Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 25 de novembro de 2012

Corruptos não ajudam a polícia a investigá-los


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Ainda está distante o dia em que conseguirão um mísero elemento para acusar Lula de alguma coisa. O caso da chefe do gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha – indiciada pela PF por suspeita de tráfico de influência –, será só mais uma entre tantas apostas similares contra o ex-presidente que deram com os burros n’água.
Ainda me espanto com a falta de inteligência de um setor pequeno e barulhento da sociedade que não consegue enxergar que desde a ação penal 470 (mensalão) até esse último caso envolvendo uma assessora próxima do presidente anterior e da atual, tudo que a oposição e a mídia usaram até hoje contra os petistas decorreu de ações de Lula e Dilma no sentido de investigarem corrupção doa a quem doer, mesmo que doa a eles mesmos.
Vamos esclarecer uma coisa: quem nomeou os procuradores-gerais da República que acusaram petistas pelo mensalão, foi Lula. Quem nomeou a maioria dos ministros do STF que condenou aliados do ex-presidente e da sucessora, foram estes dois. Quem dotou a Polícia Federal, a Controladoria Geral da União e todos os demais órgãos de controle de meios para investigar o governo, foi o governo.
Alguns dirão que os governos Lula e Dilma não fizeram nada além da obrigação ao nomearem juízes e procuradores isentos, que, assim, poderiam lhes causar constrangimento pela natureza do cargo a que foram conduzidos – só o procurador-geral da República pode denunciar um presidente.
Não é bem assim. Antes de Lula, as nomeações eram de apaniguados do governo. Fernando Henrique Cardoso teve um só procurador-geral da República durante oito anos – Lula nomeou quatro. E o procurador nomeado por FHC jamais instalou uma investigação contra o governo, apesar da fartura de provas que havia em casos, por exemplo, como o da compra de votos da reeleição. Já os procuradores nomeados por Lula… Bem, leitor, você já sabe.
Assim, para validar o julgamento de exceção que toda imprensa admite, ao menos, que inovou em termos de aplicação da lei, dizem que a prova de que estaria sendo um julgamento justo é a de que foram Lula e Dilma que nomearam os juízes que estão decidindo contra o partido de ambos. Ora, isso só prova que os dois não usaram critério de escolha incorreto, ou seja, não escolheram aliados políticos. Ponto.
Voltando ao caso “Rose”, então. Apesar de mídia e oposição estarem achando, mais uma vez, que agora pegam Lula, fica a dúvida sobre se apostam nisso só por má fé ou se é, também, por burrice. Essa gente acredita mesmo que Lula e Dilma dariam a independência que dão aos órgãos de controle se algum dos dois estivesse envolvido em alguma ilegalidade?
Claro que, até aqui, tentam atingir só a Lula. Contudo, basta refletir que Rosemary trabalhava com Dilma até há pouco para entender como, no futuro, a proximidade de um subordinado envolvido em malfeitos pode atrair a boa e velha teoria do “domínio do fato”, que, agora, poderia ser usada para acusar a presidente…
Seja como for, a cada vez que uma instituição como a Polícia Federal ou o Ministério da Justiça, ambas comandadas pelo governo federal, apura alguma coisa errada neste governo ou no anterior, isso só prova que os titulares desses governos nada têm a temer. Ou alguém acha que um presidente não tem como impedir PF ou MJ de agirem em seu desfavor?
*
PS: Cuidado! Não se esqueçam de Erenice Guerra. Em 2010, foi colocada na mesma situação de Rosemary Noronha e neste ano, há poucos meses, foi inocentada de todas as acusações.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Mas Erenice não era “culpada”?

A mídia, no mundo inteiro, tem um poder que ninguém deveria ter nas democracias: condenar e absolver quem quiser das acusações que faz ou que, para os políticos “amigos”, tenta desfazer. Agora mesmo, o país está às portas de ver no que vai dar uma dessas feitiçarias midiáticas, a do escândalo do mensalão “do PT”.
Há mais ou menos sete anos que a opinião pública vem sendo induzida pela mídia a acreditar piamente na culpa “inquestionável” dos 38 réus no inquérito do mensalão, o qual vai a julgamento no STF a partir da semana que vem. Muita gente caiu nessa, inclusive pessoas que não são movidas pela má fé da imprensa partidarizada.
Na semana que finda, porém, ainda que a notícia tenha sido dada com extrema discrição, mais um dos integrantes de um governo petista que fora “condenado” pela mídia foi absolvido pela Justiça, gerando perplexidade naqueles que tiveram acesso à notícia mal-divulgada sobre essa absolvição.
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região arquivou o processo contra a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra por suposto tráfico de influência, após acatar recomendação do Ministério Público Federal (MPF). A decisão foi decretada na sexta-feira passada (20) pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal.
Em 2010, no auge da campanha eleitoral em que Dilma Rousseff derrotou José Serra, Erenice – sucessora de Dilma na Casa Civil – fora acusada pela mídia de ter beneficiado parentes em contratações de serviços aéreos para os Correios, estudos para projetos de mobilidade urbana e outorgas de concessão de serviço móvel especializado.
As denúncias contra Erenice, entre outros fatores, ajudaram a levar a eleição presidencial de 2010 para o segundo turno, favorecendo José Serra, que por pouco não sofreu uma derrota ainda maior para alguém como Dilma, que, ao contrário dele, jamais disputara uma eleição na vida.
A indisposição da mídia com Erenice, em particular, fora desencadeada mais de dois anos antes, ainda em 2008, quando também sofrera outra acusação que se esboroou ao ser investigada pela Justiça e pela Polícia Federal.
Naquele início de 2008, a oposição acusara o governo Lula de montar um dossiê com gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O objetivo, de acordo com a oposição, seria constrangê-la na CPI dos Cartões, criada naquele ano para investigar possíveis irregularidades no uso dos cartões corporativos do governo federal.
Não tardou para a mídia comprar a tese tucana. O suposto dossiê, de acordo com reportagem da Folha, foi montado pela secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, braço direito da ministra Dilma Rousseff. A oposição e aquele jornal, e posteriormente o resto da mídia, insinuaram que a hoje presidente da República tinha ordenado a Erenice a confecção do dossiê.
Ainda hoje, apesar da primeira absolvição de Erenice, a mídia e a oposição a Dilma tratam aquele caso como se tivesse dado em alguma coisa – continuam repetindo uma acusação que, após ser investigada exaustivamente, mostrou-se mentirosa.
Todavia, nada seria mais contundente e massacrante do que a denúncia eleitoreira que se daria contra Erenice na véspera do primeiro turno da eleição presidencial de 2010, sobre tráfico de influência por Erenice, a qual a Justiça acaba de rechaçar por falta de provas que a imprensa, então, dizia que abundavam.
Em 11 de setembro de 2010, a 3 semanas do primeiro turno da eleição presidencial, justamente em um momento em que as pesquisas davam conta de enorme superioridade de Dilma sobre Serra, a revista Veja acusa o filho de Erenice de fazer “tráfico de influência” usando o cargo da mãe, então ministra da Casa Civil.
A partir dali, todo o noticiário foi sendo construído de forma a garantir à sociedade que Erenice  e Dilma eram culpadas das acusações sem provas que a Veja fez e que toda a grande imprensa comprou sem questionar nada. O noticiário não deixava margem para sequer cogitar que a acusação não fosse séria.
Abaixo, algumas capas da Folha – que poderiam ser da Veja, de O Globo, do Estadão etc – que acusaram Erenice de forma tão cabal que não houve outro jeito senão demiti-la, e que servem de amostra de um fato impressionante: de 11 de setembro a 3 de outubro, todo dia Folha, Estadão, Globo e (semanalmente) Veja fustigaram a campanha de Dilma com o caso Erenice até a eleição ir ao segundo turno.
Observação: leia a primeira coluna de capas da Folha e depois a segunda coluna, obedecendo à ordem de datas abaixo de cada capa.


