Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
sábado, 11 de setembro de 2010
Veja é um panfleto sujo de uma campanha suja
A Veja não é jornalismo, é panfleto sujo
Tijolaço, do Brizola Neto
Este senhor, famoso na Chicago dos anos 30, não faria melhor na direção da Veja
Quero registrar de público meu aplauso à reação pronta e dura da Ministra Erenice Guerra ao monte de lixo publicado hoje pela Veja, acusando-a e ao seu filho de reberem propinas para intermediarem negócios públicos. Reagiu como devem reagir pessoas de bem, não gaguejando explicações, mas partindo para cima de seus ofensores com a civilizada arma do processo judicial.
A vocês, posso dizer que, depois de três anos e meio circulando em Brasília, que é literalmente impossível que um rapaz, filho da pessoa que todos sabemos ser braço direito – e, agora ela própria Ministra – da Casa Civil estivesse vendendo lobby a empresários na capital. Isso ia correr à boca pequena no máximo por alguns poucos dias e logo estouraria. Não há segredos deste tamanho em Brasília que não sejam cochichados ou virem boatos.
Se há algo que deploro, neste assunto, foi a ministra ter recebido o enviado da Veja como jornalista e prestado os esclarecimentos que julgou necessário. Uma autoridade do Governo, ao ser procurada pela Veja, deve imediatamente munir-se de uma câmara, um gravador e um advogado. Porque certamente se estará preparando ali um ato de delinqüência político-eleitoral.
A história da Veja não bate, nem precisa bater. Não é jornalismo, é patifaria. A Veja é um panfleto sujo de uma campanha suja.
Balas de prata e os tempos das filhas
O que poucos se dão conta é que o uso da “bala de prata” é improvável por uma logística inédita: dessa vez o “lobisomem” e o atirador estão umbilicalmente ligados. Qualquer disparo fulmina os dois. Simbiose perfeita.
Gilson Caroni Filho
É cristalino o significado político das últimas declarações de José Serra. Ao comparar, em um telejornal das Organizações Globo, a presidenciável petista, Dilma Rousseff, ao ex-presidente Fernando Collor, o tucano deixou claro que já não lhe sobra margem para argumentos sutis. Quando responsabiliza a ex-ministra pela quebra do sigilo fiscal de sua filha, Verônica Serra, o candidato do PSDB, comprova, mais uma vez, que, neste momento, está refugiado à sombra de togas obscuras e barões midiáticos, aos quais deve prestar vassalagem até o dia 3 de outubro.
Carente de apoio popular, perdendo força a cada dia na classe média, e constatando a decomposição de seu apoio político-parlamentar, Serra só espera sobreviver a partir do apoio que vem obtendo de redações que se transformaram em extensões de seus comitês eleitorais. Sua candidatura está em estranha suspensão, em compasso de espera entre o imprevisto e um novo ato do drama de retrocesso calculado. Esperando por uma improvável “bala de prata", parece estar pronto para enveredar por uma aventura de alto preço para o país: um golpe branco em nome da preservação do Estado Democrático de Direito. Melancólico, mas é o que parece lhe restar.
Fingindo não saber que acabou o teatro esquizofrênico do falso moderno que pensava ser rei, o tucano não teme o ridículo: “O Collor utilizou o filho do Lula em 1989. Agora, pegaram a minha filha (...) para meter nesse jogo político sujo por preocupação com a minha vitória. Dilma está repetindo Collor". Traçar paralelismos requer cuidados que, quando não são tomados, revela a verdadeiras intenções do discurso e do gesto. A mistificação - e Serra deveria saber disso - costuma cobrar preço alto.
Vamos por partes, para melhor detalhar o processo. Collor foi eleito através de uma campanha em que misturou um discurso modernizante com apelos a valores e crenças tradicionais. A reforma do Estado e a moralização da sociedade eram os eixos centrais do discurso. Quem, a essa altura da campanha, está adotando a receita do bolo collorido? A total ausência de compromisso com a verdade e com a ética é marca de qual candidatura? Não convém brincar com o passado recente. O país, hoje, já não padece de aguda crise de cidadania. A sociedade civil já não se submete às surradas cantilenas reacionárias.
Collor atiçou o medo das camadas médias denunciando futuras medidas socializantes de candidatos mais à esquerda, principalmente Lula. Quando, seguindo a mesma trilha do “caçador de marajás”, um prócer tucano afirma que ”devastados os partidos, se Dilma ganhar as eleições sobrará um subperonismo (o lulismo) contagiando os dóceis fragmentos partidários “, cabe a pergunta: quem está repetindo quem? Que democracia é preservada quando se pretende reduzir o aparato estatal a uma espécie de polícia da produção a serviço dos ditames do mercado? Como obter a submissão do mundo do trabalho sem a supressão de direitos democráticos?
Por fim, o ex-presidente da UNE, deveria se lembrar que Collor atacou seu adversário no segundo turno, manipulando uma antiga namorada de Lula. Em tudo isso, o ex-presidente contou com uma máquina de apoio e propaganda como nunca tinha sido visto, custeada por grandes grupos econômicos. O apoio da Globo foi, como é, notório e especialmente importante. Como se vê, não cabe misturar filhas e tempos distintos.
Lurian Cordeiro da Silva surgiu no cenário eleitoral como golpe baixo de uma campanha ameaçada pela curva de crescimento da candidatura oponente. Verônica Allende Serra, sem que se saiba ainda quem encomendou a quebra de seu sigilo fiscal, vem a público por emanações do mercado financeiro. Não é plausível confundir coisas e nomes. Sociedades financeiras e namoros apaixonados são coisas bem diferentes. Disso sabem todos, de Miriam Cordeiro a Daniel Dantas.
O que poucos se dão conta é que o uso da “bala de prata” é improvável por uma logística inédita: dessa vez o “lobisomem” e o atirador estão umbilicalmente ligados. Qualquer disparo fulmina os dois. Simbiose perfeita.
Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil
Infâmias, aleivosias, manipulações, sofismas, casuísmos...
Nunca, em tempo algum, nessas mais de duas décadas de militância na imprensa alternativa, jamais vi comportamento tão escancaradamente vil, obsceno, despudorado e antiético por parte da grande imprensa.
Lula Miranda
Infâmias, aleivosias, manipulações, sofismas, casuísmos, golpismo, “denuncismo” seletivo, “manchetismo” de ocasião [tão efêmeros quanto grandiloqüentes e estéreis]... A lista de ardis e procedimentos antiéticos utilizados pela grande mídia em nosso país nos dias que correm é vasta. Não resisto ao simbolismo da comparação: são como uma espécie de entulho moral, um monte de lixo de práticas escusas, sob o qual, “cavoucando” bem, encontraríamos aos tais [quiméricos?] princípios de pluralismo, da independência, do apartidarismo e do imparcialismo, que deveriam ser os fundamentos do exercício do jornalismo e ilustram, desgraçadamente como meros adornos, os Manuais de Redação.
Estes “anti-princípios” do jornalismo, listados acima, não se aprende [ainda não, ao menos que se saiba] nas Faculdades de Comunicação – mas esse delicado tema deveria, sim, ser tratado/debatido nas salas de aula. Aprende-se, isto sim, na realidade sombria e sufocante das grandes Redações. É a decisiva, derradeira lição com que todo jovem jornalista se depara um dia e aprende: escrever com as próprias mãos a matéria, o artigo ou reportagem “contaminada”, “alicerçada” pela ideologia do chefe; esquadrinhada pela pauta, pelos ditames que emanam do “aquário”.
Melhor dizendo, apreendem essa lição, aqueles que são mais atentos, mais “espertos”, antes até, previamente, nos “rigorosos” e extenuantes processos seletivos (entrevistas, dinâmicas de grupo etc.), onde só os arrivistas passarão. [“ Eles passarão/ eu, passarinho” – ler Mário Quintana].
As Redações de hoje estão tomadas por jovens arrivistas – aqueles que aceitam fazer o serviço sujo em troca de uma “sólida” carreira, rumo aos altos cargos e generosos salários, rumo ao “estrelato”. Ledo engano. Serão todos, um a um, descartados, no seu devido tempo, tal qual jornal velho, no primeiro “facão”, na primeira “necessidade” (ou melhor, na falta desta). Os “idealistas”, como são rotulados, estes já são expurgados logo no meio do caminho. É a inescapável sentença, que o outro poeta, o maior deles, já nos ensinara: “no meio do caminho tinha uma pedra”. Há sempre uma pedra no meio do caminho. A educação pela pedra.
Porém, alguns poucos “idealistas” recusam esse papel, o de assinar – não os textos, matérias e reportagens que, “idealista”, sempre sonhara escrever –, mas colocar o seu nome embaixo, subscrever um texto que reflete apenas os ditames, a “encomenda” daquele que manda. O mandonismo “cordato” dos novos coronéis. Alguns jornalistas, mais maduros, calejados e experientes na carreira, não sofrem esse singelo dilema, pois já trazem o patrão dentro de si.
Tenho verdadeira compaixão e, claro, como conseqüência da mais pura tradução semântica desse termo, tenho também irrestrita solidariedade e emotivo apreço por esses “idealistas”. Porém, reconheçamos, solidariedade e apreço não enchem barriga, não pagam contas. Então, que conselho lhes daria? Que caminho(s) lhes poderia sugerir para quando se colocarem diante de tal encruzilhada? Simples assim: o de não trair as suas convicções; o de não se prostituir. Demasiada simplificação?
Para alívio e graça desses “idealistas”, nos dias que correm, até como conseqüência/decorrência desse estado de coisas, os grandes veículos estão em franca decadência (não só moral, mas econômica – uma, muito provavelmente, conseqüência da outra).
Para alívio e graça desses “idealistas”, com o aumento exponencial/vertiginoso da chamada “Classe C”, a demanda pelo produto “comunicação” [ou “informação”, melhor dizendo] também crescerá exponencialmente. Os novos meios e veículos da chamada “blogosfera” também, paulatinamente, crescerão; irão se desenvolver, diversificar e certamente necessitarão, cada vez mais, da mão-de-obra de jornalistas ou de pessoas com vocação e talento para o exercício do jornalismo – jovens ou não. A saída, digo, a porta de entrada já não está necessariamente na grande mídia.
Devo-lhes aqui um desabafo em tom confessional com uma pitada considerável de assombro e vergonha: nunca, em tempo algum, nessas mais de duas décadas de militância na imprensa alternativa, jamais vi comportamento tão escancaradamente vil, obsceno, despudorado e antiético por parte da grande imprensa. E olhe que já testemunhei muita coisa. Nem nas eleições de 2006 viu-se algo semelhante!
Esse último episódio da repercussão, incessante e reiterada, em todos os meios (TV, rádio, jornais e revistas), dessa acusação [não comprovada, pois algo extemporânea, ilógica e estapafúrdia] de que a campanha da candidata do governo teria violado o sigilo fiscal de correligionários, de familiares e de pessoas próximas do candidato da oposição, é golpismo escancarado. Simples e cristalino assim.
E o que nos trará o livro do Amaury?
Deseja-se, nitidamente, conturbar o processo eleitoral e mudar, através de manipulação da verdade [ou seja, através de fatos inverídicos], os rumos da eleição, os rumos do país; desejam conspurcar a livre escolha da população, a democracia. E isso, sabemos todos, atende pelo nome de golpismo. Manchetes e mais manchetes, chamadas e mais chamadas são forjadas, diuturnamente para falar mal da candidata do governo e/ou bem do candidato da elite golpista. O que há de pior em nossas elites manifesta-se nesses “recalques”, revela-se através desses expedientes sórdidos dos quais deveriam, em verdade, se envergonhar. Mas não demonstram mínimo pudor ou constrangimento em expor suas vergonhas.
