Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

7/9 foi um Fora Temer

Golpisto se trancou no palanque

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O Conversa Afiada acompanhou, ao longo deste sete de setembro, os atos contra o Golpe e em defesa da Democracia por todo o país - e também no exterior.
17:03 - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, participou do Grito dos Excluídos.
Crédito: Paulo Pinto/Agência PT
15h55 - Via Mídia Ninja: O povo pediu, e BH atendeu. Mais de 30 mil pessoas lotaram as ruas da capital mineira neste Feriado da Independência - o trocadilho é livre - e mostraram que a cidade vai ter resistência. Faixas, cartazes e muitas palavras de ordem pro golpista. Se via nas ruas muita força, energia e resistência em cada pessoa que acordou cedo no feriado para o golpista ouvir: Fora Temer e Diretas já!  BH entrou na luta, e não vai pedir arrego.

15h51 - Em Belo Horizonte, o dia também foi de luta contra o Golpe.

Crédito: Mídia Ninja
15:21 - Na Praça da Sé: "Golpista! Golpista! Fora Temer!".
15:10 - Praça da Sé, no coração de São Paulo, completamente tomada! #ForaTemer! #DiretasJá!

14:35 - Rio de Janeiro: No Grito dos Excluídos, Marcelo Durão, do MST, explica por que é preciso enfrentar o Golpe:

14:16 - Vagner Freitas: "O grito dos excluídos é esse: a gente quer um Brasil livre, com o povo no poder. A gente quer Diretas Já, que nenhum direito seja retirado e que a gente para uma greve geral para fazer tudo isso".

Via Jornalistas Livres

14:12 - Imagens da versão carioca do Grito dos Excluídos, neste 7 de setembro:


Crédito: Mídia Ninja
13:41 - Em João Pessoa, trabalhadores tomam as ruas contra o Golpe.

Crédito: Zac's Maloca
13:26 - Em São Paulo, manifestação contra o Golpisto chega ao final, em frente ao Monumento às Bandeiras.
Crédito: Mídia Ninja
13:11 - Em Brasília, o Grito dos Excluídos atinge o Traíra.
Crédito: Mídia Ninja
11:41 - Em Brasília...
Créditos: Mídia Ninja
11:37 - Em São Paulo, Grito dos Excluídos reúne dez mil manifestantes nas ruas.


Créditos: Jornalistas Livres
11:36 - No desfile do sete de setembro na Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, manifestantes levantam cartazes em denúncia ao Golpe. Via Mídia Ninja.
11:33 - Perfil PT na Câmara acompanha os protestos em Brasília.
11:32 - Sabe o que cairia bem hoje?
Créditos: Agência PT
11:30 - No Recife, manifestantes protestam contra o desmonte da saúde pública.
Créditos: Humberto Costa
11:06 - Enquanto o primeiro ato ocupa a Paulista, manifestantes continuam chegando na Praça da Sé.

Créditos: Agência PT
11:05 - Em São Paulo, Grito dos Excluídos ocupa a Avenida Paulista.
Créditos: Jornalistas Livres
11:04 - Fora Temer em Porto Alegre!
11:02 - Compartilhe as hashtags do dia nas redes sociais.

11:01 - Na Mídia Ninja: manifestantes em Chapecó, interior de Santa Catarina, exigem a renúncia de Temer.
10:57 - Censura: segundo a Carta Capital, no Twitter, seguranças confiscaram cartazes e ameaçaram manifestantes que gritaram "Fora Temer" no desfile em Brasília.
10:55 - Em Vitória, manifestantes do Grito dos Excluídos exigem reparações para as vítimas da barragem da Samarco, no Rio Doce.
Créditos: Gazeta Onlina
10:54 - Em Brasília, manifestantes levam bandeiras e cartazes.