Agora, leitor, dê uma olhada, abaixo, em como saiu a notícia da absolvição de Erenice nesse mesmo jornal.

Não é por outra razão que Erenice Guerra anunciou, após ser absolvida, que estuda processar por danos morais os veículos de comunicação que, segundo afirmou, “promoveram um verdadeiro linchamento público” com objetivo eleitoral.
Essa é uma causa ganha – ou deveria ser, devido ao que prova este post sobre o que fez a mídia na reta final do primeiro turno da campanha eleitoral de 2010. O que se espera, portanto, é que Erenice não esmoreça e leve esse processo até o fim, pois esse tipo de armação continua sendo praticado a cada ano eleitoral pela mídia.
Agora mesmo, isso está acontecendo no que tange ao inquérito do mensalão, que começa a ser julgado pelo STF nos próximos dias. O uso eleitoral do processo está ocorrendo tal qual ocorreu em 2010, conforme se vê acima.
Todavia, assim como em 2010 não deu certo, em 2012 isso pode se repetir. Até porque, caso o STF absolva José Dirceu – e, quando se fala no inquérito do mensalão, fala-se especificamente nele – não apenas o resultado eleitoral que a mídia tucana busca pode ser de novo frustrado, mas essa mídia pode sofrer uma desmoralização muito maior do que a de 2010.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

“Consultor” condenado conta com Serra para arrumar contrato no BNDES


O impoluto consultor Rubnei Quícoli, que a Folha de S.Paulotratou com deferência apesar de sua ficha criminal não o recomendar como testemunha idônea, está totalmente comprometido com a campanha de José Serra.
Além de sua denúncia sobre cobrança de propinas junto à Casa Civil ter o objetivo claro de tentar atingir a campanha de Dilma, Quícoli, diz que gravou depoimento para a campanha de Serra e sonha com a eleição do tucano para ver se leva adiante o contrato com o BNDES, rejeitado pela absoluta incompatibilidade dos proponentes com o tamanho do projeto.
Depois de um depoimento truncado na Polícia Federal, no qual desdisse o que disse, Quícoli comentou que voltará a Brasília “para dois eventos: a posse do presidente José Serra e a assinatura do empreendimento da usina solar”, afirmou, segundo o Terra.
Será que a Folha e o resto da mídia, que tanto crédito deram ao “consultor”condenado por receptação de carga roubada, vão perguntar a Serra se iria facilitar o contrato intermediado pelo consultor? Ou o que Quícoli fala só interessa se atingir o outro lado da disputa eleitoral?
Fica cada vez mais claro que o consultor condenado pela Justiça é um agente da campanha serrista plantado para tumultuar as eleições e ajudar o tucano. Ajuda que ele, aliás, prestou de bom grado diretamente à campanha como contou ao deixar a PF. “Gravei depoimento para a campanha do Serra como gravaria para a campanha da Dilma, vivemos em um País livre, onde há tanta liberdade que alguns jornalistas distorcem a verdade.”
Além de picaretagem, o tal do Quicoli é especialista em “cara de pau”.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Imprensa & Eleições: crítica da razão indefesa


Quando a propagação de um jornalismo partidarizado se une à política convencional, temos o perigo real. Uma fábrica de manipulação quando começa a funcionar durante duas horas ao dia é prenúncio de que logo estará funcionando 24 horas ao dia, em três turnos ininterruptos.
Washington Araújo
Certa vez em uma entrevista, um diretor polonês disse que, por um longo tempo, a mídia em seu país havia dedicado sua primeira página todos os dias para falar sobre o governo sem nunca reportar que os cidadãos estavam fugindo em massa para Londres em busca de um futuro melhor. O diretor disse que um dia recebeu a mensagem dando conta que 1 milhão de poloneses havia emigrado de seu país. E, finalmente, foi com essa imagem da massa de emigrantes que os jornais formaram suas primeiras páginas.

Há que se perguntar como é que tão grande número de poloneses saiu do país sem que ao menos isso fosse noticiado? A verdade é que os jornais tinham, àquela altura, se distanciado profundamente da sociedade que buscavam retratar. Colocaram tanto foco nas minúcias, nos detalhes que ajudavam a perceber a realidade mais ao seu gosto, que perderam qualquer contato com a imagem da floresta. Isto me faz refletir sobre o momento atual por que atravessam nossos grandes conglomerados midiáticos. Estes cerram fileiras em torno dos grãos.

Todo esforço, todo grama de energia, todo milésimo de segundo é dedicado integralmente a potencializar o que sentem ser um retrato fiel da sociedade brasileira na atualidade. Hoje, imensas trilhas foram abertas nas florestas da informação, mas a grande imprensa não consegue nem mesmo ver as árvores. Para ela, uma ou duas folhas de uma árvore assumem importância tal que podem obliterar o conjunto todo.

Excesso de bordões
Neste contexto penso que para chegarmos sãos e salvos ao dia 3 de outubro haveremos ainda que passar por manchetes diárias estampadas em nossa grande imprensa (Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo, O Globo) dando conta da violação de sigilos fiscais de adicionais 21 pessoas intimamente relacionadas com a família do candidato José Serra. Após a quebra do sigilo da filha e do genro, do primo de sua mulher, ainda saberemos que foram ao meio fio os sigilos da sogra, da sobrinha, de dois tios, de uma comadre de sua filha e de sua afilhada. É o jornalismo conta-gotas, como se a sociedade estivesse recebendo ao longo das próximas semanas doses diárias do homeopático Beladona.

O meio mais eficaz para banalizar um crime é tratá-lo como banal. Simples assim. E é isto o que a imprensa paulista, aquela que se autointitula de abrangência nacional, vem fazendo desde os últimos dias e deverá pautar sua equipe de "opinionistas" e colaboradores: a cada dia o escândalo requentado busca render imagens "na medida" para atender interesses eleitorais na propaganda veiculada na tevê.

Ora, jornalismo geralmente envolve a arte e o ofício de refletir a realidade com os dados verificados, a fim de dar aos indivíduos o instrumental necessário para formar uma opinião construída sobre aquilo que acontece e como isso lhe pode afetar. É a esse jornalismo que nos dedicamos, e onde alguns atuam com mais ou com menos assertividade, com mais ou com menos credibilidade para, ao fim, poder visualizar essa foto do momento atual.

No caso dos sigilos há excesso nos enfoques: o culpado não pode ser outro que não o PT, a candidata governista. Excesso nos métodos: os jornais publicam a mesma manchete com leves alterações. Excesso no espaço: primeira página, editorial, caderno eleições. Excesso na contundência: a candidatura do governo precisa ser cassada pelo TSE. Excesso na repetição de bordões e frases feitas: terrorismo de Estado, crime fiscal hediondo, crime de lesa pátria, ilegalidade abominável. Excesso de opinião: todos os que têm a opinião impressa falam a mesma língua, usam os mesmos recursos lingüísticos e se estivessem em bancada de telejornal da noite, fariam as mesmas caras e bocas.

Libelo diários
Não por coincidência é um caso abordado por meio de muitos adjetivos e pouquíssimos substantivos. É que falta a verificação de dados: que informações sigilosas vieram à luz do dia? Falta clareza sobre os autores reais porque são privilegiados autores imaginários que se confundem, não por artes do destino, com a candidata majoritariamente mais bem avaliada em um mix de pesquisas de opinião.

