Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Índios atacam exploração apoiada por Marina Silva


São Paulo, terça-feira, 01 de setembro de 2009


Natura, que tem relações próximas com a senadora, é alvo de ação sob acusação de biopirataria; empresa nega apropriação indevida


Gigante dos cosméticos é suspeita de aproveitar para fins comerciais o fruto do murmuru, de conhecimento tradicional dos ashaninkas

FÁBIO ZANINIENVIA
DO ESPECIAL A RIO BRANCO


Defendida pela senadora Marina Silva (PV-AC), a exploração comercial de um fruto típico do Acre gerou um processo judicial por biopirataria contra a Natura. A gigante do setor de cosméticos tem relações próximas com a pré-candidata do PV a presidente.

A empresa é ré em uma ação do Ministério Público Federal na Justiça Federal do Acre em razão do suposto aproveitamento ilegal do fruto do murmuru, que é usado na produção de xampus e sabonetes.

A acusação é de uso comercial a partir do conhecimento tradicional do fruto pela etnia ashaninka, que vive na fronteira com o Peru.

Em 2001, o murmuru constava de um acervo de plantas do Acre levado por Marina à Natura, para possível exploração econômica. Em 2003, foi assinado um termo de compromisso nesse sentido entre a empresa e o governo do Acre, intermediado pela senadora.

A Natura é considerada exemplo de compromisso com o meio ambiente por Marina. Juntando doações da empresa e de seus diretores, foi a segunda maior contribuinte da última campanha da senadora, em 2002, com R$ 30 mil. Seu presidente, Guilherme Leal, é mencionado como possível vice na provável chapa de Marina em 2010. A maior doadora foi a Pirelli, com R$ 50 mil.

Em agosto de 2007, a Procuradoria entrou com ação contra a Natura e mais duas empresas de cosméticos, em nome dos índios, cobrando compensação financeira. “A Natura, embora negue, acessou conhecimento tradicional sobre o murmuru. [...] Não é digno de crença que, como gigante do ramo, não tivesse obtido dados a partir dos resultados das pesquisas junto aos ashaninkas”, diz a ação.


“Uso indireto”

A base legal da ação é a medida provisória 2.186, de 2001, que assegura às comunidades indígenas “benefícios pela exploração econômica por terceiros, direta ou indiretamente, de conhecimento tradicional”.

No caso, a Natura é acusada de “uso indireto”, uma vez que o conhecimento teria sido repassado por um pesquisador que trabalhou com os ashaninkas nos anos 1990.

A empresa diz que teve acesso ao princípio ativo do murmuru na “vasta literatura científica” sobre o tema. A Procuradoria rebate que essa literatura baseou-se nas tradições dos ashaninkas, o que não isentaria a empresa de pagar pelo uso.

“Se você entrar na floresta procurando a esmo plantas, vai passar um século até achar algo. É evidente que foi pelo conhecimento dos ashaninka que se chegou ao murmuru”, diz o procurador Anselmo Lopes.

A promotoria pede que os réus paguem 50% dos lucros obtidos com a venda dos produtos à base de murmuru como compensação. Ainda não há data para o julgamento do caso.



São Paulo, terça-feira, 01 de setembro de 2009

outro lado


Senadora diz que exploração não tem regra clara

DO ENVIADO ESPECIAL A RIO BRANCO


Marina Silva considera “natural” a disputa entre a Natura e os índios ashaninkas e evita tomar partido. “Seria eu me colocar no lugar de juiz”, diz.

Segundo ela, há uma “zona cinzenta” no marco regulatório para exploração de produtos ligados a comunidades tradicionais. “Tem certa naturalidade em que haja esse tipo de processo. O problema é que não existe um regramento claro sobre acesso aos componentes da biodiversidade e conhecimentos tradicionais associados”, afirma.

Marina é autora de um projeto de lei de 1995 apresentando um marco regulatório, nunca aprovado. Segundo ela, a proposta levada à Natura de exploração de plantas é compatível com a defesa de uma “economia verde”.

“Eu sempre busquei empresários que tenham sensibilidade para a agenda do desenvolvimento sustentável. Agora, os problemas que surgem as empresas têm que resolver, e a Justiça tem que se pronunciar no mérito”, disse.

Já a Natura nega que tenha se apropriado indevidamente do conhecimento tradicional dos ashaninkas e justifica o acesso ao murmuru com base na literatura científica sobre as propriedades da planta.

“Há trabalhos publicados sobre o tema desde 1941. Foi assim que obtivemos acesso ao princípio ativo”, diz Rodolfo Guttilla, diretor de Assuntos Corporativos da empresa.

