Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Armínio vai vender o Brasil ao JP Morgan Quem entende de “transparência” é o Engavetador Geral.


Deputada Luiza Erundina, do PSB, classifica de farsa o apoio do partido a Aécio e se retira em protesto da reunião da executiva que deliberou sobre o tema: Não vou subir no palanque de quem é contrário ao nosso projeto.

Nova política: a Rede de Marina está rachada e dificulta a baldeação da candidata que quer apoiar Aécio a qualquer custo; Marina já ameaça não acatar a orientação da maioria

Epitáfio: Às vezes o reacionário serve de avanço (Roberto Amaral, presidente do PSB, ao justificar a aliança do partido com o PSDB de Fernando Henrique, Serra e Aécio, para derrotar o PT de Lula e Dilma).

PSOL rechaça voto em Aécio e deixa o apoio a Dilma a critério de seus militantes.
 

Sugestão do amigo navegante Walber Leandro


Armínio nauFraga é o Ministro da Fazenda eleito no PiG.

O PiG cheiroso, o Valor, dessa quinta-feira (8/10) lhe concede uma página inteira de entrevista-púlpito.

Nada de novo: tripé com transparência.

“Tripé” a gente conhece: são os parvos do tripé, uma mercadoria que os colonizados pegam nas gôndolas dos super-mercados de Princeton e não percebem que a validade se expirou.

O que há de novo também não é novo.

É a política de “tirar os sapatos”.

Diz o Ministro-eleito:

- é preciso ir abrindo a economia aos poucos;

- atrelar o Brasil a acordos comerciais bi-laterais;

- e integrar o Brasil às “melhores cadeias produtivas do mundo”.

Tradução livre.

Abrir é abrir para os Estados Unidos.

Acordos bilaterais é como o do Chile-Pinochet com os EUA.

Ajoelhar-se nas melhores cadeias produtivas significa incinerar o Mercosul na Terra do Fogo e entrar de joelhos no “Pacto do Pacífico”, que reúne os EUA e todos os países asiáticos adversários da China.

Além operar moedas – arte que aprendeu com o patrão George Soros – e jogar golfe no Gávea Golfe, NauFraga era dono do banco Gávea.

Vendeu-o ao banco americano JP Morgan, e a sua “administradora de capitais”, a Highbridge.

É o que pretende fazer com o Brasil.

Em tempo: sobre a transparência: O NauFraga serve ao Governo do Engavetador Geral da República e ousa falar em “transparência”. Quá, quá, quá !


Paulo Henrique Amorim
 

 De novo, o México

O Brasil de hoje já tem problemas suficientes para serem discutidos no debate em curso, que nos separa da votação do segundo turno.

 
No último dia 25 de setembro, há apenas alguns dias, portanto, um grupo de alunos de uma escola rural de segundo grau do Estado de Guerrero, resolveu realizar um protesto contra as más condições de ensino.

Perseguidos, atacados e presos por policiais, e levados para um quartel, por ordem do Chefe de Polícia, Francisco Salgado Valladares, e do Prefeito, Jose Luis Abarca - que se encontra foragido - foram entregues a um grupo de narcotraficantes conhecido como “Guerreros Unidos”, comandado por um tal de “El Chucky”, e levados para local desconhecido.

Poucos dias depois, 28 corpos foram encontrados, queimados, em uma fossa coletiva na periferia de Ayala, e 43 estudantes - que estavam se formando como futuros professores para dar aulas na zona rural - continuam desaparecidos.

De que trata essa história? De um novo roteiro cinematógráfico, prestes a ser filmado por Hollywood ? De um “triller”, recentemente publicado nos EUA, que, no final, levará aos motivos do crime e à punição dos culpados?

Ou, simplesmente, de mais uma notícia, envolvendo uma nação cuja renda, segundo a OCDE, é de menos de sete dólares por dia; um país que tem o menor salário mínimo da América Latina, equivalente a 10.99 reais por jornada; no qual apenas 25% das pessoas tem acesso à internet; que acaba de cair seis posições no ranking de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial, ficando por trás do Brasil; e, segundo a OIT, 60% da força de trabalho está na informalidade; mais de 75% da população não tem cobertura previdenciária, e, segundo a CEPAL, 13% dos habitantes são indigentes e 40% da população está abaixo da linha de pobreza?

