Para os EUA, talvez já seja tarde demais. O Estado de Segurança Nacional e o poder das corporações já são tão extensivos que até a Constituição dos EUA já está derrotada. Há nos EUA 2 milhões de norte-americanos encarcerados...
10 ideias para que as novas democracias árabes nascentes
consigam evitar os erros dos EUA
consigam evitar os erros dos EUA
O Prof. Juan Cole publicou hoje em seu blog “Informed Comment”, uma carta aberta aos árabes: “10 ideias para que as novas democracias árabes nascentes consigam evitar os erros dos EUA” (em http://www.juancole.com/2011/07/10-ways-arab-democracies-can-avoid-american-mistakes.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+juancole/ymbn+(Informed+Comment )
Várias daquelas ideias não são novidade no Brasil (o voto obrigatório, por exemplo, geraria melhor democracia que o voto facultativo; marcar eleições aos domingos ou tornar feriados os dias de eleições, também (“nos EUA, os ‘barões ladrões’ marcavam eleições em dias de trabalho, para que os trabalhadores não votassem”); separar estado e religião, idem; alistamento eleitoral obrigatório, idem; manter exércitos de defesa, mais que de ataque, idem. Algumas são mais fáceis de dizer, que de fazer (“não permitam que os judiciários se politizem”, “cuidem de garantir todo o poder aos sindicatos de trabalhadores” e “criem leis que impeçam os monopólios”, por exemplo).
Mas uma delas – não por acaso a primeira da lista – essa, sim, é receita garantida para democracia MUITO melhor que a dos EUA e do Brasil:
Mas uma delas – não por acaso a primeira da lista – essa, sim, é receita garantida para democracia MUITO melhor que a dos EUA e do Brasil:
“1. As campanhas políticas contemporâneas nos EUA dependem pesadamente de tempo comprado às redes comerciais de televisão. Na Grã-Bretanha os anúncios de candidatos por televisão são controlados; na Noruega são completamente proibidos. Considerem a possibilidade de proibi-los completamente. Mas, decidam o que decidiram, proíbam, por lei, que os canais privados de televisão sejam pagos para exibir anúncios de campanhas eleitorais. Os custos dos anúncios eleitorais por televisão correspondem a 80-90% dos custos de uma campanha presidencial nos EUA. A próxima campanha eleitoral custará, a cada candidato, 1 bilhão de dólares.
O único modo pelo qual alguém pode aspirar a ser eleito é arrendando-se aos bilionários e às grandes empresas e corporações. O povo não tem poder algum para eleger seja quem for, vitimizado pelos ultra-ricos que, nos EUA, já capturaram toda a ‘mídia’, e acaba por eleger o candidato menor pior. Considerem a possibilidade de proibir anúncios pagos a redes comerciais de televisão nas campanhas eleitorais; imponham regras e sanções pesadas, porque, se a coisa ficar só na lei, os muito ricos sempre comprarão, para seu uso exclusivo, além das campanhas e candidatos, também os presidentes, deputados, senadores etc.”
E o Prof. Cole conclui:
“Se aplicarem a regra n. 1, acima, para manter o ‘big money’ longe das campanhas eleitorais, terão boa chance de combater as práticas monopolistas, Hoje, os EUA são governados por um pequeno número de semimonopólios, e o Departamento de Justiça quase nada pode fazer contra eles, porque, de fato, os monopólios elegem, pela televisão e pelos jornais, os candidatos que devem regular os monopólios....
