Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Daniel Dantas estréia no mensalão com Lewandowski

Dantas e Valério fazem parte de um mensalão, o tucano, que o Ministro Barbosa, já presidente do Supremo, saberá apreciar com a proverbial serenidade

Num aparte ao voto da Ministra Carmen Lucia, o Ministro Ricardo Lewandowski, nesta quinta-feira, abriu a temporada de Daniel Dantas no julgamento do mensalão.

Lewandowski lembrou que a viagem de Marcos Valério a Lisboa tinha função de vender a Telemig de Daniel Dantas à Portugal Telecom.

Feito esse esclarecimento, Lewandowski rasgou o manto de impunidade que cobre Dantas, por enquanto: mostrou que Dantas e Valério fazem parte de um mensalão, o tucano, que o Ministro Barbosa, já presidente do Supremo, saberá apreciar com a proverbial serenidade.

Lewandowski ressaltou que o mensalão tucano, em que Valério e Dantas aparecem de forma fulgurante, precede o mensalão do PT.

Também na gestão do Presidente Barbosa, o Supremo restabelecerá a legitimidade da Operação Satiagraha.

Sim, porque o Supremo não vai tirar Dantas da cadeia pela terceira vez.

Paulo Henrique Amorim

J. Carlos de Assis: Entreguismo parece coisa antiga, mas está vivo


A reação entreguista interna ao pronunciamento de Dilma na ONU

É repulsiva a tentativa dos dois principais comentaristas de noticiários da Globo, Carlos Sardenberg, na economia, e Arnaldo Jabor, na política, de enxovalhar cada um dos pronunciamentos da Presidenta Dilma Roussef, inclusive o recente discurso na ONU. Sabemos que falam para um público específico, os inconformados com o exercício do poder pelo PT, mas se tratando de um órgão de comunicação de massa era de se esperar algum pudor. O artigo é de J. Carlos de Assis.
J. Carlos de Assis (*), na Carta Maior
É repulsiva a tentativa dos dois principais comentaristas de noticiários da Globo, Carlos Sardenberg, na economia, e Arnaldo Jabor, na política, de enxovalhar cada um dos pronunciamentos da Presidenta Dilma Roussef, inclusive o recente discurso na ONU. Sabemos que eles falam para um público muito específico, os inconformados com o exercício do poder pelo PT, mas se tratando de um órgão de comunicação de massa era de se esperar algum pudor, mesmo porque a esmagadora maioria da opinião pública apoia Dilma.
Jabor não me incomoda muito: é um retórico vulgar mais obcecado pelo efeito das palavras do que pelo seu significado. Ouvindo-o, temos a sensação de que o que está errado com a política externa brasileira é não declararmos logo guerra ao Irã. Sardenberg é mais insidioso. Manipula a ideologia econômica de um jeito maneiroso, próprio de todo difusor ideológico, que transforma as vítimas das políticas econômicas regressivas em culpados, recobrindo muito manhosamente a responsabilidade dos ricos.
Para entender a extensão na qual Sardenberg, como homem de frente da Globo, faz o jogo entreguista cumpre entender alguns elementos básicos de economia política que ele deliberadamente omite em seus comentários. Não existe uma receita única contra a recessão e a depressão econômica. Há um conjunto delas.
Três são bem conhecidas: a política cambial, a política monetária e a política fiscal. Todas visam ao mesmo objetivo: recuperar a demanda interna, favorecer o investimento e estimular o emprego, gerando um círculo virtuoso de crescimento.
Contudo, essas políticas não são neutras do ponto de vista distributivo.
A política fiscal certamente favorece a distribuição da riqueza e da renda, sobretudo quando o gasto público é financiado por aumento da dívida e aplicado em setores de interesse social. Sim, porque se o gasto público, numa recessão, for financiado por receita fiscal, estamos diante de um jogo de soma zero: tiram-se recursos do setor privado que são repassados ao setor público e que por sua vez voltam ao setor privado, sem gerar necessariamente aumento líquido da demanda agregada.
A política monetária é concentradora de renda. Sim, porque quando os bancos centrais emitem dinheiro e o tornam disponível para os bancos privados, a custo baixo, os favorecidos são os tomadores últimos dos recursos – sem falar nos intermediários bancários –, que só têm acesso a esse dinheiro se ofereceram garantias para seus empréstimos.
Quem pode oferecer garantias senão os que têm renda alta e patrimônio? Por certo alguns consumidores se beneficiarão do crédito mais barato, mas trata-se de uma proporção pequena da economia. Em qualquer hipótese, pagarão juros aos bancos, concentrando renda.
A política cambial geralmente adotada na recessão é a desvalorização da moeda nacional de forma a estimular as exportações. É o que os Estados Unidos estão fazendo. O pressuposto é que o aumento das exportações leva ao aumento da atividade econômica interna e do emprego, gerando, também aqui, um efeito virtuoso de retomada de crescimento.
O Japão tem procurado desvalorizar a sua moeda e a Europa provavelmente seguirá o mesmo caminho, pelo menos enquanto não mudar sua política econômica, o que é muito pouco provável a curto e médio prazos, por razões basicamente políticas.