Muito oportuna, portanto, a representação impetrada pelo Movimento dos Sem Mídia (MSM), junto à Procuradoria Geral Eleitoral (PGE), denunciando a utilização de concessões públicas na prática de crime eleitoral. Ou, como está na ação “sobre possível atuação ilegal de órgãos de mídia no atual processo eleitoral”. Vivemos num Estado Democrático de Direito e devemos sempre recorrer às instituições para preservar os direitos inerentes à cidadania e evitar abusos. O MSM marca mais um gol – independente da representação ser ou não aceita. O que importa é a ação em si – e toda simbologia que traz consigo, tudo o que traduz.
Não podemos permitir que ganhem essa eleição “no grito”, “no tapetão”. Estejamos todos, pois, atentos e vigilantes. Mais golpes sujos virão por aí. O dogmatismo da infâmia não conhece limites. Mais pedras serão interpostas nessa nossa longa caminhada rumo a um novo Brasil.
“Idealistas”, à vanguarda!!!
Lula Miranda é poeta e cronista. Foi um dos nomes da poesia marginal na Bahia na década de 1980. Publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa, Fazendo Média e blogs de esquerda.
Lula Miranda
Infâmias, aleivosias, manipulações, sofismas, casuísmos, golpismo, “denuncismo” seletivo, “manchetismo” de ocasião [tão efêmeros quanto grandiloqüentes e estéreis]... A lista de ardis e procedimentos antiéticos utilizados pela grande mídia em nosso país nos dias que correm é vasta. Não resisto ao simbolismo da comparação: são como uma espécie de entulho moral, um monte de lixo de práticas escusas, sob o qual, “cavoucando” bem, encontraríamos aos tais [quiméricos?] princípios de pluralismo, da independência, do apartidarismo e do imparcialismo, que deveriam ser os fundamentos do exercício do jornalismo e ilustram, desgraçadamente como meros adornos, os Manuais de Redação.
Estes “anti-princípios” do jornalismo, listados acima, não se aprende [ainda não, ao menos que se saiba] nas Faculdades de Comunicação – mas esse delicado tema deveria, sim, ser tratado/debatido nas salas de aula. Aprende-se, isto sim, na realidade sombria e sufocante das grandes Redações. É a decisiva, derradeira lição com que todo jovem jornalista se depara um dia e aprende: escrever com as próprias mãos a matéria, o artigo ou reportagem “contaminada”, “alicerçada” pela ideologia do chefe; esquadrinhada pela pauta, pelos ditames que emanam do “aquário”.
Melhor dizendo, apreendem essa lição, aqueles que são mais atentos, mais “espertos”, antes até, previamente, nos “rigorosos” e extenuantes processos seletivos (entrevistas, dinâmicas de grupo etc.), onde só os arrivistas passarão. [“ Eles passarão/ eu, passarinho” – ler Mário Quintana].
As Redações de hoje estão tomadas por jovens arrivistas – aqueles que aceitam fazer o serviço sujo em troca de uma “sólida” carreira, rumo aos altos cargos e generosos salários, rumo ao “estrelato”. Ledo engano. Serão todos, um a um, descartados, no seu devido tempo, tal qual jornal velho, no primeiro “facão”, na primeira “necessidade” (ou melhor, na falta desta). Os “idealistas”, como são rotulados, estes já são expurgados logo no meio do caminho. É a inescapável sentença, que o outro poeta, o maior deles, já nos ensinara: “no meio do caminho tinha uma pedra”. Há sempre uma pedra no meio do caminho. A educação pela pedra.
Porém, alguns poucos “idealistas” recusam esse papel, o de assinar – não os textos, matérias e reportagens que, “idealista”, sempre sonhara escrever –, mas colocar o seu nome embaixo, subscrever um texto que reflete apenas os ditames, a “encomenda” daquele que manda. O mandonismo “cordato” dos novos coronéis. Alguns jornalistas, mais maduros, calejados e experientes na carreira, não sofrem esse singelo dilema, pois já trazem o patrão dentro de si.
Tenho verdadeira compaixão e, claro, como conseqüência da mais pura tradução semântica desse termo, tenho também irrestrita solidariedade e emotivo apreço por esses “idealistas”. Porém, reconheçamos, solidariedade e apreço não enchem barriga, não pagam contas. Então, que conselho lhes daria? Que caminho(s) lhes poderia sugerir para quando se colocarem diante de tal encruzilhada? Simples assim: o de não trair as suas convicções; o de não se prostituir. Demasiada simplificação?
Para alívio e graça desses “idealistas”, nos dias que correm, até como conseqüência/decorrência desse estado de coisas, os grandes veículos estão em franca decadência (não só moral, mas econômica – uma, muito provavelmente, conseqüência da outra).
Para alívio e graça desses “idealistas”, com o aumento exponencial/vertiginoso da chamada “Classe C”, a demanda pelo produto “comunicação” [ou “informação”, melhor dizendo] também crescerá exponencialmente. Os novos meios e veículos da chamada “blogosfera” também, paulatinamente, crescerão; irão se desenvolver, diversificar e certamente necessitarão, cada vez mais, da mão-de-obra de jornalistas ou de pessoas com vocação e talento para o exercício do jornalismo – jovens ou não. A saída, digo, a porta de entrada já não está necessariamente na grande mídia.
Devo-lhes aqui um desabafo em tom confessional com uma pitada considerável de assombro e vergonha: nunca, em tempo algum, nessas mais de duas décadas de militância na imprensa alternativa, jamais vi comportamento tão escancaradamente vil, obsceno, despudorado e antiético por parte da grande imprensa. E olhe que já testemunhei muita coisa. Nem nas eleições de 2006 viu-se algo semelhante!
Esse último episódio da repercussão, incessante e reiterada, em todos os meios (TV, rádio, jornais e revistas), dessa acusação [não comprovada, pois algo extemporânea, ilógica e estapafúrdia] de que a campanha da candidata do governo teria violado o sigilo fiscal de correligionários, de familiares e de pessoas próximas do candidato da oposição, é golpismo escancarado. Simples e cristalino assim.
E o que nos trará o livro do Amaury?
Deseja-se, nitidamente, conturbar o processo eleitoral e mudar, através de manipulação da verdade [ou seja, através de fatos inverídicos], os rumos da eleição, os rumos do país; desejam conspurcar a livre escolha da população, a democracia. E isso, sabemos todos, atende pelo nome de golpismo. Manchetes e mais manchetes, chamadas e mais chamadas são forjadas, diuturnamente para falar mal da candidata do governo e/ou bem do candidato da elite golpista. O que há de pior em nossas elites manifesta-se nesses “recalques”, revela-se através desses expedientes sórdidos dos quais deveriam, em verdade, se envergonhar. Mas não demonstram mínimo pudor ou constrangimento em expor suas vergonhas.
Muito oportuna, portanto, a representação impetrada pelo Movimento dos Sem Mídia (MSM), junto à Procuradoria Geral Eleitoral (PGE), denunciando a utilização de concessões públicas na prática de crime eleitoral. Ou, como está na ação “sobre possível atuação ilegal de órgãos de mídia no atual processo eleitoral”. Vivemos num Estado Democrático de Direito e devemos sempre recorrer às instituições para preservar os direitos inerentes à cidadania e evitar abusos. O MSM marca mais um gol – independente da representação ser ou não aceita. O que importa é a ação em si – e toda simbologia que traz consigo, tudo o que traduz.
Não podemos permitir que ganhem essa eleição “no grito”, “no tapetão”. Estejamos todos, pois, atentos e vigilantes. Mais golpes sujos virão por aí. O dogmatismo da infâmia não conhece limites. Mais pedras serão interpostas nessa nossa longa caminhada rumo a um novo Brasil.
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Lula Miranda é poeta e cronista. Foi um dos nomes da poesia marginal na Bahia na década de 1980. Publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa, Fazendo Média e blogs de esquerda.
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As verdades da crise
O capitalismo, por sua própria natureza, é feito de ciclos de expansão e de retração, intercalados por crises. A crise recente está sendo um momento de prova para governos e políticas, porque ela exacerba as contradições e exige respostas duras diante dos desafios que coloca para os governos.
A crise recente do capitalismo internacional foi, para nós, diferente das outras. Foi muito mais dura – foi considerada a maior desde a de 1929 – e global, tendo começado no centro do capitalismo e se propagado quase pelo conjunto de todo o sistema. Começou como crise financeira, significativamente pelo papel hegemônico que o capital financeiro tem no modelo neoliberal, e se tornou uma recessão produtiva que afetou o conjunto da economia.
O que foi basicamente diferente foi a reação do governo brasileiro. Nas crises anteriores – nos governos FHC foram três, dada a vulnerabilidade da economia sob o seu governo -, agia-se multiplicando os fatores recessivos, ao invés de buscar atenuá-los. Basta recordara que na última, em janeiro de 1999, a taxa de juros foi elevada para 48%, intensificando a recessão e, com ela, o desemprego, a quebra de empresas, jogando o Brasil numa crise da que só sairia no governo Lula.
Nesta crise o Brasil reagiu contra a crise e não multiplicando seus efeitos perversos. A taxa de juros diminuiu, as políticas sociais foram intensificadas, os salários elevados acima da inflação, os créditos facilitados, incentivando-se a reativação da economia, com a recuperação rápida do nível de emprego. Assim, o país saiu de forma relativamente rápida da crise, com o povo, pela primeira vez, não concentrando sobre si os efeitos mais duros da crise.
Houve quem considerasse que as candidaturas de Alckmin e de Lula eram similares, pregando o voto branco ou nulo em 2006. Caso o Brasil tivesse que enfrentar a crise com o tucano na presidência, com suas teses de Estado mínimo, de privatizações, de mais mercado, de aliança prioritária com os EUA, o Brasil estaria na mesma situação penosa do México, que teve um retrocesso brutal na sua economia – por ter 90% do seu comércio exterior com os EUA -, foi ao FMI e assinou uma nova Carta de Intenções.
Felizmente Lula ganhou, as políticas diante da crise foram radicalmente diferentes e o Brasil recuperou rapidamente o crescimento econômico com distribuição de renda. Se alguém ainda achava, antes da crise, que Lula e os tucanos eram similares, teve uma prova irrefutável na crise das diferenças antagônicas entre eles.
Postado por Emir Sader às 13:25
Setembro se chama Allende
Discurso do Presidente Salvador Allende, em 11 de setembro de 1973, dia do golpe de Estado que derrubou o governo da Unidade Popular e implantou a sanguinária ditadura militar comandada pelo general Pinochet:
O Chile vive nestes dias três datas especiais e dois dramas profundamente entrelaçados. Este mês comemora-se o 40° aniversário da histórica vitória de Salvador Allende e da Unidade Popular nas eleições presidenciais. Naquele 4 de setembro de 1970, o povo chileno abriu as portas da história e empreendeu um profundo processo de transformações econômicas, sociais, culturais e políticas. A “via chilena para o socialismo” só foi derrotada pelo golpe de Estado de 11 de setembro de 1973 - que este ano completa 37 anos – protagonizado pelas Forças Armadas, mas estimulado pela direita, pela Democracia Cristã, pela burguesia e por Washington. O artigo é de Mario Amorós.
Essas datas são provavelmente as jornadas mais relevantes dos dois séculos de história republicana, junto com o 18 de setembro de 1810, quando se estabeleceu a primeira Junta Nacional de Governo, que abriu o caminho para o processo de independência finalizado em 1818 e que, depois de uma década convulsionada, culminou entre 1829 e 1833 com a imposição de um férreo estado oligárquico que se manteve até a vitória da Frente Popular, em 1938, da qual Salvador Allende foi um destacado dirigente.
A uma semana da comemoração do bicentenário da independência, 33 trabalhadores permanecem sepultados desde o dia 5 de agosto a 700 metros de profundidade na mina San José, devido às condições de exploração em que executavam sua tarefa, reconhecidas – a posteriori – pelos proprietários da mina e pelo próprio governo de Sebastián Piñera. Além disso, 34 presos políticos mapuches estão em greve de fome desde o dia 12 de julho. Se, contra o movimento operário, o governo aplica o restritivo Código do Trabalho, imposto pela ditadura em 1980, as mobilizações dos mapuches em defesa de seus territórios e de sua demanda de autonomia são brutalmente reprimidas e sancionadas penalmente com o recurso à Lei Antiterrorista que Pinochet aprovou em 1984.