Quem responder que país é esse ganha um taco ou uma empanada no primeiro restaurante mexicano da esquina.

Esse é um país que quase nada fabrica, mas que monta muita coisa produzida por terceiros, a ponto de ter tido, devido à importação de peças e componentes, um déficit de 51 bilhões de dólares com a China no ano passado.

Um país que importa comida de nações como os EUA e o Brasil, porque não é autosuficiente sequer em alimentos, e que, embora tenha feito dezenas de tratados de livre comércio, dirige 90% de “suas” exportações para apenas dois lugares, o Canadá e os EUA, país a cujo ritmo de crescimento econômico está totalmente atrelado, e que é sede das maiores empresas instaladas em seu território e o principal, quase único, destino, das mercadorias “maquiadas” e dos lucros gerados, graças aos baixíssimos salários, por sua economia - um trabalhador da industria automobilistica mexicana recebe um terço do que ganha, em dólar, um brasileiro pelo mesmo trabalho.

Lembramos, de novo, esse país, porque ele continua a ser citado, agora por lideranças do Partido Socialista Brasileiro, como exemplo de país bem sucedido na América Latina.

O Brasil de hoje já tem problemas suficientes para serem discutidos no debate em curso, que nos separa da votação do segundo turno.

Citar o México nesse contexto, e ainda por cima como paradigma de desenvolvimento, só pode ser fruto de má fé ou desinformação. 

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

FHC, chanceler ad hoc da Bláblá Se o Covas tivesse deixado, ele teria sido chanceler do Collor … – PHA

Por sugestão da amiga navegante Elizabete, o Conversa Afiada republica imperdível artigo do Dario Pignotti,na Carta Maior:

FHC, chanceler ad hoc de Marina

Como em 1990, quando tratou de ser ministro das Relações Exteriores de Collor, o dirigente tucano viajou aos EUA na condição de chanceler ad hoc de Marina

Dario Pignotti

As reincidências de Fernando Henrique Cardoso. Do mesmo modo como fez em 1990, quando procurou ser ministro de Relações Exteriores de Fernando Collor de Mello, agora o dirigente tucano volta a apostar em uma personagem outsider, uma paladina da não política como é Marina Silva. No caráter de chanceler ad hoc da candidata, Cardoso viajou aos Estados Unidos. FHC fez proselitismo “marineiro” ao falar diante de banqueiros em Nova York e em uma entrevista dada a um jornal ultradireitista de Miami.

Desde agosto, quando uma tragédia matou Eduardo Campos dando vida à candidatura de Marina e deixando Aécio Neves quase de fora da disputa (salvo algum giro imprevusto), FHC deu asas às suas fantasias de recuperar influência e poder.

Com sua vaidade ferida (a qual é inversamente proporcional à sua popularidade), FHC foi deixado de lado, e até mesmo escondido, pelos candidatos presidenciais tucanos desde 2003 (Serra 2002 e 2010, Alckmin 2005), inclusive pelo próprio Aécio, que o mostra pouco em sua campanha, apesar de reivindicar o legado dos dois governos de FHC.

Paradoxalmente, foi Marina, no contexto de seu alinhamento com as elites financeiras e midiática, quem proferiu palavras favoráveis a FHC e prometeu consultá-lo se fosse a vencedora das eleições de outubro.

Gostando dos elogios recebidos de Marina, o pragmático Fernando Henrique se desentendeu com a campanha de Aécio para preconizar o voto útil da candidata ecológica liberal e promovê-la no exterior. E foi na condição de fiador de Marina que ele viajou a Nova York para assegurar, diante de uma plateia de investidores que, com ela, defensora da independência do Banco Central e do ajuste ortodoxo, poderão fazer bons negócios.

O café e os croissant do café da manhã de Nova York foram comprados com dinheiro do JP Morgan, banco organizador da reunião em que Cardoso reconheceu a vitória de Marina que, apesar de desejada, não é certa, pois Dilma é uma candidata temível.

Primeiro parêntese: anos atrás, o JP Morgan contratou a filha de José Serra e atualmente continua ligado, segundo informações da imprensa especializada, à Gavea Investiments, onde atua o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, tucano que, como FHC, anunciou sua disposição para pular no barco de Marina quando o navio de Aécio acabar de afundar. Nesta semana, FHC e Fraga tiveram um encontro com investidores brasileiros em São Paulo, expressando seu apoio a Aécio ma non troppo.