Créditos: Agência PT
10:51 - Começa a concentração para o segundo ato do Grito dos Excluídos em São Paulo, na Praça da Sé.
Créditos: Agência PT
10:50 - Raul Pont, um dos fundadores do PT, no ato em Porto Alegre: O 7 de setembro é símbolo da soberania nacional e nesta conjuntura é mais que oportuno retomar a soberania nacional diante de um governo usurpador que agride a soberania do país no abandono da integração latinoamericana e na venda a preço vil dos poços de petróleo”.
10:30 - No G1: Público grita 'Fora, Temer' no desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios.
10:17 - Integrantes de movimentos sociais se concentram na praça Osvaldo Cruz, no Paraíso, região sul de São Paulo, para mais uma edição do Grito dos Excluídos. Eles seguirão em passeata até o parque do Ibirapuera.
Créditos: Wellington Ramalhoso/UOL
10:14 - Em Brasília, manifestantes continuam a chegar para o ato em defesa da democracia. Grupos pedem novas eleições.
Créditos: Mídia Ninja
10:13 - Mídia Ninja acompanha ao vivo o Grito dos Excluídos em São Paulo.
10:12 - Primeiramente...

10:11 - Hoje em São Paulo, todos os caminhos levam ao Fora Temer!
Créditos: Jornalistas Livres
10:10 - Começa a concentração para o ato em Belém.
Créditos: Jornalistas Livres
09:57 - Em Brasília, próximo ao desfile do Sete de Setembro, começa concentração para o ato em defesa da democracia.
Créditos: Twitter EBC Na Rede
09:55 - No blog Broadcast Político: Mesmo com entrada restrita para convidados nas arquibancadas mais próximas da tribuna de honra no desfile de 7 de Setembro em Brasília, não foi possível abafar as vaias de protesto contra o presidente Michel Temer. O peemedebista chegou em carro fechado, acompanhado da esposa Marcela e quebrou uma antiga tradição: não passou revista às tropas. Ele foi recebido pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, e o ministro da Defesa, Raul Jungmann. Assim que anunciado pela produção do evento, o presidente foi vaiado pela plateia. Durante a execução do Hino Nacional, as pessoas continuaram a entoar gritos de "Fora Temer" e "golpista".
09:50 - Em Belo Horizonte, começa concentração para o ato na Praça Raul Soares.
09:45 - Senadora Fátima Bezerra (PT-RN) fala sobre as mobilizações de hoje em seu Facebook:
O Grito dos Excluídos este ano ocorre em um momento extremamente delicado da história brasileira, no qual a democracia foi suprimida por um golpe midiático-parlamentar e os direitos assegurados na Constituição e na CLT estão ameaçados pelo governo ilegítimo.

Mais do que nunca precisamos amplificar o Grito dos Excluídos, cerrar fileiras ao lado dos sem terra, dos sem teto, dos estudantes, trabalhadores, artistas e intelectuais para defender a soberania popular e combater a retirada de direitos.
09:40 - Começa a concentração para o Grito dos Excluídos em São Paulo, na Praça Oswaldo Cruz.
Créditos: CUT-SP
09:15 - A Av. Paulista amanheceu com um novo nome.

Créditos: Christian Braga/Jornalistas Livres
08:49 - Na Mídia Ninja:
Confira agenda dos atos nacionais e internacionais, no dia do #GritoDosExcluídos, contra Temer e por novas eleições diretas, para este 07 de setembro:



RIO DE JANEIRO
09h - Rua Uruguaiana esquina com Av. Presidente Vargas: http://bit.ly/2cF1vDG
11h - Rua Uruguaiana esquina com Av. Presidente Vargas: http://bit.ly/2c8D7Ya
18h - Rede Globo, Jardim Botanico: http://bit.ly/2ciLfX9

- Duque de Caxias:
16h - Teatro Municipal Raul Cortez: http://bit.ly/2cF6PqU

SÃO PAULO
09:00 - Praça Oswaldo Cruz: http://bit.ly/2c63A68
09:00 - Praca da Sé: http://bit.ly/2czIhOG
15:00 - Av. Paulista: http://bit.ly/2c65B2D
14:00 - Praça da Sé: http://bit.ly/2c65X9a

