Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

ARMÍNIO SOBRE BANCOS PÚBLICOS: "NÃO SEI BEM O QUE VAI SOBRAR"





O argumento de Armínio, de que é preciso guardar relação entre a produtividade e o salário, é uma falácia, porque o aumento do salário estimula, justamente, o aumento da produtividade do trabalhador. Não é culpa do mesmo se o empresário não investe em tecnologias que elevem a produtividade da firma.
Ao contrário, salários historicamente baixos sempre fizeram os empresários preferirem contratar "escravos" a investir em criatividade e inovação.

Azevedo: O partido dos paulistas, envenenado pelo ódio e com candidato mineiro, quer reconquistar o Brasil

tudo


AÉCIO: É SÃO PAULO CONTRA O NORDESTE

por Antonio de Azevedo*, por e-mail

O PSDB é um partido paulista: controlado por líderes paulistas, defende os interesses da elite de São Paulo e depende fortemente do voto paulista.

Foi no Estado de São Paulo que Aécio Neves colheu sua maior vitória no primeiro turno em 5 de outubro (de São Paulo saíram 10 milhões dos cerca de 30 milhões obtidos pelo PSDB).

Nas redes sociais, militantes tucanos comemoram: “aqui é São Paulo!”

Outros dizem coisas horríveis sobre o povo nordestino — que votou em massa no PT. A elite paulista pautou a eleição assim: São Paulo contra o Brasil.

E não deixa de ser irônico: o PSDB — partido dos paulistas — dessa vez tem um candidato mineiro. Mas é um mineiro rejeitado em sua terra natal.

Sim, em Minas Gerais o PSDB perdeu no primeiro turno a eleição para governador, e Aécio Neves ficou bem atrás de Dilma na soma de votos para presidente!

Mas em São Paulo — terra de FHC, Serra e Alckmin — o PSDB colheu vitória importante.
Por isso, não há qualquer dúvida: a candidatura de Aécio está nas mãos dos paulistas. E eles querem dominar de novo o Brasil, como já fizeram no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Não se engane: Aécio tem sotaque mineiro, e gosta de frequentar as noitadas cariocas. Mas na Política ele representa São Paulo. Da mesma forma que FHC (nascido no Rio) foi no governo um representante das elites paulistas.



A elite dos Jardins e Higienópolis (bairros “nobres” paulistas) não se conforma com o avanço do Brasil.

Não se conforma com o fato de o Rio de Janeiro ser o núcleo da nova indústria do Petróleo, depois da descoberta do Pré-Sal.

Não se conforma com a força da nova economia nordestina — que cresce enquanto São Paulo mergulha no mau humor.

A elite de São Paulo não aceita que o Nordeste tenha melhorado nos últimos doze anos.

E atenção: o povo nordestino (que vive em seus estados de origem, ou que dá um duro danado em São Paulo, Rio e por esse Brasil afora) precisa saber o que se fala do Nordeste em terras paulistas.

O típico paulista acha que Nordestino é “vagabundo”. Sei disso porque vivo em São Paulo, já ouvi isso da boca de paulistas.

E nem é gente rica. É gente que detesta o sotaque nordestino, gente racista.

O mais triste: parte do povo trabalhador em São Paulo foi contaminada por esse discurso, e manifesta um ódio visceral “por esses nordestinos que agora andam de avião e pensam que são gente”.

O ex-presidente FHC, chefe político de Aécio, acaba de dizer que o PT só tem voto do “povo mal informado”.

FHC (aquele que chamava aposentado de “vagabundo”) não teve a coragem de falar com todas as letras o que tucanos de São Paulo berram nas ruas, nos bares, nos ambientes sociais: “nordestino é povo sem cultura”.

Mas FHC traduziu isso de forma chique…

Infelizmente, ouvi coisa parecida de um colega de trabalho, na semana da eleição.

“Eu voto em qualquer um para acabar com esse PT corrupto, e que só ajuda o Nordeste”.

Aí lembrei a ele que o PT não inventou a corrupção, e que os governos Lula e Dilma incentivaram a Polícia Federal a investigar pra valer os poderosos.

O amigo paulista respondeu: “pode ser, mas então eu não voto porque não quero mais favorecer nordestino”.

É disso que se trata: Aécio significa o Brasil dominado pela turma da Bolsa de Valores de São Paulo, dos bancos e empresas paulistas, e pelo ódio da classe média paulista.

O povo da Bahia, do Piauí, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Alagoas precisa saber disso.

E mais que tudo: o povo pernambucano (que votou massivamente em Marina Silva, por lealdade a Eduardo Campos) não deve se confundir.

Aécio é garotão mineiro, criado nas praias da zona sul carioca.

Mas, por trás dele, há toda a turma de São Paulo. Há a ideologia da elite paulista.

