Julien Brierre é produtor da TV Record em Londres.
E contou uma história muito interessante sobre a fraude em que se transformaram os “especialistas”, especialmente os economistas.
Um dia, um cavalheiro se apresentou a uma unidade da BBC (a BBC, amigo navegante ! a BBC !) como candidato a uma vaga de porteiro.
Tem um nome comum, digamos, John Smith.
Fica no hall de entrada à espera da entrevista admissional.
Aí, sai do elevador, esbaforido, um produtor em busca de um entrevistado, que estava para entrar no ar naquele minuto.
Seria um “especialista” em internet, um economista que entende das implicações da “online music” para o B-to-B, ou, se for o caso, para o B-to-C: ou seja, business para business, ou business para consumidor.
Questão de alta complexidade, como se vê.
Algo como “ajuste fiscal”, por exemplo.
E pergunta ao candidato a porteiro: é o senhor o John Smith ?
Sim, sou eu, ele respondeu, sem entender por que tanta aflição.
Foi imediatamente arremessado para dentro do elevador e, num golpe só, para um estúdio.
Imediatamente, a entrevistadora lhe pergunta o que achava daquela fantástica inovação.
O candidato a porteiro pensou que já estava em plena entrevista admissional.
Nunca imaginou que fosse assim, tão extravagante.
Mas, tudo bem.
Sem pestenejar, respondeu: muito importante.
Mais duas perguntas e ele, seguro, preciso e breve – como se exige na televisão – discorreu sobre a inovação de forma impecável.
E lá foi ele embora.
O Julien não sabe se o candidato foi aceito na função que efetivamente pretendia.
Mas, a história veio à cabeça deste ansioso blogueiro depois de ler uma fluvial entrevista no Valor, de André Lara Resende, e de outro igualmente notável economista, de renomada obra acadêmica, que ilustra o programa “Manhattan Connection”, da GloboNews (como se não bastasse a urubóloga …).
A palavra de ordem agora é “ajuste fiscal”.
Já foi “câmbio”, na campanha presidencial.
Hoje, com o resultado fulgurante da balança comercial, “câmbio” será provisoriamente esquecida.
Mas, tem o “ajuste fiscal”.
E os especialistas – os John Smiths – dizem que vai tudo muito bem no Brasil, o Brasil pode enfrentar a mega-marola, mas só e só fizer o “ajuste fiscal”.
Como se a Presidenta não fizesse.
E não tivesse sancionado nesta segunda-feira o Orçamento da União com mais de vinte vetos, inclusive um que se refere à remuneração dos aposentados.
Aqui no Brasil é assim.
Pega-se o John Smith, candidato a porteiro e se pergunta:
O Brasil vai enfrentar o tsunami da urobóloga ?
Se o especialista disser que só e só fizer o ajuste fiscal, sairá do estúdio sob aplausos.
Embora, que pena !, não consiga o emprego de porteiro.
Mas, o de economista …
Sobre a farsa dos economistas brasileiros de linhagem neoliberal, sempre cabe ler o Delfim Netto, que, adormecido, é melhor do que todos os neoliberais despertos.
Delfim, outro dia, na Folha (*), mostrou que uma economista americana comprovou cientificamente que havia uma relação inquestionável entre o tamanho do pênis e a distribuição de renda.
Uma beleza !
Uma economista e tanto !
Ciência Pura.
Alta Matemática !
De fazer Descartes morrer de inveja !
A Ciência-Teologia dos neoliberais prova qualquer coisa.
Porque não é Ciência.
É Teologia.
O John Smith que o diga (o candidato a porteiro).
Ou o Delfim.
Paulo Henrique Amorim
E contou uma história muito interessante sobre a fraude em que se transformaram os “especialistas”, especialmente os economistas.
Um dia, um cavalheiro se apresentou a uma unidade da BBC (a BBC, amigo navegante ! a BBC !) como candidato a uma vaga de porteiro.
Tem um nome comum, digamos, John Smith.
Fica no hall de entrada à espera da entrevista admissional.
Aí, sai do elevador, esbaforido, um produtor em busca de um entrevistado, que estava para entrar no ar naquele minuto.
Seria um “especialista” em internet, um economista que entende das implicações da “online music” para o B-to-B, ou, se for o caso, para o B-to-C: ou seja, business para business, ou business para consumidor.
Questão de alta complexidade, como se vê.
Algo como “ajuste fiscal”, por exemplo.
E pergunta ao candidato a porteiro: é o senhor o John Smith ?
Sim, sou eu, ele respondeu, sem entender por que tanta aflição.
Foi imediatamente arremessado para dentro do elevador e, num golpe só, para um estúdio.
Imediatamente, a entrevistadora lhe pergunta o que achava daquela fantástica inovação.
O candidato a porteiro pensou que já estava em plena entrevista admissional.
Nunca imaginou que fosse assim, tão extravagante.
Mas, tudo bem.
Sem pestenejar, respondeu: muito importante.
Mais duas perguntas e ele, seguro, preciso e breve – como se exige na televisão – discorreu sobre a inovação de forma impecável.
E lá foi ele embora.
O Julien não sabe se o candidato foi aceito na função que efetivamente pretendia.
Mas, a história veio à cabeça deste ansioso blogueiro depois de ler uma fluvial entrevista no Valor, de André Lara Resende, e de outro igualmente notável economista, de renomada obra acadêmica, que ilustra o programa “Manhattan Connection”, da GloboNews (como se não bastasse a urubóloga …).
A palavra de ordem agora é “ajuste fiscal”.
Já foi “câmbio”, na campanha presidencial.
Hoje, com o resultado fulgurante da balança comercial, “câmbio” será provisoriamente esquecida.
Mas, tem o “ajuste fiscal”.
E os especialistas – os John Smiths – dizem que vai tudo muito bem no Brasil, o Brasil pode enfrentar a mega-marola, mas só e só fizer o “ajuste fiscal”.
Como se a Presidenta não fizesse.
E não tivesse sancionado nesta segunda-feira o Orçamento da União com mais de vinte vetos, inclusive um que se refere à remuneração dos aposentados.
Aqui no Brasil é assim.
Pega-se o John Smith, candidato a porteiro e se pergunta:
O Brasil vai enfrentar o tsunami da urobóloga ?
Se o especialista disser que só e só fizer o ajuste fiscal, sairá do estúdio sob aplausos.
Embora, que pena !, não consiga o emprego de porteiro.
Mas, o de economista …
Sobre a farsa dos economistas brasileiros de linhagem neoliberal, sempre cabe ler o Delfim Netto, que, adormecido, é melhor do que todos os neoliberais despertos.
Delfim, outro dia, na Folha (*), mostrou que uma economista americana comprovou cientificamente que havia uma relação inquestionável entre o tamanho do pênis e a distribuição de renda.
Uma beleza !
Uma economista e tanto !
Ciência Pura.
Alta Matemática !
De fazer Descartes morrer de inveja !
A Ciência-Teologia dos neoliberais prova qualquer coisa.
Porque não é Ciência.
É Teologia.
O John Smith que o diga (o candidato a porteiro).
Ou o Delfim.
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.