Segundo ele, a empresa não explora o produto no Acre, mas o acessa na região do Médio Juruá, no vizinho Amazonas, mediante compensação para comunidades locais. “Não houve dolo ou má-fé em nenhuma circunstância.”

Guttilla afirma que o termo de compromisso assinado com o governo do Acre em 2003, que foi intermediado por Marina, acabou não prosperando e hoje está dormente. Segundo ele, a Natura remunera 23 comunidades em vários Estados pelo uso de produtos vegetais, o que beneficia 2.000 famílias.

O diretor declara que o uso do murmuru está registrado no Conselho de Gestão do Patrimônio Genético, ligado ao Ministério de Meio Ambiente, como manda a lei.




São Paulo, terça-feira, 01 de setembro de 2009


saiba mais



Repartição de benefícios é questão difícil

CLAUDIO ANGELO

EDITOR DE CIÊNCIA


O caso Natura versus ashaninkas pode virar uma dessas histórias paradigmáticas sobre como é mais fácil tocar fogo numa floresta do que gerar riqueza a partir do seu uso.

Não é a primeira vez que comunidades indígenas vão à Justiça exigir repartição de benefícios por bioprospecção. Em 2002, índios craôs, do Tocantins, denunciaram um grupo da Universidade Federal de São Paulo por biopirataria.

Os cientistas, liderados por Elisaldo Carlini, haviam feito um acordo com uma aldeia craô para desenvolver remédios fitoterápicos a partir do conhecimento indígena. Outras aldeias, excluídas do trato, processaram a universidade, pedindo uma indenização de R$ 25 milhões por uso indevido do conhecimento. A Unifesp não pagou, mas Carlini acabou desistindo do projeto.

A repartição de benefícios por conhecimento tradicional é um terreno pantanoso. É difícil definir a quem pertence um conhecimento, ainda mais quando várias populações são detentoras de conhecimentos comuns -o uso do curare, por exemplo.

Essa é uma das razões pelas quais empresas farmacêuticas sérias costumam correr dos índios.

A outra, no caso do Brasil, é uma legislação kafkeana que criminaliza a pesquisa ao mesmo tempo em que deixa buracos sobre a repartição de benefícios. Em seus mais de cinco anos como ministra, Marina Silva não conseguiu mudar essa norma.

Virado à paranaense




Não se pode mais falar em “virada”. Beto Richa (PSDB), o grande censor paranaense, na contramão da história de luta pela redemocratização do país que seu sobrenome carrega, conseguiu ontem liminar que cobra retratação da revista Isto É (edições impressa e on-line) sobre divulgação de um parágrafo que informa a “virada” de Osmar Dias (PDT) sobre Beto aqui no estado. Além disso, veda a utilização do termo “virada” aos demais veículos que “se atreverem” a fazê-lo, sob pena de multa diária de R$ 200 mil.

Em outras palavras, não se pode mais falar em “virada” de Osmar nem que a vaca tussa. Longe de nós, deste blog, nos referirmos à bendita da “virada”. Não queremos nem saber dessa abençoadinha, visto que o bolso humilde não sustenta tamanho engajamento. O que não descarta a possibilidade de sermos otimistas, intuitivos e de termos os ouvidos bem sintonizados com o clamor das ruas, que não mais sussurra… Já berra: VITÓRIA!

Também não podemos nos omitir de constatar que esse Zé Bonitinho Beto seja um poço de contradições e – por que não dizer? – de confusões. Proíbe a veiculação dos resultados de pesquisas devidamente registradas e não deixa que se fale do que já é público e notório, a menos que se baseie em pesquisas das quais não se pode falar. Hello??!! Outra contradição está estampada em forma de propaganda enganosa no slogan do site de campanha do Zé Bonitinho: “Saber ouvir! Saber Fazer” (Fazer calar, né? É o que ele sabe fazer de fato). Chega a ser piada pronta.

Enfim, vamos voltar no tempo e reeditar a alternativa encontrada pelos periódicos para cobrir os espaços censurados pelo pente-fino do regime militar. Em tempos de repressão e mordaça no Paraná, a sugestão do dia do blog Lado B é o “virado à paranaense”. Confira a receita abaixo! Leia mais notícias dos tucanos aqui, no Blog do LadoB

Índios atacam exploração apoiada por Marina Silva



Defendida pela senadora Marina Silva (PV-AC), a exploração comercial de um fruto típico do Acre gerou um processo judicial por biopirataria contra a Natura. A gigante do setor de cosméticos tem relações próximas com a pré-candidata do PV a presidente.