De repente, nós encontramos um conjunto de casos em que as publicações fazem marcha batida para a direita, uma direção que até bem pouco parecia completamente escondida, mas que agora parece estar em seu habitat natural. Ao emitir esta percepção quero salientar que não estou falando de ideologia, de uma luta leal entre os argumentos concorrentes e diferentes pontos de vista.

Refiro-me a jornalistas e a políticos que consideram a busca da verdade nada mais que uma quimera. Profissionais que chegam primeiro às conclusões para depois construir os marcos indispensáveis à formulação de uma tese. Profissionais que difundem suas opiniões na forma de notícias sem atentar para o ritmo que a lógica impôs há séculos no discurso racional e que deve tornar sólida a democracia. Não posso deixar de ver que tal técnica de ignorar a lógica e atacar a verdade pode conduzir o Brasil a um caminho de tristíssima memória, que remonta aos primeiros anos de 1960, que conduz ao acirramento dos ânimos onde a luta pelo poder tem como insígnia a compreensão equivocada que os fins sempre estarão a serviço dos meios.

Quando a propagação de um jornalismo partidarizado se une à política convencional, temos o perigo real. Uma fábrica de manipulação quando começa a funcionar durante duas horas ao dia é prenúncio de que logo estará funcionando 24 horas ao dia, em três turnos ininterruptos. E não há nada pior do que estes libelos diários a atiçar os piores instintos da sociedade: alguns partidos sem líderes capazes de se manter frios e que se coloquem em defesa da razão. À ausência de tal liderança calma e clara em nossos principais partidos em tempos de crise, aliado ainda à guerra contra a verdade e a lógica, podem apenas nos trazer maus presságios.

Washington Araújo é jornalista e escritor. Mestre em Comunicação pela
UNB, tem livros sobre mídia, direitos humanos e ética publicados no Brasil,
Argentina, Espanha, México. Tem o blog http://www.cidadaodomundo.org
Email - wlaraujo9@gmail.com

Os escândalos políticos midiáticos


Os escândalos políticos midiáticos
Não seria exatamente a tentativa de controlar a esfera propriamente política o último recurso que a grande mídia – declaradamente oposicionista pela voz da presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) – estaria a exercer na construção de escândalos políticos midiáticos a poucas semanas das eleições?
Venício Lima

Artigo publicado originalmente no Observatório da Imprensa

Tão logo as pesquisas revelaram que uma das candidatas à presidência da República havia atingido índices de intenção de voto difíceis de serem revertidos, e que os resultados indicavam a possibilidade de decisão ainda no primeiro turno, a grande mídia e seus "formadores de opinião" reagiram prontamente. Insistiram eles que fatos novos poderiam ocorrer e que ainda era muito cedo para cantar vitória.

Um exemplo: sob o título "Festa na véspera", a principal colunista de economia do jornal O Globo escreveu em sua coluna "Panorama Econômico" do dia 31 de agosto:

"Então é isso? Uma eleição cuja campanha começou antes da hora acabou antes que os votos sejam depositados na urna? (...) Fala-se do futuro como inexorável. O quadro está amplamente favorável a Dilma Rousseff, mas é preciso ter respeito pelo processo eleitoral. Se pesquisa fosse voto, era bem mais simples e barato escolher o governante."

Simultaneamente, a poucas semanas do primeiro turno das eleições, os jornalões, a principal revista semanal e a principal rede de televisão abriram fartos espaços para a divulgação de "escândalos" com a óbvia intenção de atingir a reputação pública da candidata favorita.

O primeiro, diz respeito a vazamento de informações sigilosas da Receita Federal ocorridos em setembro de 2009 [antes, portanto, da escolha oficial dos candidatos e do início da campanha eleitoral]. O "escândalo" foi imediatamente comparado com o caso Watergate, que levou à renúncia o presidente dos EUA Richard Nixon, em 1974, e também à prisão de integrantes do PT em hotel de São Paulo, em 2006. A narrativa midiática logo passou a referir-se a ele como "Aloprados II" e/ou "Receitagate".

O segundo, que surge tão logo o primeiro parece não ter atingido os objetivos esperados, faz um incrível malabarismo ao tentar incriminar a candidata favorita através de ações de lobby e tráfico de influência atribuídos ao filho de sua ex-auxiliar. Um exemplo: a manchete de primeira página da Folha de S.Paulo de domingo (12/9): "Filho do braço direito de Dilma atua como lobista".

O que estaria acontecendo na grande mídia brasileira?

Controle e dinâmica
Em abril de 2006, no correr da "crise do mensalão", escrevi neste Observatório [ver "Escândalos midiáticos no tempo e no espaço"] sobre o conceito de "escândalo político midiático" (EPM) desenvolvido pelo professor da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, John B. Thompson, em seu aclamado O escândalo político – Poder e visibilidade na era da mídia (Vozes, 1ª edição, 2002).

O momento é oportuno para retomar os ensinamentos de Thompson.

Os EPM surgem historicamente no contexto do chamado jornalismo investigativo, combinado com o crescimento da mídia de massa e a disseminação das tecnologias de informação e comunicação. E, sobretudo, no quadro das profundas transformações que ocorreram na natureza do processo político, ainda dependente, em grande parte, da mídia tradicional. Envolve indivíduos ou ações situados dentro de um campo ligado à aquisição e ao exercício do poder político através do uso, dentre outros, do poder simbólico. Fundamentalmente, o exercício do poder político depende do uso do poder simbólico para cultivar e sustentar a crença na legitimidade.

O poder simbólico, por sua vez, refere-se à capacidade de intervir no curso dos acontecimentos, de influenciar as ações e crenças de outros e também de criar acontecimentos, através da produção e transmissão de formas simbólicas. Para exercer esse poder, é necessário a utilização de vários tipos de recursos, mas, basicamente, usar a grande mídia, que produz e transmite capital simbólico – vale dizer, controla a visibilidade pública. A reputação, por exemplo, é um aspecto do capital simbólico, atributo de um indivíduo ou de uma instituição. O que está em jogo, portanto, num EPM é o capital simbólico do político, sobretudo sua reputação.

Como a grande mídia se tornou a principal arena em que as relações do campo político são criadas, sustentadas e, ocasionalmente, destruídas, a apresentação e repercussão dos EPM não são características secundárias ou acidentais. Ao contrário, são partes constitutivas dos próprios EPM.

Escândalo político midiático, portanto, é o evento que implica a revelação, através da mídia, de atividades previamente ocultadas e moralmente desonrosas, desencadeando uma seqüência de ocorrências posteriores. O controle e a dinâmica de todo o processo deslocam-se dos atores inicialmente envolvidos para os jornalistas e para a mídia.

Jogo de poder
Na verdade, a grande mídia ainda detém um enorme poder de legitimar a esfera propriamente política através do tipo de visibilidade pública que a ela oferece. Os atores da esfera política dependem de visibilidade na esfera midiática para se elegerem e/ou se manterem no poder. Através desse poder, próprio da esfera midiática, a grande mídia tenta submeter e controlar o processo político, em particular os processos eleitorais. É aí que surgem os EPM.

Não seria exatamente a tentativa de controlar a esfera propriamente política o último recurso que a grande mídia – declaradamente oposicionista pela voz da presidente da ANJ – estaria a exercer na construção de EPM a poucas semanas das eleições?

Será que o Brasil de 2010 é o mesmo de 2006, quando tentativa semelhante levou as eleições presidenciais para o segundo turno?

O que está realmente em jogo é o poder da mídia tradicional – e, por óbvio, dos grupos dominantes do setor – em tempos de profundas transformações nas comunicações. Em tempos de internet.

Quem viver verá.

Venício A. de Lima é professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Liberdade de Expressão vs. Liberdade de Imprensa – Direito à Comunicação e Democracia, Publisher, 2010.

jornal nacional faz o que o Serra não precisa fazer

A edição do jornal nacional desta quinta feira, na queda da ministra Erenice Guerra, foi uma dose tripla de Golpismo.

