Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 7 de abril de 2016

Por que Gilmar Mendes tem medo do Lula?


:
JEFERSON MIOLA
Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial
(originalmente publicado na Carta Maior)

As jogadas do Gilmar Mendes no tabuleiro do golpe são sempre calculadas e orquestradas com os operadores do condomínio jurídico-midiático-policial. Ele é um ator relevante da engrenagem golpista no STF, e não se constrange em decidir com fidelidade doutrinária e ideológica ao PSDB, e não à Constituição. 
Na última jogada, ele atendeu liminar do PSDB-PPS e suspendeu a posse do Lula na Casa Civil. Ao mesmo tempo, remeteu a investigação do ex-presidente para o justiceiro Moro.
Essas decisões foram proferidas no dia 18 de março, uma sexta-feira que antecedeu o recesso do Judiciário brasileiro na Semana Santa – a escolha da data não foi aleatória.
Em seguida, foi desfrutar o bom feriado enquanto o país ardia em chamas – voou a Portugal para evento nos dias 29 a 31 de março do Instituto de Direito Público, do qual é sócio-proprietário. O seminário, concebido para “divulgar” internacionalmente o golpe, teve Aécio Neves, José Serra e o vice-presidente Michel Temer – que participou em vídeo, pois preferiu ficar no Brasil preparando a Convenção do PMDB contra o governo. A FIESP não mandou palestrantes, mas patrocinou o evento que, afinal, foi um fiasco: populares locais chamavam os participantes de golpistas e as autoridades e especialistas portugueses, apenas percebendo a torpeza do evento, cancelaram sua participação.
Com a ausência prolongada do país, e sendo o juiz titular da decisão liminar, Gilmar conseguiu trancar o julgamento do mérito pelo Pleno do STF, que ainda segue pendente – a matéria poderá finalmente ser derrubada no plenário do Supremo na sessão desta quinta-feira, 07 de abril.
A anulação da posse do ex-presidente não tem fundamento jurídico, e Gilmar sabe disso. É ocioso, em se tratando dele, reclamar a flagrante e inconstitucional intromissão do Poder Judiciário no Poder Executivo, que poda o direito elementar da Presidente da República governar e nomear as pessoas que integram seu governo. 
A decisão dele interfere na estabilidade institucional e desequilibra as relações entre os Poderes. Uma decisão que contém claro interesse político-partidário, tomada por quem instrumentaliza o cargo público que ocupa no Judiciário para a luta política. 
A situação é espantosa. O governo está há praticamente um mês sem poder empossar o chefe da Casa Civil, que é um órgão vital. Gilmar fez isso com consciência, para obstruir o funcionamento do governo, para impedir Dilma de governar com a colaboração do Lula.
Gilmar tem medo do Lula, ele sabe que o Lula é a alternativa de saída da crise e a grande esperança do povo brasileiro para reconquistar a trajetória de desenvolvimento com políticas de igualdade e justiça social. Ele conhece a genialidade política e a autoridade moral do Lula, um líder como poucos na história brasileira, portador de inigualável poder de convocação do povo brasileiro para a resistência democrática e para a sustentação da Dilma na travessia de superação da crise.
Gilmar investe no quanto pior, melhor; quer ver o governo paralisado, de mãos atadas enquanto ele ateia fogo no circo. Gilmar usa e abusa de métodos para procrastinar processos no STF de acordo com as conveniências tucanas, como fez trancando por 14 meses a votação da ADIN da OAB sobre a proibição de financiamento empresarial de partidos e políticos, para citar um exemplo. 
Gilmar Mendes e Eduardo Cunha jogam juntos no xadrez do golpe. Enquanto o primeiro usa o STF para retardar ao máximo a entrada do Lula no tabuleiro, o segundo usa a Presidência da Câmara dos Deputados – que espantosamente ainda ocupa porque o STF ainda não julgou seu pedido de afastamento – para alucinar o ritmo do impeachment com Lula impedido de assumir a Casa Civil. 
Gilmar tem medo do Lula. O medo que o Gilmar tem do Lula é o mesmo medo dos golpistas – é o medo de ver Lula ajudando Dilma a dar a volta por cima. O medo do Gilmar é o medo do Temer, Cunha, Aécio, Serra, Alckmin, do FHC; é o mesmo medo da Marina e dos atuais mandantes do PSB que mancham a linda história escrita por João Mangabeira e Miguel Arraes; é o mesmo medo que a Globo, a Veja, a IstoÉ, Folha, Estadão, RBS têm: o medo do retorno do Lula, o medo de  verem escorrer por entre os dedos a melhor possibilidade que já tiveram de desfechar o golpe contra a democracia e a Constituição.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Moro grampeou o Lula ou a Dilma? Quando dá errado, em filme de quadrilhas, um entrega o outro