Claro, eu sei que Aécio tem votos em outras partes do Brasil.

Mas a candidatura dele representa um projeto paulista: ligado aos bancos, dominado pela ideologia de que o mais forte deve vencer, ele é contra a intervenção do governo para proteger os mais pobres, e quer privatizar tudo.

Programas sociais e direitos trabalhistas? Não, porque isso “atrapalha” as empresas.

Esse é o projeto que Aécio representa.

Não é novidade. Em 1930, Getúlio Vargas derrotou a elite paulista.

São Paulo reagiu em 1932 com uma “revolução” liberal.

Na verdade, era a reação dos fazendeiros paulistas inconformados porque o poder lhes escapava das mãos.

Nos anos 50, o trabalhismo de Vargas se consolidou em todo Brasil: menos em São Paulo e no Rio de Carlos Lacerda (onde a “zona sul” já era fortemente contra o povão).

Direitos sociais, direitos trabalhistas: a elite paulista detestava (e detesta) isso tudo.

Sabe o que diziam de Vargas? “Nunca houve governo tão corrupto”. Igualzinho ao que falam hoje sobre Lula e Dilma.

Aécio é a repetição dessa história. Ele vem forte para o segundo turno? Sim.

Com ele, estão FHC, Serra e aquela paulistada que pensa assim: “queremos o Brasil de volta, em nossas mãos”.

Não se engane. Se Aécio fosse bom para os mineiros e para o Brasil, ele teria ganho a eleição em Minas. E perdeu.

Aécio é bom para a elite de São Paulo. E só.

Quem assina esse texto é um paulista, filho de paulista, neto de paulista. Conheço bem essa terra.

Ela está envenenada pelo ódio. Mais à frente, quem sabe, poderemos implodir essa muralha de ódio.

Por hora, é preciso impedir que o ódio paulista contamine o Brasil! Aécio vencerá em São Paulo no segundo turno? É provável, e com ampla margem.

Mas que não vença com o voto do nordestino que vive em São Paulo, e nem com o voto dos paulistas que sabem qual o lado do povo trabalhador.

E mais importante: que Aécio seja amplamente derrotado Brasil afora.

Essa eleição será mais ou menos assim: São Paulo x Brasil. Infelizmente, será assim.

O Nordeste, a Amazônia, o Rio de Janeiro, Minas Gerais e o Sul terão força para derrotar esse projeto?

Acredito que sim.

Não me impressiono com pesquisas.

A elite de São Paulo vai perder de novo. Mesmo que dessa vez tenha escolhido um mineiro para “disfarçar”…

Mas é um mineiro que serve ao ódio paulista.

E ódio, como se sabe, serve para muito pouco nessa vida.

* É paulistano da gema

Armínio vai vender o Brasil ao JP Morgan Quem entende de “transparência” é o Engavetador Geral.


Deputada Luiza Erundina, do PSB, classifica de farsa o apoio do partido a Aécio e se retira em protesto da reunião da executiva que deliberou sobre o tema: Não vou subir no palanque de quem é contrário ao nosso projeto.

Nova política: a Rede de Marina está rachada e dificulta a baldeação da candidata que quer apoiar Aécio a qualquer custo; Marina já ameaça não acatar a orientação da maioria

Epitáfio: Às vezes o reacionário serve de avanço (Roberto Amaral, presidente do PSB, ao justificar a aliança do partido com o PSDB de Fernando Henrique, Serra e Aécio, para derrotar o PT de Lula e Dilma).

PSOL rechaça voto em Aécio e deixa o apoio a Dilma a critério de seus militantes.
 

Sugestão do amigo navegante Walber Leandro


Armínio nauFraga é o Ministro da Fazenda eleito no PiG.

O PiG cheiroso, o Valor, dessa quinta-feira (8/10) lhe concede uma página inteira de entrevista-púlpito.

Nada de novo: tripé com transparência.

“Tripé” a gente conhece: são os parvos do tripé, uma mercadoria que os colonizados pegam nas gôndolas dos super-mercados de Princeton e não percebem que a validade se expirou.

O que há de novo também não é novo.

É a política de “tirar os sapatos”.

Diz o Ministro-eleito:

- é preciso ir abrindo a economia aos poucos;

- atrelar o Brasil a acordos comerciais bi-laterais;

- e integrar o Brasil às “melhores cadeias produtivas do mundo”.

Tradução livre.

Abrir é abrir para os Estados Unidos.

Acordos bilaterais é como o do Chile-Pinochet com os EUA.

Ajoelhar-se nas melhores cadeias produtivas significa incinerar o Mercosul na Terra do Fogo e entrar de joelhos no “Pacto do Pacífico”, que reúne os EUA e todos os países asiáticos adversários da China.