Uma reportagem ininteligível de Tonico Ferreira, ao longo de duas horas e 79 minutos, “leu” na televisão – ah !, se o Boni ainda mandasse ! – as edições completas da Folha (*) de hoje e da Veja deste domingo.

Foi uma tentativa inútil de impressionar não pelo conteúdo (inatingível), mas pelo volume, pela duração.

Nada disso, foi apenas uma reportagem chata.

Depois, veio uma reportagem de Brasília, igualmente opaca, confusa – de jornal escrito.

O pessoal da Globo (do Ali Kamel) desaprendeu televisão.

Pensa que televisão é jornal.

Mas, não é para entender.

É para sentir.

É para ter a impressão de que se trata de uma catástrofe.

E não é.

É apenas outra tentativa de Golpe.

Clique aqui para ler sobre a Operação Lunus, versão 2010.

Depois veio o programa do Serra.

Medíocre, como ele.

E termina numa coda: associar a Erenice ao José Dirceu e à Dilma.

Perda de tempo.

Até o ex-presidiário que se tornou fidedigna fonte da Folha (*) chegar à Dilma, a Dilma já terá tomado posse.

Por falar nisso: cadê a crise do sigilo ?

Não colou ?

Aí, vem o programa da Dilma.

Um show de televisão.

Ignora solenemente a Baixaria do Zé.

E mostra o Brasil que não passa na Globo.

Como disse o Marcos Coimbra, o programa eleitoral da Dilma teve a propriedade de informar, mostrar o que muitos brasileiros não conheciam.

Hoje, por exemplo, revelou a grandiosidade das usinas de Jirau e Santo Antonio, no rio Madeira.

(Aquelas dos bagres da Marina.)

Por que o super-rocambolesco-aero-pseudo-jato-informativo do Ernesto Paglia não sobrevoa Jirau e Santo Antonio, já que ele está li, pertinho ?

O programa da Dilma, além de informar, faz o que o Lula sempre quis: pendurar o FHC no pescoço do Zé Baixaria.

E a comparação é de cortar os pulsos dos dois jenios: FHC e seu discípulo dileto.

Enquanto isso, o jornal nacional dava curso à Operação Lunus, 2010.

Só tem um problema.

No dia 4 de setembro, Serra se torna poeta municipal.

Vai chefiar futuras Operação Lunus.

E a Globo continua.

Provisoriamente, na liderança.

Provisoriamente.


Paulo Henrique Amorim



(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Eu confio no povo brasileiro


Posted by eduguim on 17/09/10 • Categorized as Opinião do blog
Muita gente sensata e preparada discordará deste blogueiro quando diz que mantém uma fé inabalável na democracia. Mais do que um sistema em si, no qual a vontade da maioria prevalece, o que produz de melhor é o aprendizado democrático.
A democracia deixou de ser praticada neste país durante mais de duas décadas. Em 1989, quando voltamos a exercitá-la, a nova geração de um país de jovens ainda teria que aprender a lidar com essa direita midiática que continua tentando lhe tenta conduzir a vontade eleitoral.

Duas décadas depois, porém, o brasileiro adquiriu experiência democrática. Não se deixa mais enganar por ter aprendido a fazer perguntas a si mesmo que não faria quando do retorno do direito ao sufrágio universal em todos os níveis de governo.

O marco da evolução da experiência democrática de nosso povo nem é tão recente. Começou em 2002, com um ato de coragem que foi o de eleger presidente um homem que essa mesma imprensa disse, por décadas, que afundaria o país.

A escolha foi simples em 2006 e será ainda mais simples em 2010. Todos esperavam a sucessão de denúncias que cumpriu o script que a blogosfera deduziu e anunciou com grande antecedência.

Esse mesmo povo sabe ainda mais, que em um eventual governo de continuidade o bombardeio continuará tentando atrapalhar a administração do país, de forma que caminhe mal, o que criaria o ambiente para que as forças políticas de sabotagem retomassem o poder.

Enganam-se os que subestimam o povo brasileiro – e, por mais que tentem se mostrar conformados com o rumo da decisão eleitoral deste povo, acreditam piamente na possibilidade de revertê-la.

Fracassarão. Continuo dizendo que a sociedade brasileira não aceita mais campanhas eleitorais como a que José Serra e seu aparato de propaganda extra-oficial deram, novamente, ao país. E como não aceita, dará esse recado nas urnas de forma clara, dentro de 16 dias.

Os devaneios sobre comprometer o novo governo desde o início, tampouco se transformarão em realidade. Este povo sustentará esse governo enquanto ele se mantiver no rumo traçado por Lula.

A vitória de 3 de outubro não será de um partido ou de um candidato – ou candidata. Será de um povo que chegou ao início deste século compreendendo um fato crucial, o de que a política pode mudar a sua vida. Eu confio em nosso povo.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sigilo, Erenice: é a Operação Lunus – 20


A Lunus terá sempre a missão de criminalizar o Lula para derrubá-lo
O Golpe da quebra do sigilo e o Golpe da Erenice têm a mesma matriz: a Operação Lunus de 2002.
Este post é produto, apenas, da utilização de um dos dois neurônios de que dispõe este ordinário blogueiro (um dos neurônios, como se sabe, dedica-se exclusivamente a Daniel Dantas).
Está em curso uma Operação Lunus 2010.

Em 2002, José Serra desmanchou a candidatura de Roseana Sarney à Presidência com uma Operação Lunus.

Ele contou com o apoio do Ministerio Público (cuidado, Dr Gurgel !) Federal, da Policia Federal, sob a batuta do Marcelo Itagiba, e do próprio presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.

Foi quando fotografaram as cédulas na empresa do marido da Roseana.

E o Presidente da República recebeu no fax do Palácio do Alvorada a mensagem tranqulizadora: missão cumprida !

Isso foi numa sexta feira à noite e, no sábado, a revista Época (da Globo), sob a direção iluminada de Paulo Moreira Leite, trazia na capa as fotos da grana em cima da mesa.

Um Golpe de Mestre.

Depois, Serra desmanchou Ciro e partiu para desmanchar o Lula.

O que, de fato, conseguiu.

Como se sabe, Serra deu uma surra no Lula por 39% a 61%.

A Operação Lunus se compõe de “vigilantes”, de operadores do bas-fond da comunidade de informações, policiais semi-analfabetos, políticos do baixo clero, e milionários desocupados.

Eles produzem dossiês, reportagens, testemunhas bombas, fitas, audios, fotos e cameras indiscretas.

O resultado de uma Operação Lunus vai para o PiG 1 e a repercussão imediata para o PiG 2.

Depois é o PiG 3 quem recebe e a repercussão sai no Pig 4.

Até que todos os PiGs se realimentem da Operação Lunus.

Quem poderia dar um depoimento interessante sobre isso seria Marcio Aith, hoje assessor de imprensa do Serra.

Ele conhece isso por dentro e poderia denunciar o esquema numa trepidante reportagem na Folha (**).

Em 2006, a mesma Operação Lunus conseguiu desmanchar a denuncia das ambulâncias super-faturadas na jestão de José Serra/Barjas Negri, no Ministerio da Saude.

E, em cima das ambulâncias, criou o Golpe dos Aloprados.

Um delegado da Policia Federal (onde anda ele, o delegado Bruno ?) providenciou as fotos que o inclito delegado Paulo Lacerda tinha mandado fechar a quatro chaves.

As notas foram apropriadamente “furtadas” de cima da mesa do delegado Bruno pela equipe da produção do programa do Serra/Alckmin na tevê – a primeira a chegar -, pela Folha e pela Globo.