A empresa é ré em uma ação do Ministério Público Federal na Justiça Federal do Acre em razão do suposto aproveitamento ilegal do fruto do murmuru, que é usado na produção de xampus e sabonetes.

A acusação é de uso comercial a partir do conhecimento tradicional do fruto pela etnia ashaninka, que vive na fronteira com o Peru.

Em 2001, o murmuru constava de um acervo de plantas do Acre levado por Marina à Natura, para possível exploração econômica. Em 2003, foi assinado um termo de compromisso nesse sentido entre a empresa e o governo do Acre, intermediado pela senadora.

A Natura é considerada exemplo de compromisso com o meio ambiente por Marina. Juntando doações da empresa e de seus diretores, foi a segunda maior contribuinte da última campanha da senadora, em 2002, com R$ 30 mil. Seu presidente, Guilherme Leal, é mencionado como possível vice na provável chapa de Marina em 2010. A maior doadora foi a Pirelli, com R$ 50 mil.

Em agosto de 2007, a Procuradoria entrou com ação contra a Natura e mais duas empresas de cosméticos, em nome dos índios, cobrando compensação financeira. "A Natura, embora negue, acessou conhecimento tradicional sobre o murmuru. [...] Não é digno de crença que, como gigante do ramo, não tivesse obtido dados a partir dos resultados das pesquisas junto aos ashaninkas", diz a ação.

"Uso indireto"

A base legal da ação é a medida provisória 2.186, de 2001, que assegura às comunidades indígenas "benefícios pela exploração econômica por terceiros, direta ou indiretamente, de conhecimento tradicional".

No caso, a Natura é acusada de "uso indireto", uma vez que o conhecimento teria sido repassado por um pesquisador que trabalhou com os ashaninkas nos anos 1990.

A empresa diz que teve acesso ao princípio ativo do murmuru na "vasta literatura científica" sobre o tema. A Procuradoria rebate que essa literatura baseou-se nas tradições dos ashaninkas, o que não isentaria a empresa de pagar pelo uso.

"Se você entrar na floresta procurando a esmo plantas, vai passar um século até achar algo. É evidente que foi pelo conhecimento dos ashaninka que se chegou ao murmuru", diz o procurador Anselmo Lopes.

A promotoria pede que os réus paguem 50% dos lucros obtidos com a venda dos produtos à base de murmuru como compensação. Ainda não há data para o julgamento do caso.. Matéria publicada na Folha tucana em 2009

Marina Silva e as novas florestas

DEBATE ABERTO


Cortejada pela grande imprensa como possibilidade de levar a eleição para o segundo turno, Marina parece bailar nas decisões hamletianas: faz que vai e volta do meio para trás como cantilena do Grande Sertão.
O verdadeiro mestre não é somente o professor que sabe dar a aula com a lição na ponta da língua – é, sobretudo, aquele que sabe fazer discípulos. Quanto ao discípulo, é este mais do que o aluno que aproveita a lição na sala de aula. Na verdade, corresponde ao prolongamento do mestre, retendo-lhe o fascínio pelo resto da vida, como se o saber do professor continuasse a acompanhá-lo além do curso, alongando-lhe a presença.

Cortejada pela grande imprensa como possibilidade de levar a eleição para o segundo turno, Marina parece bailar nas decisões hamletianas: faz que vai e volta do meio para trás como cantilena do Grande Sertão. Já não convida mais seu coração para dar batalha. Quando está madura a oportunidade de colocar o Brasil na trilha das aspirações populares, a "cabocla de tantas malárias e alergias" coloca-se como linha auxiliar de uma elite desprovida de projeto de consenso para o país.

Rifando sua biografia, tergiversa sobre questões caras ao campo democrático-popular do qual, até bem pouco tempo, foi militante expressiva. A mulher que apostava na organização do povo como único agente capaz de resolver seus próprios problemas, elegendo suas prioridades e lutando para atingi-las, deu lugar a uma "celebridade" que, pretextando buscar um novo espaço político, reproduz o discurso dos editoriais reacionários. Deixou de dar valor ao partido político, ao sindicato, aos movimentos populacionais, às ações associativas. Esqueceu que são essas as instâncias capazes de superar um modo de vida que não corresponde às expectativas reais dos seres humanos de verdade.

Sua candidatura busca cobrir um vazio que não existe. Hoje, todos reconhecem que o crescimento econômico deve ser visto como condição necessária, mas não suficiente, do desenvolvimento social. O governo petista criou as condições políticas para o surgimento de uma nação que efetivamente combate a miséria e a pobreza extremas, implementando princípios econômicos que aumentaram a oferta de emprego e a remuneração condigna de trabalho.

