o PSDB pode apenas roubar à vontade sem ser incomodado pela imprensa. Não há intimidação física dos adversários, como em Minas, onde há relatos de violência contra quem conteste a família Neves.

Obras como o Rodoanel ou de desassoreamento do rio Tietê, por exemplo, transtornam a vida do paulista devido à exorbitância da corrupção que encerram. O complexo viário já é chamado abertamente de “roubanel” e o desvio de recursos para desassorear o rio, matou dezenas.

Onde está a imprensa? Não diz um A. Nada, absolutamente nada. Às vezes, sai uma notinha escondida num pé de página, uma vez só, no máximo duas, sem aquele martelar incessante que a máfia midiática faz quando o caso envolve o PT ou seus aliados.

Mais de uma centena de CPIs hiberna na Assembléia Legislativa paulista. Deputados de oposição aos governos Alckmin, Serra e agora Alckmin de novo sempre dizem que as investigações só seriam abertas com pressão da imprensa.

A cada vez que explode um novo escândalo contra um governo do PT, sobretudo contra o governo federal, e vejo esses militontos que se dizem de esquerda, mas que não passam de massa de manobra da direita, fazerem o jogo da máfia midiática, sinto engulhos.

Enquanto escândalos reais e inventados contra o PT ocupam cem por cento do grande noticiário, em regiões como São Paulo ou Minas Gerais os governos locais fazem o que bem entendem sem qualquer questionamento. E cadê os militontos? Ajudando a direita, claro.

Alguém acredita que esses critérios sobre evolução patrimonial poupariam o secretariado desses governos estaduais mafiosos? Se houvesse interesse igual da imprensa sobre o governo paulista, por exemplo, não sobraria um.

Na antiga Daslu, organização criminosa que se dedicava a contrabando de artigos de luxo na capital paulista antes de ser desbaratada pela Polícia Federal, a filha do então governador Geraldo Alckmin fez uma carreira meteórica. Em meses, passou de vendedora a “diretora”.

A imprensa local jamais disse nada, pois estava ocupada acusando os filhos de Lula.

A perda de importância de São Paulo, com queda na renda média e na participação do Estado no PIB, deve-se à corrupção exacerbada que flagela o povo paulista, que, alegre e tranqüilo, fica bradando contra o governo federal enquanto é roubado pelo estadual.

Tenho lá minhas críticas a fazer ao governo federal. Nesse caso do Ministério dos Transportes, é evidente que havia negociatas. Todavia, não me ocupo disso porque estaria fazendo o jogo dos que denunciam alguns crimes e ocultam outros.

Enquanto as denúncias na grande imprensa tiverem foco partidário, execrando os corruptos adversários e protegendo os amigos, esta página se dedicará exclusivamente a denunciar essa situação. Um país sério não pode ter licença para roubar.

PS: apropriei-me da expressão “militontos”, criação da amiga, blogueira e historiadora Conceição Oliveira.
Na foto, os fracassos da Marina

Ao sair do PV, clique aqui para ver a notícia no UOL, Blá-blarina informou:

Ela vai “metabolizar uma nova forma de fazer política”.

A perplexidade é universal:

De A a Z, da Áustria à Zâmbia.

O que será “metabolizar” ?

Segundo ela, “o mundo inteiro não sabe como a nova política é (…) eu também estou em uma expectativa”.

Este ansioso blogueiro também está em “uma expectativa”.

Especialmente depois que a Blá-blarina informou:

Tudo o que o homem pretendeu planejar com começo meio e fim “foi um tremendo fracasso”.

Sem dúvida.

Foi o que aconteceu, por exemplo, com a Torre Eiffel.

Com a Brooklin Bridge e com a Divina Comédia, de Dante.

Essas obras, irrelevantes, foram construídas com começo, meio e fim.

E foram um retumbante fracasso.

É o caso, por exemplo, da eficientíssima empresa brasileira Natura que, por coincidência, cedeu a vice-presidência à Blablárina.

Na verdade, a Blá-blarina sabe muito bem, como sempre soube, o resultado dessa “metabolização”:

Ela foi, desde sempre, linha auxiliar do Cerra.