Segundo parêntese: JP Morgan pagou apenas os croissant e o café consumidos durante o café da manhã de FHC e dos investidores em Nova York? Quem pagou o hotel e a passagem aérea? Se foi o banco de investimento que emite a classificação de risco sobre o Brasil, seria completamente legal, é preciso reconhecer. Mas convenhamos que parece pouco ético que um banco financie uma viagem pouco menos proselitista a favor de Marina, que até hoje não revelou quem pagou suas palestras de um milhão de reais.


Velha diplomacia


Os elogios de FHC para Marina, sem partido e defensora de uma nova política reservada apenas para “homens novos”, lembram os primeiros meses de 1990, quando o sociólogo tucano agia nos bastidores a favor de outro político outsider, Fernando Collor de Mello.

FHC não apenas aspirava ser o chanceler do “caçador de marajás”, como também era uma espécie de conselheiro informal dele. Os dois tiveram diversas reuniões particulares, conta como a jornalista francesa Brigitte Hersant Leoni na biografia “Fernando Henrique Cardoso. O Brasil do possível”,  publicada em 1997 pela editora Nova Fronteira.

Voltemos ao presente. O périplo norte-americano de FHC terminou com uma entrevista ao jornalista Andres Oppenheimer, do jornal El Nuevo Herald, de Miami.

Essa publicação é conhecida como um dos baluartes da direita fundamentalista norte-americana, cujas páginas apoiam as campanhas contra o governo cubano, a desestabilização na Venezuela, assim como os movimentos conspiratórios contra os governos da Bolívia e do Equador.

Nas declarações de FHC ao jornal da Flórida, há momentos em que surgem ecos de um discurso anticomunista clássico, combinados com a exaltação a Marina, uma predestinada escolhida pelo destino para reinstalar a velha diplomacia aplicada entre 1995 e 2003. “A visão prevalecente (no governo Dilma) é antiquada, terceiro-mundista, dos anos sessenta ou setenta, acredito que Marina Silva não tenha essa mesma visão, tão antiquada, ela é mais aberta no que diz respeito a questões externas”, afirmou Cardoso.

“Existe uma situação de quase cumplicidade do governo do Brasil com os desatinos da Argentina”, cujas autoridades se opõem à assinatura de um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, queixou-se.

“A vitória da oposição poderia significar uma espécie de ruptura na atual política externa do Brasil”, ponderou o último presidente brasileiro que viajou a Washington no marco de uma visita de Estado, tendo como anfitrião seu amigo democrata Bill Clinton.

Em 2013, Dilma Rousseff recebeu um convite de Barack Obama para viajar com o mesmo status – visita de Estado – mas ela rejeitou em repúdio à espionagem contra seu gabinete e escritórios da Petrobras perpetrada pela agência NSA, resultando em um virtual congelamento das relações bilaterais, que Fernando Henrique acredita que melhorarão se Marina vencer.

“Há uma paralisia na política externa… [porque] o coração de muitos funcionários [de Rousseff] é, para dizer em uma palavra simples, ‘bolivariano’”, defendeu Cardoso, bem relacionado não apenas com o Partido Democrata como também com ex-funcionários republicanos como Henry Kissinger, a quem concedeu uma alta condecoração diplomática em 2002, mas a cerimônia não foi realizada no Brasil diante de uma ameaça de protestos por parte de organismos humanitários.

Historicamente dedicado às posições extremistas dos republicanos, o jornal El Nuevo Herald de Miami, assim como seu colunista Andrés Oppenheimer, coincidem em tudo com FHC, a quem se referem como “grande estadista” que modernizou o Brasil e o integrou ao mundo.

Oppenheimer, uma das principais estrelas do jornal, opinou que em razão da pouca probabilidade de Aécio conseguir vencer nas urnas, Marina merece ser apoiada em sua condição de alternativa real diante de uma Dilma “intervencionista” no âmbito econômico e hostil a Washington no diplomático. Há semanas Oppenheimer questiona Dilma e faz votos de uma vitória de oposição em seus artigos no Herald e em seu programa dominical transmitido pela rede de televisão CNN.

“Acredito que isto [vitória de Marina] poderia ajudar o Brasil a voltar ao ciclo do crescimento e poderia mudar o rumo econômico de toda a região”, disse esperançoso o jornalista, diante da hipótese plausível de uma vitória da dirigente ambientalista.