Há oito anos, a visão progressista contempla valores ambientais imprescindíveis à saúde e ao bem-estar do ser humano, não isentando, como muitos querem crer, as elites regiamente capitalizadas nos tempos do consórcio demo-tucano. Sendo assim, onde estaria a novidade, e até mesmo a necessidade da agenda de Marina Silva?

Equilíbrio ambiental e desenvolvimento sustentável são elementos indispensáveis ao futuro do país. Exigem do movimento ecológico uma reformulação radical que o torne matriz de uma nova esquerda. A Amazônia é um exemplo. Seu desmatamento é obra conjunta de latifundiários, grandes empresários e empresas mineradoras. São os inimigos a serem confrontados prontamente. É essa a perspectiva da “doce" Marina e seus aliados recentes?

Quando, em entrevista a uma revista semanal, a ex-ministra do Meio Ambiente disse: "tenho um sentimento que mistura gratidão e perda em relação ao PT. Sair do partido foi, para mim, um processo muito doloroso. Perdi quase 3 quilos. Foi difícil explicar até para meus filhos. No álbum de fotografias, cada um deles está sempre com uma estrelinha do partido. É como se eu tivesse dividido uma casa por muito tempo com um grupo de pessoas que me deram muitas alegrias e alguns constrangimentos. Mudei de casa, mas continuo na mesma rua, na mesma vizinhança", Marina mistura oportunismo e desorientação espacial. 

A senadora do PV sabe que, uma vez derrubada, a floresta não se recompõe. Que tipo de “empates" se propõe travar com as alianças escolhidas? O partido que a convidou para bailar sobrevive de parcerias antagônicas a sua antiga história de combatividade, coerência e superação. Como nas matas degradadas, a política tem fios de navalha onde tudo perde a cor e dificilmente se refaz. A rua e a vizinhança são decorrências geográficas de escolhas caras. No caso de Marina, tudo mudou.

Chico Mendes reafirmava que “se descesse um enviado dos Céus e me garantisse que minha morte iria fortalecer nossa luta, até que valeria a pena. Mas a experiência nos ensina o contrário. Então eu quero viver". Por sua discípula isso está cada vez mais improvável.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

Dra. Cureau, seus colegas não dão entrevista, trabalham



Viva o Ministério Público que não se entrega ao jogo midiático e age contra quem deve agir, independente de partido ou candidato. Honra aos procuradores da República do meu Rio Grande que não se preocupam em ser simpáticos aos interesses poderosos dos meios de comunicação.
Agora há pouco, deu no Estadão:
” A promotora eleitoral Margarida Teixeira de Moraes, do Ministério Público do Rio Grande do Sul, ofereceu denúncia contra o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, por calúnia e difamação contra o PT e o candidato ao Senado pelo partido, Fernando Pimentel (MG), à Justiça Eleitoral do Rio Grande do Sul.
No texto da denúncia, encaminhada no dia 24 de setembro e tornada pública nesta segunda-feira pelo site do PT, a promotora afirma que Serra, “visando fins de propaganda eleitoral, difamou o Partido dos Trabalhadores ao afirmar que o mesmo tem ligações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia”. Para sustentar, transcreve trecho de entrevista dado pelo tucano ao jornal Zero Hora de 23 de julho, na qual ele, ao comentar declarações de seu vice Índio da Costa (DEM), diz que “está mais do que evidenciado que o PT tem ligação com as Farc, que, por sua vez, são uma força do narcotráfico”.
No segundo fato da mesma denúncia, a promotora também sustenta que Serra caluniou Pimentel imputando-lhe falsamente fatos definidos como crime, como violação de sigilo funcional e formação de quadrilha. E transcreve outro trecho da mesma entrevista, no qual o candidato, questionado sobre a quebra de sigilo de Eduardo Jorge, responde: “É estratégia do PT. Eles tinham montado um grupo de dossiê sujo. Dossiê limpo não é obrigatoriamente algo criminoso. Quando é feito com baixaria, você está comprando depoimento. Isso é jogo sujo, e o PT estava montando isso e foi descoberto. Tudo coordenado por um personagem importante do PT, que é o Fernando Pimentel. Não é um Zé Ninguém. Uma delas foi começar a quebrar sigilo usando de funcionários ligados ao PT”.
Mas o mais legal em tudo isso é a frase que encerra a matéria: ” A promotora não atendeu a imprensa para comentar a denúncia”.
Procurador, assim como juiz, não fala aos microfones senão, como diziam aqueles antigos anúncios nos ônibus, “senão para dizer apenas o essencial”. Fala nos autos dos processos.