O resto é blá blá blá.

Clique aqui para ler: “Verdismo, o último reduto dos neoliberais”.


Paulo Henrique Amorim

MÁQUINAS PARADAS NO ABC PAULISTA:

Clique aqui para ver o especial Fome e Desordem Financeira Mundial

Metalúrgicos das cinco maiores montadoras do ABC paulista cruzaram os braços nesta 6º feira e cerca de 10 mil ocuparam a rodovia Anchieta, em São Bernardo, próximo à Mercedes Benz, em passeata. A mobilização organizada discretamente nos últimos dias não reivindica salários. Berço dos grandes levantes operários dos anos 70/80, que mudaram o quadro político  brasileiro, o sindicalismo do ABC inicia hoje uma luta pela própria sobrevivência: os trabalhadores cruzam os braços em protesto contra a desindustrialização em marcha no país. A concorrência das importações imposta pela competitividade chinesa, mas sobretudo incentivada pelo desequilíbrio cambial decorrente de uma política de juros  rentista disparou o sinal de alarme na consciência política dos sindicalistas. Sérgio Nobre, presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC, resume a questão, em entrevista ao jornal Valor: "(se continuar assim) não sobrará sequer parafusos para a gente apertar. O embate é um dos mais difíceis já assumidos pelos operários brasileiros. Trata-se de afrontar a lógica da livre mobilidade dos capitais e suas interações globais com um novo projeto de desenvolvimento. Trata-se de uma ação essencialmente política, que exige um elevado grau de consciência e organização dos trabalhadores. Ao  Mesmo tempo, a politização desse debate é a única forma de desmontar a blindagem esférica do arcabouço rentista, que mesmo os governos do PT hesitam encarar.
Ontem, por exemplo, os 'agentes' financeiros já pressionavam por mais duas altas na taxa de juro sideral do país, uma vez que o IPCA em 12 meses ultrapassou o teto da meta de inflação fixado pelo BC. Hoje a taxa de juro no Brasil é de 12,25%; o rentismo quer jogá-la para 12,75% até dezembro (um juro real da ordem de 6%). Como no resto do mundo a taxa real é zero, ou negativa, compreende-se a avalanche de capitais especulativos que vem engordar no pasto viçoso da ortodoxia nativa.  Tornar-se a grande fazenda de engorda rentista do planeta, como alertaram os metalúrgicos com a greve desta 6º feira, custa caro à sociedade: o dólar barato gerado por esse afluxo de capitais transfere demanda e empregos para o exterior via importações. Nesta 5º feira, o dólar foi cotado a R$ 1,558, um dos níveis mais baixos desde 1999.
(Carta Maior; 6º feira, 08/07/ 2011)

BUEMBA, BUEMBA! O BRASIL NÃO FOI "INVENTADO" POR LULA

 do ANAIS POLÍTICOS


A mídia brasileira é curiosa. De forma geral, ela não percebe o que está por vir e se preocupa com as coisas comezinhas de sempre. A analogia é inafastável. Parece com as lavadeiras que vivem de fofoca na beira do rio.

Dito isso, impossível não se surpreender com o que aconteceu com o tablóide inglês News of the World, do trilionário Rupert Murdoch, e não fazer comparação com a situação brasileira. O jornal de lá resolveu fechar as portas porque os anunciantes pularam fora após ficar comprovado que o jornal grampeou ilegalmente dezenas de pessoas, de celebridades a políticos. Aqui, como já dito outras vezes, o quarteto fantástico composto de Grupo Abril, Grupo Estado, Grupo Folha e Grupo Globo, distorcem, inventam notícias, 'fabricam' grampos nunca encontrados, jogam a reputação das mais diversas pessoas na lama, e nada acontece.

E no cotidiano, esta mídia fanfarrona continua tratando o cidadão como imbecil de pai e mãe.

Esta notícia da Gazeta do Povo mostrada no destaque dá bem a mostra disso. 'Dilma ADMITE que o avanço social veio antes de Lula'. Ué, e por acaso alguém já disse o contrário? Por acaso algum petista disse que o Brasil foi inventado depois de Lula? Ora, todos sabemos que só a corrupção foi inventada no governo petista. Como bem vemos pela mídia, antes ninguém roubava nada. A privataria que entregou a Vale por um centésimo de seu valor aos amigos, não passou de uma benfeitoria para o povo brasileiro. Coisas assim.