Para os EUA, talvez já seja tarde demais. O Estado de Segurança Nacional e o poder das corporações já são tão extensivos que até a Constituição dos EUA já está derrotada. Há nos EUA 2 milhões de norte-americanos encarcerados, como num gigantesco gulag, muitos por crimes pequenos, ou pela cor da pele. Ultimamente, não fazemos outra coisa além de guerrear em terras distantes, nossos jovens mandados para morrer (e matar) longe, por ação de um ou outro interesse econômico jamais expresso com clareza. Somos revistados nos aeroportos, onde policiais nos veem nus. Nossos telefones são grampeados. A internet é censurada. Os trabalhadores dos EUA já praticamente não têm nenhum direito democrático significativo e perderam, recentemente, até o direito ao atendimento público de saúde. A luta contra os interesses da indústria da saúde privada enfureceu os bilionários, e os levou a inventar ‘movimentos’ apalhaçados como o “Tea Party”, que nada mais são que a fachada que se vê de gente como os irmãos Koch. Nunca ouviram falar dos irmãos Kock? Pois se não tomarem as medidas que sugiro, vocês logo conhecerão versões árabes daqueles dois.” Sobre os irmãos Kock, ver “Os irmãos bilionários que comandam a guerra contra Obama”, 30/8/2010, Jane Mayer, The New Yorker (em português, em http://redecastorphoto.blogspot.com/2010/09/os-irmaos-bilionarios-que-comandam.html)
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Os EUA têm de pôr fim à guerra ilegal contra a Líbia
6/7/2011, Dennis Kucinich, Guardian, UK
http://www.guardian.co.uk/profile/dennis-kucinich
http://www.guardian.co.uk/profile/dennis-kucinich
Dennis Kucinich é deputado pelo Partido Democrata dos EUA,
representante do 10º distrito eleitoral de Ohio. Está no oitavo mandato.
representante do 10º distrito eleitoral de Ohio. Está no oitavo mandato.
Essa semana, apresento projeto de lei ao Congresso dos EUA, que porá fim ao envolvimento militar dos EUA na Líbia, pelas seguintes razões:
Primeiro, porque a guerra contra a Líbia é ilegal pelos termos da Constituição dos EUA e de nossa lei “War Powers Act”, porque só o Congresso dos EUA tem competência para declarar guerra e o presidente não conseguiu demonstrar que a Líbia representasse qualquer risco iminente aos EUA. O presidente ignorou inclusive a opinião de seus principais conselheiros legais no Pentágono e o Departamento de Justiça, que lhe demonstraram que a aprovação pelo Congresso era indispensável antes de os EUA bombardearem a Líbia.
Segundo, porque a guerra chegou a um impasse. Não é guerra que possa ser vencida, sem que a Líbia seja ocupada por terra por soldados da OTAN, o que configurará invasão da Líbia.
Toda a operação foi terrivelmente mal pensada desde o início. A OTAN apóia uma oposição baseada em Benghazi (cidade localizada no nordeste do país, região rica em petróleo), mas não há nenhuma prova de que aquela oposição tenha o apoio da maioria dos líbios.
O grupo de oposição Frente Nacional para a Salvação da Líbia (e que se suspeita que tenha sido apoiado pela CIA nos anos 1980), jamais teria iniciado uma guerra civil contra um governo líbio que sabia que jamais poderia derrotar, se não contasse com o apoio de massiva campanha aérea da OTAN e, agora, dado que isso não bastou, espera contar soldados da OTAN que invadam o país, por terra.
As ações levianas daquela oposição, encorajadas por interesses políticos, militares e da inteligência ocidentais, criaram a grave crise humanitária que, então, passou a ser usada como justificativa para a campanha de guerra da OTAN, contra a Líbia.
Terceiro, os EUA não têm dinheiro para sustentar aquela guerra. O custo da missão, para os EUA, deverá, em breve, superar a casa do 1 bilhão de dólares – e dentro do país enfrentamos cortes brutais nos serviços públicos devidos aos cidadãos norte-americanos.
Não surpreende que a maioria dos Republicanos, Democratas e independentes dessa Casa tenham a mesma opinião: que os EUA não podem continuar envolvidos na guerra da Líbia.
Essa guerra tem destino trágico. Invadir a Líbia seria completar o desastre. A OTAN já está fora de controle e serve-se de uma Resolução da ONU que visaria a proteger civis, como frágil pretexto para prosseguir em missão não autorizada de derrubada de um governo mediante emprego massivo de violência.
Numa palavra, o comandante da OTAN deve ser responsabilizado por inúmeras violações da lei internacional. Na tentativa injustificável de manter a guerra civil, a França, que é membro da OTAN, e o Qatar, aliado da coalizão, já admitiram que enviaram armas à Líbia – o que configura confessada violação do embargo de armas, que a ONU impôs àquele país.