-Guarulhos:
18h - Praça Getúlio Vargas: http://bit.ly/2cn47CS

- São José do Rio Preto:
14h - Prefeitura Municipal S José Rio Preto: http://bit.ly/2czOKWV

SANTA CATARINA
- Joinville:
9h - Avenida Beira Rio Joinville: http://bit.ly/2c2VuNm

- Blumenau:
8h - Rua XV de Novembro: http://bit.ly/2cbQpUF

PARANÁ
- Londrina:

8:30 - Calçadão De Londrina: http://bit.ly/2crqzJO

RIO GRANDE DO SUL
- Porto Alegre:

8h - Avenida , São Geraldo: http://bit.ly/2bRTXaR
9h - INCRA/RS PoA: http://bit.ly/2c2ZjlM
16h - Largo da Epatur - Largo Zumbi dos Palmares: http://bit.ly/2crrAl4

- Santa Cruz do Sul:
10h - Parque da Oktoberfest Santa Cruz do Sul: http://bit.ly/2cF7BnG
- Caxias do Sul:
15h - Praça Dante Aliguieri: http://bit.ly/2cf6jix

BRASÍLIA
8h30 - Museu Nacional da República DF: http://bit.ly/2bVPEMi
10h - Museu Nacional De Brasilia: http://bit.ly/2czkcog

ESPIRITO SANTO
- Vitória:

8:30h - Praia de Camburi: http://bit.ly/2c2VuNm
9h - Quiosque K1: http://bit.ly/2c2YcCn

MINAS GERAIS
- Belo Horizonte:

9h - Praça Raul Soares: http://bit.ly/2bWZtfj
9h - Praça Raul Soares: http://bit.ly/2c3pyXM
10h - Praça Raul Soares : http://bit.ly/2c68Vui
- Uberlândia:
8h - Praça Dos Correios: http://bit.ly/2cF6XGP
9h - Praça Do Fórum: http://bit.ly/2c9i07Y
- João Monlevade:
16h - Prefeitura de João Monlevade: http://bit.ly/2cF4Gvf
PARÁ
- Belém:

8h - Conjunto Arquitetônico de Nazaré

ALAGOAS
- Maceió:
9h - Praça do Sinimbu: http://bit.ly/2cf4imI

GOIÁS
- Goiânia:

8h - Rua 3 com a Av .Tocantins: http://bit.ly/2bX1mcg

RIO GRANDE DO NORTE
- Natal:

16h - Praça Cívica: http://bit.ly/2crpPEE
MATO GROSSO DO SUL
- Campo Grande:

8h - Colégio Salesiano Dom Bosco: http://bit.ly/2ciSSNl

PARAÍBA
- João Pessoa:
9h - Praça da Independência: http://bit.ly/2bSFU9S

AMAZONAS:
- Manaus:

15h - Santa Casa De Misericórdia: http://bit.ly/2ciNPwi

BAHIA
- Salvador:
7h - Praça Do Campo Grande: http://bit.ly/2bESr0n
15h30 - Campo Grande: http://bit.ly/2cF8ehf

SERGIPE
- Aracajú:

8h - Catedral Metropolitana de Aracaju: http://bit.ly/2c9lc3x

CEARÁ

- Fortaleza:

15h - Restaurante Tia Nair: http://bit.ly/2cF6tQN
16h - Avenida Beira Mar (Estátua de Iracema - Próximo a Tia Nair): http://bit.ly/2bVOO7z

- Sobral: 8h - Praca Sao João: http://bit.ly/2cf94At

- Iguatu:
17h - Praça Da Matriz: http://bit.ly/2czQbF1
- Juazeiro do Norte:
7:30 - Avenida Ailton Gomes: http://bit.ly/2czJ5Eh

PERNAMBUCO

9h - Praça Derby: http://bit.ly/2cbRMT5

#FORATEMER NO MUNDO
IRLANDA
- Dublin:

17h - http://bit.ly/2bS012M

CANADÁ
- Montreal:

18h - http://bit.ly/2bWoQRv

ALEMANHA
- Frankfurt:

18h - http://bit.ly/2cf8YsA

ALEMANHA
- Berlim:

17h - http://bit.ly/2bWp9f8

ARGENTINA
- Buenos Aires:

17h - http://bit.ly/2crtS3E

ESPANHA
- Madrid:

17h - http://bit.ly/2cn8UEr
08:39Segundo Ari Alberti, da coordenação nacional do Grito dos Excluídos, são 26 os estados que confirmaram os protestos para hoje.