Na Globo, o reporter/heroi, Rodrigo Boccardi, foi premiado com a correspondência em Nova York.

A imediata repercussão levou a eleição para o segundo turno, a master class da carreira de Ali Kamel.

Clique aqui para ler “O primeiro Golpe já houve – falta o segundo”.

O produto da Operação Lunus é distribuido gratuitamente aos diversos órgãos do PiG (*).

O resultado da investigação passa a ter a paternidade do reporter escalado para dar corpo e forma ao conjunto de “informações” que a Operação Lunus produz.

Como enfrentar isso, no plano policial ?

Primeiro, o Governo deveria dispor de uma ABIN eficiente e, não, da ABIN castrada que resultou da defenestração do inclito delegado Paulo Lacerda pelo ataque bi-frontal desfechado por Gilmar Dantas (***) e o ministro serrista Nelson Jobim.

A melhor fonte de informação do Governo Lula é a internet.

Segundo, se a Policia Federal voltasse a ser republicana.

Ela também foi castrada pela defenestração do dr Paulo Lacerda e o iminente encarceramento do inclito delegado Protogenes Queiroz por seu algoz, Luiz Fernando Corrêa, que ainda não achou o audio do grampo.

Se fosse um sistema republicano, a ABIN identificava a ação criminosa, passava à Policia Federal e os operadores da Operação Lunus e os jornalistas que a ela se submetem iam todos para o PF Hilton.

De resto, não há o que fazer.

A Operação Lunus está em marcha.

O Golpe de hoje – Erenice – deleta o de ontem – o sigilo.

O de amanhã deletará o da Erenice, já demitida.

E se encerrará na edição de 1o. de outubro do jornal nacional, para quando, provavelmente, se reservará o Golpe mais baixo – sem que a Dilma conte com o horário eleitoral para refutar.

Por enquanto, a Roseana Sarney de 2010 é a brava Erenice Guerra.

Espera-se ardentemente que a Presidenta Dilma Rousseff instale uma banda larga neutra, universal e barata.

E aprove uma Ley de Medios.

O Brasil não pode ficar na mão do PiG e desses bandoleiros da Lunus.

Em tempo: convém lembrar que o FHC acabou de acusar o Lula de chefiar uma facção do tipo PCC.



Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(***) Clique aqui para ver como um eminente colonista (****) do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista (****) da GloboNews e da CBN se refere a Ele.

(****) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

Baixas de uma batalha suja. Avante!


Existe um ditado gaúcho que diz que “é no entrevero que morre gente”. Estamos vivendo uma campanha política das mais aéticas da história da República e nesse embate, inevitavelmente, sairão feridos.

O importante, diante destas baixas – ainda que possam ser injustas – é mantermos o foco no combate principal. E o combate principal não são os fatos que ocupam as manchetes de jornal, é a batalha para aprofundar o rumo luminoso que nosso país tomou. É isso o que está em jogo, é isso o que não se pode permitir ser atingido, ainda que isso possa ceifar alguns de nós.

Não é nosso papel julgar a culpa ou a inocência da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, que hoje apresentou o seu pedido de demissão, diante de novas acusações apresentadas via mídia. Mas também não é papel da mídia ecoar, sem reservas, acusações feitas por um cidadão condenado duas vezes pela Justiça de São Paulo por receptação de produto roubado e dinheiro falso.

O consultor Rubnei Quícoli foi denunciado pela Justiça em 2000 por receptação de moeda falsa num posto de gasolina de Campinas, e em 2003 por ocultar “em proveito próprio e alheio” uma carga de 10 toneladas de condimentos que “sabia ser produto de crime de roubo”. Em 2007, foi preso e passou cerca de 10 meses na prisão.

Este personagem pra lá de estranho denuncia ter sido chantageado por uma empresa pertencente a um filho de Erenice Guerra para obter um crédito no BNDES. Pode até estar dizendo a verdade, mas suas acusações deveriam estar sempre precedidas pela margem da dúvida diante de sua vida pregressa e, sobretudo, como dois anos depois de sair da cadeia estava pleiteando empréstimos para um projeto de R$ 9 bilhões, pergunta apropriadíssima que li no Conversa Afiada.

A Folha o estampa em foto de mais de meia página, de terno e gravata, como um “executivo responsável”, reproduzindo sua suposta indignação por ter de pagar por algo que lhe seria de direito. “Fiquei horrorizado de ter de pagar”, diz negociador, é o título da entrevista com o consultor Rubnei Quícoli.

Será que uma pessoa que já lidou com carga roubada e dinheiro falso e que passou dez meses em cana por causa disso realmente fica tão escandalizada assim com um suposto crime de chantagem?

O que impressiona num caso como esse, além do comportamento midiático é a amplitude conferida a acusações frágeis, que muitas vezes não duram mais que algumas semanas. Mas esse é um dos lados da campanha aética e sem limites e que sabemos que irá piorar. Saber disso, porém, não deve deixar de nos escandalizar.

A saída da ministra pode ter sido uma maneira de facilitar as investigações e provar a disposição de se chegar à verdade dos fatos doa a quem doer. Mas ao mesmo tempo revela a fragilidade das instituições diante de acusações preliminares, ainda longe de configurarem culpabilidade em quem quer que seja. A decisão do presidente em aceitá-la pode ser um ato preventivo e um “murchador” das armações. Ele, certamente, tem mais informações que eu para julgar e é a ele que cabe comandar este processo.

Daqui para a frente, o jogo tende a ficar mais pesado e não haverá espaço de defesa nos grandes órgãos de comunicação. Nossa trincheira terá de ser na internet terá que ser defendida heroicamente, para garantir o respeito da escolha popular por Dilma Rousseff como sua próxima presidente e para que o processo eleitoral não seja turvado por esta campanha de mistificação.

Um passo atrás – embora com o sacrifício de alguns – pode ser a garantia de dois passos à frente.

O PIG É COMO A DITADURA, TEM MEDO DAS RUAS

Já enfrentamos a tentativa de golpe: o que fazer agora
Mauro Carrara
Acabo de saber por amigos. Há festa, festa mesmo nas redações de Globo-ABril-Folha-Estado.
Comemoram a conquista de uma cidadela do adversário.
E se preparam para desfilar a partir de hoje com a cabeça de Erenice Guerra espetada num bambu.

Em "Veja", a ordem explícita é:
- agora, vamos acabar com Lula e varrer Dilma da política nacional.
Os repórteres de todas as editorias estão mobilizados para buscar qualquer indício de ligação entre Erenice a arrecadação de fundos para a campanha de Dilma Rousseff.
A ordem é fazer desta a capa da próxima edição da revista.
Estão prontos, devidamente organizados para, em seguida, exigir a cassação da candidatura progressista, apoiados por entidades como a OAB.
Mesmo que não seja obtida, pretendem criar um pressuposto de ilegitimidade no futuro governo Dilma.
Toda essa ebulição golpista poderia ter sido evitada se o PT e o Governo Federal tivessem construído uma vacina contra a mídia terrorista.
Empurraram com a barriga. Esquivaram-se da obrigação.
O PT e o Governo Federal têm medo do PIG e do GAFE.
Submetem-se a essa estrutura criminosa neofascista.
Preferiram entregar a Ministra aos lobos do que botar o dedo na cara de Roberto Civita, Roberto Irineu Marinho, Otávio Frias Filho e Ruy Mesquita.
Não há liberdade possível nem democracia nem justiça se os ocupantes do poder se submetem ao esquema de chantagens e trapaças do consórcio Globo-Abril-Folha-Estadão.
Nos próximos dias, a propaganda fascista certamente exporá a demissão da Ministra como uma admissão de culpa.
Está em curso o golpe. Wake up!
O PT é um partido sem mídia. O PSDB é um partido da mídia.
O que fazer?
A velha e a nova militância precisa sair imediatamente às ruas e exigir o restabelecimento da ordem institucional e democrática.
E o golpe precisa ser denunciado no Exterior. O mundo precisa saber que está em curso uma tentativa de hondurização do Brasil.
Se eles têm medo, nós agora teremos que esbanjar coragem.