No final, a principal vítima desse jogo entre nações será a legitimidade da ONU, de suas resoluções e mandados, e a lei internacional. Essa situação é insustentável. A proibição de que se forneçam armas à Líbia tem de ser aplicada, não desrespeitada pelos países membros da OTAN.
O apoio ilegal e contraproducente dos EUA a essas ações militares deve cessar imediatamente.
O Congresso dos EUA tem o dever de cortar todos os fundos que sustentam essa guerra, porque não há solução militar possível na Líbia. É indispensável iniciar negociações sérias em busca de uma solução política que ponha fim à violência e crie ambiente favorável para negociações de paz que visem a apoiar as aspirações legítimas e democráticas do povo. Uma solução política só será viável quando a oposição líbia entender que pôr e tirar governos do poder é privilégio do povo líbio, não da OTAN.
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Primeiro, porque a guerra contra a Líbia é ilegal pelos termos da Constituição dos EUA e de nossa lei “War Powers Act”, porque só o Congresso dos EUA tem competência para declarar guerra e o presidente não conseguiu demonstrar que a Líbia representasse qualquer risco iminente aos EUA. O presidente ignorou inclusive a opinião de seus principais conselheiros legais no Pentágono e o Departamento de Justiça, que lhe demonstraram que a aprovação pelo Congresso era indispensável antes de os EUA bombardearem a Líbia.
Segundo, porque a guerra chegou a um impasse. Não é guerra que possa ser vencida, sem que a Líbia seja ocupada por terra por soldados da OTAN, o que configurará invasão da Líbia.
Toda a operação foi terrivelmente mal pensada desde o início. A OTAN apóia uma oposição baseada em Benghazi (cidade localizada no nordeste do país, região rica em petróleo), mas não há nenhuma prova de que aquela oposição tenha o apoio da maioria dos líbios.
O grupo de oposição Frente Nacional para a Salvação da Líbia (e que se suspeita que tenha sido apoiado pela CIA nos anos 1980), jamais teria iniciado uma guerra civil contra um governo líbio que sabia que jamais poderia derrotar, se não contasse com o apoio de massiva campanha aérea da OTAN e, agora, dado que isso não bastou, espera contar soldados da OTAN que invadam o país, por terra.
As ações levianas daquela oposição, encorajadas por interesses políticos, militares e da inteligência ocidentais, criaram a grave crise humanitária que, então, passou a ser usada como justificativa para a campanha de guerra da OTAN, contra a Líbia.
Terceiro, os EUA não têm dinheiro para sustentar aquela guerra. O custo da missão, para os EUA, deverá, em breve, superar a casa do 1 bilhão de dólares – e dentro do país enfrentamos cortes brutais nos serviços públicos devidos aos cidadãos norte-americanos.
Não surpreende que a maioria dos Republicanos, Democratas e independentes dessa Casa tenham a mesma opinião: que os EUA não podem continuar envolvidos na guerra da Líbia.
Essa guerra tem destino trágico. Invadir a Líbia seria completar o desastre. A OTAN já está fora de controle e serve-se de uma Resolução da ONU que visaria a proteger civis, como frágil pretexto para prosseguir em missão não autorizada de derrubada de um governo mediante emprego massivo de violência.
Numa palavra, o comandante da OTAN deve ser responsabilizado por inúmeras violações da lei internacional. Na tentativa injustificável de manter a guerra civil, a França, que é membro da OTAN, e o Qatar, aliado da coalizão, já admitiram que enviaram armas à Líbia – o que configura confessada violação do embargo de armas, que a ONU impôs àquele país.
No final, a principal vítima desse jogo entre nações será a legitimidade da ONU, de suas resoluções e mandados, e a lei internacional. Essa situação é insustentável. A proibição de que se forneçam armas à Líbia tem de ser aplicada, não desrespeitada pelos países membros da OTAN.
O apoio ilegal e contraproducente dos EUA a essas ações militares deve cessar imediatamente.