Com tudo isso, vale lembrar que os presságios de Oppenheimer às vezes não passam de mera propaganda ideológica, e mais de uma vez foram desmentidos pelos fatos.

Há 21 anos, o jornalista publicou, após meses de investigação e dezenas de entrevistas, um livro pretensioso, muito anunciado, com o título “La Hora Final de Castro”, cujo subtítulo dizia “La historia secreta detrás de la inminente caída del comunismo en Cuba” (A história secreta por trás da iminente queda do comunismo em Cuba). Como se vê, os presságios da direita são infalíveis.

Leia também:



Bláblá mente sobre o BNDES

Histórico: Bláblá vai à tv com Bornhausen

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Morgan repete alemães: Brasil vai bem



Enquanto a nossa mídia aqui pinta o caos econômico, o pessoal da grana lá fora começa a se manifestar e dizer: opa, estão indo “longe demais”, com essa história.
Depois dos alemães do Deutsche Bank, ontem foi a vez do JP Morgan, a partir de um relatório feito pelo seu parceiro Gávea Investimentos – dirigido por ninguém menos que o ex-presidente do BC na gestão FHC, Armírio Fraga -dizer que as oportunidades de ganhos no Brasil continuam boas, sobretudo pelo potencial de consumo.
Diz ele, segundo o Estadão:
“”Estamos vendo criação de riquezas”, disse Chris Meyn, sócio na Gávea Investimentos, que é controlada pelo JP Morgan. “A classe média é robusta e há crédito.” Diante disso, a Gávea tem uma visão positiva de empresas expostas a consumidores, em especial de setores como vestuário e cosméticos, comentou Meyn.”
E este não é o único exemplo.
Domingo, Miriam Leitão pintou um quadro trágico na área de petróleo. Diz que “desde que o ex-presidente Lula anunciou a autossuficiência energética do país, ela nunca esteve tão distante”.
Hoje, a Agência Internacional de Energia divulgou que espera que o ano termine com uma produção recorde de 2,35 milhões de barris diários e aponta as paradas de manutenção – necessárias à segurança dos poços – como razão de uma queda temporária do volume extraído no país.
O mais incrível, porém, é que é preciso que alemães e americanos venham dizer que “estão pegando pesado” com o clima econômico brasileiro.
Os nossos mídio-economistas têm olhos de madrasta – perdoem-me as madrastas pela expressão  - para como Brasil.
Por: Fernando Brito

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Banco JP Morgan, presságio de novo Apocalipse

Economia| 06/08/2012 | Copyleft
 

A economia mundial enfrenta o risco de uma nova queda. A crise atual poderá ser apenas o preâmbulo de novo Apocalipse. O exemplo mais recente é o das perdas de mais de 2 bilhões de dólares do JP Morgan em maio, por ter cometido erros flagrantes, segundo as palavras do seu arrogante chefe Jamie Dimon. O poderia do mercado financeiro segue impedindo a adoção de regras para conter a especulação. O artigo é de Alejandro Nadal.

Há cinco anos na pior crise das últimas oito décadas e o mundo financeiro continua sem mudanças significativas. Aqui localizou-se o epicentro do terremoto e as reformas ao seu sistema de regulação deviam impedir um novo desastre. Mas o poderio do setor financeiro e bancário impediu que aplicassem restrições à sua atividade especulativa. A economia mundial enfrenta o risco de uma nova queda. A crise atual poderá ser apenas o preâmbulo do novo Apocalipse.

Primeiro os números. O tamanho do mercado mundial de derivados é estimado em 1,2 trilhões de dólares. A maioria das transações nesse gigantesco mercado, desde swaps [um contrato de compra ou venda à prazo] de dívida e de taxas de juro até exóticos veículos sintéticos de investimento, escapam a qualquer sistema de regulação. Este mercado não cumpre qualquer função social ou económica. A sua razão de ser é a pura especulação.

A volatilidade, o comportamento de rebanho e as expectativas não realizadas são traços característicos deste casino. A instabilidade é a palavra chave neste terreno de apostas perigosas. Nem sequer os agentes que participam nesse mercado entendem o seu funcionamento. Os seus modelos de valorização de risco são enganadores porque reduzem a incerteza a um cálculo de probabilidades. O exemplo mais recente é o das perdas de mais de 2 bilhões de dólares do JP Morgan em maio, por ter cometido erros flagrantes, segundo as palavras do seu arrogante chefe Jamie Dimon.