encontro lula e dilma
Chora, Moro, chora! Você chegou uns minutinhos atrasado! (do site Fotos Públicas)
Algumas questões precisam ser esclarecidas, antes que o Moro e a direção-geral da PF, suas diretorias regionais e o delegados aecistas de Curitiba sejam devidamente punidos e  destituídos de suas golpistas atividades.

Moro grampeou a Presidenta da República?

Ou grampeou o Lula e, portanto, a Presidenta.

Pra saber se ele pega dez ou 19 anos de cadeia, como aplicou - por "domínio do fato" - ao Marcelo Odebrecht.

Se foi ele quem escreveu uma nota para o site do Diego Mainardi, que, em Veneza, chamou os nordestinos de bovinos.

A nota diz que a República acabou com a nomeação de Luis Inácio Lula da Silva para Ministro-Chefe da Casa Civil.

Quando e onde o Moro pretendia prender o Lula?

Em São Paulo, antes de embarcar para Brasília?

Quando soube que o Lula tinha conversado com o Renan e ele tinha puxado uma boa parte do PMDB - e, portanto, entupido o Golpe do Bolsomoro, ou Moronaro?

Ou seria em Brasília, ao Lula desembarcar para assumir a Casa Civil?

O que deu errado?

E se ele prendesse o Lula - como queria! - estaria passando com um tanque por cima da autoridade do Supremo, depois de o Teori congelar os processos fabricados, fantasiosos contra o Lula.

Se fosse o valente De Sanctis que fizesse isso, o Gilmar (PSDB-MT) mandava um juizeco qualquer de Curitiba fuzilar o Moro em praça pública - e depois remove-lo para a Vara dos velhinhos de Maringá.

É provável que, na ânsia de vazar, vazar, vazar, o Moro mantenha contato permanente com o pelotão golpista do PiG e da blogosfera.

Não foi ele quem trocou whatsapp com a Cristiana Globo?

Não foi ele quem virou Rei da Pátria Branca, quando aceitou o Prêmio Faz a Indiferença do Globo?

Quem disse que ele não alimenta as boçalidades do jornal nacional e do Globo, com "dicas" ao Kamel e ao Merval?

Por que não?

Outra questão: esse bate-boca entre ele e a Polícia Federal para saber quem fez... esclarece a natureza da relação entre dois tipos de criminosos.

Um diz que foi o outro.

O outro diz que foi o um.

Quando dá ..., acaba a cumplicidade e cada qual cuide de seu ...

Qualquer filme de quadrilhas mostra isso.

A lealdade só existe na vitória.

Na derrota um mata o outro.

Em dúvida, o PT e o Governo Dilma - como prometeram, com a Dilma e o Damous - deveriam enforcar o Moro no CNJ e no STF, e destituir a PF toda.

Não deixa no lugar nem quem serve cafezinho ao Daiello.

Viu, , que ... você fez?

Que pena que o PiG não tenha divulgado o que o Lula diz de você.

Eu sei.

Paulo Henrique Amorim

quarta-feira, 16 de março de 2016

Lula assume só depois de manifestação do PT e aliados no dia 18; ênfase será na retomada econômica; para FHC, é a volta do “analfabeto”