Os estudos mais recentes confirmam que o Chile é um dos países onde a brecha entre ricos e pobres é mais acentuada, aproximando-se aos níveis encontrados, por exemplo, no Haiti, produto de políticas neoliberais cujas diretrizes a Concertação manteve inalteradas durante 20 anos e que, desde 11 de março, são impulsionadas por seu verdadeiro motor, uma direita de novo tipo, filha da contrarrevolução pinochetista e solidamente implantada no mundo popular.
Piñera prepara-se para viver seu primeiro 11 de setembro no Palácio la Moneda e para presidir os múltiplos atos do bicentenário com um insistente e retórico chamado à “unidade nacional”. Enquanto isso, os quatro partidos que integram a Concertação acabam de renovar suas direções para enfrentar o novo ciclo eleitoral que já aparece no horizonte, as eleições municipais de 2012 e as eleições parlamentares e presidenciais de 2013. O Partido Comunista está mergulhado nos debates de seu XXIV Congresso.
Para além da incógnita sobre o próximo candidato presidencial da Concertação (o que dependerá essencialmente da vontade de Michelle Bachelet, que conserva uma enorme aprovação popular), a encruzilhada que esta coalizão e as forças de esquerda deverão enfrentar no médio prazo reside na possibilidade de construir mais do que uma aliança pontual, como a que permitiu eleger em dezembro três deputados comunistas pela primeira vez desde 1973, costurando um acordo político e programático que permita abrir um novo período.
Às vezes são os pequenos gestos ou resultados os que mudam a história. No dia 15 de março de 1964 a inesperada vitória da esquerda em uma votação parcial para eleger um deputado em Curicó levou a direita a não apresentar um candidato próprio e a apoiar o social cristão Eduardo Frei Montalva, que derrotou Allende em setembro daquele ano. Há apenas um mês, na cidade de Penco, na região do Biobío, os dirigentes locais da Concertação e o Partido Comunista assinaram um acordo para unir-se desde o início nas eleições de 2012 com o objetivo de derrotar a direita, que atualmente governa a prefeitura.
O debate sobre suas projeções nacionais já está instalado na agenda política. A direita não tardou em exibir seu anticomunismo mais rude e na Democracia Cristã seguramente persistirão as dúvidas até o último momento. Enquanto isso, o Partido Socialista mostra-se favorável a explorar um pacto, assim como o Partido Comunista, na direção de uma ampla convergência de forças políticas e sociais para conquistar um governo “de novo tipo” que deixe para trás os dogmas neoliberais e possibilite o pleno desenvolvimento democrático do país.
A 37 anos do bombardeio do palácio de La Moneda e do início de uma cruel ditadura, a memória de Salvador Allende e da Unidade Popular iluminam esse caminho. Precisamente, aquela noite inesquecível de 4 de setembro de 1970, quando deixou de ser o “companheiro Allende” para converter-se no “companheiro presidente”, e acabou seu discurso na Alameda de Santiago, diante de milhares de pessoas que festejavam a vitória da UP, com palavras plenas do afeto sincero com o qual sempre se dirigiu aos trabalhadores e que mantém absoluta atualidade: “Esta noite, quando acariciarem seus filhos, quando buscarem o descanso, pensem na manhã dura que teremos pela frente, quando precisaremos colocar mais paixão, mais carinho, para fazer o Chile cada vez maior e tornar cada vez mais justa a vida em nossa pátria”.
(*) Doutor em História e Jornalista. Autor de “Companheiro Presidente. Salvador Allende, uma vida pela democracia e pelo socialismo”. Artigo publicado no jornal “Público”, de Madri.
Tradução: Katarina Peixoto
O Chile vive nestes dias três datas especiais e dois dramas profundamente entrelaçados. Este mês comemora-se o 40° aniversário da histórica vitória de Salvador Allende e da Unidade Popular nas eleições presidenciais. Naquele 4 de setembro de 1970, o povo chileno abriu as portas da história e empreendeu um profundo processo de transformações econômicas, sociais, culturais e políticas. A “via chilena para o socialismo” só foi derrotada pelo golpe de Estado de 11 de setembro de 1973 - que este ano completa 37 anos – protagonizado pelas Forças Armadas, mas estimulado pela direita, pela Democracia Cristã, pela burguesia e por Washington. O artigo é de Mario Amorós.
Essas datas são provavelmente as jornadas mais relevantes dos dois séculos de história republicana, junto com o 18 de setembro de 1810, quando se estabeleceu a primeira Junta Nacional de Governo, que abriu o caminho para o processo de independência finalizado em 1818 e que, depois de uma década convulsionada, culminou entre 1829 e 1833 com a imposição de um férreo estado oligárquico que se manteve até a vitória da Frente Popular, em 1938, da qual Salvador Allende foi um destacado dirigente.
A uma semana da comemoração do bicentenário da independência, 33 trabalhadores permanecem sepultados desde o dia 5 de agosto a 700 metros de profundidade na mina San José, devido às condições de exploração em que executavam sua tarefa, reconhecidas – a posteriori – pelos proprietários da mina e pelo próprio governo de Sebastián Piñera. Além disso, 34 presos políticos mapuches estão em greve de fome desde o dia 12 de julho. Se, contra o movimento operário, o governo aplica o restritivo Código do Trabalho, imposto pela ditadura em 1980, as mobilizações dos mapuches em defesa de seus territórios e de sua demanda de autonomia são brutalmente reprimidas e sancionadas penalmente com o recurso à Lei Antiterrorista que Pinochet aprovou em 1984.
Os estudos mais recentes confirmam que o Chile é um dos países onde a brecha entre ricos e pobres é mais acentuada, aproximando-se aos níveis encontrados, por exemplo, no Haiti, produto de políticas neoliberais cujas diretrizes a Concertação manteve inalteradas durante 20 anos e que, desde 11 de março, são impulsionadas por seu verdadeiro motor, uma direita de novo tipo, filha da contrarrevolução pinochetista e solidamente implantada no mundo popular.
Piñera prepara-se para viver seu primeiro 11 de setembro no Palácio la Moneda e para presidir os múltiplos atos do bicentenário com um insistente e retórico chamado à “unidade nacional”. Enquanto isso, os quatro partidos que integram a Concertação acabam de renovar suas direções para enfrentar o novo ciclo eleitoral que já aparece no horizonte, as eleições municipais de 2012 e as eleições parlamentares e presidenciais de 2013. O Partido Comunista está mergulhado nos debates de seu XXIV Congresso.
Para além da incógnita sobre o próximo candidato presidencial da Concertação (o que dependerá essencialmente da vontade de Michelle Bachelet, que conserva uma enorme aprovação popular), a encruzilhada que esta coalizão e as forças de esquerda deverão enfrentar no médio prazo reside na possibilidade de construir mais do que uma aliança pontual, como a que permitiu eleger em dezembro três deputados comunistas pela primeira vez desde 1973, costurando um acordo político e programático que permita abrir um novo período.
Às vezes são os pequenos gestos ou resultados os que mudam a história. No dia 15 de março de 1964 a inesperada vitória da esquerda em uma votação parcial para eleger um deputado em Curicó levou a direita a não apresentar um candidato próprio e a apoiar o social cristão Eduardo Frei Montalva, que derrotou Allende em setembro daquele ano. Há apenas um mês, na cidade de Penco, na região do Biobío, os dirigentes locais da Concertação e o Partido Comunista assinaram um acordo para unir-se desde o início nas eleições de 2012 com o objetivo de derrotar a direita, que atualmente governa a prefeitura.
O debate sobre suas projeções nacionais já está instalado na agenda política. A direita não tardou em exibir seu anticomunismo mais rude e na Democracia Cristã seguramente persistirão as dúvidas até o último momento. Enquanto isso, o Partido Socialista mostra-se favorável a explorar um pacto, assim como o Partido Comunista, na direção de uma ampla convergência de forças políticas e sociais para conquistar um governo “de novo tipo” que deixe para trás os dogmas neoliberais e possibilite o pleno desenvolvimento democrático do país.
A 37 anos do bombardeio do palácio de La Moneda e do início de uma cruel ditadura, a memória de Salvador Allende e da Unidade Popular iluminam esse caminho. Precisamente, aquela noite inesquecível de 4 de setembro de 1970, quando deixou de ser o “companheiro Allende” para converter-se no “companheiro presidente”, e acabou seu discurso na Alameda de Santiago, diante de milhares de pessoas que festejavam a vitória da UP, com palavras plenas do afeto sincero com o qual sempre se dirigiu aos trabalhadores e que mantém absoluta atualidade: “Esta noite, quando acariciarem seus filhos, quando buscarem o descanso, pensem na manhã dura que teremos pela frente, quando precisaremos colocar mais paixão, mais carinho, para fazer o Chile cada vez maior e tornar cada vez mais justa a vida em nossa pátria”.
(*) Doutor em História e Jornalista. Autor de “Companheiro Presidente. Salvador Allende, uma vida pela democracia e pelo socialismo”. Artigo publicado no jornal “Público”, de Madri.
Tradução: Katarina Peixoto
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A economia arrumada e a surra dos fatos
Reproduzo artigo de Rodrigo Vianna, publicado no blog Escrevinhador:
Nos anos 70, o Brasil crescia num ritmo que hoje qualificaríamos como “chinês”. Só que não distribuía renda. Sob ditadura militar, os czares da economia (como o professor Delfim Neto) diziam que era preciso “fazer o bolo crescer, para depois dividi-lo”. Na oposição, a turma de economistas do MDB (Maria Conceição Tavares e Celso Furtado eram as bússolas dessa turma) dizia que era possível, sim, crescer e distribuir renda – ao mesmo tempo. Não foram ouvidos.
O modelo de concentração dos militares deixou o Brasil mais injusto, e ainda nos legou a hiperinflação, que explodiu no colo de Sarney. Quando o MDB chegou ao poder, a casa estava tão desarrumada que eles não conseguiram dar jeito: Planos Cruzado 1 e 2, Bresser… E nada. O caldo entornou, e o liberalismo à moda Margareth Tatcher parecia a única receita à mão.
Nos anos 90, sob FHC, o Brasil controlou a inflação mas esqueceu de crescer. Limitações estruturais, diziam os tucanos, impediam o país de ter uma economia equilibrada e forte ao mesmo tempo. Parecia maldição.
Sob Lula, finalmente, a equação fechou. Hoje, temos crescimento semelhante ao da época da ditadura, distribuição de renda e inflação sob controle. Não é à toa que Conceição Tavares (que também foi professora de Serra) escolheu votar em Dilma. O governo petista botou em prática a receita dos economistas do MDB. Lula expandiu o mercado interno, transformou o capitalismo para poucos (marca brasileira) num capitalismo para muitos. É um governo social-democrata, com tinturas brasileiras. Mercado relativamente livre, mas com a mão do Estado sempre pronta para agir. Estado democrático, aberto e plural – diga-se, nesse momento em que os tucanos desesperados apelam e tentam vender a imagem de que o país caminha para a ditadura. Só rindo muito…
O Banco Central acaba de sinalizar que os juros devem voltar a cair no Brasil. O “Estadão” até deu um tempo nas manchetes sobre o “escândalo” da receita, para reconhecer o óbvio. E por que os juros caem? Porque a inflação voltou pra perto de zero (pelo terceiro mês seguido). No acumulado de 12 meses, a taxa está abaixo da meta de 4,5%. Ao mesmo tempo, a economia cresce em torno de 7% a 8%. E a miséria se reduz.
Ah, o Lula tem sorte, diziam meus amigos tucanos durante o primeiro mandato. “Ele não pegou crises bravas, como o FHC”.
Aí veio 2008, os EUA desmancharam (a tal ponto que brasileiros compram até o Burger King), e a Europa ameaçou ruir…
E o Brasil?
O Brasil cresce, com inflação sob controle e distribuição de renda. Isso é sorte? Ou é escolha e ação?