Marina sai do muro e diz que Serra persegue jornalistas


Publicado hoje no O Globo online:

Em Guarulhos, Marina diz que Serra intimida jornalistas

GUARULHOS (SP) – A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, que o tucano José Serra “constrange jornalistas”. Na véspera, em debate da Rede Record, a verde já havia feito ataques mais duros aos seus adversários.


- Existem duas formas de tentar intimidar a imprensa: uma é aquela que vem a público e coloca de forma infeliz uma série de críticas, e outras são aquelas que, de forma velada, tentam agredir jornalistas, pedir cabeça de jornalista, o que dá na mesma coisa, porque o respeito pela democracia e pela liberdade de imprensa é permitir que a informação circule – afirmou a candidata.


Perguntada a quem estava se referindo, Marina respondeu:


- Vocês têm reclamado que o governador Serra nos últimos tempos, tem ficado nervoso quando fazem perguntas que ele não gosta.


A verde foi questionada, em seguida, de que forma Serra intimidaria o trabalho dos jornalistas.


- Tenho visto relatos de algumas pessoas que cobrem as campanhas de que existem momentos que, quando são feitas perguntas que não são consideradas agradáveis, há uma atitude às vezes de intimidação dos jornalistas – afirmou a candidata do PV.

Fernando Ferro pergunta: Onde estavam os democratas?