Agora, vejamos o discurso de Dilma na ONU.
Ela criticou duramente a política do Fed, banco central americano, por inundar o mercado de dinheiro e forçar a desvalorização do dólar. Sardenberg se apressou a apoiar a posição americana contra Dilma. Recorreu a uma citação de Paulo Krugman, um dos mais notáveis economistas americanos, segundo o qual, nas suas palavras, a posição da Presidente não se justificava por se tratar de uma iniciativa do Governo americano de fazer retomar a economia do país.
Bem, essa citação de Krugman é falsa, ou ao menos incompleta. O que Krugman diz é o seguinte: numa recessão, deve-se adotar, de preferência, uma política fiscal expansiva.
Na falta dela, deve-se apoiar a iniciativa monetária como último recurso. Assim, traduzindo em miúdos, o recado que a Presidenta deu na ONU foi o seguinte: vocês, os países ricos, estão mergulhando o mundo no caos econômico e financeiro por se recusarem a fazer políticas fiscais expansivas. E como seu sistema político incompetente não é capaz de gerar essas políticas, nos impõem políticas regressivas no campo monetário.
Desculpem, mas não temos alternativa a não ser levantar barreiras comerciais contra os seus produtos, na medida em que suas políticas monetárias e cambiais, desvalorizando suas moedas, pretendem inundar nossos mercados de manufaturados, liquidando nosso parque produtivo. Não aceitaremos isso. O nosso dever é proteger nosso mercado de trabalho.



(*) Economista e professor de Economia Internacional na UEPB, autor de vários livros sobre economia política brasileira e de “A Razão de Deus”, recém-lançado pela Editora Civilização Brasileira.
Leia também:

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Salvem Joaquim Barbosa




Se houvesse que definir em uma única palavra o desempenho do ministro Joaquim Barbosa no julgamento do mensalão, a palavra seria “tragédia”. Antes de explicar as razões objetivas de tal afirmação, porém, haverá que explanar sobre suas razões subjetivas.
Subjetivamente, Joaquim Barbosa é um símbolo em uma Corte desde sempre marcada por um preconceito racial que até 2003 impediu que um negro ocupasse uma das cadeiras de ministro do Supremo em um país que, segundo o IBGE, tem maioria afrodescendente.
Barbosa era a esperança dessa maioria esmagadora da população que com ele divide traços físicos africanos, a esperança de que, alçado a um posto de tal importância, fosse um exemplo de capacidade e de seriedade, desfazendo os mitos raciais que conspurcam este país.
Na sessão de quarta-feira 26 do julgamento do mensalão, no entanto, Barbosa mergulhou de tal forma na insensatez que até os cães hidrófobos da Veja, bem como o resto da máfia demo-tucano-midiática, teve que reconhecer seus excessos.
Não é pouco. Barbosa perdeu de tal forma a capacidade de autocensura, estimulado pela popularidade fácil que a mídia está lhe construindo em certo setor da sociedade, que até pares que com ele vêm dividindo esse papel lamentável de linchador houveram por bem revelar-se vexados.
A acusação descabida do “vingador negro” da Suprema Corte de Justiça – onde não cabem vinganças – ao ministro Ricardo Lewandowski de que estaria fazendo “vistas grossas”, mobilizou seus pares a fim de rogar comedimento.
O efeito futuro desse desempenho entre os racistas que infestam os setores da sociedade que ora lhe batem palmas (enquanto lhes está sendo útil), por certo será o de atribuir às suas origens o comportamento histriônico que vai adotando.
Estimulado por uma mídia que o inebria com favores fugazes, lançando até cogitações sobre uma sua futura candidatura à Presidência da República (pelo PSDB?), Barbosa vai vestindo, cada vez mais, o capuz de carrasco.
Ou de “herói” que, sozinho, enfrenta pares corruptos que fazem “vistas grossas”, pois, ao admitir que naquela Corte possa haver quem o faça, desqualifica todo o processo de condução de magistrados até lá.
Qualquer um pode acusar este ou aquele ministro. E todos acusam. Um lado acusa Lewandowski e José Antônio Dias Tóffoli e o outro, acusa os que vêm atuando em sentido oposto. Menos o próprio Barbosa. Ele tem que ter compostura.
O que resulta, no sentido mais amplo, vai sendo a desmoralização do julgamento. E a previsível elevação de sua decisão final ao escrutínio da Corte Interamericana de Justiça, da qual o Brasil é signatário, o que obriga o país a submeter a ela decisões de seu Judiciário.
O vício que vai se revelando nesse julgamento produzirá o efeito oposto do que está sendo alardeado pela mídia, pois, em vez de o Brasil passar uma bela mensagem de amadurecimento institucional ao mundo, vai construindo uma mensagem de descrédito.
Nesse aspecto, o desempenho de Joaquim Barbosa tem trabalhado para que nossa Suprema Corte se torne uma caricatura de si mesma, uma caricatura jurídico-institucional que poderá vir a emoldurar o conceito sobre como não conduzir um processo dessa natureza.
Perde-se, assim, o simbolismo contido na chegada de um negro ao Supremo. Uma tragédia. Roga-se, pois, a quem tenha poder de influir junto a Barbosa que o alerte para o que faz não só consigo, mas com todos os que, com ele, dividem o estigma da cor da pele.
*Rebeliões em Lisboa, Madrid, Atenas: as ruas ecoam a questão política central dos dias que correm: o capitalismo gera cada vez mais pobres e o mercado não tem o que dizer a eles. É estrutural e antecede à crise, mostra a radiografia do trabalho nos EUA.(LEIA MAIS AQUI)
 
O TRANSFORMISMO PERIGOSO DE UMA TOGA

O desequilíbrio emocional do relator Joaquim Barbosa na sessão desta 4ª feira  do STF escancara  o papel híbrido - e temerário--  assumido por ele desde o início desse julgamento. Barbosa ora veste a toga de relator, ora de acusador; faz as vezes de juíz e de Ministério Público, ao mesmo tempo e com igual intensidade. Alterna-se nesse trasformismo à sua conveniência e arbítrio. Causa constrangimento  seu descontrole; preocupa os riscos dessa escalada. A volúpia condenatória ameaça a isenção e o contraditório. São dois dos requisitos que diferenciam um julgamento de um linchamemto, mutação abertamente encorajada por certa mídia, mas que não pode contagiar o relator, a ponto de ser capturado como personagem desfrutável de um simulacro de Justiça. (LEIA MAIS AQUI)

O TRANSFORMISMO PERIGOSO DE UMA TOGA

*Rebeliões em Lisboa, Madrid, Atenas: as ruas ecoam a questão política central dos dias que correm: o capitalismo gera cada vez mais pobres e o mercado não tem o que dizer a eles. É estrutural e antecede à crise, mostra a radiografia do trabalho nos EUA.(LEIA MAIS AQUI)   
O desequilíbrio emocional do relator Joaquim Barbosa na sessão desta 4ª feira  do STF escancara  o papel híbrido - e temerário--  assumido por ele desde o início desse julgamento. Barbosa ora veste a toga de relator, ora de acusador; faz as vezes de juíz e de Ministério Público, ao mesmo tempo e com igual intensidade. Alterna-se nesse trasformismo à sua conveniência e arbítrio. Causa constrangimento  seu descontrole; preocupa os riscos dessa escalada. A volúpia condenatória ameaça a isenção e o contraditório. São dois dos requisitos que diferenciam um julgamento de um linchamemto, mutação abertamente encorajada por certa mídia, mas que não pode contagiar o relator, a ponto de ser capturado como personagem desfrutável de um simulacro de Justiça. (LEIA MAIS AQUI)



Barbosa se irrita com divergências e constrange STF