Veja você que pouco tempo atrás o tucanato e a mídia ficaram muito felizes quando Dilma falou bem de FHC e sobre o combate à inflação. É um comportamento vassalo demais, como é normal vindo da mídia e da direita brasileira. Eles sempre se contentam com os tapinhas nas costas dedos pelos poderosos. Foi assim durante toda a vida em relação aos estrangeiros. E agora, que não estão mais no poder no Brasil, também querem ser afagados pela Presidenta. Como não ouviram isso de Lula, querem muito a complacência de Dilma.

Óbvio que independente disso, não deixarão de sabotá-la. Melhor do que ser reconhecido por Dilma, é ter Dilma fora do Planalto, para que voltem ao status quo anterior. Em outras palavras, retomem a entrega da prataria brasileira aos mandões de fora, no melhor estilo peessedebesta de ser.

E o coreto segue tocando. O trololó do Ministério dos Transportes é a bola da vez. Até mês passado era o Palocci, que sem nenhuma ilegalidade comprovada aumentou o patrimônio em 20 vezes. Malan, Arida, Fraga e FHC também, com suas consultorias. Mas claro que não convém falar deles, só do povo do Governo Federal. As obras superfaturadas do Ministro chamam a atenção, o que faz com que o "povo" (ou será, só a mídia?) se esqueça completamente das obras superfaturadas dos governos tucanos ao redor do Brasil. Especialmente o de São Paulo e sua fábrica de caixa dois de campanha.

Dilma 'admite' que o Brasil começou a avançar antes de Lula. Verdade. Começou a avançar desde que foi inventado, notadamente quando no governo do falecido Itamar Franco, alguns notáveis inventaram o Plano Real, do qual FHC tomou posse e chama como se fosse dele. Mas esse tipo de verdade, claro, ninguém vai dizer.

Para os EUA, talvez já seja tarde demais. O Estado de Segurança Nacional e o poder das corporações já são tão extensivos que até a Constituição dos EUA já está derrotada. Há nos EUA 2 milhões de norte-americanos encarcerados...



10 ideias para que as novas democracias árabes nascentes
consigam evitar os erros dos EUA

O Prof. Juan Cole publicou hoje em seu blog “Informed Comment”, uma carta aberta aos árabes: “10 ideias para que as novas democracias árabes nascentes consigam evitar os erros dos EUA”
(em http://www.juancole.com/2011/07/10-ways-arab-democracies-can-avoid-american-mistakes.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+juancole/ymbn+(Informed+Comment )
Várias daquelas ideias não são novidade no Brasil (o voto obrigatório, por exemplo, geraria melhor democracia que o voto facultativo; marcar eleições aos domingos ou tornar feriados os dias de eleições, também (“nos EUA, os ‘barões ladrões’ marcavam eleições em dias de trabalho, para que os trabalhadores não votassem”); separar estado e religião, idem; alistamento eleitoral obrigatório, idem; manter exércitos de defesa, mais que de ataque, idem. Algumas são mais fáceis de dizer, que de fazer (“não permitam que os judiciários se politizem”, “cuidem de garantir todo o poder aos sindicatos de trabalhadores” e “criem leis que impeçam os monopólios”, por exemplo).

Mas uma delas – não por acaso a primeira da lista – essa, sim, é receita garantida para democracia MUITO melhor que a dos EUA e do Brasil:

“1. As campanhas políticas contemporâneas nos EUA dependem pesadamente de tempo comprado às redes comerciais de televisão. Na Grã-Bretanha os anúncios de candidatos por televisão são controlados; na Noruega são completamente proibidos. Considerem a possibilidade de proibi-los completamente. Mas, decidam o que decidiram, proíbam, por lei, que os canais privados de televisão sejam pagos para exibir anúncios de campanhas eleitorais. Os custos dos anúncios eleitorais por televisão correspondem a 80-90% dos custos de uma campanha presidencial nos EUA. A próxima campanha eleitoral custará, a cada candidato, 1 bilhão de dólares.