Quando a crise veio, há dois anos, os “consultores” liberais diziam que Mantega/Lula estavam errados por expandir o gasto público e usar os bancos estatais na reação ao tumulto financeiro mundial. A velha receita dos consultores e economistas atucanados era: apertar o cinto, reduzir gastos. Isso teria lançado o Brasil numa espiral invertida, de estagnação e desemprego.
Lula/Mantega fizeram a escolha oposta: gastar, e colocar os bancos estatais pra emprestar. Ajudaram a economia a reagir, não com dinheiro público a fundo perdido na mão de banqueiros e empresário privados (como fizeram Obama e Merkel, por exemplo). Mas com empréstimos, que serão pagos.
Por que o Brasil pode reagir à crise? Porque não privatizou seus bancos públicos. Caixa Economica Federal, Banco do Brasil e BNDES cumpriram um papel decisivo. O programa tucano incluía privatizar tudo, como se fez na Argentina – sob Menem.
O desafio de Dilma é manter tudo isso, e recuperar a capacidade de inovação da Indústria brasileira. O país não pode mais assistir sua balança comercial ser engordada quase que apenas com produtos primários. O Brasil precisa escolher alguns setores-chave e fortalecer sua indúsria nessas áreas. O Brasil precisa ter montadora nacional de carros, fábricas de computadores (ou, ao menos, de componentes para computadores). Esse é o desafio. Não podemos andar pra trás e virar uma fazenda pra alimentar chinês!
Poucos países no Mundo possuem a estrutura pública para crédito que o Brasil conseguiu manter. Os EUA não tem um BNDES. A China tem ferramentas parecidas com as brasileiras. Mas sob partido único, e sem liberdade.
Não se trata de discurso de “jornalista petralha”, como dizem por aí blogueiros (eles, sim) apedeutas e sujos.
Não é à toa que economistas não-alinhados com os velhos liberais brazucas reconhecem os avanços. Como fez o italiano Pier Carlo Padoan, nessa entrevista à BBC.
E não é à toa que a Ana – a moça que faz a limpeza e a arrumação lá em casa – chegou outro dia para trabalhar dirigindo o carro que comprou – financiado.
Perguntei para a Ana o que ela acha das denúncias contra o Lula. “No meu bairro, lá na periferia da zona leste, ou na minha terra, lá na Bahia, se o sujeito falar mal do Lula e da turma do Lula, ele corre o risco de apanhar.”
Bem, de certa forma, é o que os tucanos estão aprendendo agora. Estão levando uma surra. Quanto mais usam a velha mídia para bater no PT e em Lula, maior é a pancada que lhes volta na testa.
É uma surra dos fatos, dos números da economia. E vai virar uma surra de votos.
Nos anos 70, o Brasil crescia num ritmo que hoje qualificaríamos como “chinês”. Só que não distribuía renda. Sob ditadura militar, os czares da economia (como o professor Delfim Neto) diziam que era preciso “fazer o bolo crescer, para depois dividi-lo”. Na oposição, a turma de economistas do MDB (Maria Conceição Tavares e Celso Furtado eram as bússolas dessa turma) dizia que era possível, sim, crescer e distribuir renda – ao mesmo tempo. Não foram ouvidos.
O modelo de concentração dos militares deixou o Brasil mais injusto, e ainda nos legou a hiperinflação, que explodiu no colo de Sarney. Quando o MDB chegou ao poder, a casa estava tão desarrumada que eles não conseguiram dar jeito: Planos Cruzado 1 e 2, Bresser… E nada. O caldo entornou, e o liberalismo à moda Margareth Tatcher parecia a única receita à mão.
Nos anos 90, sob FHC, o Brasil controlou a inflação mas esqueceu de crescer. Limitações estruturais, diziam os tucanos, impediam o país de ter uma economia equilibrada e forte ao mesmo tempo. Parecia maldição.
Sob Lula, finalmente, a equação fechou. Hoje, temos crescimento semelhante ao da época da ditadura, distribuição de renda e inflação sob controle. Não é à toa que Conceição Tavares (que também foi professora de Serra) escolheu votar em Dilma. O governo petista botou em prática a receita dos economistas do MDB. Lula expandiu o mercado interno, transformou o capitalismo para poucos (marca brasileira) num capitalismo para muitos. É um governo social-democrata, com tinturas brasileiras. Mercado relativamente livre, mas com a mão do Estado sempre pronta para agir. Estado democrático, aberto e plural – diga-se, nesse momento em que os tucanos desesperados apelam e tentam vender a imagem de que o país caminha para a ditadura. Só rindo muito…
O Banco Central acaba de sinalizar que os juros devem voltar a cair no Brasil. O “Estadão” até deu um tempo nas manchetes sobre o “escândalo” da receita, para reconhecer o óbvio. E por que os juros caem? Porque a inflação voltou pra perto de zero (pelo terceiro mês seguido). No acumulado de 12 meses, a taxa está abaixo da meta de 4,5%. Ao mesmo tempo, a economia cresce em torno de 7% a 8%. E a miséria se reduz.
Ah, o Lula tem sorte, diziam meus amigos tucanos durante o primeiro mandato. “Ele não pegou crises bravas, como o FHC”.
Aí veio 2008, os EUA desmancharam (a tal ponto que brasileiros compram até o Burger King), e a Europa ameaçou ruir…
E o Brasil?
O Brasil cresce, com inflação sob controle e distribuição de renda. Isso é sorte? Ou é escolha e ação?
Quando a crise veio, há dois anos, os “consultores” liberais diziam que Mantega/Lula estavam errados por expandir o gasto público e usar os bancos estatais na reação ao tumulto financeiro mundial. A velha receita dos consultores e economistas atucanados era: apertar o cinto, reduzir gastos. Isso teria lançado o Brasil numa espiral invertida, de estagnação e desemprego.
Lula/Mantega fizeram a escolha oposta: gastar, e colocar os bancos estatais pra emprestar. Ajudaram a economia a reagir, não com dinheiro público a fundo perdido na mão de banqueiros e empresário privados (como fizeram Obama e Merkel, por exemplo). Mas com empréstimos, que serão pagos.
Por que o Brasil pode reagir à crise? Porque não privatizou seus bancos públicos. Caixa Economica Federal, Banco do Brasil e BNDES cumpriram um papel decisivo. O programa tucano incluía privatizar tudo, como se fez na Argentina – sob Menem.
O desafio de Dilma é manter tudo isso, e recuperar a capacidade de inovação da Indústria brasileira. O país não pode mais assistir sua balança comercial ser engordada quase que apenas com produtos primários. O Brasil precisa escolher alguns setores-chave e fortalecer sua indúsria nessas áreas. O Brasil precisa ter montadora nacional de carros, fábricas de computadores (ou, ao menos, de componentes para computadores). Esse é o desafio. Não podemos andar pra trás e virar uma fazenda pra alimentar chinês!
Poucos países no Mundo possuem a estrutura pública para crédito que o Brasil conseguiu manter. Os EUA não tem um BNDES. A China tem ferramentas parecidas com as brasileiras. Mas sob partido único, e sem liberdade.
Não se trata de discurso de “jornalista petralha”, como dizem por aí blogueiros (eles, sim) apedeutas e sujos.
Não é à toa que economistas não-alinhados com os velhos liberais brazucas reconhecem os avanços. Como fez o italiano Pier Carlo Padoan, nessa entrevista à BBC.
E não é à toa que a Ana – a moça que faz a limpeza e a arrumação lá em casa – chegou outro dia para trabalhar dirigindo o carro que comprou – financiado.
Perguntei para a Ana o que ela acha das denúncias contra o Lula. “No meu bairro, lá na periferia da zona leste, ou na minha terra, lá na Bahia, se o sujeito falar mal do Lula e da turma do Lula, ele corre o risco de apanhar.”
Bem, de certa forma, é o que os tucanos estão aprendendo agora. Estão levando uma surra. Quanto mais usam a velha mídia para bater no PT e em Lula, maior é a pancada que lhes volta na testa.
É uma surra dos fatos, dos números da economia. E vai virar uma surra de votos.
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FALTAM TRES SEMANAS
Serra já tentou todas as máscaras; de neo-lulista a sucessor de Alvaro Uribe no comando da direita lationamericana. Fez-se passar por vítima e depois caluniou com sofreguidão. Não parou de cair nas pesquisas mas, sobretudo, algo que os isentos comentaristas fingem não ver, a forma arestosa como faz política, encharcada de falsidade quase colegial, inspira cada vez mais repulsa, mesmo entre seus pares. Serra tem 32% de rejeição, contra 27% de apoio nos levantamentos do complacente instituto de pesquisas da família Frias, cuja aderencia à campanha demotucana não é mais objeto de discussão. Serra vai receber a extrema unção política dia 3 de outubro ou em seguida, no 2º turno. O conservadorismo nativo sabe que ele é um fósforo queimado. Jamais será cogitado novamente como um líder aglutinador. A exemplo de certos colunistas e veículos, porta-vozes da direita e da extrema-direita nativa, Serra sabe que perdeu o bonde da história e quer vingança. Eles já teriam disparado a bala de prata se ela existisse. Não conseguiram uma. Resta-lhes o método da saturação. Expelir diariamente acusações, calúnias, falsas denúncias, insinuações, preconceitos, mentiras. Requentar velhos temas, criar uma nuvem de ilações descabidas. Recriar, enfim, o artifício udenista de um mar de lama em torno do governo, do PT, de Lula e Dilma na esperança de que, ao menos, sua derrota seja também uma derrota da democracia.Quem sabe capaz de reproduzir no país uma classe média de vocação golpista, a exemplo do que a direita conseguiu na Venezuela. Serra, os petizes da Veja, os aliados espalhados na mídia demotucana em geral, não tem o talento de um Carlos Lacerda. Nem a coragem dos golpistas que íam às ruas apregoar abertamente a derrubada de governos. O que eles possuem de mais perigoso no momento é a consciência de que não tem mais nada a perder. Derrotados, pior que isso, desmoralizados como incompetentes entre seus próprios pares, atingiram aquele ponto em que são capazes de qualquer coisa. Faltam tres semanas para as eleições. A barragem de fogo vai se intensificar. Contra o jogral da mídia pró-Serra, o Presidente Lula terá que usar todo o peso de sua liderança popular para consumar a vitória das forças democráticas contra uma direita disposta a se transformar em carniça para incomodar até depois de morta.
Dilma Rousseff - entrevista em SP
Dilma Rousseff deu entrevista hoje, ao visitar, no Hospital Sirio-Libanes, o vice-presidente José de Alencar. Disse que seu adversário, José Serra “perdeu todas as estribeiras” e, mesmo assegurando que tudo será investigado, a denúncia da Veja sobre a Casa Civil faz com que ele perigue “passar a eleição sendo chamado de caluniador”. Dilma se mostrou prudente sobre os resultados de pesquisa, alertando a todos que a eleição vai ser decidida só no dia 3 de outubro, não antes, por maior que seja o favoritismo que ela construiu.
"Romper o círculo vicioso da imprensa empresarial"
11/09/2010
Romper o círculo vicioso da imprensa empresarial
PIG
Tijolaço - 11/09/2010
Brizola Neto
Dona Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais, que reúne os principais diários do país, e diretora-superintendente da empresa que edita a Folha de S.Paulo, já afirmou publicamente que os partidos de oposição estão muito debilitados e que cabe aos jornais exercer esse papel. A posição oficial da entidade que congrega os maiores jornais vem sendo seguida à risca por todos eles, que, apesar do conhecimento publico da posição que defendem, tentam se passar por imparciais.
Nesse pequeno clube fechado, que não aceita vozes dissidentes, todos rezam pela mesma cartilha. Se há governo popular, sou contra. Os principais meios de comunicação do país são controlados por meia dúzia de famílias ricas, que defendem seus interesses de classe. Seu compromisso não é com a informação e sim com a manipulação das notícias para atingir seus propósitos.