Esta terminologia esconde o fato de o banco ter feito apostas absurdas que correram mal. Este episódio chama a atenção porque pode ser um presságio sinistro. Os principais bancos do mundo têm níveis de exposição muito fortes neste mercado, onde tudo pode acontecer, com graves consequências para a economia real.

No entanto, até agora não se estabeleceu um novo regime de regulação para mudar este estado de coisas. Em 2010, Obama promulgou a lei Dodd-Frank. É um documento de 2.300 páginas com regras que já se aplicam aos riscos que os bancos podem assumir e às atribuições das entidades reguladoras. Porém, os seus dois componentes mais importantes não entraram em vigor. Trata-se das restrições ao mercado de derivados e a chamada regra Volcker.

O título VII da lei estabelece que as operações sobre derivados deverão levar-se a cabo em mercados públicos, para que os preços sejam conhecidos e se garanta o cumprimento dos contratos. Mas muitas regras nesse título estão a ser atenuadas pelo lobby dos bancos e pelos seus servis amigos na Securities Exchange Commission e na Commodities and Futures Trading Commission. Em especial, as definições sobre os contratos de swaps constituem terreno fértil para abrir janelas através das quais se possa contornar a regulamentação.

O outro componente chave é a chamada Regra Volcker, que proíbe os bancos de realizarem operações para seu próprio benefício com recursos dos seus clientes. Esta peça de regulação é do senso comum, mas para os bancos é uma grave ameaça: afeta uma das fontes mais importantes dos seus lucros especulativos. Todavia, não entra em vigor porque a sua regulamentação está sendo fortemente debatida: o poderoso lobby dos bancos já fez crescer o capítulo sobre a regra Volcker de dez para 300 páginas, devido à infinidade de exceções e advertências que permitirão aos bancos contornar esta proibição.

Teria sido melhor reativar uma lei equivalente à lei Glass-Steagall, que separava claramente as atividades especulativas e de alto risco das operações tradicionais dos bancos. Mas o restabelecimento dessa lei (revogada no tempo de Bill Clinton) é algo que o sistema financeiro combaterá com muito mais tenacidade e ninguém em Washington está disposto a arriscar a pele politicamente.

Segundo a Bloomberg, só no primeiro trimestre deste ano os nove principais bancos de investimento do mundo obtiveram lucros de 55 bilhões de dólares. É evidente que para estes bancos o mercado de derivados é um espaço vital ao qual não estão dispostos a renunciar. Um novo descalabro no mercado de derivados afetaria todos os mercados financeiros na Europa, começando pelo dos títulos soberanos. Por isso, é urgente livrarmo-nos da ditadura do capital financeiro.

Enquanto na Europa e nos Estados Unidos a economia real se afunda numa profunda recessão, os bancos subverteram a vontade popular através do lobby. Os seus cúmplices são os partidos políticos: nos Estados Unidos, o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara de Representantes é o que mais membros tem, porque se converteu num instrumento para recolher fundos do complexo financeiro-bancário e financiar campanhas eleitorais. Os governos em quase todo o mundo inclinam-se perante os seus senhores financeiros. A esquerda é a única que pode questionar este estado de coisas. Expropriar os expropriadores é a tarefa.

(*) Artigo de Alejandro Nadal, publicado a 1 de agosto de 2012 no jornal mexicano La Jornada. Tradução de Carlos Santos para Esquerda.net


Fotos: Ação contra os despejos e os bancos JP Morgan e Chase, Los Angeles, 8 de julho de 2010 – Foto de SEIU International/Flickr

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Banksters - " Ou seja, Banqueiros Gangsters "