Além operar moedas – arte que aprendeu com o patrão George Soros – e jogar golfe no Gávea Golfe, NauFraga era dono do banco Gávea.

Vendeu-o ao banco americano JP Morgan, e a sua “administradora de capitais”, a Highbridge.

É o que pretende fazer com o Brasil.

Em tempo: sobre a transparência: O NauFraga serve ao Governo do Engavetador Geral da República e ousa falar em “transparência”. Quá, quá, quá !


Paulo Henrique Amorim
 

 De novo, o México

O Brasil de hoje já tem problemas suficientes para serem discutidos no debate em curso, que nos separa da votação do segundo turno.

 
No último dia 25 de setembro, há apenas alguns dias, portanto, um grupo de alunos de uma escola rural de segundo grau do Estado de Guerrero, resolveu realizar um protesto contra as más condições de ensino.

Perseguidos, atacados e presos por policiais, e levados para um quartel, por ordem do Chefe de Polícia, Francisco Salgado Valladares, e do Prefeito, Jose Luis Abarca - que se encontra foragido - foram entregues a um grupo de narcotraficantes conhecido como “Guerreros Unidos”, comandado por um tal de “El Chucky”, e levados para local desconhecido.

Poucos dias depois, 28 corpos foram encontrados, queimados, em uma fossa coletiva na periferia de Ayala, e 43 estudantes - que estavam se formando como futuros professores para dar aulas na zona rural - continuam desaparecidos.

De que trata essa história? De um novo roteiro cinematógráfico, prestes a ser filmado por Hollywood ? De um “triller”, recentemente publicado nos EUA, que, no final, levará aos motivos do crime e à punição dos culpados?

Ou, simplesmente, de mais uma notícia, envolvendo uma nação cuja renda, segundo a OCDE, é de menos de sete dólares por dia; um país que tem o menor salário mínimo da América Latina, equivalente a 10.99 reais por jornada; no qual apenas 25% das pessoas tem acesso à internet; que acaba de cair seis posições no ranking de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial, ficando por trás do Brasil; e, segundo a OIT, 60% da força de trabalho está na informalidade; mais de 75% da população não tem cobertura previdenciária, e, segundo a CEPAL, 13% dos habitantes são indigentes e 40% da população está abaixo da linha de pobreza?

Quem responder que país é esse ganha um taco ou uma empanada no primeiro restaurante mexicano da esquina.

Esse é um país que quase nada fabrica, mas que monta muita coisa produzida por terceiros, a ponto de ter tido, devido à importação de peças e componentes, um déficit de 51 bilhões de dólares com a China no ano passado.

Um país que importa comida de nações como os EUA e o Brasil, porque não é autosuficiente sequer em alimentos, e que, embora tenha feito dezenas de tratados de livre comércio, dirige 90% de “suas” exportações para apenas dois lugares, o Canadá e os EUA, país a cujo ritmo de crescimento econômico está totalmente atrelado, e que é sede das maiores empresas instaladas em seu território e o principal, quase único, destino, das mercadorias “maquiadas” e dos lucros gerados, graças aos baixíssimos salários, por sua economia - um trabalhador da industria automobilistica mexicana recebe um terço do que ganha, em dólar, um brasileiro pelo mesmo trabalho.

Lembramos, de novo, esse país, porque ele continua a ser citado, agora por lideranças do Partido Socialista Brasileiro, como exemplo de país bem sucedido na América Latina.

O Brasil de hoje já tem problemas suficientes para serem discutidos no debate em curso, que nos separa da votação do segundo turno.

Citar o México nesse contexto, e ainda por cima como paradigma de desenvolvimento, só pode ser fruto de má fé ou desinformação. 

TSE desmente que Época tenha pago a esquisitíssima pesquisa “Paraná”



No fim da tarde de quarta-feira (8), a revista Época divulgou em seu portal na internet que contratou “A primeira pesquisa sobre o segundo turno” com um tal “Instituto Paraná”. O resultado dessa pesquisa surpreendeu não só petistas mas também tucanos ao mostrar Aécio Neves disparado à frente de Dilma Rousseff (54% a 46%).
Abaixo, a chamada na home do portal de Época


Pelo inusitado dos números, o Blog procurou a campanha de Dilma Rousseff. Perguntou se o PT já dispunha de trackings ou pesquisas internas sobre o segundo turno, ao que foi informado de que o partido começa a fazer suas sondagens a partir desta quinta-feira (9).

Em seguida, a pergunta foi sobre a confiabilidade da pesquisa. Abaixo, a resposta:
Picaretagem. Dê uma olhada no site do TSE. [A pesquisa] nem está registrada no TSE como uma pesquisa comprada pela Época. No registro da pesquisa perante o TSE (BR 01064 e 01065), não consta a revista Época nem tampouco a Editora Globo como contratantes, ao contrário do afirmado pela própria Época em sua página

O Blog acolheu a sugestão da fonte e foi ao site do TSE pesquisar. Abaixo, a reprodução da página de

registro de pesquisas do TSE que mostra os números de registro da pesquisa “Paraná”.