Onde estavam os supostos democratas na era FHC?
À medida que as possibilidades de vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno se tornam mais reais, a sensibilidade às “ameaças à democracia” fica crescentemente aguçada. E distorcida. No caso do Brasil de hoje, as ameaças, segundo grupos da oposição, provêm, paradoxalmente, do próprio voto popular.
Essa parece ser a tese dos chamados “formadores de opinião” que querem mobilizar o País em “defesa da democracia”. Inspirados por um neoudenismo opaco e alimentados por um mal disfarçado ressentimento político, esses autodenominados “democratas convictos” insurgem-se, agora, contra a “visão regressiva do processo político”, que transforma o “Legislativo em extensão do Executivo” e “viola a Constituição e as leis”. Temem, acima de tudo, que Lula não apenas consiga eleger a sua sucessora, mas também que a situação obtenha votos suficientes para fazer uma folgada maioria no Congresso. Tal perspectiva, se concretizada, abriria, segundo esses “democratas convictos”, o caminho para o “autoritarismo” baseado no “partido único” (qual deles?) e na definitiva “fragilização da oposição”.
Como parlamentar que viveu a experiência dos 8 anos de FHC na oposição, e hoje no governo, posso avaliar o comportamento dos atuais oposicionistas, cuja dificuldade de atuar fica evidente na tentativa de golpear de forma baixa o Governo Lula, e de, ao melhor estilo lacerdista, mas sem a mesma competência e brilho, ganhar o jogo a qualquer custo, tentando impedir a continuidade desse projeto, agora sob comando de Dilma Roussef.
Tal preocupação é deveras tocante é têm sólidas raízes na história recente do Brasil. De fato, na época do regime militar, havia também muitos “democratas convictos” que se insurgiam contra a perspectiva do destino do País ser entregue ao arbítrio das massas populares “que não sabiam votar” e que se constituíam em apenas “massa de manobra para interesses populistas”.
Posteriormente, já no regime democrático, houve casos em que o voto popular conduziu a situações em que as oposições se viram extremamente fragilizadas e o governo pode promover, a seu bel-prazer, profundas reformas constitucionais e legais, transformando o “Legislativo em mera extensão do Executivo”. Esse foi o caso, por exemplo, do governo Fernando Henrique Cardoso.
Com efeito, turbinado pelo Plano Real, que produziu efeitos distribuidores de renda no curto prazo e promoveu o chamado “populismo cambial”, o governo FHC conseguiu formar uma maioria parlamentar e política que faria corar o democrata mais convicto. Na Câmara dos Deputados, o que os atuais “defensores da democracia” chamam de “partido único” tinha apenas 49 parlamentares e a oposição como um todo reunia pouco mais que uma centena de deputados. Assim, o governo FHC tinha à disposição uma maioria acachapante de quase 400 parlamentares. No Senado, a situação era pior (ou melhor, para os “democratas convictos”), o PT tinha cinco senadores e a oposição como um todo menos do que 20.
Tal maioria permitiu que, do alto da presidência da Câmara, o deputado Luiz Eduardo Magalhães operasse, alegre e profusamente, o seu famoso “rolo compressor” para aprovar reformas constitucionais e legais bastante abrangentes, sempre a serviço “dos interesses maiores do País”, é claro, como a abertura, sem critérios, das portas da economia brasileira ao capital estrangeiro, e a antinacional privatização do patrimônio público, com regras benevolentes e muitas vezes com ajuda do BNDES. E as medidas provisórias, que naquela época podiam ser reeditadas, foram usadas com proverbial prodigalidade. Obviamente, tudo isso era obedientemente ratificado pelo Senado, sem nenhum questionamento expressivo. Já ao final do primeiro governo FHC, tal maioria inconteste permitiu, inclusive, que se aprovasse a emenda constitucional da reeleição, com os aplausos entusiásticos dos que hoje se dizem “democratas convictos”, que não levantaram suas vozes contra a denúncia de compra de votos para aprovar a medida que beneficiou o sociólogo tucano e sua turma.
É de conhecimento até do reino mineral que, comparado com aquele governo, o governo Lula teve e tem uma situação politicamente bem mais difícil, especialmente no Senado. Apesar disso, o nosso governo investiu bastante no aprimoramento das instituições republicanas e na articulação entre o Estado e os movimentos sociais, com o aprofundamento da democracia. Fizemos conferências setoriais, envolvendo, entre outras áreas, saúde, educação, segurança pública, e ainda criamos o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, com a participação de empresários e trabalhadores, para a definição de importantes políticas públicas. Ao mesmo tempo, as liberdades fundamentais, como a liberdade de expressão, foram inteiramente protegidas e promovidas. Essas iniciativas, a adoção de mais transparência e o fortalecimento das instituições de controle, como a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União, “seriam ameaças à democracia”, na leitura desses “democratas”.
Saliente-se que a extrema fragilidade da oposição da época de FHC tinha dois sérios agravantes. Em primeiro lugar, vivíamos a hegemonia inconteste do paradigma neoliberal, do pensamento único. Assim, os parcos e débeis protestos da oposição eram sempre rapidamente desclassificados como manifestações “jurássicas” e “neobobas”. Em segundo, a grande mídia, hoje confessadamente um partido de oposição, era, naquela época, um dedicado partido da situação cujo alinhamento aos desígnios governamentais só pode ser definido, a posteriori, como espartano. Curiosa essa queixa da imprensa de hoje, que viveu, com honrosas exceções, sob o manto monolítico do pensamento único neoliberal defendido pelo PDSB e PFL (atual DEM) e agora vem dizer que é ameaçada pelo governo do PT. O PIG virou um verdadeiro PRI: não quer mudanças e julga ter todo o poder para não dar satisfações a ninguém.
Tudo isso é plenamente conhecido por quem tem um pouco de memória histórica. Contudo, há um mistério que permanece insolúvel. Onde estavam os “democratas convictos” naquela conjuntura de intensa “ameaça à democracia”, segundo seus próprios critérios? Por que aplaudiram as fáceis eleições de FHC em primeiro turno e agora dizem que a eventual eleição de Dilma na primeira rodada seria um “desastre para a democracia”? Por que não consideravam a amplíssima maioria política e parlamentar que FHC dispunha no Congresso como um limitador ao exercício da democracia? Por que não se preocuparam com o isolamento e a debilidade da oposição daquele período? Por que não se insurgiram contra a inoperância do “engavetador geral da República”? Por que aplaudiram e ajudaram a promover a criminalização dos movimentos sociais? Por que o pensamento único não foi contestado?
É difícil saber onde estavam os que hoje se dizem “democratas”. Talvez a principal pista nos seja revelada por Dante. É provável que eles estivessem na sexta vala do “Malebolge”, exibindo as suas incômodas vestes de chumbo. Hoje, sem dúvida, estão sintonizados com seus patrões donos das concessões de emissoras e outros meios de comunicação, e claramente comprometidos com uma visão política pequena e distorcida de oposição ao Governo Lula.
De qualquer modo, sua alegre e livre emergência, agora exibindo plumagem específica, talvez se constitua na principal evidência do caráter democrático do Brasil, sob o Governo Lula.
Fernando Ferro é eputado federal (PT-PE), líder do partido na Câmara Federal.