PRESDILMA1 (1)
Lula aceita convite de Dilma e assumirá Casa Civil
DÉBORA ÁLVARES
RANIER BRAGON
GUSTAVO URIBE
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou nesta quarta-feira (16) o convite da presidente Dilma Rousseff e assumirá a Casa Civil.
O acerto foi fechado em reunião no Palácio da Alvorada, que teve as presenças também dos ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Jaques Wagner, que deixará o comando da Casa Civil e será chefe de gabinete de Dilma. Com isso, o petista comandará o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, chamado de Conselhão.
O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), afirmou que a ida de Lula pra Casa Civil tem o objetivo de ajudar o Brasil a sair da crise e de evitar o processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
“Temos um ministro chefe da Casa Civil com larga experiência para ajudar o Brasil. A decisão de Lula na Casa Civil decorre do compromisso com o país, única e exclusivamente imbuído do propósito de ajudar o país a sair da crise”, afirmou o deputado, em entrevista no Salão Verde da Câmara.
Segundo o petista, a ida de Lula para o ministério não atrapalhará as investigações da Lava Jato. “Foi no mandato de Lula que a Procuradoria-Geral da República ganhou autonomia.”
GUINADA
Na tentativa de convencer seu antecessor a assumir um ministério, a presidente Dilma Rousseff se reuniu na manhã desta quarta-feira (16) com o seu antecessor, em um esforço que é considerado a última cartada da petista para evitar a abertura do processo de impeachment.
Na noite da terça-feira (15), após mais de quatro horas de jantar, o petista havia pedido à presidente mais tempo para analisar o convite.
Para assumir um ministério, o petista impôs como condição autonomia na articulação política com a base aliada e mudanças na política econômica para garantir a retomada do crescimento.
Esta última condição preocupa não só o mercado como interlocutores do ex-presidente no empresariado, pelo receio de demandar medidas como venda de reservas internacionais, queda forçada dos juros e liberação de mais crédito na economia.
Segundo petistas e integrantes do governo, sua nomeação poderá ser acompanhada da entrada de um time no governo Dilma.
Entre os nomes que Lula gostaria de levar para o governo está o de Celso Amorim para Relações Exteriores. Não está descartada a substituição de Aloizio Mercadante, na Educação. Outros nomes, como o de Ciro Gomes, são ventilados por petistas.
As mudanças na condução da política econômica podem provocar a saída do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
Segundo a Folha apurou, Tombini tem dito a interlocutores que não ficará no comando do banco se o governo optar por uma guinada na política econômica, que passaria por uma redução forçada na taxa de juros e venda de parte das reservas internacionais.
Por outro lado, dentro do Palácio do Planalto há insatisfação em relação a Alexandre Tombini, que não estaria, na avaliação palaciana, adotando os remédios mais corretos neste momento para evitar uma recessão profunda no país.
LAVA JATO
Uma guinada na condução política do país justificaria sua presença na Esplanada dos Ministérios e afastaria a tese de que só pretenda escapar da prisão. Investigado na Operação Lava Jato, Lula, sendo ministro, terá foro privilegiado e sua prisão teria que ser autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
A decretação de prisões cautelares é mais fácil na primeira instância.
É provável que os filhos do ex-presidente, que também são alvos do Ministério Público Federal, continuem com suas investigações a cargo da Justiça de primeira instância, a exemplo do que ficou decidido nesta terça sobre os casos da mulher e filha do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Réu na Lava Jato, Cunha tem foro privilegiado e é julgado no STF. As apurações sobre contas no exterior ligadas a jornalista Claudia Cruz e a Danielle Dytz da Cunha, mulher e filha do deputado, serão enviadas ao juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato no Paraná.
ALIADOS
Integrantes de partidos aliados ao governo ainda não têm uma avaliação uniforme sobre a ida de Lula para a Esplanada dos Ministérios.
Um deles afirmou que “agora começa o terceiro mandato de Lula”, em referência à possível divisão de poder entre Dilma e o ex-presidente.
Outro afirmou ver poucas chances de que a nomeação consiga barrar o impeachment de Dilma: “Ele vem para organizar o último baile da Ilha Fiscal”, ironizou, lembrando a solenidade símbolo da queda da monarquia no Brasil.
A oposição já afirmou que irá ingressar na Justiça para tentar derrubar a nomeação do ex-presidente. Segundo o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), a nomeação é um tapa na cara da sociedade. Eles irão argumentar na Justiça que a nomeação não passa de uma tentativa de burlar investigações da Lava Jato.
DILMA, SOBE!
“Dilma, sobe!”. Esta é a brincadeira, que já corre entre petistas, sobre a ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil. No Palácio do Planalto, a Casa Civil fica no quarto andar. O gabinete da Presidência da República, no terceiro.
Quando era presidente da República e Dilma sua chefe da Casa Civil, Lula costumava chamar sua então ministra para o seu gabinete, por telefone, dizendo: “Dilma, desce”. Agora, dizem petistas, o comando muda. É “Dilma, sobe!”.
Segundo assessores presidenciais, Dilma e Lula sabem que serão criticados pela entrada do ex-presidente no governo. Entre os ataques esperados estão a acusação de que Lula estaria fugindo do juiz Moro. Outras críticas seguirão da linha de que Dilma virou uma “rainha da Inglaterra” e que seu segundo mandato acabou no início do segundo ano.
Assessores presidenciais dizem que estas críticas foram levadas em consideração, mas são o preço a ser pago pelo benefício maior, escapar da abertura de um impeachment contra a presidente Dilma.
PS1 do Viomundo: O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, segundo a Folha (vejam a declaração), ficou irritado. E a Porto Seguro no twitter, mais ainda!
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PS2 do Viomundo: Lula aceitou o cargo com a promessa de mudança nos rumos da economia. Talvez engavetar a reforma da Previdência, talvez usar parte das reservas internacionais, como noticiou o Estadão:
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PS3 do Viomundo: A posse de Lula foi marcada para depois das manifestações do dia 18, promovidas por PT e aliados. O ex-presidente prometeu comparecer à da avenida Paulista. Cravamos Lula na Casa Civil às 18h34 minutos do dia 14, em nosso perfil no twitter. Sorry!
Ouça abaixo a entrevista dada pelo líder do PT na Câmara:
Afonso Florence (BA), líder do PT na Câmara dos Deputados
Audio Player