08:37 - Na Agência PT: No Rio de Janeiro, o ato do Grito dos Excluídos será na esquina da rua Uruguaiana com a Av. Presidente Vargas, às 11h. No período da tarde, São Paulo terá outro ato contra o golpista Michel Temer. A manifestação está marcada para às 14h, na Praça da Sé.
08:35 - Um segundo ato do Grito dos Excluídos em São Paulo está marcado para as 9h na Praça da Sé.

O Grito dos Excluídos é realizado todo sete de setembro, desde 1995. O objetivo é chamar a atenção da sociedade para a exclusão social no Brasil.
08:31 - Na Rede Brasil Atual: O 22o. Grito dos Excluídos em São Paulo terá início na Praça Oswaldo Cruz, na Avenida Paulista. O ato é organizado por diversas entidades que integram a Frente Brasil Popular, como a Central de Movimentos Populares, Movimento dos Atingidos por Barragens, CUT e MST.
Para o coordenador da CMP em São Paulo, Raimundo Bonfim, “durante 21 anos construímos um grito em uma democracia, mas, agora, é um momento de resistência e de denúncia contra um governo ilegítimo que promoveu um golpe no Brasil”.
08:30 - Segundo o Brasil de Fato: 7 de setembro será dia de protestos por todo país. Hoje acontece a 22a. edição do Grito dos Excluídos, além de uma série de manifestações pelo Fora Temer. 

Tribunal reconhece que Lauro Jardim mentiu sobre filho de Lula, mas não admite queixa-crime

:

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro reconheceu que o colunista de O Globo Lauro Jardim publicou uma "mentira" a respeito de Fábio Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, mas entendeu que uma nota reparando a notícia, quase um mês depois, elimina a possibilidade de o jornalista ser alvo de uma queixa-crime por difamação e injúria; a defesa do filho de Lula promete recorrer da decisão do TJRJ. 


Jornal GGN - O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro reconheceu que o colunista de O Globo Lauro Jardim publicou uma "mentira" a respeito de Fábio Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, mas entendeu que uma nota reparando a notícia, quase um mês depois, elimina a possibilidade de o jornalista ser alvo de uma queixa-crime por difamação e injúria.

O jornalista global escreveu que, em delação premiada, Fernando Baiano teria dito que pagou despesas pessoais de Fábio Luis. Segundo o escritório de advogados que também fazem a defesa de Lula, dois desembargadores do TJRJ decidiram que Lauro Jardim reconheceu a mentira numa errata publicada 28 dias depois.

Um terceiro desembargador, no entanto, votou para que a conduta de Lauro Jardim seja apurada em ação penal. Por isso, a defesa do filho de Lula promete recorrer da decisão do TJRJ.
Abaixo, a nota da defesa de Lula na íntegra.

Embora tenha reconhecido que Lauro Jardim faltou com a verdade ao publicar a nota “Delação Explosiva” (O Globo 11/10/2015), atribuindo a Fábio Luis Lula da Silva o recebimento de cerca de R$ 2 milhões do Sr. Fernando Soares (Fernando Baiano), o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por maioria de votos, rejeitou hoje (06/09/2916) o recurso de apelação interposto por seus advogados, que pretendiam o processamento de queixa-crime protocolada em 27/10/2015. A queixa aponta a ocorrência de difamação e injúria.