Como se vê, a pesquisa custou R$ 62 mil e o contratante é o próprio “Instituto Paraná”.
Pelo que se entende da lei, quando o TSE pergunta a quem registra uma pesquisa eleitoral quem foi que pagou por ela, espera que lhe digam a verdade. Ora, se a revista Época diz que pagou, mas o site do TSE diz que não pagou, só há duas hipóteses: ou mente a revista ou mente o Tribunal.

Enquanto sobrevém esse fato estranho, surgem outros. O blogueiro parananese Esmael de Moraes divulga que o dono do “Instituto Paraná” é alguém chamado Murilo Hidalgo. A partir da informação de Esmael, o blogueiro Miguel do Rosário vai “fuçar” e descobre que o mesmo Hidalgo “já está nomeado para integrar o novo governo de Beto Richa” e que “deverá dirigir a Celepar, companhia de TI do estado do Paraná”.

Para fechar o círculo de estranhezas, o Blog tentou acessar o site do tal “Instituto Paraná” e o resultado você confere abaixo.



Como se vê, não abre página alguma ao digitar o endereço http://www.paranapesquisas.com.br/
A primeira tentativa de acesso foi por volta das 19 horas de quarta-feira (8). Foi tentado o acesso por mais QUATRO computadores diferentes e por dois celulares, e nada. Esperou-se mais SETE horas para tentar acessar o site, e nada.

Nesta quinta-feira (9), deve ser divulgada pesquisa Datafolha registrada no dia 4 deste mês, com campo nos dias 8 e 9. Abaixo, o registro da pesquisa.



Diante da volatilidade nas eleições de 2014, não se descarta a possibilidade de a pesquisa mostrar alguma coisa parecida, mas que a pesquisa “Paraná é “esquisita”, não há dúvida. Além de todo o exposto, Dilma aparece com menos votos no segundo turno do que teve no primeiro.

Seja como for, na tarde desta quinta o PT já terá seu primeiro tracking no segundo turno. Provavelmente, sairá antes do Datafolha. Ou este Blog ou algum outro certamente terão os números para confrontar com as pesquisas “Paraná” e Datafolha.

Independentemente da pesquisa Datafolha e do tracking do PT, entre outros, sobressai uma pergunta – e não é sobre a ligação do dono do “Instituto Paraná” com o PSDB: por que Época disse que pagou essa pesquisa, se não pagou? Será que a revista e o instituto não sabem que fazer esse tipo de coisa constitui crime eleitoral?

O que perguntar na padaria, no botequim, na feira…

rouparei

Existe uma guerra no Brasil.
Jornais, rádios, televisões, o poder financeiro, a grande maioria dos políticos, a elite burra (com o beneplácito de parte da auto proclamada “inteligência, mas que se tornou mentalmente preguiçosa e intelectualmente covarde, ao ponto de ver os pit-bulls da direita avançando e silenciar) , todos se uniram numa máquina medonha que procura convencer-nos que um cidadão que não tem rigorosamente nada de popular e austero em sua biografia é o personagem que há de restaurar a moralidade e desenvolver um programa de obras, investimentos e transformações que ele mesmo nunca fez.

Pois, tirante o aeroporto do tio, o que realizou Aécio Neves senão a construção de um imenso Palácio de Governo, ao custo, em dinheiro de hoje, de mais de R$ 2 bilhões?

E que, pior ainda, representa todas as forças políticas responsáveis por uma das piores eras da vida brasileira que está ali, pertinho, apenas a um dúzia de anos para trás.

O povo brasileiro, instintivamente, sabe que há algo errado nisso, mas como  faziam às roupas do rei da fábula, há os que aplaudem, porque todos os “grandes” e todos os “sabidos” aplaudem.

Cada um de nós, porém, pode muito ou pode nada contra isso.

Pode nada se ficarmos, apenas e somente, falando entre nós.

Mas pode muito, se perguntar na rua, a toda e qualquer pessoa simples, se ela acha hoje emprego mais facilmente agora ou há dez anos.

Ou se é mais fácil comprar um apartamento modesto, para viver.

Ou se podia comprar um carro, mesmo caidinho, daqueles que os gaiatos bota um adesivo de “é velho mas está pago”.

Ou se ele ou algum parente viajou de avião.

Ou se um filho ou alguém da família pôde entrar na Universidade.

E a TV, o DVD, o celular bacana, a geladeira melhor, não vieram antes porque ele é que era incompetente?

A verdade, meus queridos amigos,  é a realidade tem uma força imensa quando não nos esquecemos dela.