Marina critica Serra; Folha dá jeitinho para incluir Lula



A alegação da Folha de S.Paulo em seu hipócrita editorial de ontem de que “procura manter uma orientação de independência, pluralismo e apartidarismo editoriais” é escandalosamente desmentida hoje pelo próprio jornal com o título que criou para as críticas que Marina fez ao relacionamento- se é que se pode chamar assim -  de Serra com a imprensa.
Enquanto O Globo escreveu “Em Guarulhos, Marina diz que Serra intimida jornalistas”, e o IG usou “Marina critica Serra por ‘intimidar a imprensa’”, a Folha encontrou um jeito de incluir Lula na história e titulou assim a sua matéria: “Marina acusa Lula e Serra de tentarem intimidar imprensa”.
Para justificar seu título forçado, a Folha disse que a crítica a Lula foi velada e que a crítica a Serra foi direta. Mas o “imparcial” jornal paulista ignorou um dado fundamental que constava de sua própria matéria e deveria ter sido determinante na orientação do título. Depois de criticar intimidações à imprensa de uma forma geral, Marina foi perguntada a quem se referia, e respondeu que era a Serra.
“Tenho ouvido reclamações nos últimos dias que o ex-governador José Serra tem ficando nervoso quando fazem perguntas que ele não gosta”, disse Marina. Segundo O Globo, ela ainda foi perguntada de que forma Serra intimidaria o trabalho dos jornalistas, e respondeu: “Tenho visto relatos de algumas pessoas que cobrem as campanhas de que existem momentos, quando são feitas perguntas que não são consideradas agradáveis, que há uma atitude às vezes de intimidação dos jornalistas.”
Os jornalistas perguntaram a Marina a quem ela se referia, publicaram o diálogo. A resposta foi  única, objetiva: Serra. A própria F olha regista que “Marina citou apenas Serra”, mas insiste que ela acusou Lula de intimidar a imprensa. É assim o jornalismo apartidário da Folha, que adapta os fatos a seu bel prazer.
A declaração de Marina não foi nem nova. O  Terra já tinha noticiado após o debate da TV Record a mesma crítica a Serra. Marina cobrou uma postura isenta de publicações que declaram apoio a candidatos e defendeu que o importante é “que se tenha uma relação respeitosa com a imprensa, porque, muitas vezes, não se faz a crítica aberta, mas nos bastidores existem aqueles que ameaçam, tratam de forma deselegante, que ficam ligando para as redações, pedindo cabeça de jornalistas.”
Questionada pelos jornalistas se estava se referindo a Serra, Marina disse: “isso são vocês que, às vezes, reclamam”. Os jornalistas insistiram: “Você está falando do Serra?”. Marina responde: “do Serra”.
Não poderia haver direcionamento mais explícito nas declarações de Marina, mas a Folha não faz jornalismo, mas propaganda.

A “ditadura” em que se vota a toda hora

Do Brizola Neto - Blog Tijolaço

Saíram os resultados das eleição na Venezuela, a 11ª em 12 anos desde que Hugo Chávez chegou, também eleito, ao poder. A imprensa internacional comemora o fato de que a oposição do Presidente conseguiu, finalmente, superar um terço das cadeiras no parlamento e, portanto, terá o poder de impedir reformas constitucionais, embora as reformas propostas por Chávez, até hoje, tenham sido objeto de referendo popular. Um deles, aliás, perdido pelo presidente e respeitado.
A votação correu em paz, não há questionamento sobre sua lisura e o Partido Socialista Unido conquistou 94 das 165 cadeiras, ou 57% dos assentos no Parlamento. Com os representantes indígenas e outro agrupamento de esquerda, são mais de 60% do parlamento.
Normalidade, democracia, voto. Tudo o que a mídia diz que não há por lá.
Pode-se gostar ou não de tudo ou de parte do que faz o Governo da Venezuela.
Mas já é hora de parar com o terrorismo que se faz aqui, apontando como uma ditadura um regime que, todo ano, chama seu povo às urnas.
E onde a oposição, curiosamente, vale-se da abstenção – muito alta, pois o voto não é obrigatório – para reduzir o peso do voto popular nos resultados.

SERRA, NAFTALINA E GUERRA FRIA



Venezuela vai às urnas em clima de absoluta democracia. Observadores internacionais atestam a lisura do pleito. População comparece em massa aos locais de votação. Não há confrontos, não há incidentes políticos sérios. Chávez obtem maioria simples no Congresso; a oposição cresce; haverá mais negociação para se aprovar mudanças estratégicas na economia e na sociedade. É isso a 'ditadura chavista'? Um dia de voto e liberdade desmente centenas de páginas da mídia demotucana; capas e mais capas de VEJA derretem como picolé ao sol do Caribe. Sobretudo, porém, o pleito de ontem revela a esférica lente do anacronismo político com a qual Serra olha E interpreta a América Latina, a ponto de ter feito campanha contra o ingresso da Venezuela no Mercosul por discordar da liderança de Chávez. A oposição venezuelana, uma das mais extremadas da região, mostrou-se menos obtusa que o candidato do conservadorismo brasileiro; foi às urnas e renasceu como interlocutor político. Entre outras razões, é por isso que Serra sai da eleição menor do que entrou. Na questão externa, sai como um porta-voz dos editoriais do Estadão, encharcado de naftalina e guerra fria.
(Carta Maior, 27-09)