O único modo pelo qual alguém pode aspirar a ser eleito é arrendando-se aos bilionários e às grandes empresas e corporações. O povo não tem poder algum para eleger seja quem for, vitimizado pelos ultra-ricos que, nos EUA, já capturaram toda a ‘mídia’, e acaba por eleger o candidato menor pior. Considerem a possibilidade de proibir anúncios pagos a redes comerciais de televisão nas campanhas eleitorais; imponham regras e sanções pesadas, porque, se a coisa ficar só na lei, os muito ricos sempre comprarão, para seu uso exclusivo, além das campanhas e candidatos, também os presidentes, deputados, senadores etc.”

E o Prof. Cole conclui:

“Se aplicarem a regra n. 1, acima, para manter o ‘big money’ longe das campanhas eleitorais, terão boa chance de combater as práticas monopolistas, Hoje, os EUA são governados por um pequeno número de semimonopólios, e o Departamento de Justiça quase nada pode fazer contra eles, porque, de fato, os monopólios elegem, pela televisão e pelos jornais, os candidatos que devem regular os monopólios....
Para os EUA, talvez já seja tarde demais. O Estado de Segurança Nacional e o poder das corporações já são tão extensivos que até a Constituição dos EUA já está derrotada. Há nos EUA 2 milhões de norte-americanos encarcerados, como num gigantesco gulag, muitos por crimes pequenos, ou pela cor da pele. Ultimamente, não fazemos outra coisa além de guerrear em terras distantes, nossos jovens mandados para morrer (e matar) longe, por ação de um ou outro interesse econômico jamais expresso com clareza. Somos revistados nos aeroportos, onde policiais nos veem nus. Nossos telefones são grampeados. A internet é censurada. Os trabalhadores dos EUA já praticamente não têm nenhum direito democrático significativo e perderam, recentemente, até o direito ao atendimento público de saúde. A luta contra os interesses da indústria da saúde privada enfureceu os bilionários, e os levou a inventar ‘movimentos’ apalhaçados como o “Tea Party”, que nada mais são que a fachada que se vê de gente como os irmãos Koch. Nunca ouviram falar dos irmãos Kock? Pois se não tomarem as medidas que sugiro, vocês logo conhecerão versões árabes daqueles dois.” Sobre os irmãos Kock, ver “Os irmãos bilionários que comandam a guerra contra Obama”, 30/8/2010, Jane Mayer, The New Yorker (em português, em http://redecastorphoto.blogspot.com/2010/09/os-irmaos-bilionarios-que-comandam.html)
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Os EUA têm de pôr fim à guerra ilegal contra a Líbia

6/7/2011, Dennis Kucinich, Guardian, UK
http://www.guardian.co.uk/profile/dennis-kucinich
Dennis Kucinich é deputado pelo Partido Democrata dos EUA,
representante do 10º distrito eleitoral de Ohio. Está no oitavo mandato.
Essa semana, apresento projeto de lei ao Congresso dos EUA, que porá fim ao envolvimento militar dos EUA na Líbia, pelas seguintes razões:

Primeiro, porque a guerra contra a Líbia é ilegal pelos termos da Constituição dos EUA e de nossa lei “War Powers Act”, porque só o Congresso dos EUA tem competência para declarar guerra e o presidente não conseguiu demonstrar que a Líbia representasse qualquer risco iminente aos EUA. O presidente ignorou inclusive a opinião de seus principais conselheiros legais no Pentágono e o Departamento de Justiça, que lhe demonstraram que a aprovação pelo Congresso era indispensável antes de os EUA bombardearem a Líbia.

Segundo, porque a guerra chegou a um impasse. Não é guerra que possa ser vencida, sem que a Líbia seja ocupada por terra por soldados da OTAN, o que configurará invasão da Líbia.

Toda a operação foi terrivelmente mal pensada desde o início. A OTAN apóia uma oposição baseada em Benghazi (cidade localizada no nordeste do país, região rica em petróleo), mas não há nenhuma prova de que aquela oposição tenha o apoio da maioria dos líbios.