Paulo Pimenta (PT-RS)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Gilson Caroni Filho: Por que o ódio da imprensa a José Dirceu?

por Gilson Caroni Filho
Em raras ocasiões, na conturbada história política brasileira, houve tamanha unanimidade em torno de qual deve ser o destino de um ator político relevante.  Diariamente, em colunas e editorias dos jornalões, em solenidades com acadêmicos e políticos de extração conservadora, em convescotes de fim-de-semana da burguesia “cansada”, todos os que chegam aos holofotes da  mídia proferem a mesmíssima sentença: é preciso banir de uma vez por todas da vida pública o ex-ministro José Dirceu.
O comando dessa unanimidade  é pautado por um curioso senso de urgência. Não há pressa para atenuar os problemas estruturais do país e suas estruturas arcaicas. Só se fala em ação imediata quando o assunto é condenar o  “chefe da quadrilha”, montada a partir do Palácio do Planalto para comprar apoio político no Congresso. Poucas vezes, em um lance da política, tantos conseguem perder ao mesmo tempo e na mesma dimensão. Na sua sanha inquisitorial, a grande imprensa dá mostras de pusilanimidade, de um espetáculo de fraqueza para dentro de si mesma e de leviandade para fora. Sai em frangalhos, mas persevera no que considera  uma questão de honra.
Pouco importa que falte materialidade e provas, é preciso requentar o noticiário para criar condições políticas que permitam ir adiante. Mas afinal o que move o ódio a José Dirceu? O que o torna inimigo público de um esquema de forças que, em passado recente, foi impecável em sua trajetória de encurralar o país, em nome do desvairado fundamentalismo de mercado?
Desde 2002, paira sobre Dirceu o estigma de maquiavelismo. Seria apenas um homem de poder,  basicamente orientado para sua conservação, um homem do contingente, que não faz  política para a história? Os fatos e o decurso do tempo respondem à acusação.  O que torna impossível à grande imprensa aceitar um retrato favorável do ex-ministro é a sua originalidade como operador político de esquerda.
Todos sabemos que  um fato notável da política brasileira é que, apesar de sucessivos deslocamentos políticos, desde a redemocratização do país, a hegemonia dos processos de transição encontra-se com a mesma burguesia, condutora  do golpe de 1964. Hábil nas transações com o capital estrangeiro, das quais auferiu vantagens para fortalecimento próprio, a burguesia brasileira não foi menos sagaz no manejo do jogo político.
Comprova-o a obra-prima que foi a eleição de Tancredo Neves (por mecanismo antidemocrático imposto pelo regime militar), os anos Collor e os dois mandatos de FHC. Para termos noção do que isso representou, até o PT, oposto à coligação tancredista, não deixou de sentir a sua pressão, que lhe provocou rachaduras parlamentares e perda de apoio em setores expressivos da classe média.
Desde a política de alianças que levou Lula à presidência, em 2002, às articulações na Casa Civil, Dirceu frustrou expectativas que alimentavam os cálculos das elites desde sempre encasteladas nas estruturas do Estado. O PT que chegava ao poder seria um partido atordoado por suas divisões internas e mergulhado em indefinições estratégicas. Um desvio de curso que não teria vida longa.
A direita apostava na incapacidade do PT em administrar o pragmatismo de um estado corrupto e patrimonialista, como o nosso. Lembram-se do Bornhausen e do Delfim? Previam, no máximo, dois anos de governo para o PT em meio a crises institucionais. Coube ao Zé Dirceu, o “mensaleiro”, a função de viabilizar a governabilidade de Lula e não permitir que esse governo fosse vítima de crises agudas e sucessivas.
Quando Dilma Vana Rousseff, oito anos depois, foi eleita a primeira mulher presidente da República do Brasil, com mais de dez pontos de vantagem sobre seu adversário, José Serra, muitos exaltaram a força  do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Do alto de seu capital político, Lula teria passado por cima do PT, escolhido sua candidata e conseguido eleger como sucessora uma ex-assessora de perfil técnico, estabelecendo um fato inédito: o terceiro mandato presidencial consecutivo para um mesmo partido eleito democraticamente.
Nada disso está incorreto, mas peca pela incompletude.  Ferido, contundido nos seus direitos, o operador político José Dirceu teve um papel fundamental para o aprofundamento da democracia brasileira. Talvez, quando o então presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, confirmou oficialmente a vitória de Dilma, Dirceu tenha cantarolado os versos de Aldir Blanc: “Mas sei / que uma dor assim pungente / não há de ser inutilmente”.
Questões de justiça são questões de princípio. Ao contrário do que pensam a imprensa golpista, seus intelectuais orgânicos e acadêmicos subservientes.
Leia também:

Heloisa Villela: Herdeiros do Wal Mart mais ricos que os 30% mais pobres

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Faustino é o homem-bomba do Cerra. Ricardo Sérgio … esse é pinto !


O Conversa Afiada publica artigo de Alceu nader, do setor de Comunicação do PT no Senado.

E lembra que este Conversa Afiada tem feito cobertura sistemática dessa explosão que o nosso sismógrafo localizou no arraial dos tucanos e DEMOS, os incansáveis marchadores pela moralidade.

(Este ansioso blogueiro já começa a se divertir com o debate Cerra x Dilma, na campanha de 2014, quando surgir o assunto “corrupção” !).

Leia o que o Conversa Afiada já disse sobre esse João Faustino, X Cerra e Aloysio 300 mil: aqui; aqui; aqui e aqui (por enquanto)

Como a mídia se comportará no caso Controlar?

Alceu Nader


Não se afasta a possibilidade da cobertura jornalística sobre o escândalo da Controlar, durante o final de semana, ter sido afetada pelo justo descanso das redações. Mas o que se percebeu é a ausência do assunto nas revistas semanais, embora o caso tenha  vindo a público com tempo hábil para ser registrado. Afinal, o Ministério Público havia recorrido ao pedido de afastamento do prefeito da maior cidade brasileira, sexta do mundo, congelamento de bens de 22 pessoas e ordem para promover licitação, pondo fim ao negócio da inspeção veicular explorado pela empresa Controlar, eivado de suspeitas e irregularidades desde que nasceu, ainda no governo de Celso Pitta (1996-2000).


Há pareceres contrários à Controlar no Tribunal de Contas do Município e na Procuradoria Geral do Estado. Há inquérito policial aberto na Polícia Civil de Natal, capital onde as irregularidades replicaram com os mesmos vícios e favorecimentos que entregaram ao grupo de empresários amigos a exploração do serviço. Há horas de depoimentos a serem perseguidas pelo jornalismo investigativo, dezenas de nomes a serem cruzados (no Rio Grande do Norte, com o apoio das informações cedidas pelos procuradores paulistas, a documentação reunida é riquíssima). Tem-se, portanto, muito trabalho a ser realizado para informar o leitor sobre o assunto.


Após a Justiça impedir que Celso Pita assinasse o negócio da Controlar, a iniciativa reprovada pelos procuradores e juízes permaneceu sepultada durante o governo de Marta Suplicy (PT-SP), de 2000 a 2004. Mas, em maio de 2008, último ano do primeiro mandato de José Serra (PSDB-SP) como prefeito, o negócio da Controlar ressuscitou, com inspeção exclusiva de autos e caminhões movidos a diesel. Em janeiro de 2009, no primeiro mês de Gilberto Kassab (ex-DEM-SP, atual PSD-SP), depois de herdar a prefeitura deixada por Serra como vice-prefeito, a inspeção passou a ser obrigatória para todos os automóveis, a partir do segundo ano de uso.