Dilma participa de debate na TV Record

Quer dizer que o jenio ia virar nos debates …



    Publicado em 27/09/2010
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Na foto, o que o Serra pensava que era
O jenio é mais preparado.

O jenio se expressa melhor.

O jenio tem biografia.

O jenio fez os genéricos, acabou com AIDS, inventou a penicilina, fez o mutirão da próstata, acabou com a peste negra, é engenheiro, economista, editorialista da Folha, especialista em cálculo de porcentagem, o mais consistente, construiu a torre Eiffel, professor da Unicamp, instalou o bondinho do Pão de Açúcar, autor dos livros do David Ricardo, social-democrata, salvou as APAES, desalagou o Jardim Romano – o jenio é um gênio.

Como em 2002, ele ia para o debate da Record, o decisivo, para destroçar a Dilma.

Ia ser impiedoso, fulminante, contundente, feroz, incontrastável  – um Russel Crowe do “Gladiador” combinado com Winston Churchill.

Aí, começou o debate.

Primeiro, a fotografia.

Como diz o Zé Simão, mais importante que a entrevista é a foto.

E o jenio está um caco.

Exausto.

As olheiras se aproximam das gengivas.

Está mais cansado que professor de escola pública de São Paulo.

Este ordinário blogueiro desconfia que ele começa a ter um problema de audição.

No dia 4, ele deveria dar um pulo num Otorrino.

Ele parece o Nixon daquele debate com o Kennedy.

Deus lhe beijou na testa, e concedeu a oportunidade de abrir o debate com a primeira pergunta.

Pelos cálculos (sempre falhos) deste ordinário blogueiro, àquela altura o IBOPE deveria estar na casa dos 15 pontos.

Pau a pau com o Fantástico.

O Serra ia falar para uma audiência gigantesca.

Um público capaz de levá-lo, com sua precisão de raio laser, ao primeiro lugar no Datafalha.

Era bater o pênalti aos 45 minutos do segundo tempo, com o goleiro adversário manco, prostrado ao chão num canto da trave.

Era só correr para o abraço.

A jenialidade se encontrava com a Fortuna.

Aí, o jenio começa.

“Plinio” – ele, jenial, ia interpelar o não-candidato.

Ia fazer escada nas costas do Plínio e subir a rampa do Planalto de costas, tal a oportunidade que se abria à sua frente.

Deus é paulista !

Aí, veio a pergunta jenial: sobre o Irã.

Lá em Marechal, onde este ordinário blogueiro estudou as primeiras letras, o Irã, careca, de pernas tortas, joga um bolão no time dos “casados”.

O Irã.

Agora a Dilma não valia um fósforo queimado.

O Irã que ameaça a Mooca, com uma bomba atômica muti-fásica, pluri-letal. 

Quem mandou ousar competir com o jenio ?

O Irã !

Como a Dilma não tinha pensado nisso ?

E o Irã, Plínio ?

Aí, o Plínio virou o Russel Crowe.

Deixa de ser hipócrita, Serra.

Quer dizer que o Irã não pode ter bomba atômica, mas os Estados Unidos e Israel podem.

Te manca, Serra.

E o Serra foi reduzido à condição de …

O Serra virou … o Serra.

Isso foi aos 5’ do primeiro tempo.

Daí em diante, as olheiras desabavam, a cada bloco.

O jenio perdeu o caminho de casa.

Não dizia mais coisa com coisa.

Até a Bláblárina Silva ousou desmoralizá-lo.

Quando chove, cai uma tempestade, dizem os americanos.

A tempestade foi uma posição que o jenio adotava e fazia com que a iluminação aplicasse uns traços verticais escuros, abaixo das olheiras.

A fotografia é tudo …

No ponto mais alto da audiência, quando o jenio ia destruir a Dilma, ele confirmou o que o grande amigo Fernando Henrique Cardoso preferiu dizer em inglês: bye-bye Serra forever.

Quem nasceu para José Serra não chega a Carlos Lacerda.

O futuro do Brasil está nas mãos do Ali Kamel.

Paulo Henrique Amorim