O grupo de oposição Frente Nacional para a Salvação da Líbia (e que se suspeita que tenha sido apoiado pela CIA nos anos 1980), jamais teria iniciado uma guerra civil contra um governo líbio que sabia que jamais poderia derrotar, se não contasse com o apoio de massiva campanha aérea da OTAN e, agora, dado que isso não bastou, espera contar soldados da OTAN que invadam o país, por terra.

As ações levianas daquela oposição, encorajadas por interesses políticos, militares e da inteligência ocidentais, criaram a grave crise humanitária que, então, passou a ser usada como justificativa para a campanha de guerra da OTAN, contra a Líbia.

Terceiro, os EUA não têm dinheiro para sustentar aquela guerra. O custo da missão, para os EUA, deverá, em breve, superar a casa do 1 bilhão de dólares – e dentro do país enfrentamos cortes brutais nos serviços públicos devidos aos cidadãos norte-americanos.

Não surpreende que a maioria dos Republicanos, Democratas e independentes dessa Casa tenham a mesma opinião: que os EUA não podem continuar envolvidos na guerra da Líbia.

Essa guerra tem destino trágico. Invadir a Líbia seria completar o desastre. A OTAN já está fora de controle e serve-se de uma Resolução da ONU que visaria a proteger civis, como frágil pretexto para prosseguir em missão não autorizada de derrubada de um governo mediante emprego massivo de violência.

Numa palavra, o comandante da OTAN deve ser responsabilizado por inúmeras violações da lei internacional. Na tentativa injustificável de manter a guerra civil, a França, que é membro da OTAN, e o Qatar, aliado da coalizão, já admitiram que enviaram armas à Líbia – o que configura confessada violação do embargo de armas, que a ONU impôs àquele país.

No final, a principal vítima desse jogo entre nações será a legitimidade da ONU, de suas resoluções e mandados, e a lei internacional. Essa situação é insustentável. A proibição de que se forneçam armas à Líbia tem de ser aplicada, não desrespeitada pelos países membros da OTAN.

O apoio ilegal e contraproducente dos EUA a essas ações militares deve cessar imediatamente.

O Congresso dos EUA tem o dever de cortar todos os fundos que sustentam essa guerra, porque não há solução militar possível na Líbia. É indispensável iniciar negociações sérias em busca de uma solução política que ponha fim à violência e crie ambiente favorável para negociações de paz que visem a apoiar as aspirações legítimas e democráticas do povo. Uma solução política só será viável quando a oposição líbia entender que pôr e tirar governos do poder é privilégio do povo líbio, não da OTAN.
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Lula no Egito pós-Mubarak

Lula fará palestra no Egito

O ex-presidente estará no país árabe na próxima terça-feira. Ele vai participar de um fórum sobre oportunidades abertas após a queda do ditador Hosni Mubarak.
Alexandre Rocha alexandre.rocha@anba.com.br
São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ao Egito dar uma palestra na próxima terça-feira (12). Segundo sua assessoria, ele participará de um evento chamado Jobs.Now: Employment in Post-Revolution Egypt (Empregos.Agora: Trabalho no Egito Pós Revolucionário, em tradução livre), que será realizado na Biblioteca de Alexandria.

O tema da apresentação do ex-presidente, de acordo com sua assessoria, será "Transformando a sociedade: uma visão de desenvolvimento econômico e social equilibrado (o caso do Brasil)". O fórum é organizado pela Fundação Nebny, que, segundo seu site na internet, é formada por jovens que participaram dos protestos que culminaram com a queda do ditador egípcio Hosni Mubarak, em fevereiro.

O objetivo do encontro, de acordo com o site da Biblioteca de Alexandria, é reunir personalidades das áreas política, econômica e social para discutir o futuro do Egito pós-Mubarak. O fórum na cidade mediterrânea terá duração de dois dias e vai contar também com a participação do economista norte-americano Joseph Stiglitz, ganhador do Prêmio Nobel.