O povo brasileiro precisa ser chamado a olhar a si mesmo um pouco mais e olhar um pouco menos para o que lhe mostram.

No “Brasil da crise” há trabalho e há possibilidades de progresso. No Brasil dos sonhos que nos apresentam há o pesadelo que vivemos.

A eficácia da comunicação não está em sua sofisticação, mas em sua capacidade simples de apontar o benefício daquilo que você quer transmitir.

O resto é só propaganda.

História: tucano é contra o Bolsa Família, sim ! Começou com o “Bolsa Esmola” … É tudo burro, FHC ?



O Conversa Afiada publica a opinião dos tucanos – e do PiG (ver no ABC do C Af) – sobre o Bolsa Família, desde 2004:

2004


José Serra, Folha de S.Paulo, em 16 de fevereiro de 2004:


“Outro sucesso publicitário tem sido o Bolsa-Família, que, em sua maior parte, agrega os programas de transferência de renda herdados do governo passado”.


“Essa área, que prometia ser prioridade do atual governo, tem sido alvo de constantes retrocessos. (…) O Bolsa-Família, cuja nova prioridade é a periferia das grandes cidades, não vai chegar aos grotões e lugares como carvoarias, plantações de sisal e pedreiras. Essas crianças voltarão ao trabalho, pois os especialistas são unânimes em alertar que o auxílio mensal não pode ser interrompido. Mas, infelizmente, o atraso é constante”.


Arthur Virgílio, em 9 de março de 2004:


É do conhecimento público que o Planalto possuía um cadastro com mais de 8 milhões de beneficiários. Por que o Bolsa-Família só atendeu 3,6 milhões de famílias?”.


Editorial do PSDB, Bolsa Esmola, em setembro de 2004:


“Para um governo comandado por um partido que historicamente se fortaleceu sob a bandeira da redenção dos pobres de todo o país, o balanço das políticas federais de inclusão social tem sido profundamente desapontador. (…) O programa Fome Zero, eixo central do discurso de campanha do então candidato petista, Luiz Inácio Lula da Silva, sofre de inanição desde a sua festejada criação e atabalhoada execução. (…) Trata-se de um símbolo tristonho da negligência governamental para aquela que seria prioridade absoluta da atual gestão. Os entraves dos programas sociais do governo federal são a evidência clara de uma política embotada pelo apego a números que podem render dividendos políticos musculosos, porém com eficácia social bastante questionável. São 4,5 milhões de famílias beneficiadas, orgulha-se o Palácio do Planalto. O risco é que, ao fim do mandato petista, boa parte delas continue à espera da esmola presidencial”.


Em 16 de setembro, o então senador Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL), hoje governador de Alagoas:


Esse descompromisso termina transformando os programas (…) em mero assistencialismo, esterilizando por completo todo seu vasto potencial de transformação social. Virou esmola. Virou assistencialismo puro”.


O líder do PSDB na Câmara, deputado Alberto Goldman, em 2004:


“Qual não minha surpresa quando o ministro Patrus veio a público defender a inoperância no controle da assiduidade escolar sob a justificativa de que mais importante do que garantir a frequência seria assegurar às famílias uma fonte de renda”.


Rodrigo Maia (PFL-RJ):


“Esse programa de transferência de renda da história do Brasil tem mostrado suas falhas e mazelas

(…)


Fernando Henrique Cardoso, em entrevista à revista IstoÉ Dinheiro:


“O Fome Zero é o maior gol contra que eu já vi. Mexeram errado na área social. Tiraram do Bolsa Escola a característica que era dar o dinheiro para as famílias manterem seus filhos na escola. Na Educação, estão dando abatimento fiscal para escolas privadas e abandonaram a ênfase no ensino básico. Na Saúde, o que foi feito de novo? Nada”.



2005


Senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), da tribuna do Senado


“O governo se apóia, na área social, em iniciativas demagógicas e assistencialistas que visam, tão-somente, a criar uma relação de dependência entre Estado e os elementos mais pobres da população. Esse assistencialismo antiquado é mais conhecido pelo nome de Bolsa-Família. (…) O Bolsa-Família, tal como foi desenhado, é incapaz de combater a pobreza e de promover a inclusão social dos mais pobres, como apregoa. (…) O atual Governo, lamentavelmente, além de manter práticas atrasadas em diversas áreas, também o faz no campo da assistência social. O que se viu até agora foram projetos de cunho populista fracassados, como o Bolsa-Família, denominado pelo jornalista Demétrio Magnoli, como “O Mensalinho dos Pobres”.


José Serra, no Estadão:


“Quem torna o povo cativo da falsa caridade, transformando recursos públicos em demagogia eleitoreira, não é ético”.