Dois Desembargadores da 4ª. Câmara Criminal do TJRJ - os Drs. Antonio Eduardo Ferreira Duarte e Gizelda Leitão Teixeira - decidiram que o fato de o jornalista ter reconhecido a mentira (errata publicada em 8/11/2015), mesmo que cerca de um mês depois, o isentaria de responder ação penal, uma vez, que na visão deles, estaria ausente a intenção de difamar e injuriar. O terceiro vogal, Desembargador Francisco José de Azevedo, por outro lado, proferiu voto acolhendo o recurso para processar a queixa, por entender que a intenção ou não do jornalista de ofender a honra de Fábio deve ser apurada no curso da ação penal.

Na qualidade de advogados de Fábio Luis, entendemos que a veiculação de uma mentira, em linguajar tendencioso e sensacionalista, com chamada de capa, desmentida apenas após 28 dias, deve autorizar o processamento da queixa-crime, razão pela qual iremos  recorrer da decisão do TJRJ.


A nota de Lauro Jardim contra o filho de Lula:

Em delação, Fernando Baiano diz que pagou despesas pessoais de filho de Lula
Por Lauro Jardim

Em O Globo

Está destinada a causar um estrondoso tumulto a delação premiada de Fernando Baiano, cuja homologação foi feita pelo ministro Teori Zavascki na sexta-feira.

O operador (de parte) do PMDB na Petrobras pôs no olho do furacão nada menos do que Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha.

Baiano contou que pagou despesas pessoais do primogênito de Lula no valor de cerca de R$ 2 milhões. Ao contrário dos demais delatores, que foram soltos logo após a homologação das delações, Baiano ainda fica preso até 18 de novembro, quando completa um ano encarcerado. Voltará a morar em sua cobertura de 800 metros quadrados na Barra da Tijuca.

A propósito, quem teve acesso ao conteúdo da delação conta que Eduardo Cunha é, sim, citado por Baiano, que reconhece suas relações com o presidente da Câmara. Mas não entrega nada arrasador contra Cunha.

O rio que desceu a Paulista já mudou o país O noticiário borbulha de recuos e dúvidas 'da base' em relação à agenda de arrocho, vendida até domingo como 'salvação da lavoura'.

por: Saul Leblon

Roberto Parizotti

                                                                                                                                                                 O que era verdade no Brasil até sábado, deixou de sê-lo a partir de domingo.

Um banho de rua a renovou a agenda da nação.

O levante de 100 mil pessoas contra o golpe desautorizou a soberba conservadora e sacudiu a letargia de setores progressistas.

Gigantesca no tamanho, ampla na pluralidade e democrática nas bandeiras, a mobilização que tomou conta de São Paulo depois de o governo ter tentado proibi-la, reafirmou a experiência social: nas encruzilhadas da história, os fatos caminham à frente das ideias.

Hoje, a ‘naturalização’ do golpe na mídia cedeu lugar à discussão de uma viabilidade difícil, vinculada ao êxito improvável de um leque de medidas antissociais postas em xeque pela rua.

O protesto mudou o país pautado pela mídia, reordenou fatos, naufragou versões, lavou a poeira da prostração, desmentiu a correlação de forças pró-golpe, inoculada pelo colunismo isento.

Da avenida icônica do capitalismo brasileiro, a correnteza percorreu cinco quilômetros até o estuário popular do Largo da Batata, na zona oeste da capital, onde o terror uniformizado do PSDB de São Paulo tentou substituir a política por porrada.

Perdeu duplamente, como polícia e como política.

A estética de uma tropa de ocupação esmagando o anseio democrático pacífico informa melhor sobre a natureza de quem governa do que o incansável jogral do poder e da mídia.

O chanceler Serra terá dificuldades crescentes na escalada que se prenuncia para convencer de que não é o punho de renda de uma usurpação violenta do poder.

A desmenti-lo emerge a força de novas narrativas que saíram da rua para redesenhar a percepção interna e internacional do país,

Quais?

Em primeiro lugar, a que desmentiu o divisor de águas mais geral, que dava o jogo como decidido.

Não está.

O golpe de mão de 61 senadores que se avocaram mudar o pacto da sociedade sem consulta-la não resolveu, antes agravou os conflitos da delicada transição de desenvolvimento vivida pelo Brasil.