Meu avô foi vítima desse clubinho, Lula é perseguido por ele desde que se tornou uma liderança nacional, e Dilma será considerada uma inimiga permanente até o último dia de seu mandato. Contra os representantes das aspirações populares não há trégua. O objetivo é desestabilizá-los, se possível derrubá-los, recorrendo a meias verdades, informações falsas e atuação conjunta.
O roteiro já é batido, mas eles ainda acreditam que funciona. Normalmente, a peça de acusação ou escândalo, como gostam de batizar qualquer denúncia que fabricam, parte de alguma revista semanal, preferencialmente a Veja, que no meio dessa mediocridade consegue ser a pior das piores, e depois é repercutida e propagada pelos demais veículos. A estratégia é tornar o fato verossímil pela sua divulgação exaustiva em todos os veículos que controlam. Assim, o “fato novo” aparece quase sempre no fim de semana, os jornais já o repercutem aproveitando a maior tiragem desses dias, e a TV Globo dá o tiro de canhão, alcançando um público que os impressos jamais atingiriam.
Qualquer brasileiro minimamente informado já viu esse filme, como vê novamente com a história da vez, envolvendo a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra. Não existe nenhuma preocupação com sutileza. Se o alvo é Lula, vão em cima de sua família e principais auxiliares. Se o alvo é Dilma, ninguém mais próxima no governo que a sua sucessora, com quem trabalhava diretamente antes de se candidatar à Presidência da República.
O funcionamento desse clube tem uma outra regra. Tudo que não é publicado por eles não é notícia. Um caso disparatado como esse de Erenice Guerra vai ser explorado até a última gota, contra todas as evidências. Mas uma reportagem poderosa como a de Leandro Fortes, na Carta Capital, sobre o vazamento do sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros, feito por uma empresa que tinha como sócia a filha de José Serra, é totalmente ignorada.
A questão que esse pequeno grupo parece não enxergar é que o Brasil mudou. Hoje existem novas fontes de informação, como a internet, e a população já não se deixa levar por suas mentiras. Lula foi eleito e reeleito contra a vontade dessa minoria. E Dilma caminha para uma vitória ainda mais consagradora enfrentando todos os golpes vis. O povo não é bobo e saberá dar na urna uma resposta à altura a esse grupo, que jamais teve compromisso verdadeiro com o Brasil.
Será um erro, com a vitória, fazer de conta que isso foi uma rusga eleitoral que “passou”. Quem poupa o inimigo, já diz o ditado, pelas mãos lhe morre, um dia. Ninguém está falando em censura à imprensa, antes que eles venham com essa. Nem em tratar mal aos jornalistas, embora muitos se prestem abertamente ao jogo político patronal.
Estamos falando em respeito à liberdade, que não é propriedade dos donos da mídia. Trata-se de abrir a liberdade para todos, sem o que liberdade não há. A vontade do povo brasileiro está sendo expressa de modo inequívoco. O povo brasileiro não quer mais ser um objeto de manipulação desta gente.
Os acontecimentos estão provando que é preciso que o governo Dilma apóie nossa luta. Não queremos, como eles, gordas verbas de publicidade – embora seja legítimo, eventualmente e por critérios técnicos, também os blogs a receberem, o que não é o meu caso. Queremos internet para todos os brasileiros, queremos que esta tela rompa a prisão em que colocam a mente de nossos irmãos e irmãs, com seu poder avassalador.
Romper o círculo vicioso da imprensa empresarial
PIG
Tijolaço - 11/09/2010
Brizola Neto
Dona Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais, que reúne os principais diários do país, e diretora-superintendente da empresa que edita a Folha de S.Paulo, já afirmou publicamente que os partidos de oposição estão muito debilitados e que cabe aos jornais exercer esse papel. A posição oficial da entidade que congrega os maiores jornais vem sendo seguida à risca por todos eles, que, apesar do conhecimento publico da posição que defendem, tentam se passar por imparciais.
Nesse pequeno clube fechado, que não aceita vozes dissidentes, todos rezam pela mesma cartilha. Se há governo popular, sou contra. Os principais meios de comunicação do país são controlados por meia dúzia de famílias ricas, que defendem seus interesses de classe. Seu compromisso não é com a informação e sim com a manipulação das notícias para atingir seus propósitos.
Meu avô foi vítima desse clubinho, Lula é perseguido por ele desde que se tornou uma liderança nacional, e Dilma será considerada uma inimiga permanente até o último dia de seu mandato. Contra os representantes das aspirações populares não há trégua. O objetivo é desestabilizá-los, se possível derrubá-los, recorrendo a meias verdades, informações falsas e atuação conjunta.
O roteiro já é batido, mas eles ainda acreditam que funciona. Normalmente, a peça de acusação ou escândalo, como gostam de batizar qualquer denúncia que fabricam, parte de alguma revista semanal, preferencialmente a Veja, que no meio dessa mediocridade consegue ser a pior das piores, e depois é repercutida e propagada pelos demais veículos. A estratégia é tornar o fato verossímil pela sua divulgação exaustiva em todos os veículos que controlam. Assim, o “fato novo” aparece quase sempre no fim de semana, os jornais já o repercutem aproveitando a maior tiragem desses dias, e a TV Globo dá o tiro de canhão, alcançando um público que os impressos jamais atingiriam.
Qualquer brasileiro minimamente informado já viu esse filme, como vê novamente com a história da vez, envolvendo a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra. Não existe nenhuma preocupação com sutileza. Se o alvo é Lula, vão em cima de sua família e principais auxiliares. Se o alvo é Dilma, ninguém mais próxima no governo que a sua sucessora, com quem trabalhava diretamente antes de se candidatar à Presidência da República.
O funcionamento desse clube tem uma outra regra. Tudo que não é publicado por eles não é notícia. Um caso disparatado como esse de Erenice Guerra vai ser explorado até a última gota, contra todas as evidências. Mas uma reportagem poderosa como a de Leandro Fortes, na Carta Capital, sobre o vazamento do sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros, feito por uma empresa que tinha como sócia a filha de José Serra, é totalmente ignorada.
A questão que esse pequeno grupo parece não enxergar é que o Brasil mudou. Hoje existem novas fontes de informação, como a internet, e a população já não se deixa levar por suas mentiras. Lula foi eleito e reeleito contra a vontade dessa minoria. E Dilma caminha para uma vitória ainda mais consagradora enfrentando todos os golpes vis. O povo não é bobo e saberá dar na urna uma resposta à altura a esse grupo, que jamais teve compromisso verdadeiro com o Brasil.
Será um erro, com a vitória, fazer de conta que isso foi uma rusga eleitoral que “passou”. Quem poupa o inimigo, já diz o ditado, pelas mãos lhe morre, um dia. Ninguém está falando em censura à imprensa, antes que eles venham com essa. Nem em tratar mal aos jornalistas, embora muitos se prestem abertamente ao jogo político patronal.
Estamos falando em respeito à liberdade, que não é propriedade dos donos da mídia. Trata-se de abrir a liberdade para todos, sem o que liberdade não há. A vontade do povo brasileiro está sendo expressa de modo inequívoco. O povo brasileiro não quer mais ser um objeto de manipulação desta gente.
Os acontecimentos estão provando que é preciso que o governo Dilma apóie nossa luta. Não queremos, como eles, gordas verbas de publicidade – embora seja legítimo, eventualmente e por critérios técnicos, também os blogs a receberem, o que não é o meu caso. Queremos internet para todos os brasileiros, queremos que esta tela rompa a prisão em que colocam a mente de nossos irmãos e irmãs, com seu poder avassalador.
MÍDIA - O temor da mídia.
Do blog Democracia&Política
“O argentino e prêmio Nobel da Paz Adolfo Perez Esquivel escreveu um artigo, "A contaminação informativa", que pode ser lido no site “Carta Maior”, no qual reafirma a necessidade da Lei de Meios Audiovisuais, aprovada pelo parlamento argentino, por romper os monopólios da informação, gerar o pluralismo jornalístico e recuperar a liberdade de imprensa.
A leitura do artigo de Esquivel se encaixa perfeitamente à realidade brasileira, da América Latina e do mundo, onde a concentração da informação em pouquíssimas mãos distorceu completamente os conceitos de liberdade de expressão. A informação passou a ter donos que a manipulam ao seu bel prazer. Isso ficou evidente a nível global no endosso midiático às esfarrapadas justificativas para a guerra do Iraque, e sobressai na América Latina, particularmente durante os períodos eleitorais.
Com o avanço das forças populares na América Latina, esse monopólio da informação passou a se sentir ameaçado. Depois de ditar as regras nos últimos 50 anos, elegendo e derrubando governos, conspirando e fomentando golpes de Estado, os meios de comunicação, impressos e eletrônicos, começaram a enfrentar a reação da sociedade e de seus governantes. Hugo Chávez, que chegou a ser retirado do Palácio de Miraflores por um golpe civil-midiático, retomou o poder pelo apoio popular, e, legitimado por ele, passou a enfrentar os meios de comunicação, o que antes seria inconcebível. Concessões públicas, como são emissoras de rádio e tevê, deixaram de ser renovadas automaticamente por sua atitude de oposição e conspiração frontal ao governo, sem o compromisso com a informação verdadeira.
Evo Morales também enfrenta os monopólios e fomenta o surgimento de novos veículos que diversifiquem a informação. E Lula levou adiante a 1ª Conferência Nacional de Comunicação, bombardeada pela mídia nativa, que deixou uma série de indicações a serem consideradas pelo Congresso e futuros governos. É o aprofundamento dessas reformas que preocupa os monopólios. Sob o falso discurso de uma censura à imprensa, tentam impedir que a sociedade avance no debate do papel dos meios de comunicação, que sempre definiram de acordo com seus critérios.
No Brasil, a mídia é controlada por cinco famílias. Elas se consideram as legítimas representantes do direito à informação do povo brasileiro, como se estivessem desvinculadas dos seus interesses de classe. No processo eleitoral brasileiro desde o fim da ditadura militar, invariavelmente se posicionaram contra os interesses populares. Antes mesmo do fim da ditadura, boicotaram a campanha das "Diretas Já".
Em 1982, antes ainda que os brasileiros pudessem escolher seu presidente, tentaram inviabilizar a eleição de Leonel Brizola no Rio de Janeiro. Em 1989, na primeira eleição direta para presidente, ocorreu a notória edição do debate entre Lula e Collor pela TV Globo. Em 1998, evitaram qualquer menção crítica à sobrevalorização cambial para reeleger Fernando Henrique Cardoso, que explodiria no ano seguinte levando o país mais uma vez ao FMI e ao aumento de seu endividamento externo.
A mídia adiou enquanto pode uma vitória de Lula. Para tanto, recorreu a dossiês, arapongagens e outros recursos espúrios, que se repetem agora na disputa entre Dilma e Serra. Na contramão do sentimento nacional, empresta seu apoio e solidariedade justamente ao que o povo não deseja. O candidato tucano vive hoje um isolamento até dentro de seu próprio partido. Mas tem a solidariedade incondicional da mídia, que promete se manifestar até o último momento na esperança de evitar uma derrota anunciada.
A preocupação da mídia se explica. A vitória de Dilma será mais uma vez a sua derrota. E a cada derrota ela se enfraquece, pois aumenta o espaço para o rompimento do monopólio e o surgimento de uma comunicação mais plural e democrática. Como observou Esquivel, "nenhum meio informativo é asséptico, mas deve basear-se na ética e em valores a serviço dos povos e não para se servir dos mesmos."
FONTE: site “Direto da Redação” (http://www.diretodaredacao.com/noticia/o-temor-da-midia).
Fonte:Democracia&Política
“O argentino e prêmio Nobel da Paz Adolfo Perez Esquivel escreveu um artigo, "A contaminação informativa", que pode ser lido no site “Carta Maior”, no qual reafirma a necessidade da Lei de Meios Audiovisuais, aprovada pelo parlamento argentino, por romper os monopólios da informação, gerar o pluralismo jornalístico e recuperar a liberdade de imprensa.