Além do fórum, outros eventos vão ocorrer no Egito até o dia 18, como parte do festival Egypt Now. A programação inclui shows de música, feira de artesanato, turismo e negócios e encontro de organizações não governamentais. Além de dar destaque às oportunidades abertas com a mudança de regime, as atividades têm por objetivo incentivar o turismo, setor que sofreu com os protestos.

Depois do Egito, Lula deve ir à Tunísia, país que passa também por um momento de transição política. O ex-presidente tem tido uma agenda internacional cheia. Ele esteve na África na semana passada, na Cúpula da União Africana, na Guiné Equatorial, e em Angola. Esta semana ele visitou o Chile, onde se encontrou com o presidente Sebastián Piñera

http://www.anba.com.br/noticia_diplomacia.kmf?cod=12085051

Os intelectuais midiáticos, esses especialistas em mentira. Aos mervais e merdais da mídia. Plim...Plim..

do TERRA BRASILIS
Foi publicado na França este mês, mas poderia ter sido no Brasil. Os intelectuais farsantes – O triunfo midiático dos especialistas em mentira, do diretor do Instituto de Relações Internacionais e estratégicas e professor da Universidade de Paris VIII, Pascal Boniface, o livro retrata o tipo de “intelectual midiático” que prolifera pelo mundo afora e do qual nem a França, nem o Brasil ficaram excluídos.

A preocupação central dele não é com os que fazem análises equivocadas, mas com os que mentem deliberadamente para ganhar espaços midiáticos, a partir do qual se projetam como supostos “intelectuais” e ganham suposta “autoridade” para opinar sobre qualquer coisa. “São farsantes que fabricam a falsa moeda intelectual para garantir seu triunfo sobre o mercado da convicção”.

Como o fim justifica os meios, “a fronteira entre farsantes e mercenários não é clara”. Os que circulam pelas páginas econômicas articulam suas “verdades” com assessorias a setores empresariais. É um negocio redondo: publicam “preocupações” de empresas privadas – na verdade, seus “interesses” – depois de ter feito palestras e ouvido suas opiniões, de forma remunerada. Faz parte tácita do contrato, artigos defendendo os pontos de vista desses setores empresariais, como se fosse uma interpretação sobre os destinos e dilemas da economia do país.

Na primeira parte do livro, Boniface analisa o fenômeno e destaca alguns dos temas prioritários, como a defesa do Ocidente como defesa da democracia, Israel como ilha de civilização cercada de regimes totalitários que o querem destruir, o conceito de “islamofascismo”, o pânico do Islã.

Na segunda parte, ele analisa alguns personagens conspícuos, similares aos que temos no Brasil. O caso mais conhecido é o de Bernard-Henri Lévy: BHL (foto ao lado) é certamente o próprio modelo do farsante, o “mestre absoluto”, alguém que construiu sua carreira “manejando sem vergonha a mentira”.

Aqui nós conhecemos seus nomes ou pelo menos topamos em algum momento com suas caras, se zapeamos ao acaso pela televisão. Todos cabem na definição de Boniface, com suas carreiras perfeitamente enquadradas no conceito de “intelectual farsante”. (Um deles chegou até à Academia Brasileira de Letras.)

São exatamente o contrário do intelectual da esfera pública, aquele voltado para os grandes temas de interesse nacional e popular, oposto aos donos do poder, com abordagem alternativa e com linguagem acessível a todos.

Texto do professor Emir Sader, publicado no blog da editora Boitempo.