José Serra e suas baixarias.A charuteira voltou!



Denise Abreu, ex-diretora da Anac, aparecerá na propaganda de TV de José Serra, descendo a borduna na dupla Dilma Rousseff-Erenice Guerra, acusando-as de favorecer determinadas empresas.Ta no blog do Lauro Jardim

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A próxima no programa do José Serra será Lina Vieira

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Erenice contra ataca e chama Serra de aético e derrotado


O Conversa Afiada publica textos da reação da Ministra Erenice Guerra à tentativa do Zé Baixaria de manipular o PiG (*) para dar o Golpe.
NOTA Á IMPRENSA


1.Encaminhei aos Ministros Jorge Hage, da Controladoria-Geral da União, e Luis Paulo Teles, da Justiça, ofícios em que solicito que se procedam todas as investigações necessárias no sentido de apurar rigorosamente os fatos relatados em matéria publicada pela revista Veja, em sua edição mais recente, e que envolvem tanto minha conduta administrativa quanto a de familiares meus.

2.Espero celeridade e creio na exação e competência das autoridades às quais solicitei tais apurações.

3.Reafirmo ser fundamental defender-me de forma aberta e transparente das mentiras assacadas pela revista Veja. E assim o faço diante daquela que já é a mais desmentida e desmoralizada das matérias publicadas ao longo da história da imprensa brasileira.

4.Lamento, sinceramente, que por conta da exploração político-eleitoral, mais que distorcer ou inventar fatos, se invista contra a honra alheia sem o menor pudor, sem qualquer respeito humano ou, no mínimo, com a total ausência de qualquer critério profissional ou ética jornalística.

5.Chamo a atenção do Brasil para a impressionante e indisfarçável campanha de difamação que se inicia contra minha pessoa, minha vida e minha família, sem nada poupar, apenas em favor de um candidato aético e já derrotado, em tentativa desesperada da criação de um “fato novo” que anime aqueles a quem o povo brasileiro tem rejeitado.

6.Pois o fato novo está criado e diante dos olhos da Nação: é minha disposição inabalável de enfrentar a mentira com a força da verdade e resoluta fé na Justiça de meu país, sem medo e sem ódio.
Erenice Guerra
Ministra-Chefe da Casa Civil da Presidência da República
14 de Setembro de 2010

Matéria da Veja desmorona: seis notas oficiais resgatam a verdade


Mais uma nota desmentindo cabalmente a matéria caluniosa da revista Veja sobre o suposto tráfico de influência na Casa Civil foi emitida na tarde de hoje, segunda-feira (13), desta vez pelos Correios. Com essa, já somam seis as notas oficiais que resgatam a verdade dos fatos e desmonta, uma a uma, as ilações levantadas pela revista da editora Abril.

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) afirmou em nota oficial que suas ações estão de acordo com a legislação vigente e que os contratos em vigor com a empresa de transporte aéreo de carga MTA (Master Top Airlines Ltda). “resultam de processos licitatórios regulares e transparentes que estão disponíveis para consulta na página dos Correios na internet”.

A empresa afirma ainda que os Correios têm contratos com mais seis empresas para o transporte aéreo de carga e que “todos passaram pelos mesmos crivos das leis 8.666/93 e 10.520/02”.

“A ECT reafirma sua determinação de manter a excelência dos serviços prestados, a transparência da sua gestão, o profissionalismo de sua diretoria e dos seus mais de 109 mil empregados, e que, a despeito de tentativas de desqualificá-la, continua merecendo o reconhecimento da população como uma das instituições mais confiáveis do Brasil”, diz a nota.

As informações foram dadas em resposta à reportagem da revista Veja que apontava Israel Guerra, filho da ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, como mediador em contratos com a estatal. Para intermediar a operação, teria sido cobrada uma propina de 6% do empresário Fábio Baracat, ex-sócio da MTA.

ANAC também repudia informações falsas da Veja

Outra instituição pública que emitiu nota desmentindo a revista foi a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Ela disponibilizou cópias do processo que renovou a concessão da empresa MTA. De acordo com a assessoria de imprensa da agência, os documentos presentes no processo comprovam que não houve irregularidade na renovação da permissão da empresa.

Em nota divulgada no domingo (12), a Anac afirmou que a decisão favorável à MTA em 18 de dezembro aconteceu porque a empresa apresentou a certidão que faltava para comprovar que sua situação previdenciária estava regular. A revista havia insinuado que a decisão deu-se por pressão de lobistas.

Principal fonte da reportagem desmentiu a revista

Ainda no sábado (11), logo que a revista chegou às bancas, o empresário Fábio Baracat, principal “fonte” da reportagem, divulgou uma nota desmentindo a Veja. Segundo ele, a revista mentiu aos leitores.

Na versão fantasiosa da Veja, Baracat, suposto dono da empresa Via Net e sócio da MTA, queria ampliar a participação de suas companhias nos Correios e, para isso, ele teria pago a suposta propina de aproximadamente 6% sobre um contrato de R$ 84 milhões.

O empresário diz na nota que foi surpreendido com a matéria: “Primeiramente, gostaria de esclarecer que não sou e não fui funcionário, representante da empresa Via Net, ou a representei em qualquer assunto comercial, como foi noticiado na reportagem. Apenas conheço a empresa e pessoas ligadas a ela, assim como diversos outros empresários do setor”.

Ele também negou “qualquer relacionamento pessoal ou comercial com a Ministra Erenice Guerra, embora tivesse tido de fato a conhecido, jamais tratei de qualquer negócio privado ou assuntos políticos com ela”.

Disse ainda que ao procurá-lo, a revista só perguntou sobre a relação da MTA com o Coronel Artur, atual Diretor de Operações dos Correios. E concluiu dizendo que se sentia como “mais uma personagem de um joguete político-eleitoral irresponsável do qual não participo, porém que afetam famílias e negócios que geram empregos”.

Em resposta, a revista divulgou outra nota em que tenta se defender, dizendo que a reportagem “não foi construída com base em declarações, mas em intensa apuração jornalística e sobre documentação, parte da qual ainda não foi publicada”. Mas parece que a "documentação" carece de credibilidade.

Empresa citada desconfia que Veja falsificou documentos

A empresa Via Net, citada na reportagem da Veja como pagadora da suposta propina para viabilizar contrato com o Correio, também divulgou nota, com a qual nega a existência do contrato reproduzido pela revista.

Segundo a Via Net, são completamente falsas as informações da revista sobre a relação de Fabio Baracat com a empresa. “Fabio Baracat nunca foi sócio, procurador ou gestor, e tampouco pertenceu algum dia ao quadro de funcionários da empresa, fatos esses que podem facilmente ser comprovados”.

A Via Net Express diz na nota que não reconhece o contrato apresentado na reportagem, “não assinou esse suposto contrato, não conhece a Capital Assessoria, não conhece seus sócios, nunca manteve qualquer contato e qualquer tipo de relação comercial com a mesma”. Afirma também que não possui nenhum tipo de contrato de prestação de serviços com o Correio, nem compra serviços de transpostre aéreo nas aeronaves do Correio. Ou seja, não sobra quase nada de verdade na falsa reportagem da revista.

Dinate do festival de calúnias levantadas pela revista, a Via Net Express diz na nota que “buscará os esclarecimentos necessários, para em seguida adotar as medidas judiciais cabíveis”.