Parte expressiva da sociedade recusa a tutela não solicitada.

Em segundo lugar, o caudal de domingo esfarelou a tese conservadora de que ‘apenas’ simpatizantes do PT e de Dilma não aceitariam ‘a solução constitucional’ cometida no dia 31 de agosto;

Definitivamente, é maior que isso.

A indignação que verteu para ruas e avenidas no domingo, drenou geografias sociais e políticas bem mais amplas: mais para máxi do que para o ‘míni’, do chanceler; mais para os cem mil, do que para os ‘40 vândalos’, do presidente usurpador.

O erro conservador não se limita ao cálculo das proporções.

A terceira revelação trazida pelas águas da história toca um ponto crucial.

A reportagem de Carta Maior tem chamado a atenção para ele, um fenômeno silencioso mas progressivo nas manifestações contra o impeachment: o afluxo de extratos de classe média mais estabelecidos e de meia idade para a rua.

Neste domingo, o que era silencioso ganhou voz e peso de um protagonista tão marcante quanto a presença da juventude e das forças populares que tomaram a Paulista.

E isso não é pouco.

Na verdade, é muito.

Significa que a régua de corte da rejeição à ruptura constitucional de 31 de agosto subiu as escadarias da pirâmide de renda e refletiu o teto de tolerância de um segmento formador da opinião pública.

Gente que ainda lê e assina jornais, por exemplo, vazou seu inconformismo para a rua, entre outras razões, talvez, porque os jornais que lê, assina ou assiste já não contemplam mais suas convicções democráticas.

Era preciso leva-las diretamente ao asfalto.

E eles deram o passo para além da hesitação do conforto e da cautela.

Há desdobramentos dentro disso e eles remetem ao passo seguinte da luta contra o golpe.

O rio da história que desaguou no Largo da Batata, sugestivamente, não defendia esse ou aquele partido, essa ou aquela liderança política.

Nos cinco quilômetros de percurso do planalto à várzea do Pinheiros, gentilmente assombrados pela cavalaria motorizada de Alckmin em arranques valquirianos, não se ouviu outra palavra de ordem, exceto uma causa.

A mais devastadora de todas à sobrevivência de um golpe de Estado: o clamor por eleições diretas.

Quarta novidade derivada dessa: a largueza desse jorro encorpa e dá pertinência histórica à proposta do ex-presidente Lula, apresentada dois dias antes da manifestação, na reunião do Diretório Nacional do PT.

Qual seja, opor ao golpe uma Frente Ampla à moda uruguaia, que comporta partidos, centrais, movimentos, personalidades, intelectuais, juristas e artistas de todos os matizes e colorações progressistas e democráticas da sociedade.

Entenda-se por isso que a maior liderança política do país e principal esteio do PT não reivindica a direção da resistência ao golpe. Propõe-se a participar dela em regime colegiado com outras forças credenciadas pela rua e pelo mandato da trajetória e da biografia.

Finalmente, mas não por último: a consolidação e a expansão desse escudo dificultará, sobremaneira, a promessa do golpe ao mercado de curar os desequilíbrios fiscais –a ‘gastança petista--  agravando desequilíbrios sociais e humanos que compõem a secular desigualdade brasileira.

O noticiário das últimas horas está cravejado de recuos, dúvidas e sinais de defecção ‘da base’ em relação à agenda de arrocho, vendida até domingo como a salvação da lavoura nacional.

A dissipação coloca Temer num corner entre a sobrevivência política da sua ‘base’ e a  ganância imediatista do mercado.

Esse garrote tem um calendário apertado de ajuste das tarraxas.

A escória parlamentar que ‘legitimou’ o assalto ao poder em aliança com a mídia, o dinheiro e o judiciário é o flanco mais imediatamente exposto dos quatro.

Primeiro, nas eleições municipais de outubro próximo; e, em 2018, em um sortido cardápio de escrutínios para presidente, governadores, senadores e deputados.