O lado do Irã que a mídia não mostra


A “superioridade” com que o Ocidente trata as culturas islâmicas faz, muitas vezes, serem esquecidas as dificuldades que governantes que procuram modernizar aqueles países. E que sejam vistos, eles próprios, como conservadores, porque têm de aceitar um pouco para poderem mudar muito.
Claro que ninguém é favorável às restrições de direitos das mulheres – à nenhuma, em nenhuma cultura, religião ou sociedade – mas, muitas vezes, os processos são mais complexos do que parecem.
Uma matéria de hoje na Reuters, que não terá grande repercussão na mídia brasileira, mostra o contrário do que normalmente se percebe sobre o Irã.
Mostra o presidente Mahmoud Ahmadinejad sob uma tempestade de críticas do clero por se opor à separação dos sexos nas salas de aula das univesidades iranianas.
“Foi dito que, em algumas universidades, as aulas e disciplinas estão sendo segregadas, sem levar em conta as coincidências. São necessárias ações urgentes para impedir essas ações superficiais e não acadêmicas”, disse ele em seu site.
A isso, reagiu o mais importante clérigo iraniano, Ahmad Khatami: “Com que lógica o reitor de uma universidade de Teerã deveria ser repreendido por separar as classes entre homens e mulheres? Deveríamos (era)  lhe dar uma medalha.”
Se fosse o inverso,  Ahmadinejad estaria sendo apontado como um “monstro” em todos os jornais. E iria ser lembrado que a universidade foi um dos centros de manifestão do tal “mivimento verde” , de oposição a ele.
Ontem, no relatório sobre a condição feminina, a ONU lembrou que, há um século, apenas dois países davam à mulher o direito de voto.
Ainda há muito a conquistar em matéria de igualdade de direitos entre os gêneros e isso é um combate que não pode esmorecer. Nem mesmo nas críticas que se faz à desigualdade que se pratica em nome de culturas ancestrais.O Governo brasileiro, com Lula ou com Dilma, jamais deixou de protestar contra situações desumanas no Irã. O que é muito diferente de contestar a vontade eleitoral do povo iraniano, que elegeu Ahmadinejad.
Mas sempre deve se ter em vista que, se exige firmeza, esta luta também exige compreensão de que as mudanças culturais não se impõem a ferro e fogo, com uma “ocidentalização”  forçada, que, como numa Cruzada,  leve à fogueira todos que não se “convertam” a ela.
A ditadura do Xá Reza Pahlevi era “moderna”. E brutal, repressiva, excludente e entreguista. Desconsiderou os valores de seu povo e, afinal, fez com que eles ressurgissem odiando a “modernidade” até naquilo que ela tem de bom, justo e igualitário.
Quando queremos combater o preconceito cultural, o simplismo é sempre o primeiro inimigo a vencer. Porque ele leva também, por superficial, ao preconceito.

Quando o PIG vier entrevistar você!

Juventude em pé de guerra no Chile

Por José Dirceu, em seu blog:

Na noite de ontem, estudantes secundaristas tomaram as praças do Chile em defesa do ensino superior gratuito. Organizaram uma criativa maratona de beijos, chamada "besatón" (beijaço), em protesto contra o novo plano educacional anunciado, nesta semana, pelo presidente Sebastián Piñera, de viés privatista. "Precisamos de milhões de beijos por uma educação pública gratuita no país", explicam os jovens nas redes sociais.



Ontem, os jovens tomaram as praças de Valparaíso (em frente ao Congresso Nacional), Arica, Iaquique, Antofagasta, La Serena, Concepción, Valdivia e Puerto Montt. Na semana passada, mais de 200 mil estudantes realizaram passeatas na capital chilena, em um dos maiores protestos recentes do país. Hoje está programada uma nova manifestação em Santiago, capital chilena.

No cerne dos protestos, encontra-se a luta pela universidade gratuita. No Chile, desde os tempos de Augusto Pinochet (1973-1990), as universidades públicas e privadas são pagas e seu acesso é muito caro - em torno de US$ 400 a US$ 800 - para as famílias de classes média e baixa.

Fundo de US$ 4 bi

O novo plano educacional prevê a criação de um fundo para o setor universitário de US$ 4 bi e a ampliação de bolsas, além de incentivos para linhas de créditos. As medidas, porém, não são suficientes, de acordo com os jovens chilenos que, segundo o Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa), possuem um dos melhores desempenhos educacionais da região.

Com baixos índices de popularidade no país - 35%, o menor índice do período democrático -, o presidente Piñera afirmou ser contra a universidade gratuita. "Alguém disse que deveríamos estatizar nosso sistema educativo. Mas sou contra porque sou a favor da qualidade do ensino", justificou.