A leitura do artigo de Esquivel se encaixa perfeitamente à realidade brasileira, da América Latina e do mundo, onde a concentração da informação em pouquíssimas mãos distorceu completamente os conceitos de liberdade de expressão. A informação passou a ter donos que a manipulam ao seu bel prazer. Isso ficou evidente a nível global no endosso midiático às esfarrapadas justificativas para a guerra do Iraque, e sobressai na América Latina, particularmente durante os períodos eleitorais.
Com o avanço das forças populares na América Latina, esse monopólio da informação passou a se sentir ameaçado. Depois de ditar as regras nos últimos 50 anos, elegendo e derrubando governos, conspirando e fomentando golpes de Estado, os meios de comunicação, impressos e eletrônicos, começaram a enfrentar a reação da sociedade e de seus governantes. Hugo Chávez, que chegou a ser retirado do Palácio de Miraflores por um golpe civil-midiático, retomou o poder pelo apoio popular, e, legitimado por ele, passou a enfrentar os meios de comunicação, o que antes seria inconcebível. Concessões públicas, como são emissoras de rádio e tevê, deixaram de ser renovadas automaticamente por sua atitude de oposição e conspiração frontal ao governo, sem o compromisso com a informação verdadeira.
Evo Morales também enfrenta os monopólios e fomenta o surgimento de novos veículos que diversifiquem a informação. E Lula levou adiante a 1ª Conferência Nacional de Comunicação, bombardeada pela mídia nativa, que deixou uma série de indicações a serem consideradas pelo Congresso e futuros governos. É o aprofundamento dessas reformas que preocupa os monopólios. Sob o falso discurso de uma censura à imprensa, tentam impedir que a sociedade avance no debate do papel dos meios de comunicação, que sempre definiram de acordo com seus critérios.
No Brasil, a mídia é controlada por cinco famílias. Elas se consideram as legítimas representantes do direito à informação do povo brasileiro, como se estivessem desvinculadas dos seus interesses de classe. No processo eleitoral brasileiro desde o fim da ditadura militar, invariavelmente se posicionaram contra os interesses populares. Antes mesmo do fim da ditadura, boicotaram a campanha das "Diretas Já".
Em 1982, antes ainda que os brasileiros pudessem escolher seu presidente, tentaram inviabilizar a eleição de Leonel Brizola no Rio de Janeiro. Em 1989, na primeira eleição direta para presidente, ocorreu a notória edição do debate entre Lula e Collor pela TV Globo. Em 1998, evitaram qualquer menção crítica à sobrevalorização cambial para reeleger Fernando Henrique Cardoso, que explodiria no ano seguinte levando o país mais uma vez ao FMI e ao aumento de seu endividamento externo.
A mídia adiou enquanto pode uma vitória de Lula. Para tanto, recorreu a dossiês, arapongagens e outros recursos espúrios, que se repetem agora na disputa entre Dilma e Serra. Na contramão do sentimento nacional, empresta seu apoio e solidariedade justamente ao que o povo não deseja. O candidato tucano vive hoje um isolamento até dentro de seu próprio partido. Mas tem a solidariedade incondicional da mídia, que promete se manifestar até o último momento na esperança de evitar uma derrota anunciada.
A preocupação da mídia se explica. A vitória de Dilma será mais uma vez a sua derrota. E a cada derrota ela se enfraquece, pois aumenta o espaço para o rompimento do monopólio e o surgimento de uma comunicação mais plural e democrática. Como observou Esquivel, "nenhum meio informativo é asséptico, mas deve basear-se na ética e em valores a serviço dos povos e não para se servir dos mesmos."
FONTE: site “Direto da Redação” (http://www.diretodaredacao.com/noticia/o-temor-da-midia).
Fonte:Democracia&Política
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Arnaldo Jadoido
Jabor, Supremo Dono da Verdade, Inteligência Arrombadora de Todos os QIs do Mundo, nasceu no campo de concentração de Auschwitz na Áustria a partir de uma experiência genética do Dr. Mengele do cruzamento de uma judia e um Asno. Antes de ser queimado nos fornos nazistas foi salvo por um oficial russo que o adotou, mas como não tinha filhas o oficial o criou como menina. Ao descobrir o engano quando tomou muita porrada de um namoradinho que na hora de acariciá-lo encheu a mão, fugiu e com isso alimentou seu ódio por gays e comunistas que perdura até hoje, mesmo com o fim do comunismo, mesmo com a Parada Gay de São Paulo (ele diz que só irá participar se tiver um trio-elétrico só pra ele, cheio de bofescândalos). Quando descobriu sua origem judaica quis fazer uma peregrinação ao muro das lamentações, mas tomou o voo errado e foi parar na peregrinação a Meca onde foi pisoteado por milhares de muçulmanos. Aí nasceu seu ódio visceral por muçulmanos e árabes em geral, o que o leva a chegar ao orgasmo quando os israelenses matam vários palestinos por dia.
SAIBA MAIS sobre o doido que tentou ser cineasta, crítico e escritor, comunista, petista, depois de ser reprovado como torturador do DOPS. Já foi técnico de gambiarras elétricas, crítico de filmes pornô-gay, diretor de videoclipes de Sandy e Junior e agora despeja sua ira descontrolada comentando de tudo(Miriam Jabor Leitão) no Jornal da Globo que vai ao ar na hora em que todo o Hemisfério Sul está dormindo.
http://desciclo.pedia.ws/wiki/Arnaldo_Jabor
Arte: JenipapoNews
SERRA TEM SIGILO DE CONFESSIONÁRIO VIOLADO POR PADRE FILIADO AO PT
A responsabilidade pela descoberta desta verdadeira heresia é do blog da Tia Carmela, a veneranda senhora que conhece o Zezinho desde o tempo da Moóca.
A BALA DE MERDA DA REVISTA VEJA – AUTOR DE REPORTAGEM JÁ PUBLICOU MATÉRIA FALSA
O autor da reporcagem de capa da revista Veja desta semana é Diego Escosteguy. É da lavra dele ,esta outra empulhação jornalística publicada no Estadão.
Serra de mãos limpas
Serra e o contato com o povo: com álcool gel para desinfetar
‘SÃO PAULO – Consta que José Serra não gostou do perfil que lhe dedica o mais recente número da revista “Piauí”. Até aí não há nenhuma novidade. O tucano não costuma gostar de quase nada que sai na imprensa a seu respeito. “É um dos políticos que mais reclamam da mídia, dos erros e injustiças dos quais é, ou imagina ser, vítima”, diz a repórter Daniela Pinheiro, já perto do final de um texto longo, que se lê com muito proveito e prazer.
Alguns verão um excesso de crueldades próprias do jornalismo. Mas há quem ache o contrário: feitas as contas, a figura do governador sai humanizada da leitura, nada mal para alguém tão refratário a efusões e sentimentalismos.
Serra é estressado, controlador, muitas vezes intratável e especialmente “implicante”, registra a repórter, ecoando o que diz ter ouvido de quase todos os entrevistados. Nada disso, ele é “engraçado, espirituoso, fofoqueiro”, mas sobretudo “não é fingido”, rebatem os amigos.
A aversão à dissimulação e sua intransigência seriam uma virtude do político Serra, tantas vezes confundida com um defeito público. “O marketing dele é o da absoluta sinceridade. Ele não é um entertainer, é um ser público puro”, defende a filha Verônica, como quem sugere um contraponto com Lula.
Apesar de tantos prós e contras, o perfil corre o risco de ficar celebrizado menos pelas opiniões dos outros do que por uma mania do próprio Serra. Em três momentos, a repórter o vê lavando as mãos com gel de álcool, que carrega no carro, e diz que esse é um hábito anterior à gripe suína, que ele tem há muitos anos, sobretudo depois de cumprimentar estranhos na rua.
Zelo de homem público, sempre preocupado com a saúde coletiva? Sintoma pouco simpático de um neurótico obsessivo? O leitor saberá o que pensar e concluir.
Fernando Henrique Cardoso diz no texto que “Serra é um ótimo gestor, e ponto final”. Acrescentemos: como muitas pessoas, Serra revela ser um péssimo gestor de si mesmo.”
O trecho da revista Piauí (veja na página 5, no meio da página), citado pelo articulista, diz : Ele se acomodou perto da janela, juntou alguns papéis e fez um sinal ao ajudante de ordens, que prontamente lhe passou um frasco de álcool em gel.
É o próprio candidato do “rico limpinho’, que nem baixa o vidro fumê nem desliga o ar condicionado, para não ter nem que ver nem de respirar o mesmo ar da gentalha.
Nassif: A Folha blefou, perdeu e não quer mostrar as cartas
A Folha blefou, perdeu e não quer mostrar as cartas. Há tempos o jornal menciona dossiês que teriam circulado pelo comando de campanha de Dilma Rousseff, divulga trechos, passa dicas e não abre as cartas. Aparentemente está chegando na hora de mostrar suas cartas.
por Luis Nassif, em seu blog
Por exemplo, recebo telefonema da assessoria do deputado Cândido Vacarezza, que revela a origem de parte dos papéis em poder da Folha.
Em 2005, Vacarezza recebeu denúncias contra uma empresa, a Superbird, não contra pessoas. Na época, foi procurado pelo repórter Rubens Valente, da Folha, que, na conversa, mostrou ter mais informações sobre o caso.
Nada foi publicado.
O material foi recolhido pela Assembléia Legislativa, visando instruir uma futura CPI - que também acabou não saindo.
Há cerca de um mês, Vacarezza foi procurado pelo mesmo repórter, que lhe disse que pretendia retomar o caso. Segundo a assessora, Vacarezza informou ao repórter que o caso estava encerrado, já que tinha encaminhado a denúncia para o Ministério Público Estadual, que resolveu arquivar o processo. Não satisfeito, o repórter procurou a assessora jurídica de Vaccarezza - Ana Cláudia Albuquerque – que deu a mesma resposta de Vacarezza.
A partir dessa informação, é possível reconstituir o trajeto da Folha para chegar à reportagem de hoje.
Os documentos que circulam há tempos pelas redações, são investigações sobre os negócios de Verônica Serra pela AL de Sâo Paulo e dados da CPI do Banestado sobre Gregório Marin Preciado – ou seja, documentos oficiais, legalmente obtidos, já que pelas duas casas legislativas. É a isso que provavelmente o jornal se refere quando menciona "conjuntos de papéis" que "circularam pelo comando de campanha" do PT.
As matérias originais
Confira as duas matérias que já saíram sobre o tema e compare com o cozidão de hoje. São as mesmas informações:
04 de junho de 2010
Folha de S. Paulo
Papéis mencionam auxiliares e familiares de tucano
DE BRASÍLIA
Os papéis que circularam pelo comando da campanha de Dilma Rousseff (PT), tratados oficialmente por sua equipe como algo alheio à candidata e pelos tucanos como obra dela, tratam de transações financeiras que envolvem antigos colaboradores e familiares de José Serra (PSDB).
A Folha teve acesso a dois conjuntos de papéis. Um cita dados da CPI do Banestado (2003-2004), e o outro é sobre negócios atribuídos à filha de Serra, Verônica.
Os papéis da CPI relatam operações financeiras registradas entre 1997 e 2001 em nome de empresas que pertenciam ou pertenceram a Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-arrecadador informal da campanha de Serra ao Senado, em 1994, e ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil no governo FHC.
Oliveira deixou o cargo no BB em 1998, após o escândalo dos grampos no BNDES.
Os papéis também relatam movimentações financeiras do empresário Gregorio Marin Preciado, casado com uma prima do presidenciável e sócio de Serra até 1995 em um imóvel.
O principal papel do conjunto é um relatório datado de 2004, assinado pelo relator da CPI, o deputado federal José Mentor (PT-SP).
O relatório foi enviado pela CPI à Justiça de São Paulo num processo movido em 2002 por Ricardo Sérgio contra a "IstoÉ", que havia citado os dados. A revista pediu ao juiz do caso que fosse possível buscar os documentos guardados pela CPI.
No relatório, Mentor descreveu que a CPI detectou operações de até US$ 2,7 milhões entre uma empresa então ligada a Ricardo Sérgio, a Consultatum, e uma "offshore", por meio de operações de remessas de dinheiro que fugiam às regras do BC.