O Congresso dos EUA tem o dever de cortar todos os fundos que sustentam essa guerra, porque não há solução militar possível na Líbia. É indispensável iniciar negociações sérias em busca de uma solução política que ponha fim à violência e crie ambiente favorável para negociações de paz que visem a apoiar as aspirações legítimas e democráticas do povo. Uma solução política só será viável quando a oposição líbia entender que pôr e tirar governos do poder é privilégio do povo líbio, não da OTAN.
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Lula no Egito pós-Mubarak
Lula fará palestra no Egito
O ex-presidente estará no país árabe na próxima terça-feira. Ele vai participar de um fórum sobre oportunidades abertas após a queda do ditador Hosni Mubarak.
Alexandre Rocha alexandre.rocha@anba.com.br São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ao Egito dar uma palestra na próxima terça-feira (12). Segundo sua assessoria, ele participará de um evento chamado Jobs.Now: Employment in Post-Revolution Egypt (Empregos.Agora: Trabalho no Egito Pós Revolucionário, em tradução livre), que será realizado na Biblioteca de Alexandria.
O tema da apresentação do ex-presidente, de acordo com sua assessoria, será "Transformando a sociedade: uma visão de desenvolvimento econômico e social equilibrado (o caso do Brasil)". O fórum é organizado pela Fundação Nebny, que, segundo seu site na internet, é formada por jovens que participaram dos protestos que culminaram com a queda do ditador egípcio Hosni Mubarak, em fevereiro.
O objetivo do encontro, de acordo com o site da Biblioteca de Alexandria, é reunir personalidades das áreas política, econômica e social para discutir o futuro do Egito pós-Mubarak. O fórum na cidade mediterrânea terá duração de dois dias e vai contar também com a participação do economista norte-americano Joseph Stiglitz, ganhador do Prêmio Nobel.
Além do fórum, outros eventos vão ocorrer no Egito até o dia 18, como parte do festival Egypt Now. A programação inclui shows de música, feira de artesanato, turismo e negócios e encontro de organizações não governamentais. Além de dar destaque às oportunidades abertas com a mudança de regime, as atividades têm por objetivo incentivar o turismo, setor que sofreu com os protestos.
Depois do Egito, Lula deve ir à Tunísia, país que passa também por um momento de transição política. O ex-presidente tem tido uma agenda internacional cheia. Ele esteve na África na semana passada, na Cúpula da União Africana, na Guiné Equatorial, e em Angola. Esta semana ele visitou o Chile, onde se encontrou com o presidente Sebastián Piñera
http://www.anba.com.br/noticia_diplomacia.kmf?cod=12085051
O tema da apresentação do ex-presidente, de acordo com sua assessoria, será "Transformando a sociedade: uma visão de desenvolvimento econômico e social equilibrado (o caso do Brasil)". O fórum é organizado pela Fundação Nebny, que, segundo seu site na internet, é formada por jovens que participaram dos protestos que culminaram com a queda do ditador egípcio Hosni Mubarak, em fevereiro.
O objetivo do encontro, de acordo com o site da Biblioteca de Alexandria, é reunir personalidades das áreas política, econômica e social para discutir o futuro do Egito pós-Mubarak. O fórum na cidade mediterrânea terá duração de dois dias e vai contar também com a participação do economista norte-americano Joseph Stiglitz, ganhador do Prêmio Nobel.
Além do fórum, outros eventos vão ocorrer no Egito até o dia 18, como parte do festival Egypt Now. A programação inclui shows de música, feira de artesanato, turismo e negócios e encontro de organizações não governamentais. Além de dar destaque às oportunidades abertas com a mudança de regime, as atividades têm por objetivo incentivar o turismo, setor que sofreu com os protestos.
Depois do Egito, Lula deve ir à Tunísia, país que passa também por um momento de transição política. O ex-presidente tem tido uma agenda internacional cheia. Ele esteve na África na semana passada, na Cúpula da União Africana, na Guiné Equatorial, e em Angola. Esta semana ele visitou o Chile, onde se encontrou com o presidente Sebastián Piñera
http://www.anba.com.br/noticia_diplomacia.kmf?cod=12085051
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