José Agripino:


“A única obra em andamento é a Bolsa-Família, por ser um programa paternalista com o intuito de barganhar votos nas eleições gerais do ano que vem”.


FHC, na revista Agenda 45:


“As políticas de transferência de renda do tipo Bolsa Escola, agora rebatizada de Bolsa Família, dão um alívio imediato, mas também não são suficientes”.


Senador Cássio Cunha Lima (PSDB):


“Os programas de bolsas não resolverão as dificuldades às quais os segmentos mais carentes estão submetidos”.


Alberto Goldman, à IstoÉ:


“As famílias entram nesse sistema assistencialista sem perspectiva de sair. É quase condenar o cidadão a viver o resto da vida na dependência do Estado.”


2006


Álvaro Dias:


“Os programas sociais no Brasil estão sendo utilizados indevidamente, o que configura má aplicação de dinheiro público. Não podemos ficar indiferentes a essa questão.”


Arthur Virgilio:


“(O governo) limitou-se a distribuir dinheiro a fundo perdido, sem nenhuma exigência de contrapartida educacional, sem nada, quase que uma esmola eleitoreira.”


FHC ao Correio Braziliense:


“Na área social, o Bolsa-Família juntou o que já havia antes, mas tirou o nervo. Quando se faz um programa dessa natureza, não é só dar o dinheiro. É dar dinheiro para melhorar. Mas os requisitos diminuíram”.


Carta aos Eleitores do PSDB, às vésperas das eleições presidenciais:


“(…) não devemos temer a Bolsa-família. Ela não apenas resultou de programas que nós criamos (inclusive a preparação técnica para a unificação dos programas) como vem sendo desvirtuada pela velocidade eleitoreira com que cresce e pelo descuido na verificação da satisfação de requisitos para sua obtenção. E sobretudo porque tem sido feita no embalo da pura propaganda eleitoral, tornando um propósito saudável, pois inauguramos estes programas como um ‘direito do cidadão’, numa benesse do papai-Presidente. Na verdade por este caminho formar-se-á uma nova clientela do governo. Se a ela somarmos a clientela dos assentados pela reforma agrária que não são emancipados, quer dizer, que não produzem para pagar seus compromissos e dependem a cada ano de novas transferências de verbas orçamentárias, estaremos criando o maior exército de reserva eleitoral da história. Aí sim caberá o “nunca se viu neste país…!”


2007


Aécio Neves, ao Estadão:


O Bolsa-Família precisa ter portas de saída tão estimulantes quanto as de entrada.


(…)


Não quero crer que a ampliação do Bolsa-Família possa ser o grande projeto de um governo. Ele foi essencial num dado momento, mas tão ou mais importante do que ele é criar condições, através da qualificação, de novas oportunidades de trabalho para as famílias que hoje dependem do programa”.


Geraldo Alckmin:


“Sou favorável aos programas de complementação de renda. Mas eles não podem virar moeda de troca com o voto. Eu disse na campanha que o Bolsa-Família é transitório e que precisamos gerar empregos. Tanto bati na tecla certa que ficou na agenda nacional”.


Deputado Duarte Nogueira, hoje presidente do PSDB:


“Criamos uma rede de proteção social formada por programas de complementação de renda – como o Bolsa-Alimentação, o Bolsa-Escola, o Vale-Gás, espertamente apropriados pelo governo Lula – que os herdou, os rebatizou e os transformou em um sustentáculo do seu projeto de poder”.


FHC, em 6 de junho, no site do partido:


“Se quisermos projetar um futuro que não seja de esmolas para os pobres disfarçadas em bolsas e de concentração de renda ainda maior, temos que assegurar à maioria condições para competir e obter emprego, com melhor educação e mais crescimento econômico. Caso contrário seguiremos no rumo do apartheid moderno, que transforma o Estado em casa de misericórdia e o mercado em apanágio dos bem educados”.


Tasso Jereissati


“Fizemos o projeto São José [de assistência social], aqui no Ceará, que guarda semelhanças como Bolsa Família, mas não dava esmolas”.



2008



FHC ao Estadão:


“[A Bolsa Família] é paliativo, se não for conjugada a uma política de geração de empregos. Aumentar consumo, essas bolsas aumentam. Mas toda política social compensatória precisa ter porta de entrada e de saída, do contrário é ruim. A Bolsa-Escola, por exemplo, tinha uma clara porta de saída: terminou a escola, terminou a bolsa. No caso das gestantes, terminou a gravidez, terminou a bolsa. No Bolsa-Família, isso ficou confuso. Como vai ser a saída? Não está pensado. Agora ampliaram a faixa de atendimento do programa. É preciso ver se não há duplicação no atendimento. Eu não ando pela periferia de São Paulo, mas a Ruth (Cardoso, antropóloga e ex-primeira-dama) anda. E constata que há uma oferta grande de bolsas sociais – a do município, a do Estado, a do governo federal. Isso, num primeiro momento, pode ser bom. A longo prazo, pode criar uma camada de dependentes do Estado”.