ProUni na mira do ministro chileno

Para Germán Quintana, líder estudantil da universidade Federico María, mesmo com as medidas anunciadas no plano educacional de Piñera, "as universidades continuam sendo negócio privado, dificultando acesso dos mais pobres". Já Victor Pérez, reitor da Universidade do Chile, ressaltou a importância do plano para "retomada do diálogo" entre os reitores e o governo. "Esperamos que se cumpra a lei que diz que as universidades devem ser instituições sem fins lucrativos", afirmou.

Segundo a imprensa local, o ministro da Educação do país, Joaquín Lavín, já tem programada uma viagem ao Brasil para conhecer melhor o funcionamento do ProUni, lançado pelo governo Lula.

A internet e a rebelião dos homens

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Imagine o leitor que em fevereiro de 1848 já houvesse a rede mundial de computadores. Vamos supor que, em lugar de imprimir os primeiros e poucos exemplares do Manifesto Comunista, Marx e Engels tivessem usado a internet, de forma a que todos os trabalhadores europeus e norte-americanos pudessem ler o texto. Qual teria sido o desenvolvimento do processo? Como sabemos, o ano de 1848 foi de rebeliões operárias na Europa, reprimidas com toda a violência.



O capitalismo selvagem de então, um dos filhos bastardos da Revolução Francesa, sentiu-se animado pela derrota dos trabalhadores. Na França a burguesia tomou conta do poder e, derrotada a monarquia, assumiu-o sem disfarces e sem intermediários, em um período que os historiadores denominam de “A República dos homens de negócios”. Os trabalhadores e intelectuais tentaram, mais tarde, em 1871, logo depois de a França ser derrotada pelos alemães, criar um governo autônomo e igualitário em Paris. Com a ajuda dos invasores, o Exército de Thiers executou 20.000 parisienses nas ruas.

As manifestações populares dos países árabes, que os governos e a imprensa dos Estados Unidos e da Europa saudaram como o fim dos tiranos e o início da democratização do mundo islâmico, entram em nova etapa, ao atingir os países ricos. Os analistas apressados são conduzidos a rever suas conclusões. O mal-estar que levou os povos às ruas não se limita ao norte da África: é fenômeno mundial.

Uma das contradições do capitalismo, principalmente nessa nova etapa, a do imperialismo desembuçado, no qual os governos nacionais não passam de meros servidores dos donos do dinheiro, é a de sua incapacidade em estabelecer limites. Hoje, nos Estados Unidos – que foram, em um tempo, o espaço para a realização de milhões de pessoas mediante o trabalho – a diferença entre os ricos e os pobres é maior do que durante toda a sua História, incluído o tempo da escravidão. Um por cento da população norte-americana detém 40% de toda a riqueza nacional. A mesma situação se repete em quase todos os paises nórdicos.

Quando redigíamos este texto, milhares de pessoas se encontravam acampadas no centro de Madri, em continuidade ao movimento Democracia Real, Já, que se iniciou em 15 de maio, com protestos em todas as grandes cidades espanholas. A Espanha hoje está dominada pelos grandes banqueiros e companhias multinacionais, que não só exploram o trabalho nacional, como vivem de explorar os paises latino-americanos. Bancos como o Santander – cujos resultados mais expressivos ele os obtém no Brasil – dividem com os dois partidos que se revezam no poder (os socialistas e os conservadores) o resultado do assalto à economia do país. É contra esse sistema odioso que os espanhóis foram às ruas, e nas ruas continuam.

Não são apenas os jovens desempregados que se indignam. São principalmente as mulheres e homens maduros, os que estimulam o movimento. Eles sentem que seus filhos e netos estarão condenados a um futuro a cada dia mais tenebroso e mais violento, se os cidadãos não reagirem imediatamente. Os espanhóis estão promovendo a articulação internacional de movimentos semelhantes, que ocorrem em outros países, como a Islândia, a França, a Inglaterra e mesmo os Estados Unidos. Se o sistema financeiro se articulou, com o Consenso de Washington e os encontros periódicos entre os homens mais ricos do planeta, a fim de dominar e explorar globalmente os povos, é preciso que os cidadãos do mundo inteiro reajam.

Marx queria a união de todos os proletários do mundo. O movimento de hoje é mais amplo e seu lema poderia ser: Seres humanos do mundo inteiro, uni-vos.