São Paulo também é o quarto maior aglomerado urbano do planeta, com frota de 7 milhões de veículos. A Controlar inspecionou 1,5 milhão de veículos em 2009 e 4,5 milhões em 2010, últimos dados anuais. A R$ 61,98 o veículo, seu faturamento estimado no ano passado foi de R$ 278,91 milhões – considerando-se uma única inspeção por veículo, sem contabilizar os casos de duas, três, quatro, até cinco idas de carros “reprovados”.O dono de automóvel que não pagasse a tarifa, estaria automaticamente impedido de renovar o licenciamento do ano seguinte, com multa de R$ 550,00.


O processo judicial anunciado na quinta-feira,  25/11, congelou os bens dos empresários proprietários da Controlar, do prefeito Gilberto Kassab e do Secretário de Meio Ambiente, Eduardo Jorge. A ação também pediu o afastamento do prefeito do cargo, o que foi negado pela Justiça, que, na mesma sentença, manteve a indisponibilidade dos bens de Kassab e de todos os demais réus. Além dessas decisões, determinou a realização de licitação no prazo de 30 dias.


Quando a ação judicial foi lida em São Paulo, concomitante com as prisões (16) efetuadas no Rio Grande do Norte, Gilberto Kassab encontrava-se na Europa, de onde retornou no sábado. O que se viu e leu na grande imprensa não foram novas informações sobre o milionário favorecimento, mas seguidas declarações do prefeito de São Paulo, desqualificando o trabalho dos procuradores. Primeiro, disse Kassab, “não tem sacanagem” na concessão do negócio para a Controlar, beneficiada por dois anos e meio de exploração de serviço público, sem licitação. Depois, completou com  “não sou tonto”, reafirmou que manterá o contrato questionado na Justiça.


Apenas o sítio brasil247.com, às 18h38 de sábado,  informava que a réplica do esquema que beneficiou a Controlar em São Paulo e em Natal, um dos presos pela polícia local é João Faustino, suplente do senador José Agripino (DEM-RN), que também foi subchefe da Casa Civil de José Serra governador, com o senador Aluizio Nunes (PSDB-SP), então chefe da Casa Civil. Segundo o brasil247.com, João Faustino foi “operador” da campanha presidencial de José Serra  de 2010. Sua função – arrecadar fundos para a campanha presidencial de José Serra de 2010 – assemelha-se à de Paulo Vieira de Souza – o Paulo Preto.


“Quando Serra se tornou presidenciável, João Faustino passou a coordenar as atividades da campanha – inclusive a arrecadação de recursos – fora de São Paulo. O que Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, fazia em São Paulo, João Faustino fazia em outros estados”, compara a reportagem.


Faustino foi preso porque as investigações de Natal formalizam acusações muito mais substanciosas e consistentes do que as da capital paulista. Sua soltura foi requerida, mas negada, por risco de influenciar no prosseguimento do inquérito. Um dia depois, domingo, Faustino deixou a cadeia para internar-se na Casa de Saúde São Lucas, por “problemas cardíacos”. No boletim assinado pelo médico cardiologista responsável pelo hospital, Miguel Angel Sicolo, João Faustino encontra-se sob “tratamento médico especializado” e que seu estado clínico é “regular”.


João Faustino é o homem-bomba do caso, segundo apontam as investigações e telefonemas gravados com autorização da Justiça. As informações sobre o esquema de Natal desnudam como foi sua montagem anterior em São Paulo. Ao deixar a Prefeitura de São Paulo, Serra, como governador, deu encaminhamento à expansão da inspeção veicular para outros 217 municípios paulistas.


No entanto, não se vê, na grande mídia, como comumente acontece nas coberturas de escândalos, detalhes do inquérito, aprofundamento das informações, resgate do histórico da criação da Controlar, sua venda posterior ao grupo Camargo Corrêa. Não se lê, sequer, nada sobre o inconformismo dos contribuintes paulistanos pela inspeção que, na maioria dos casos, não ultrapassava os cinco minutos.