O relatório de Mentor também transcreve remessas totais de US$ 410 mil de uma empresa com interesses no setor telefônico brasileiro.
Sobre os negócios de Verônica, a Folha manuseou, mas não obteve cópia dos papéis nem conseguiu verificar sua autenticidade. Eles tratam de operações contábeis feitas por empresa ligada a Verônica e seu marido.
12 de junho de 2010
Folha de S. Paulo
Dossiê do PT traz dados fiscais sigilosos de dirigente tucano
Equipe da pré-campanha de Dilma investigou Eduardo Jorge; presidente petista nega envolvimento do partido
Leonardo Souza
A chamada "equipe de inteligência" da pré-campanha de Dilma Rousseff, do PT, levantou e investigou dados fiscais e financeiros sigilosos de Eduardo Jorge Caldas Pereira, vice-presidente-executivo do PSDB.
Quatro meses depois, a Folha está tentando retirar suas fichas da mesa. Mas o jogo está se acabando -- e o jornal vai ter que entregar seu cacife.
Mostrando as cartas
Agora, o jornal entrou em uma sinuca.
Quatro meses depois, a Folha está tentando retirar suas fichas da mesa. Mas o jogo está se acabando -- e o jornal vai ter que colocar suas cartas na mesa, para saber se está blefando ou não. Se só tiver os papéis que já viraram reportagem há meses, blefou.
Via Vermelho
Nota à Imprensa - Casa Civil
Sobre a matéria caluniosa da revista VEJA, buscando atingir-me em minha honra, bem como envolver familiares meus, cumpre-me informar:
1) procurados pelo repórter autor das aleivosias, fornecemos – tanto eu quanto os meus familiares - as respostas cabíveis a cada uma de suas interrogações. De nada adiantou nosso procedimento transparente e ético, já que tais esclarecimentos foram, levianamente, desconhecidos;
2) sinto-me atacada em minha honra pessoal e ultrajada pelas mentiras publicadas sem a menor base em provas ou em sustentação na verdade dos fatos, cabendo-me tomar as medidas judiciais cabíveis para a reparação necessária. E assim o farei. Não permitirei que a revista VEJA, contumaz no enxovalho da honra alheia, o faça comigo sem que seja acionada tanto por DANOS MORAIS quanto para que me garanta o DIREITO DE RESPOSTA;
3) como servidora pública sinto-me na obrigação, desde já, de colocar meus sigilos fiscal, bancário e telefônico, bem como o de TODOS os integrantes de minha família, a disposição das autoridades competentes para eventuais apurações que julgarem necessárias para o esclarecimento dos fatos;
4) lamento, por fim, que o processo eleitoral, no qual a citada revista está envolvida da forma mais virulenta e menos ética possível, propicie esse tipo de comportamento e a utilização de expediente como esse, em que se publica ataque à honra alheia travestido de material jornalístico sem que se veicule a resposta dos ofendidos.
Brasília, 11 de setembro de 2010.
Erenice Guerra
Ministra-Chefe da Casa Civil da Presidência da República
Fraude na Revista Veja: dono da empresa não existe, é uma farsa
Em primeira mão no blog Os Amigos do Presidente Lula em 11/09/2010 às 16:31hs
A revista Veja cometeu um estelionato jornalístico, ao fazer uma reportagem MENTIROSA contra a Ministra da Casa Civil, Erenice Guerra.
A revista usa como fonte um tal de Fábio Baracat, apresentado como se fosse dono da empresa Via Net Express Transporte Ltda.
Não existe esse dono na empresa.
Chamou atenção o próprio contrato publicado na revista mostrar outro signatário pela empresa: Antonio Waldir Mendonça.
Bem... talvez, o tal Baracat poderia ser um sócio...
Mas, consultando os registros públicos da junta comercial de São Paulo (*), não existe e nunca existiu nenhum sócio com nome de Fábio e nem com sobrenome de Baracat.
A reportagem da revista Veja é uma farsa, uma fraude.
É coisa de gente criminosa falsificando um escândalo para querer eleger José Serra (PSDB) com mentiras e difamação dos adversários.
(*) Atenção demo-tucanos e turma de José Serra que lêem o blog: não há nenhuma quebra de sigilo na obtenção destas informações. Podem ser consultada no link:
http://www.jucesponline.sp.gov.br/pesquisa.aspx
Jornal Nacional, Jornal da Band e da Record estão avisados da farsa
Vamos ver se e como estes telejornais vão repercutir a notícia.
Enviei mensagem para as redações, com esta notícia que desmente a Veja, e com link para a documentação.
Se mantiverem a farsa, não terão desculpa e estarão assumindo cumplicidade no golpe midiático.
Não está na hora do Mercadante dizer que vai recuperar o dinheiro da propina da Alstom na Suiça?
Não tenho como acompanhar a propaganda de Mercadante em São Paulo. Vi alguns programas pela Internet e li um pouco do que diz o noticiário.
Do que eu vi, o programa está com uma mensagem boa, explorando bem a idéia de fazer em São Paulo o que o governo Lula fez no Brasil. Está bom do lado propositivo. E essa parte deve ser mantida nessa toada.
Mas não está contundente o suficiente na hora de fazer oposição (pelo que vi), exceto na questão dos pedágios, da aprovação automática, dos problemas de trânsito, e do questionamento da falsa competência tucana.
Me parece que poderia abordar mais também a segurança pública, enfocando a valorização do salário do policial, programas como UPPs que deram certo no Rio de Janeiro, e implantar gradualmente na Polícia Civil a capacidade de investigação e de fazer operações como faz a Polícia Federal, sobretudo para desmontar redes de distribuição de crack e de quadrilhas armadas.
Alckmin está mais contundente como "oposição", acusando Mercadante de faltar em votações do interesse de São Paulo. Mercadante respondeu bem, explicando que é líder do governo, e as votações são negociadas. Qualquer senador pode fechar acordo com os colegas para a votação, e já tendo garantido os votos necessário para aprovação, pode até ir cumprir outra missão ainda não resolvida do interesse do povo paulista. Mas foi obrigado a ficar na defensiva.
Não está na hora de Mercadante elevar também o tom?
Que tal dizer que no seu governo vai abrir a caixa-preta do escândalo das propinas da Alstom no Metrô e nas outras estatais?
Que, em vez de ficar abafando o caso, moverá todos os esforços para trazer da Suíça o dinheiro roubado de volta para os cofres públicos de São Paulo, antes que acabe prescrevendo.
Que irá acabar com a operação abafa e fará uma auditoria no Metrô sobre o escândalo, e nas outras estatais paulistas.
Que vai mobilizar a Assembléia Legislativa para desarquivar as CPI's importantes abafadas, que não deixa apurar a corrupção que sangra os cofres públicos de São Paulo.
Que tal dizer que irá cortar a farra da propaganda desnecessária da SABESP, feita em rede nacional, do Oiapoque ao Chuí, onde a empresa não atua.
Que tal visitar o Jardim Pantanal, que ficou meses inundado, e gravar conversas com moradores que moram precariamente e se comprometer a levar projetos do Minha Casa, Minha Vida para eles saírem do alagão?
Tem aquele ditado: "se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia". Mas as campanhas costumam ter pesquisas qualitativas para orientar. Que tal pelo menos fazer pesquisas de aceitação destes temas, e se a resposta for positiva, incluir alguns deles nos debates e na reta de chegada?
Do que eu vi, o programa está com uma mensagem boa, explorando bem a idéia de fazer em São Paulo o que o governo Lula fez no Brasil. Está bom do lado propositivo. E essa parte deve ser mantida nessa toada.
Mas não está contundente o suficiente na hora de fazer oposição (pelo que vi), exceto na questão dos pedágios, da aprovação automática, dos problemas de trânsito, e do questionamento da falsa competência tucana.
Me parece que poderia abordar mais também a segurança pública, enfocando a valorização do salário do policial, programas como UPPs que deram certo no Rio de Janeiro, e implantar gradualmente na Polícia Civil a capacidade de investigação e de fazer operações como faz a Polícia Federal, sobretudo para desmontar redes de distribuição de crack e de quadrilhas armadas.
Alckmin está mais contundente como "oposição", acusando Mercadante de faltar em votações do interesse de São Paulo. Mercadante respondeu bem, explicando que é líder do governo, e as votações são negociadas. Qualquer senador pode fechar acordo com os colegas para a votação, e já tendo garantido os votos necessário para aprovação, pode até ir cumprir outra missão ainda não resolvida do interesse do povo paulista. Mas foi obrigado a ficar na defensiva.
Não está na hora de Mercadante elevar também o tom?
Que tal dizer que no seu governo vai abrir a caixa-preta do escândalo das propinas da Alstom no Metrô e nas outras estatais?
Que, em vez de ficar abafando o caso, moverá todos os esforços para trazer da Suíça o dinheiro roubado de volta para os cofres públicos de São Paulo, antes que acabe prescrevendo.
Que irá acabar com a operação abafa e fará uma auditoria no Metrô sobre o escândalo, e nas outras estatais paulistas.
Que vai mobilizar a Assembléia Legislativa para desarquivar as CPI's importantes abafadas, que não deixa apurar a corrupção que sangra os cofres públicos de São Paulo.
Que tal dizer que irá cortar a farra da propaganda desnecessária da SABESP, feita em rede nacional, do Oiapoque ao Chuí, onde a empresa não atua.
Que tal visitar o Jardim Pantanal, que ficou meses inundado, e gravar conversas com moradores que moram precariamente e se comprometer a levar projetos do Minha Casa, Minha Vida para eles saírem do alagão?
Tem aquele ditado: "se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia". Mas as campanhas costumam ter pesquisas qualitativas para orientar. Que tal pelo menos fazer pesquisas de aceitação destes temas, e se a resposta for positiva, incluir alguns deles nos debates e na reta de chegada?
Nota de esclarecimento de Fabio Baracat
Empresário divulga nota desmentindo reportagem da revista 'Veja'
O empresário Fábio Baracat divulgou nota na tarde deste sábado (11) na qual desmente reportagem publicada na edição deste final de semana da revista "Veja". Na reportagem, a revista apresenta relato atribuído ao próprio empresário sobre uma suposta negociação com o filho da ministra Erenice Guerra (Casa Civil).
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Fui foi surpreendido com a matéria publicada na revista Veja neste sábado, razão pela qual decidi me pronunciar e rechaçar oficialmente as informações ali contidas.
Primeiramente gostaria de esclarecer que não sou e não fui funcionário, representante da empresa Vianet, ou a representei em qualquer assunto comercial, como foi noticiado na reportagem. Apenas conheço a empresa e pessoas ligadas a ela, assim como diversos outros empresários do setor.
Destaco também que não tenho qualquer relacionamento pessoal ou comercial com a Ministra Erenice Guerra, embora tivesse tido de fato a conhecido, jamais tratei de qualquer negócio privado ou assuntos políticos com ela.
Acerca da MTA, há 3 meses não tenho qualquer relacionamento com a empresa, com a qual tão somente mantive tratativas para compra.
Importante salientar que durante o período em que mantive as conversas com a mencionada empresa aérea atuei na defesa de seus interesses, porém o fiz exclusivamente no âmbito comercial, ficando as questões jurídicas a cargo da própria empresa e sua equipe.
Inicialmente, quando procurado pela reportagem da revista Veja, os questionamentos feitos eram no sentido de esclarecer a relação da MTA com o Coronel Artur, atual Diretor de Operações dos Correios, em razão de matéria jornalística em diversos periódicos, nesta oportunidade ratifiquei o posicionamento de que embora tivesse conhecimento de alguns assuntos que refletiam no segmento comercial da empresa (que de fato atuava), não podia afirmar categoricamente a extensão do vínculo dela com o Coronel Artur.
Durante o período em que atuei na defesa dos interesses comerciais da MTA, conheci Israel Guerra, como profissional que atuava na organização da documentação da empresa para participar de licitações, cuja remuneração previa percentual sobre eventual êxito, o qual repita-se, não era garantido e como já esclarecido, eu não tinha o poder de decisão da empresa MTA.