Arthur Virgílio:


“O governo Lula é absolutamente inepto e não cria portas de saída desses programas, tornando as pessoas dependentes a vida inteira. “


2010


Tasso Jereissati:


“Vai acabar todo mundo no Bolsa Família e ninguém produz mais nada.”


José Serra, durante a campanha presidencial:


“Aliás, o Bolsa-Família é uma criação do governo FHC – uma junção do Bolsa-Escola e do Bolsa-Alimentação”.


Mônica Serra, espora do hoje senador eleitor por São Paulo:


“As pessoas não querem mais trabalhar, não querem assinar carteira e estão ensinando isso para os filhos”.



2011


FHC:


“A Bolsa Escola, por exemplo, foi a origem de todas as bolsas. Distribuímos 5 milhões de bolsas e eu não usei isso como se fosse dádiva”.


“As políticas compensatórias iniciadas no governo do PSDB – as bolsas – que o próprio Lula acusava de serem esmolas e quase naufragaram no natimorto Fome Zero – voltaram a brilhar na boca de Lula, pai dos pobres, diante do silêncio da oposição e deslumbramento do país e… do mundo! (…)


José Serra, em O Globo:


“Oito anos depois, eis que ressurge do esquecimento com um novo nome, “Brasil sem Miséria”, num relançamento que também deveria ter sido retumbante.”


Álvaro Dias, no Roda Viva:


“[O Bolsa Família] mantém na miséria porque estimula a preguiça. Inclusive, há gente que não quer trabalhar porque não quer ter carteira assinada e perder o benefício”.


Aécio Neves:


“Posso adiantar para vocês que o PSDB fará em outubro o seu primeiro grande evento nacional, onde vamos resgatar o nosso legado, as principais figuras que construíram a estabilidade econômica e o maior plano de inclusão social do Brasil, que não é o Bolsa-Família, é o Plano Real”.


2013


Aloysio Nunes, na tribuna do Senado:


“(…) É preciso que se pergunte à Presidente que contas são essas, porque o número de miseráveis no Brasil aumenta e diminui ao sabor dos governos do PT. O objetivo do PT quando era oposição e mesmo quando assumiu o Governo Federal era, segundo o Presidente Lula, garantir, nos seus primeiros quatro anos de Governo, três refeições diárias a 9,3 milhões de famílias, ou seja, 44 milhões de pessoas. E os 16 milhões do lançamento do Brasil sem Miséria? Os 19 milhões que são anunciados nas estatísticas oficiais e repetidos pela Srª Presidente, que já teriam saído da miséria nos últimos dois anos? Ou, ainda, 22 milhões, dentre os quais a Presidente diz que ainda precisam ser resgatados 2,5 milhões da situação de miséria?”.


José Serra ao Jornal da Cidade 2ª Edição, na Rádio Metrópole


“Bolsa Família não é a solução. Ele estaciona. Para a pessoa subir na vida precisa mais do que isso. Não se fez inovação nenhuma”.


Aécio Neves:


“O Brasil não pode viver exclusivamente desse benefício. Um pai de família não pode querer deixar de herança para o seu filho um cartão do Bolsa Família.”



Leia também:


SP: vice-campeão de Bolsa Família


Folha culpa Lula por preconceito de FHC

Há uma pedra no meio da língua de Aécio

Arquivo
Jean Wyllys, deputado federal reeleito do PSOL declara apoio a Dilma, contra o retrocesso representado por Aécio e o PSDB.

O homofóbico Silas Malafaia é o mais novo aliado de Aécio, desde criancinha, diz o "bispo".

Marina mantém a coerência e adere à candidatura que tem em Armínio Fraga um embaixador do juro alto.

Nova política: a Rede de Marina está rachada e dificulta a baldeação da candidata que quer apoiar Aécio a qualquer custo; Marina já ameaça não acatar a orientação da maioria.

Executiva do PSB decide queimar caravelas e se junta ao PSDB contra o PT; Roberto Amaral sela a travessia do Rubicão com abraço em Aécio Neves; com a palavra, Luiza Erundina

Marcelo Freixo, do PSOL, o deputado federal mais votado do Rio, antecipa-se ao partido e declara apoio a Dilma no 2º turno: Não admito o retrocesso de uma volta a um governo tucano.

Oito dos 13 governadores eleitos domingo apoiam Dilma.



Minas tornou-se a pedra no meio da língua de Aécio. Quanto mais ele ataca Dilma e o PT, mais complicado fica explicar a derrota no seu estado.

por: Saul Leblon

Aécio Neves festejou a virada sobre Marina Silva, cujo encolhimento franqueou ao tucano a vaga de adversário de Dilma Rousseff no 2º turno da eleição presidencial deste ano.