Antes da leitura das reportagens na íntegra, recomendadas nos links abaixo, segue, abaixo, a sequência de títulos dos sites de maior audiência, no sábado às 18h30. Chama-se a atenção para o UOL, único a dedicar manchete principal, neste dia, ao assunto em sua home page ao assunto. Em todos os demais, inclusive no Estadão.com.br, que trouxe o escândalo à tona, o espaço dado foi secundário ou de menor importância. O painel dos títulos é o seguinte:


UOL – Após denúncia de irregularidades, Kassab diz não temer cassação


G1 (O Globo) – “Prefeitura de SP está correta”, diz Kassab


Estadão – Processo contra o prefeito de São Paulo pode chegar a R$ 1,1 bilhão


Veja – Acusado de fraude, Kassab diz: ‘Não temo cassação’ – Prefeito se diz tranquilo em relação às acusações de improbidade administrativa


Época (O Globo) – ignora


Istoé – ignora


iG – ignora


Terra – ignora


Brasil 247 – Homem forte de José Serra está preso em Natal – sábado


Brasil 247 – Braço direito de Serra sai da cadeia e vai para UTI


O desinteresse demonstrado nos títulos confirma e torna procedente uma queixa recorrente dos senadores do PT – a de que  a grande imprensa mostra-se muito mais disposta quando denúncias de irregularidade atingem o governo federal e o PT.


Também estará sendo posto à prova, neste caso, o grau de intimidação de José Serra contra jornalistas que escrevem o que não lhe agrada na grande mídia. Serra pediu (e mais de uma vez foi atendido) a cabeça de repórteres e editores considerados inimigos. Vários desses profissionais foram alijados definitivamente das principais redações.


Alceu Nader é chefe da Comunicação da Liderança do PT no Senado

terça-feira, 12 de julho de 2011

Pagot não é Jefferson

O depoimento de Pagot no Senado teria dois únicos efeitos políticos:

- implicar o Ministro do Planejamento que liberava as verbas para o Ministério dos Transportes, Paulo Bernardo;

- detonar a filiação do PR à base de apoio ao Governo no Congresso;

A Presidenta Dilma ganhou nos dois quesitos.

Pagot inocentou Bernardo e o PR obedientemente apóia o Governo.

Salvo chantagens pontuais, como as do PMDB.

O que não significa, evidentemente, que o Pagot, o Ministério dos Transportes e o do Planejamento tenham tido, sempre, relações transparentemente castas.

Mas, essa é outra história.

Pagot não é Roberto Jefferson.

E o PiG (*) vai ter que trabalhar mais.


Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A OPORTUNIDADE DE UM RECOMEÇO

 Ao afastar Antonio Palocci, a Presidenta Dilma Rousseff  ganha espaço para uma reordenação política que corrija as lacunas de um ciclo inicial em que a principal agenda do seu governo era negativa: conter o crescimento para conter a inflação e a apreciação cambial. A inflação já reverteu a curva ascendente. A instabilidade cambial não cede sem baixar os juros que atraem capitais especulativos, mesmo com algum controle sobre os fluxos externos. Um bom recomeço seria interromper a nova alta da Selic que está sendo discutida na reunião do BC iniciada na terça-feira. O país vive um momento privilegiado de retomada dos investimentos nas áreas da infraestrutura, energia e construção civil. Nenhuma economia do mundo rivaliza com o leque de obras públicas em marcha no Brasil nesse momento, que
 inclui a construção --simultânea-- de 3  hidrelétricas, 3  ferrovias e 5 refinarias, ademais de investimentos superiores a US$ 220 bilhões da Petrobrás na exploração do pré-sal, apenas no período 2011- 2015. A expansão da capacidade produtiva, conforme mostrou o  IBGE no 1º trimestre, cresce  50% acima da expansão do consumo. O horizonte econômico, portanto, esboça uma espiral virtuosa em que o fôlego da oferta corre à frente do ímpeto da demanda. Esfarela-se a chantagem ortodoxa do descontrole inflacionário. O economista Amir Khair advertiu em recente artigo em Carta Maior que não se deve esperar da recuperação dos países ricos,sobretudo da economia norte-americana que patina em desordem financeira, dívidas insolúveis e  retração do consumo, qualquer incentivo ao nosso desenvolvimento. O mercado interno, sinaliza Khair,deve ser o grande fiador da travessia brasileira nessa longa convalescência da crise mundial. Sufocá-lo com novas altas dos juros é transpor para a lógica economica a sangria imobilizante que se decidiu evitar na esfera política, com a mudança na Casa Civil.
(Carta Maior; 4º feira, 08/06/ 2011)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