Aceitará ir para a linha de frente do matadouro, decepar direitos e escalpelar conquistas, como exigem o PSDB e a mídia --que condicionam o apoio à entrega do serviço, e o mercado financeiro, que ameaça revogar o único lastro do governo, a ‘melhora’ das expectativas?

O rio que desceu a Paulista corroeu e continuará a erodir os barrancos dessas margens frágeis.

O conflito entre a rua e a agenda da qual o golpe é refém é inconciliável.

O governo-abutre não reserva qualquer espaço à principal tarefa do desenvolvimento, que é justamente civilizar o mercado pela universalização de direitos, como aspira a cidadania brasileira.

O que se preconiza é de uma violência inexcedível em regime democrático e muito provavelmente incompatível com ele.

Uma esmagadora engrenagem foi acionada para tomar de volta tudo aquilo que transgrediu os limites da democracia formal, e que o ciclo iniciado em 2003, com as limitações sabidas, exacerbou em um resgate social inconcluso, mas transgressivo para a tolerância secular da plutocracia.

Um paradigma de eficiência feito de desigualdade ascendente, incompatível com a Constituição Cidadã de 1988, é a panaceia vendida agora como fatalidade à nação.

O que se ameaça é regredir aquém do ciclo da redemocratização, que contestou a eficiência econômica construída à base de ditadura, tortura e censura.

Talvez tenha sido aí que se rompeu o limite do tolerável para a classe média não petista, crítica –e até muito crítica-- dos erros recentes do PT.

Mas que deixaria a condição de indiferença quando ficou claro que o legado da geração que –direta ou indiretamente-- devotou a juventude à luta contra a ditadura, atravessou a idade adulta na campanha das Diretas-já e não aceita viver em um país aquém das estacas fincadas ali, estava sendo triturado em nome de uma restauração tardia, anacrônica e globalmente contestada da agenda neoliberal dos anos 90.

Esse sentimento ecumênico dá à bandeira da Frente Ampla o requisito de um protagonista social que a conduza.

A semente que está na rua já venceu a prostração, a indiferença e o conforto das delegações e desabafos digitais.

Cada vez mais, cobrará coerência organizativa em todas as instâncias democráticas, a partir de agora.

A das eleições municipais, inclusive.

A inércia ainda suscita cenas como a do recente debate entre candidatos a prefeito de São Paulo, quando Erundina e Haddad realçaram mais as divergências – justas, respeitáveis-- do que a premente e delicada convergência que estão desafiados a ajudar a construir.

A inércia é compreensível.

Mas a ficha precisa cair.

A determinação central da vida brasileira mudou.

Passa da hora de o campo progressista superar sectarismos e prioridades corporativas para enxergar a floresta além da clareira particular de cada projeto secundário.

Forças incontroláveis buscam atrelar destino da nação a uma disjuntiva em que, para vencerem, a sociedade terá que ceder a cidadania, renegar o passado, renunciar ao futuro, divorciar-se da esperança.

Acontecerá se o escudo progressista piscar e se dividir.

O interregno neoliberal implantado pelo PSDB nos anos 90 foi um ensaio disso. Só possível dissimulado na catártica operação de guerra de um país unido contra a hiperinflação.

Nunca mais as urnas endossaram o lacto-purga da panaceia mercadista.

Derrotada em 2002, 2006, 2010 e 2014, a nova oportunidade só se apresentou agora – ainda assim para um golpe, a salvo das urnas.

Embala-a nada menos que a nitroglicerina acumulada pela sobreposição de um ciclo de desenvolvimento que se esgotou, associado a uma crise mundial capitalista, que se arrasta há oito anos.

O prazo de capacitação para uma alternativa democrática é exíguo.

Mas ganhou seu protagonista encorajador nas manifestações do último fim de semana.

A Frente Ampla é o ponto de fusão disso. Seu desafio agora é dar ao ‘rio de domingo’ a vazão transformadora que magnetize a repactuação do país e negocie a retomada do desenvolvimento justo, ansiado pela maioria da sociedade.