Erenice processa revista e quer direito de resposta

Quem também já formalizou a disposição de levar a Veja às barras dos tribunais é a ministra Erenice Guerra, principal vítima das falsas denúncias levantadas pela revista.

Em nota, Erenice afirmou nesta segunda-feira que contratou um escritório de advocacia para processar a revista Veja por causa das calúnias levantadas pela publicação - todas já contestadas por meio de uma outra nota à imprensa, no sábado.

Assinada pela Casa Civil, a primeira nota afirma que a reportagem é caluniosa e visa apenas “atingir a honra, bem como envolver familiares” da ministra.

Segundo Erenice, quando foi procurada pelo repórter autor das aleivosias, ela e seus familiares forneceram todas as respostas cabíveis a cada uma das interrogações feitas pela revista. “De nada adiantou nosso procedimento transparente e ético, já que tais esclarecimentos foram, levianamente, desconhecidos”, denuncia Erenice.

“Sinto-me atacada em minha honra pessoal e ultrajada pelas mentiras publicadas sem a menor base em provas ou em sustentação na verdade dos fatos, cabendo-me tomar medidas judiciais para a reparação necessária. E assim o farei. Não permitirei que a revista Veja, contumaz no enxovalho da honra alheia, o faça comigo sem que seja acionada tanto por DANOS MORAIS quanto para que me garanta o DIREITO DE RESPOSTA”, diz a nota.

No texto, ela lamenta “que o processo eleitoral, no qual a citada revista está envolvida da forma mais virulenta e menos ética possível, propicie esse tipo de comportamento e a utilização de expediente como esse, em que se publica ataque à honra alheia travestido de material jornalístico sem que se veicule a resposta dos ofendidos”.

Lula: Erenice continua no cargo

A nota de Erenice Guerra e os esclarecimentos que a ministra já prestou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva renovaram a confiança de Lula na ministra e o presidente já avisou que, se depender da vontade dele, Erenice fica no cargo. Os dois se encontraram domingo à noite no Palácio da Alvorada – residência do presidente.

A própria ministra tomou a iniciativa de solicitar a abertura de procedimento na Comissão de Ética Pública da Presidência para que o episódio seja apurado. Ela reafirmou que abre mão de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.

No início da tarde, a comissão, que fiscaliza a conduta de servidores na administração pública federal, confirmou a abertura de um procedimento preliminar a pedido da ministra. O relator é o advogado Fábio Coutinho. Ele tem um prazo de 10 dias para analisar o caso e, se necessário, solicitar documentos e ouvir pessoas envolvidas, incluindo Erenice. O prazo pode ser prorrogado, mas Coutinho disse pretender finalizar o relatório antes das eleições, em 3 de outubro.

Nassif revela como jornalista da Veja montou a falsa reportagem

O jornalista Luis Nassif, que conhece a Veja por dentro e é autor de vários textos denunciando o “jornalismo de esgoto” que a revista pratica, publicou em seu blog um “roteiro” com o caminho percorrido pelo jornalista Diego Escosteguy --autor da matéria da Veja-- que mostra como foi possível dar "ares de verdade" a uma falsa reportagem.

Segundo Nassif, Veja publicou a própria prova do crime de calúnia. “O jogo da manipulação consiste em pegar um conjunto de informações soltas, depois compor um roteiro à vontade do freguês, uma peça de ficção mas que contenha alguns ingredientes reais”, conta Nassif, e detalha:

Como fez o Diego?

1. Levantou um contrato da Via Net Express com a Capital (do filho da Erenice) em que se fala em taxa de sucesso de 6%.

2. Diz que, pela Via Net, quem assina é o seu dono Fábio Baracat. Na verdade, Baracat nada tem a ver com a empresa, a não ser oferecer serviços eventuais.
3. Levanta matérias recentes da imprensa, sobre as ligações da MTA com a ANAC e os Correios.

4. Ponto: tem os contratos da MTA junto aos Correios e a comissão de 6%. Cruza uma com outra e tem-se o valor da propina.

5. Para fechar o elo, diz que Erenice “indicou” o tal coronel Quá-Quá para a ANAC. A prova: a assinatura dela na indicação. Não informa que todas as indicações para cargos públicos passam pela Casa Civil.

6. A partir dessa soma admirável, a revista faz toda sorte de elucubrações. Fala em financiamento do esquema, em reuniões fechadas, sem celular nem caneta e o escambau.
Nassif mostra ainda que a Veja aponta como “suspeito” um trecho do contrato que é texto padrão de qualquer contrato de consultoria. “Deveria fazer parte da formação dos chamados repórteres invesgativos conhecimento básico sobre contratos”, ironiza Nassif.

“A revista precisava mostrar a “prova” do pagamento de 6% de propina. Mas esse percentual não vinha separado: estava em um parágrafo inteiro que não podia ser suprimido. Precisou, então, publicar o parágrafo inteiro para expor o número mágico dos 6%. Publicando, matou ela própria sua matéria.

E aí fica-se sabendo que a taxa de sucesso nada tinha a ver com a ANAC, com contratos com os Correios, com renovação de concessão. Mas apenas no caso de obter financiamentos – que, pelas declarações do Baracat, nunca foram obtidos.

Clique aqui para ler a íntegra do texto de Nassif

Cláudio Gonzalez,
com agências

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O dossiê Erenice preparado pela turma do Serra


"Ele [delegado Onésimo] disse que esse grupo do Itagiba, depois de vasculhar a vida do Aécio Neves e da Dilma e não ter encontrado nada contra, eles estavam desesperados. E disse que tem uns 500 dossiês..."
Amaury Ribeiro Júnior, em entrevista à Folha de São Paulo, 07/06/2010



Por que da madrugada do sábado até domingo surgiu uma avalanche de notícias que devassou a vida da família da Ministra Erenice Guerra?

Só pode ser DOSSIÊ previamente preparado por alguém MUITO ligado e MUITO interessado em eleger José Serra, porque a imprensa não teria tempo hábil para fazer essa devassa no fim de semana.

E este DOSSIÊ Erenice está sendo distribuído diluído em diversos órgãos de imprensa operando em estreita ligação com a campanha de Serra.



Se fosse um dossiê com denúncias consistentes, tudo bem, teria mais é que ser denunciado mesmo, mas até agora, não há nenhuma acusação que tenha consistência de fato. Tudo publicado até aqui contra ela são informações recheadas de mentiras, outras procurando confundir para levantar suspeitas e dúvidas sobre a conduta da ministra, sem uma apuração, sem tipificar se há de fato algum ilícito.

Na madrugada do sábado foi a "reporcagem" da revista Veja, com falso dono de empresa e falso contrato.

No domingo "descobriram" a simples existência da abertura de uma microempresa familiar de 1997 (época em que FHC reinava), como se fosse uma "denúncia". O que essa empresa fez de errado? Ou pelo menos, o que ela fez de fato? A "reporcagem" não diz nada. Apenas diz que se é da família de Erenice, logo tem que ser suspeita.

Também "descobriram" que o filho de Erenice já trabalhou na ANAC, e depois disso, com sua experiência e conhecimentos profissionais na área, trabalhou em escritórios privados. Desde quando trabalhar é crime? Se houvesse denúncia de que foi funcionário fantasma, como no caso da filha de FHC, faria sentido. Se a notícia trouxesse comprovações de tráfico de influência faria sentido. Mas apenas o fato de trabalhar virar uma manchete "denunciando", chega a ser ridículo.

Se fosse assim todos os juízes e procuradores que abriram escritório de advocacia após se aposentarem, todos teriam que ser suspeitos de fazerem tráfico de influência nos tribunais em que trabalharam.