A virada sobre a candidata do PSB, de fato expressiva (pesquisas de véspera davam a Aécio 21% das intenções de voto e ele chegou a 33,5%), precisa ser qualificada para não ser subestimada, nem mistificada.

Aécio cresceu menos por seus méritos, mais pela polaridade estabelecida entre Marina e Dilma, que praticamente monopolizaram o primeiro turno.

Se o embate entre as duas deixou a candidatura tucana no limbo por um período, contribuiu também para preservá-la de um escrutínio mais duro de propostas e dissecação histórica.

À medida  em que Marina perdeu o magnetismo inicial, setores que a apoiavam migraram em debandada de volta a Aécio, que arrebanhou, ademais, os votos temerosos de uma vitória de Dilma no primeiro turno.

Isso ficou nítido na votação significativa do tucano no quartel-general do conservadorismo brasileiro: no estado de São Paulo ele obteve mais de 10 milhões de votos, contra 5,9 milhões de Dilma.

Mesmo assim, a  vantagem que Dilma leva agora para o 2º turno (41,5% x 33,5%, oito pontos), embora inferior a de 2010 quando fez 47% contra  32,6% de Serra,  representa oito milhões de votos de dianteira. Em 2010 foram 14 milhões de votos (*).
Se é óbvio que desfrutará do apoio uníssono do jornalismo isento,  tucano não disporá mais do abrigo de ostracismo agora que personifica o polo antagônico do projeto de construção de uma democracia social no Brasil.

Não só.

Será difícil para quem se propõe a ‘consertar o país’, explicar por que os eleitores do seu estado natal, que vivenciaram essa habilidade  ao longo de dois mandatos sucessivos do candidato, rechaçaram solenemente a sua continuidade neste domingo.

Aécio foi duplamente derrotado em Minas Gerais.

Não qualquer dupla derrota.

O candidato do ex-governador foi derrotado logo no primeiro turno da disputa estadual; não por uma margem estreita, mas por 52% contra 43%. E não por qualquer adversário: pelo PT.

O mesmo partido que ele acusa de haver demolido o Brasil e assaltado a Petrobrás.

Minas tornou-se a pedra no meio da língua de Aécio.

Quanto mais ele ataca o PT, mais complicado fica explicar a sua derrota em Minas.

Como um partido tão ruim foi capaz de derrotar um ciclo tão bom de administrações comandadas por ele?

E para que não haja qualquer tentativa de confundir a derrota emblemática com questões locais, Minas enviou um segundo torpedo ao Brasil.

Embrulhado no ditado ‘só quem não conhece que te compra’, deu a Dilma 43,46% dos votos, contra 39,77% para Aécio Neves.

Nada disso deve ser confundido com otimismo ingênuo diante da virulenta batalha do 2º turno que começa nesta 2ª feira.

Mas é preciso qualificar o adversário que o conservadorismo tentará vender nos próximos dias  com o mesmo celofane da ‘unanimidade mudancista’, com que revestiu Marina Silva, quando ela chegou a ostentar 10 pontos de vantagem no 2º turno sobre Dilma (50% a 40%).

Despida a mística do proficiente governador chega-se ao núcleo duro da disputa, aquilo que realmente importa e está em jogo.

Serão três semanas de confronto duro entre dois projetos de país e duas estratégias de enfrentamento da crise mundial, que está longe de acabar.

Uma, preconiza desarmar a sociedade e amesquinhar o  Estado. Liberado o campo  –de que faz parte derrotar o PT--  entrega-se a economia à lógica do arrocho, esfarelando direitos, empregos, renda e soberania, para dessa forma canalizar riqueza aos mercados encarregados de reordenar  o país, a economia e os pilares do crescimento.

É a mesma lógica da ‘contração expansiva’ (contração dos de baixo para abrir caminho à expansão dos do alto) aplicada na Europa há quatro anos, com os resultados sabidos.

A outra estratégia envolve uma obstinada negociação política das linhas de passagem para um novo ciclo de desenvolvimento.

Ancora-se em quatro patas: avanço da igualdade, salto na infraestrutura, impulso industrializantes do pré-sal e reforma política com democracia participativa.

Nessa repactuação  de metas, prazos, concessões, sacrifícios, ganhos e salvaguardas, a voz dos mercados não poderá sem impor, nem abafar a da sociedade, que para isso requisita  canais adicionais que a vocalizem.

Esse é o jogo, cujo segundo tempo começa agora.

Como diz Lula, não é o tipo do jogo que se ganha em gabinetes.

Mãos à obra.

E pés nas ruas.
(*) Dados sobre totais de votos de 2010 retificados em 06/10 , às 12:57