“Consultor” condenado conta com Serra para arrumar contrato no BNDES


O impoluto consultor Rubnei Quícoli, que a Folha de S.Paulotratou com deferência apesar de sua ficha criminal não o recomendar como testemunha idônea, está totalmente comprometido com a campanha de José Serra.
Além de sua denúncia sobre cobrança de propinas junto à Casa Civil ter o objetivo claro de tentar atingir a campanha de Dilma, Quícoli, diz que gravou depoimento para a campanha de Serra e sonha com a eleição do tucano para ver se leva adiante o contrato com o BNDES, rejeitado pela absoluta incompatibilidade dos proponentes com o tamanho do projeto.
Depois de um depoimento truncado na Polícia Federal, no qual desdisse o que disse, Quícoli comentou que voltará a Brasília “para dois eventos: a posse do presidente José Serra e a assinatura do empreendimento da usina solar”, afirmou, segundo o Terra.
Será que a Folha e o resto da mídia, que tanto crédito deram ao “consultor”condenado por receptação de carga roubada, vão perguntar a Serra se iria facilitar o contrato intermediado pelo consultor? Ou o que Quícoli fala só interessa se atingir o outro lado da disputa eleitoral?
Fica cada vez mais claro que o consultor condenado pela Justiça é um agente da campanha serrista plantado para tumultuar as eleições e ajudar o tucano. Ajuda que ele, aliás, prestou de bom grado diretamente à campanha como contou ao deixar a PF. “Gravei depoimento para a campanha do Serra como gravaria para a campanha da Dilma, vivemos em um País livre, onde há tanta liberdade que alguns jornalistas distorcem a verdade.”
Além de picaretagem, o tal do Quicoli é especialista em “cara de pau”.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Leitor de Blog é mais bem informado que jornalista do papel



Enviado por luisnassif

A cada dia que passa, mais se confirma a superioridade da informação dos leitores de blogs em relação aos que se valem exclusivamente da velha mídia.
O fato mais comentado dos dois últimos dias foi a tal denúncia da Veja envolvendo o filho de Erenice Guerra, Ministra-Chefe da Casa Civil.

Vamos a alguns pequenos exemplos:

Caso Anac


A Folha veio com a história de que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) renovou a licença da MTA, contra parecer contrário da diretoria.
A blogosfera desmontou essa tese mostrando que a diretoria negou, por falta de documentação necessária; e renovou assim que a documentação foi apresentada.
Hoje, os leitores da Folha recebem a seguinte informação (matéria não assinada):
Solange Vieira, estendeu o prazo de concessão da MTA de três para dez anos, de forma monocrática, quatro dias após reunião da diretoria colegiada que deu parecer contrário à renovação.
ornal, que não tem filtros de qualidade, misturou duas decisões: a renovação da concessão da MTA e o aumento do prazo de validade da concessão. Em nenhum deles - pelas notícias do próprio jornal - houve decisão monocrática. No primeiro caso, aprovou quando os papéis foram apresentados. No segundo, foi decisão unânime que se estendeu a todas as demais concessões. Leitores de Blog já tem essa informação desde ontem.

O caso dos 5 milhões


Em matéria no Estadão, o repórter Daniel Bramatti escreveu - e a editoria aceitou - a informação de que:
Segundo a revista, o lobby teria rendido ao filho de Erenice uma comissão de cerca de R$ 5 milhões.
A blogosfera inteira já sabe que a revista tirou da cartola esse valor - pegou a menção a uma comissão de 6%, que valeria para o caso de captação de financiamentos (que jamais ocorreu) e aplicou sobre o valor dos contratos obtidos pela MTA com os Correios. Os jornalistas do Estadão, ainda não - o que dirá, então, os leitores que têm no jornal sua única fonte de informação.
Sem contar que a notícia mais importante do final de semana - a denúncia da Carta Capital de que em 2002 o Banco Central firmou um acordo que colocava todas as informações bancárias do país em um site controlado por Verônica Serra, filha de José Serra, em sociedade com Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas.
Em geral, supõe-se que jornalistas tenham mais informações que leitores. A prática está mostrando que leitores de blogs têm mais informações que repórteres e editores de jornais.

Erenice: o nome do meu filho é Israel. Não é Verônica.

DO CONVERSA AFIADA

Erenice já contratou advogado para processar a Veja
Paulo Henrique Amorim conversou por telefone na noite de domingo com a ministra Erenice Guerra
.

Ela disse:

- não brigo para manter o sigilo fechado.

- o meu sigilo, o do meu filho e da minha família estão todos abertos.

- o meu filho se chama Israel e não Verônica.

- contratei Márcio Thomaz Bastos e ele vai me defender.

- vou às últimas consequências.

- vou processar a Veja.

- o meu cargo é temporário.

- mas sem a minha dignidade não posso viver.

- todos os meus sigilos estão abertos.

- não posso conviver com o que a Veja fez.