O mesmo ocorre com outros parentes da Ministra, alguns funcionários públicos ou ex-funcionários, outros profissionais liberais, como advogados que, se vivem e trabalham em Brasília, uma cidade repleta de órgãos públicos, é óbvio que em algum dia terão causas envolvendo estes órgãos. Onde está o ilícito? A imprensa não fala, apenas suspeita.

A imprensa pode suspeitar o que quiser de quem quiser, mas que apure estas suspeitas antes de publicar para ver se tem fundamento. Fazer falsas denúncias, sem apurar, apenas para depreciar a imagem das pessoas, é um jornalismo de calúnias (o que, aliás, virou regra nos manuais de redação do PIG em se tratando de gente ligada ao governo Lula).

É óbvio que o dossiê Erenice estava pronto, na gaveta. O dossiê não encontrou nada que rendesse um "bom escândalo", que justificasse ser divulgado antes.

Há 3 semanas das eleições, com a revista Carta Capital colocando a filha de Serra no olho do furacão do vazamento de sigilos bancários, sem nada melhor nas mãos, a turma dos dossiês de José Serra espalharam o dossiê Erenice, fraquinho mesmo, deixando por conta da criatividade dos editores do PIG carregarem nas tintas com ilações.

Deve ter outros dossiês na gaveta, vasculhando a vida da Dilma, da filha da Dilma, e provavelmente não encontraram nada que rendesse um "bom" escândalo, senão já teria saído.

Se não podem desgastar frontalmente Dilma e Lula, o objetivo é desgastar pelas bordas, criando no imaginário popular um clima de suspeição sobre o governo Lula, preparando o terreno para o eleitor incauto suspeitar até de boatos às vésperas das eleições.

Se soltassem um dossiê falso contra Dilma agora, seria desmentido poucas horas pela internet e até as eleições o efeito seria bumerangue, voltando-se contra a candidatura do Zé Baixaria.

O dossiê Erenice, é preparação de terreno, para soltar um dossiê falso contra Dilma na véspera das eleições, no estilo das fichas falsas que a Folha de São Paulo já publicou.

Tem que ser na véspera, para dar menos tempo de desmentir. O desmentido na internet virá a tempo, mas não chegará a todo mundo que assistirá o Jornal Nacional.

Junto com o dossiê falso contra Dilma e os boatos, virá o chavão em todos os editoriais e discursos, incluindo de candidaturas auxiliares como de Marina Silva: "É melhor levar a eleição para o segundo turno, para ter certeza se é só boato ou não".

Esse chavão já foi usado nas eleições de 2006.

É esse o golpe anunciado que está em curso.

Leitor de Blog é mais bem informado que jornalista do papel



Enviado por luisnassif

A cada dia que passa, mais se confirma a superioridade da informação dos leitores de blogs em relação aos que se valem exclusivamente da velha mídia.
O fato mais comentado dos dois últimos dias foi a tal denúncia da Veja envolvendo o filho de Erenice Guerra, Ministra-Chefe da Casa Civil.

Vamos a alguns pequenos exemplos:

Caso Anac


A Folha veio com a história de que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) renovou a licença da MTA, contra parecer contrário da diretoria.
A blogosfera desmontou essa tese mostrando que a diretoria negou, por falta de documentação necessária; e renovou assim que a documentação foi apresentada.
Hoje, os leitores da Folha recebem a seguinte informação (matéria não assinada):
Solange Vieira, estendeu o prazo de concessão da MTA de três para dez anos, de forma monocrática, quatro dias após reunião da diretoria colegiada que deu parecer contrário à renovação.
ornal, que não tem filtros de qualidade, misturou duas decisões: a renovação da concessão da MTA e o aumento do prazo de validade da concessão. Em nenhum deles - pelas notícias do próprio jornal - houve decisão monocrática. No primeiro caso, aprovou quando os papéis foram apresentados. No segundo, foi decisão unânime que se estendeu a todas as demais concessões. Leitores de Blog já tem essa informação desde ontem.

O caso dos 5 milhões


Em matéria no Estadão, o repórter Daniel Bramatti escreveu - e a editoria aceitou - a informação de que:
Segundo a revista, o lobby teria rendido ao filho de Erenice uma comissão de cerca de R$ 5 milhões.
A blogosfera inteira já sabe que a revista tirou da cartola esse valor - pegou a menção a uma comissão de 6%, que valeria para o caso de captação de financiamentos (que jamais ocorreu) e aplicou sobre o valor dos contratos obtidos pela MTA com os Correios. Os jornalistas do Estadão, ainda não - o que dirá, então, os leitores que têm no jornal sua única fonte de informação.
Sem contar que a notícia mais importante do final de semana - a denúncia da Carta Capital de que em 2002 o Banco Central firmou um acordo que colocava todas as informações bancárias do país em um site controlado por Verônica Serra, filha de José Serra, em sociedade com Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas.
Em geral, supõe-se que jornalistas tenham mais informações que leitores. A prática está mostrando que leitores de blogs têm mais informações que repórteres e editores de jornais.

Erenice: o nome do meu filho é Israel. Não é Verônica.

DO CONVERSA AFIADA

Erenice já contratou advogado para processar a Veja
Paulo Henrique Amorim conversou por telefone na noite de domingo com a ministra Erenice Guerra
.

Ela disse:

- não brigo para manter o sigilo fechado.

- o meu sigilo, o do meu filho e da minha família estão todos abertos.

- o meu filho se chama Israel e não Verônica.

- contratei Márcio Thomaz Bastos e ele vai me defender.

- vou às últimas consequências.

- vou processar a Veja.

- o meu cargo é temporário.

- mas sem a minha dignidade não posso viver.

- todos os meus sigilos estão abertos.

- não posso conviver com o que a Veja fez.

sábado, 11 de setembro de 2010

A BALA DE MERDA DA REVISTA VEJA – AUTOR DE REPORTAGEM JÁ PUBLICOU MATÉRIA FALSA



O autor da reporcagem de capa da revista Veja desta semana é Diego Escosteguy. É da lavra dele ,esta outra empulhação jornalística publicada no Estadão.

Nota à Imprensa - Casa Civil


Sobre a matéria caluniosa da revista VEJA, buscando atingir-me em minha honra, bem como envolver familiares meus, cumpre-me informar:

1) procurados pelo repórter autor das aleivosias, fornecemos – tanto eu quanto os meus familiares - as respostas cabíveis a cada uma de suas interrogações. De nada adiantou nosso procedimento transparente e ético, já que tais esclarecimentos foram, levianamente, desconhecidos;

2) sinto-me atacada em minha honra pessoal e ultrajada pelas mentiras publicadas sem a menor base em provas ou em sustentação na verdade dos fatos, cabendo-me tomar as medidas judiciais cabíveis para a reparação necessária. E assim o farei. Não permitirei que a revista VEJA, contumaz no enxovalho da honra alheia, o faça comigo sem que seja acionada tanto por DANOS MORAIS quanto para que me garanta o DIREITO DE RESPOSTA;

3) como servidora pública sinto-me na obrigação, desde já, de colocar meus sigilos fiscal, bancário e telefônico, bem como o de TODOS os integrantes de minha família, a disposição das autoridades competentes para eventuais apurações que julgarem necessárias para o esclarecimento dos fatos;

4) lamento, por fim, que o processo eleitoral, no qual a citada revista está envolvida da forma mais virulenta e menos ética possível, propicie esse tipo de comportamento e a utilização de expediente como esse, em que se publica ataque à honra alheia travestido de material jornalístico sem que se veicule a resposta dos ofendidos.


Brasília, 11 de setembro de 2010.


Erenice Guerra
Ministra-Chefe da Casa Civil da Presidência da República