Enfim, na medida que a MTA aumentava sua participação no mercado, a aquisição da empresa se tornava mais onerosa para mim, até que culminou, além de parecer legal negativo, na inviabilidade econômica do negócio.
Acredito que tenha contribuído com o esclarecimento dos fatos, na certeza de que fui mais uma personagem de um joguete político-eleitoral irresponsável do qual não participo, porém que afetam famílias e negócios que geram empregos.
São Paulo,11 de setembro de 2010..
Fabio Baracat
O Brasil que emergirá das urnas
Posted by eduguim on 11/09/10 • Categorized as Opinião do blog
Pode ser cedo para afirmar que é imutável a opção que parece que o eleitorado brasileiro fará no próximo dia 3 de outubro, mas não é cedo para analisar o que deve ocorrer em caso de se confirmarem as previsões das pesquisas e, mais do que isso, caso se confirme a natureza do recado que a sociedade estará dando ao materializar a opção que parece mais provável que o país adotará, a despeito das concessões inevitáveis que se possa fazer ao acaso…
Urge entender a natureza do recado que o eleitorado estará dando em caso de eleger, em primeiro turno, uma candidata que sofreu acusações como as que Dilma vem sofrendo no decorrer dos últimos dois anos. Seria ocioso abordá-las individualmente, enumerando-as. Quem se informa minimamente sobre política certamente já ouviu ou leu algumas – e não terão sido poucas. Apenas porque bombardeio acusatório igual na mídia, só quem já sofreu igual, no Brasil contemporâneo, foi o padrinho político da candidata.
E levemos em conta o endosso dos ditos “formadores de opinião” da grande mídia às acusações de Serra a Dilma. Eles estão dizendo ao seu público que o tucano diz a verdade e que a adversária mente. Tenho isso gravado em vídeo depois que assisti em duas concessões públicas. Até entrei na Justiça contra o que assisti, pois achei ilegal.
Portanto, a decisão que o eleitorado tomará, se por Dilma ou por Serra, será tomada em franco desafio à informação que esses grandes grupos de mídia terão, naquele momento, difundido sem parar durante todo o período da propaganda eleitoral “gratuita” na televisão e no rádio, o que terá constituído grave infração à lei eleitoral por conta de ter dado ao lado do PSDB uma vantagem muito maior em termos de propaganda em concessões públicas.
Ocorre, porém, que, às vezes, o tempo para dizer a verdade, por menor que seja, basta, enquanto que o tempo para mentir, por maior que possa ser, jamais será suficiente.
Não me parece exagero dizer, portanto, que a vitória de Dilma em primeiro turno, em 3 de outubro vindouro, constituir-se-ia em um recado da sociedade à mídia e ao resto do grupo político que circunda Serra, na condição deste de laranja da complexa máquina conservadora e patrimonialista que tenta, a todo custo, manter o poder de influir nos rumos e em cada decisão do país.
Trata-se de uma reprovação à mídia mais clara do que ao candidato dela. Ao endossar, como endossou, as acusações de Serra a Dilma, a mídia receberá do público ao qual ela se dirigiu a resposta de que este público não acreditou no que lhe foi informado…
Não me parece pouco. Então a sociedade diz à sua imprensa que acha que ela mentiu e que acha que ela, portanto, tem algum interesse na disputa, e que, então, acha que ela é desonesta, podendo ter, até, parte em algum esquema sujo, e fica por isso mesmo?! Mas é óbvio que não. Haverá conseqüência. A perda relativa de poder da mídia de influir no processo eleitoral decisivamente diminuirá a remuneração dela porque terá diminuído a sua bancada no Congresso, também.
A força oposicionista para rechaçar leis cai de forma a se poder pensar, até, em uma entre as propostas mais necessárias para a mídia brasileira formuladas em dezembro passado em Brasília, na 1ª Conferência Nacional de Comunicação, a Confecom, na qual fui delegado por São Paulo: criação do Conselho Nacional de Comunicação, que seria uma instituição reguladora da atividade midiática igualzinha às que existem em praticamente todos os países mais desenvolvidos, e que atuaria de forma a impedir abusos como o uso de concessões públicas em prol de grupos políticos como os que estamos vendo ocorrer nestas eleições.
Também haverá muita perda de dinheiro para a mídia partidarizada, pois suas bancadas de parlamentares, agora menores, constituirão barreira muito menor a iniciativas de moralização dos critérios que têm permitido o trânsito de arcas incontáveis de dinheiro público para mãos midiáticas simplesmente pelo poder que essa meia dúzia de famílias que controla a comunicação no Brasil ainda detém de criar crises pela bancada sólida que tem para aprovar ou dificultar a vida do governo no Congresso.
No vácuo de credibilidade e de legitimidade para difundir informações de forma hegemônica que havia antes e que agora terá desaparecido, surgirá espaço para uma nova imprensa formadora de opinião que consiga despertar credibilidade e demonstrar isenção de uma forma que esta mídia atual não tem mais condições de fazer. Ao menos no médio prazo.
Em minha opinião, levará anos para que os atuais meios de comunicação voltem a ser encarados sem muita desconfiança, quando o assunto for política. Para elidir a memória sobre o tanto que erraram em todos esses anos, Globo, Folha, Veja, Estadão e seus tentáculos precisarão produzir muito acerto ao longo do tempo, de forma que, lá na frente, seja inegável que o acerto existiu, pois não existirá mais o poder de fazer algo que não ocorreu se materializar como verdade antes de que se saiba, realmente, o que houve.
Há que levar em conta, finalmente, que o que essas pesquisas estão dizendo ainda não pode ser dado como certo, mas indica que o recado das urnas para os que estão submetendo o Brasil a esta campanha eleitoral deprimente, que pretende discutir a vitimização de José Serra em vez dos interesses coletivos, é o de que não acredita neles e, ao não acreditar, pode vedar o acesso deles ao poder, entregando-o aos seus adversários.
Por fim, o fato de o povo ter deixado de ser bobo interessa a todos os políticos, independentemente de serem petistas, tucanos ou coisa que o valha. O Brasil que emergirá das urnas terá adquirido critérios muito claros para o que quer e em que prazo quer – e em que medida. O brasileiro descobriu que é possível mudar de vida através da política. Essa é a grande mudança neste país e ainda não enxergamos toda a sua dimensão. Mas enxergaremos.
Pode ser cedo para afirmar que é imutável a opção que parece que o eleitorado brasileiro fará no próximo dia 3 de outubro, mas não é cedo para analisar o que deve ocorrer em caso de se confirmarem as previsões das pesquisas e, mais do que isso, caso se confirme a natureza do recado que a sociedade estará dando ao materializar a opção que parece mais provável que o país adotará, a despeito das concessões inevitáveis que se possa fazer ao acaso…
Urge entender a natureza do recado que o eleitorado estará dando em caso de eleger, em primeiro turno, uma candidata que sofreu acusações como as que Dilma vem sofrendo no decorrer dos últimos dois anos. Seria ocioso abordá-las individualmente, enumerando-as. Quem se informa minimamente sobre política certamente já ouviu ou leu algumas – e não terão sido poucas. Apenas porque bombardeio acusatório igual na mídia, só quem já sofreu igual, no Brasil contemporâneo, foi o padrinho político da candidata.
E levemos em conta o endosso dos ditos “formadores de opinião” da grande mídia às acusações de Serra a Dilma. Eles estão dizendo ao seu público que o tucano diz a verdade e que a adversária mente. Tenho isso gravado em vídeo depois que assisti em duas concessões públicas. Até entrei na Justiça contra o que assisti, pois achei ilegal.
Portanto, a decisão que o eleitorado tomará, se por Dilma ou por Serra, será tomada em franco desafio à informação que esses grandes grupos de mídia terão, naquele momento, difundido sem parar durante todo o período da propaganda eleitoral “gratuita” na televisão e no rádio, o que terá constituído grave infração à lei eleitoral por conta de ter dado ao lado do PSDB uma vantagem muito maior em termos de propaganda em concessões públicas.
Ocorre, porém, que, às vezes, o tempo para dizer a verdade, por menor que seja, basta, enquanto que o tempo para mentir, por maior que possa ser, jamais será suficiente.
Não me parece exagero dizer, portanto, que a vitória de Dilma em primeiro turno, em 3 de outubro vindouro, constituir-se-ia em um recado da sociedade à mídia e ao resto do grupo político que circunda Serra, na condição deste de laranja da complexa máquina conservadora e patrimonialista que tenta, a todo custo, manter o poder de influir nos rumos e em cada decisão do país.
Trata-se de uma reprovação à mídia mais clara do que ao candidato dela. Ao endossar, como endossou, as acusações de Serra a Dilma, a mídia receberá do público ao qual ela se dirigiu a resposta de que este público não acreditou no que lhe foi informado…
Não me parece pouco. Então a sociedade diz à sua imprensa que acha que ela mentiu e que acha que ela, portanto, tem algum interesse na disputa, e que, então, acha que ela é desonesta, podendo ter, até, parte em algum esquema sujo, e fica por isso mesmo?! Mas é óbvio que não. Haverá conseqüência. A perda relativa de poder da mídia de influir no processo eleitoral decisivamente diminuirá a remuneração dela porque terá diminuído a sua bancada no Congresso, também.
A força oposicionista para rechaçar leis cai de forma a se poder pensar, até, em uma entre as propostas mais necessárias para a mídia brasileira formuladas em dezembro passado em Brasília, na 1ª Conferência Nacional de Comunicação, a Confecom, na qual fui delegado por São Paulo: criação do Conselho Nacional de Comunicação, que seria uma instituição reguladora da atividade midiática igualzinha às que existem em praticamente todos os países mais desenvolvidos, e que atuaria de forma a impedir abusos como o uso de concessões públicas em prol de grupos políticos como os que estamos vendo ocorrer nestas eleições.
Também haverá muita perda de dinheiro para a mídia partidarizada, pois suas bancadas de parlamentares, agora menores, constituirão barreira muito menor a iniciativas de moralização dos critérios que têm permitido o trânsito de arcas incontáveis de dinheiro público para mãos midiáticas simplesmente pelo poder que essa meia dúzia de famílias que controla a comunicação no Brasil ainda detém de criar crises pela bancada sólida que tem para aprovar ou dificultar a vida do governo no Congresso.
No vácuo de credibilidade e de legitimidade para difundir informações de forma hegemônica que havia antes e que agora terá desaparecido, surgirá espaço para uma nova imprensa formadora de opinião que consiga despertar credibilidade e demonstrar isenção de uma forma que esta mídia atual não tem mais condições de fazer. Ao menos no médio prazo.
Em minha opinião, levará anos para que os atuais meios de comunicação voltem a ser encarados sem muita desconfiança, quando o assunto for política. Para elidir a memória sobre o tanto que erraram em todos esses anos, Globo, Folha, Veja, Estadão e seus tentáculos precisarão produzir muito acerto ao longo do tempo, de forma que, lá na frente, seja inegável que o acerto existiu, pois não existirá mais o poder de fazer algo que não ocorreu se materializar como verdade antes de que se saiba, realmente, o que houve.
Há que levar em conta, finalmente, que o que essas pesquisas estão dizendo ainda não pode ser dado como certo, mas indica que o recado das urnas para os que estão submetendo o Brasil a esta campanha eleitoral deprimente, que pretende discutir a vitimização de José Serra em vez dos interesses coletivos, é o de que não acredita neles e, ao não acreditar, pode vedar o acesso deles ao poder, entregando-o aos seus adversários.
Por fim, o fato de o povo ter deixado de ser bobo interessa a todos os políticos, independentemente de serem petistas, tucanos ou coisa que o valha. O Brasil que emergirá das urnas terá adquirido critérios muito claros para o que quer e em que prazo quer – e em que medida. O brasileiro descobriu que é possível mudar de vida através da política. Essa é a grande mudança neste país e ainda não enxergamos toda a sua dimensão. Mas enxergaremos.
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