Jornal do Brasil republica matéria da revista The Economist na íntegra

"Como não temos maiores poderes para conhecer o futuro do que outras pessoas, cometemos diversos enganos (quem não cometeu enganos nesses últimos cinco anos?), mas  nossos enganos foram erros de apreciação e não de princípios.” Assim refletiu J. P. Morgan Junior em 1933, no meio de uma crise financeira. Os banqueiros de hoje não podem ter esse conforto com base em seu comportamento.  As tentativas de atrelar a LIBOR (a London inter-bank offered rate: a taxa interbancária oferecida em Londres), uma taxa de juros referencial, não só mostram uma cultura de desonestidade casual – elas também abrem caminho para processos judiciais e maior regulamentação ao redor do mundo. Pode muito bem ser a “hora do cigarro” nas finanças globais.
Os perigos disso são óbvios. A fúria popular e as ações coletivas nem sempre são bons pontos de partida para novas normas. Entretanto, apesar dos riscos de os banqueiros se atracarem, uma limpeza é de bom alvitre, porque a credibilidade do ramo bancário foi atacada e, sem confiança, nem os negócios nem os clientes dos bancos poderão prosperar.
Atualmente, o escândalo invade um país e cerca um banco. O Barclays foi multado em US$450 m pelos reguladores americanos e britânicos, por suas tentativas de manipular a LIBOR. A primeira tentativa do banco de fugir da tempestade falhou miseravelmente. Bob Diamond, principal executivo do Barclay pediu demissão esta semana. O governo britânico ordenou uma revisão parlamentar dos seus bancos. A reputação da City de Londres (o centro financeiro de Londres), onde a LIBOR é estipulada, mediante cotejo de estimativas de seus próprios custos dos empréstimos num painel de bancos, foi mais atingida.
Mas essa estória vai além da Grã-Bretanha. O Barclays é o primeiro banco focalizado porque ofereceu-se para colaborar plenamente com os reguladores. Não será o último. As investigações sobre a estipulação da LIBOR e de outras taxas também estão em andamento na América, no Canadá e nos Estados Unidos. Entre elas, essas sondagens abrangem muitos dos maiores nomes das finanças: tais como Citigroup, JPMorgan Chase, UBS, Deutsche Bank e HSBC. Funcionários, desde Nova York até Tóquio, estão envolvidos.
O banco e o Banco
As provas que surgiram da investigação do Barclays revelam dois tipos de mau comportamento. O primeiro destinava-se à manipulação da LIBOR, em favorecimento dos lucros dos negociantes. Os negociantes do Barclays movimentaram seus próprios balcões do mercado financeiro para adulterar as submissões à LIBOR (e à EURIBOR (uma taxa de juros baseada no euro, criada em Bruxelas). Também conspiravam com seus pares em outros bancos, apresentando e recebendo solicitações para transferir seus respectivos clientes. Quadro similar de ampla conspiração emerge de documentos referentes à investigação canadense. Essa parte do escândalo da LIBOR assemelha-se mais a um cartel do que a uma negociação marota.
Isso pode acabar custando muito dinheiro aos bancos. A LIBOR é utilizada para calcular instrumentos financeiros estimados em US$800 trilhões, que afetam o preço de tudo, de simples hipotecas a derivativos com taxa de juros. Se tentativas para manipular a LIBOR foram bem sucedidas – e os reguladores acham que o Barclays conseguiu, ocasionalmente – isso constituiria a maior fraude de valores mobiliários da história, afetando investidores e mutuários em todo o mundo. Isso abre a porta para litígios, não só por parte de clientes diretos dos bancos envolvidos, mas também por parte de qualquer um que tenha interesse financeiro na LIBOR. Os processos já começaram.
O segundo tipo de montagem com a LIBOR, que teve início em 2007, no início do problema do crédito, também pode levar a litígios mas é mais complicado eticamente, porque havia um tipo de “bem público” envolvido. Durante a crise, uma grande submissão à LIBOR foi vista como um sinal de fraqueza financeira. O Barclays baixou suas submissões para que pudesse retornar para o grupo de bancos do painel. Apresentou provas que podem ser interpretadas como uma concordância implícita do Bank of England (e dos mandarins de Whitehall) em que agisse assim. O banco central nega isso, mas, naquela ocasião, os governos estavam, com razão, desesperados para aumentar a confiança nos bancos e manter o crédito fluindo. Suspeita-se que pelo menos alguns bancos estavam apresentando estimativas baixas da LIBOR, com a tácita permissão de seus reguladores.
Quando a confiança acaba
A estória passará agora para os tribunais cíveis em todo o mundo: o que pode ser um longo processo. De um ponto de vista baseado no interesse público, duas tarefas nos defrontam. A primeira seria descobrir exatamente o que ocorreu e punir os envolvidos. Se o único motivo foi cobiça, as pessoas diretamente envolvidas na fraude devem ir para a cadeia. Se a taxa foi diminuída para manter o banco flutuando, e os reguladores foram envolvidos, tanto os banqueiros quanto os seus reguladores devem explicar porque arriscaram a reputação da City (o centro financeiro de Londres) a esse ponto. Na Grã-Bretanha, um inquérito independente faz sentido – quanto mais rápido melhor, o que recomenda mais o tipo parlamentar, que o governo deseja impor, do que a variedade judicial que a oposição exige.
A segunda tarefa é mudar a forma como as finanças são regidas – assim como a cultura bancária. Afinal, este não é o primeiro escândalo da fixação de preço: já houve vários em Wall Street. Uma caça às bruxas seria desastrosa, mas a cultura flui a partir da estrutura. Os argumentos a favor de separar os bancos de varejo dos bancos de investimento, com base na “moral”, são fracos, mas os bancos individuais poderiam atuar melhor: descontando multas das bonificações, por exemplo. Algumas normas também poderiam ser modificadas. A LIBOR é determinada sob a égide não de uma taxa reguladora, mas sim de uma entidade comercial, a British Bankers’ Association (a Associação dos Banqueiros Britânicos). Isso funcionaria nos tempos antigos quando “o erguer das sobrancelhas do governador” era suficiente para manter os banqueiros na linha. Hoje em dia a City é o maior centro financeiro internacional.
No futuro, a LIBOR e suas equivalentes, como a EURIBOR, devem ser estipuladas com base nos custos reais e não nos custos estimados dos empréstimos. Isso nem sempre é possível: quando os mercados não têm liquidez ou têm baixa movimentação, números hipotéticos podem ser necessários para produzir um ponto de referência. Mais bancos serão necessários para formar o painel de mutuantes que se apresentam, o que torna o procedimento mais difícil. Os dados devem ser cruzados para checagem, sempre que possível, indagando dos bancos quanto cobrariam pelo empréstimo, assim como quanto o empréstimo lhes custará. E o processo deve ser monitorado de perto por um regulador externo.
“O banqueiro deve sempre conduzir-se de modo a justificar a confiança que os seus clientes têm nele,” disse J. P. Morgan Junior. Essa confiança foi perdida: precisa ser reconquistada.

Tradução: Rosa Maria Ripper

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Os bons negócios do JP Morgan com Verônica Serra e com o homem da Citco, a empresa do Caribe


Vamos contar duas histórias, que estão à espera do nosso famoso “jornalismo investigativo”.
Apenas fatos e documentos, sem qualquer ilação.
História N°1:
No dia 1° de fevereiro deste ano, a edição digital do jornal Monitor Mercantil publicou:
A One Equity Partners (OEP), braço de investimentos do banco J.P.Morgan, acertou a aquisição de 50% do Portal de Documentos, empresa brasileira que fornece soluções de gestão integrada nos serviços de cobrança de crédito”“
Cinco dias antes, a Portal de Documentos, até então uma empresa limitada, com capital social de R$ 200 mil, transformara-se em Sociedade.
Naquele 1° de fevereiro, a Portal de Documentos realiza uma assembléia, mas não há transferência de cotas para a OEP ou para o JP Morgan. Há, porém a eleição de dois cidadãos americanos como conselheiros administrativos: Bradley J.Coppens e Christian (que está grafado como Christina na Junta Comercial) Patrick Raymond Ahrens, ambos diretores da empresa de investimentos ligada ao JP . Amos fornecem CPF errado e indicam como residência Strawinskylaan 1135, NL-1077, a sede do JP Morgan na Holanda, embora o banco possua uma aqui, e muitos negócios no Brasil, como a compra, em outubro de 2010, da Gávea Investimentos, de Armírio Fraga, ex-presidente do BC no Governo FHC.
Na mesma assembléia, Bradley e Arhens nomeiam sua procuradora com plenos poderes.
A Sra. Verônica Allende Serra.
História N°2:
Era uma vez três empresas modestas.
A Dernamo Participações Limitada, a mais rica de todas, com capital social de R$ 1.000,00 e duas outras, bem modestas, a Gurham Participações Ltda. e a Hemath Participações Ltda, cada das duas com R$ 100 (cem reais, não cem mil) de capital registrado.
Todas foram criadas por um escritório de despachantes, o Serpac – Serviços Paralegais e Contábeis – atualmente chamada TMF – que, criado em 2007 com capital de R$ 100 mil, pulou para mais de R$ 820 mil em em 2009.
Mas voltemos às três empresinhas.
Em junho de 2009, o J.P. Morgan Trustee and Depositary Company , de Londres, compra 99% da Dermano, por R$999. Em março de 2010, faz o mesmo com a Gurham e com a Hemath, pagando 99 reais por cada uma.
E aí, quem é nomeado administrador da empresa, que passa a chamar-se Select Brazil Investimentos Imobiliários?
Sim, ele, o multihomem, José Tavares de Lucena, que é o representante brasileiro da Citco do Caribe e gestor das empresas de Paulo Henrique Cardoso, o PHC: a Radio Holdings e a Rádio Itapema, a famosa Rádio Disney, em sociedade com a Walt Disney Corporation, sob o nome de ABC Venture Corp.
Com ele, o outro administrador da rádio PHC, Jobiniano Vitoriano Locateli.
E aí a empresa é capitalizada em mais de R$ 18,9 milhões!
A mesma coisa aconteceu com a Ghuram e a Hemat, mas em escala ainda maior. Dos R$ 100 de capital social que cada uma tinha, passou-se, de uma só tacada, para R$ 57.134.999,00 na Ghuram e para R$ 54.977.782,00 na Hemath.
Que destino será que tomaram estes mais de R$ 130 milhões vindos de fora,justo em 2010?
As três empresas são renomeadas, neste processo, como Select Brazil Investimentos Investimentos Imobiliários – I, II e III – e cada uma tem um real (isto mesmo, R$ 1) de participação da Select Brazil Nominee Limited, com sede em Londres, mais precisamente no escritório de advocacia Addleshaw Goddard & Co ., se estiver correto o endereço fornecido.
Dois contadores, diga-se, que vivem em casas modestas, considerando que o primeiro é administrador, diretor ou conselheiro de 66 empresas e o segundo de 204 empresas, a grande maioria com participação de capital estrangeiro.
PS:os documentos, que é só clicar e ampliar e  todas as informações societárias foram obtidas dos arquivos online da Junta Comercial de São Paulo. São públicos. Basta fazer o cadastro e pesquisar.  Ou isso será pedir muito ao “jornalismo investigativo”?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Serra perde a eleição e o Ministro da Fazenda


Armínio (é o da esquerda): já que o Brasil não presta ...

E-mail do amigo navegante Stanley Burburinho, o reparador de iniquidades (quem será Stanley Burburinho ?):

Aquisição | 25/10/2010


JP Morgan compra a Gávea, de Armínio Fraga


Pelo acordo, ex-presidente do Banco Central ficará à frente da Gávea por cinco anos


Tatiana Vaz, de EXAME.com


Oscar Cabral/VEJA.com


São Paulo – De acordo com a coluna do Lauro Jardim na Veja.com, depois de mais de seis meses de negociação, o JP Morgan anuncia amanhã em Nova York a compra da Gávea Investimentos.


A empresa de gestão de recursos foi criada há sete anos por Armínio Fraga, logo depois dele deixar a presidência do Banco Central.


Pelo acordo, Armínio ficará à frente da Gávea por cinco anos. Durante o período, ele não poderá ocupar cargo público – ou seja, não poderá aceitar um eventual convite para o Ministério da Fazenda na hipótese (sic – PHA) de um governo Serra.


http://exame.abril.com.br/negocios/empresas/noticias/jp-morgan-compra-a-gavea-de-arminio-fraga



Em tempo:

Armínio Fraga notabilizou-se pelo fato de, na qualidade de presidente do Conselho da Bolsa de São Paulo, foi a Nova York e espinafrou o Brasil.

O maior elogio que ele fez ao Governo Lula, então, foi o de que o Brasil estava na iminência de um caos da infra-estrutura.

Deve ser por isso que o Morgan comprou o banco dele.

Porque o Brasil não presta !

Em tempo 2 : Arminio foi presidente do Banco Central do Farol de Alexandria, quando presidiu à maior taxa de juros da Historia do capitalismo !

Clique aqui para ler a carta do prof. Theotonio dos Santos, em “FHC é um fracasso – a comparação com Lula é de dar dó”.


Paulo Henrique Amorim