Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 18 de julho de 2016

Ricardo Amaral: Por que a Lava Jato atiça os jornalistas de “tiragem” na caçada a Lula

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Lava Jato atiça a “tiragem” na caçada a Lula

Como na ditadura, República de Curitiba usa os jornais para destruir os inimigos

por Ricardo Amaral, no Conversa Afiada, publicado 17/07/2016

Nos últimos dez dias, Globo, Folha e Estadão republicaram antigos vazamentos da Lava Jato contra o ex-presidente Lula.

Notícias velhas foram requentadas e servidas como carne fresca a quem perdeu a memória dos desmentidos: uma sede do Instituto Lula que nunca existiu, uma rodovia na África e o acervo que Lula tem de guardar por força da lei.

Isso se chama publicidade opressiva, violência inerente ao estado de exceção e essencial aos “julgamentos pela mídia”.

Não pode ser coincidência. A ofensiva dos vazadores e seus repórteres amestrados segue-se à ação da defesa de Lula, que levantou a suspeição de Sérgio Moro para julgá-lo, por perda da imparcialidade.
Essa é a notícia nova do caso, que a imprensa brasileira escondeu. Deu no New York Times, mas não saiu no Jornal Nacional.

A ação aponta 12 afirmações de Moro antecipando a decisão prévia de condenar Lula.
Registra os abusos que ele cometeu – da condução coercitiva sem base legal à divulgação criminosa de grampos telefônicos.

No estado de direito, Moro deveria declinar do caso para outro juiz, isento, imparcial, condição que ele perdeu em relação a Lula.

O Datafolha também ajuda a entender a ofensiva. Só Lula cresceu. Tem um terço dos votos válidos no primeiro turno e mais de 40% no segundo, contra os três tucanos e a insustentável Marina.

Só perde, hoje, para o antipetismo; e debaixo de uma campanha de difamação sem precedentes.
É preciso acabar com Lula, fazer sua caveira, antes que ele tenha chance de voltar pelo voto. E antes que sua defesa desmoralize a Lava Jato. Tem de bater na cabeça da jararaca.

Mas como, se não há crime para acusá-lo? Se há só pedalinhos, obras de alvenaria, propriedades imaginárias, palestras profissionais, presentes de governos estrangeiros?

Desde a reeleição de Dilma (aliás, por isso mesmo), Lula, seus filhos, sua empresa de palestras e o Instituto Lula tornaram-se alvos de 9 inquéritos do Ministério Público e da Polícia Federal, 3 proposições de ação de penal, 2 fiscalizações da Receita e 38 mandados de busca. Quebraram e vazaram seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.

Numa afronta à Constituição e a princípios universais do Direito, adotados pelo Brasil em tratados internacionais, Lula é investigado pelos mesmos fatos em inquéritos simultâneos: da Procuradoria-Geral da República, de procuradores regionais do Paraná e Brasília e de promotores do Estado de São Paulo.
É tiro-ao-alvo.

Essa verdadeira devassa – insisto: sem precedentes no Brasil – não encontrou nenhum depósito suspeito, conta no exterior, empresa de fachada ou contrato de gaveta; nenhum centavo sonegado, nenhuma conversa de bandido.

Nada que associe Lula direta ou indiretamente aos desvios na Petrobras investigados na Lava Jato ou qualquer ilegalidade.

Nem mesmo os réus delatores, que negociam acusações sem provas em troca de liberdade e (muito) dinheiro, apontaram fatos concretos contra Lula.

No máximo, ilações, do tipo “ele devia saber”, conduzindo à esfarrapada tese do domínio do fato.
No estado de exceção midiática, apela-se à tese da obstrução da justiça (o maldito direito de defesa), a partir do pré-julgamento de grampos ilegais.

O fato é que a Lava Jato e a Procuradoria-Geral da República não têm como entregar – na só-base da prova, da lei e do direito – a mercadoria esperada desde sempre por seus patrocinadores: Lula na cadeia.
Não em julgamento justo, com policiais e procuradores apartidários, juiz natural e imparcial, tribunais fiscalizadores da primeira instância. Não no estado de direito democrático.

Para tirar Lula do jogo, precisam desesperadamente da cumplicidade dos meios de comunicação; a Rede Globo à frente e o rebotalho dos impressos na retaguarda.

Precisam promover um julgamento pela mídia, com base na publicidade opressiva.
Precisam espalhar que Lula estaria metido “nessa coisa toda”; silenciar e até intimidar quem duvide disso, para sancionar uma condenação sem prova.

Quem foi jornalista na ditadura tem amarga lembrança de colegas que serviam à repressão (alguns em dupla jornada, como na Folha da Tarde, da família Frias).

Noticiavam assassinatos de presos como “atropelamentos”, tratavam torturas como “rigorosas investigações”.

Faziam a caveira dos “subversivos”.

Eram chamados jornalistas de “tiragem” – a serviço dos “tiras”, é claro, não da verdade.
Recordo sem intenção de ofender os jornalistas “investigativos” de hoje que comem na mão dos “investigadores” anônimos.

Podem acreditar sinceramente que contribuem para “combater a corrupção”.

Ganham as manchetes, mas abrem mão do jornalismo, que é a busca da verdade.

Quando a meganha pauta e o repórter obedece, cegamente, quem perde é a notícia. E perde a democracia.

PS do Viomundo: Fora que a Globo não fala que foi procurar o Lula no edifício Solaris e em Las Vegas e encontrou a neta de Roberto Marinho…

Leia também:

Jeferson Miola: Crime do Lula é liderar as pesquisas eleitorais 

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Veja sofre protesto virtual; link de matéria da revista diz que ela mente

Veja sofre protesto virtual; link de matéria da revista diz que ela mente



veja 1

A imagem que você vê acima é print screen de matéria publicada no portal da revista Veja. Foi feito às 17 horas e 17 minutos de 31 de maio de 2016.
O link da matéria diz que é falsa informação contida no título de matéria que acusa o presidente do STF, Ricardo Lewandowski.
Em geral, os links de postagens na internet são formados pelo título do que foi publicado.
Nesse caso, o link original dizia o seguinte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/titulo-falso-a-ordem-veio-de-cima.
Porém, a Veja corrigiu o link, mas a versão antiga pode ser recuperada em cache. O link é o seguinte:
http://web.archive.org/web/20160531163127/http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/titulo-falso-a-ordem-veio-de-cima
Se você for um dos felizardos que ler este post pouco após ser publicado, terá oportunidade de dar boas risadas com o protesto virtual de que Veja foi alvo.
Pode ser um hacker que fez a brincadeira, ou pode ser algum funcionário que não concorda com o jornalixo que a Veja produz
O fato é que, por volta das 17 horas desta terça 31 de maio, essa é a notícia mais lida no portal, apesar de que todos já sabem que Veja mente.
Clique aqui para ir à página com o título hilariante, se já não tiver sido apagado pela Veja.
veja 3

sábado, 15 de março de 2014

Sem provas e em "off", Veja aponta regalia de Dirceu

:

Reportagem deste fim de semana sobre José Dirceu, por quem Veja nutre um estranho fascínio, é mais um exemplo da esculhambação da imprensa e da Justiça no País; todo o texto está ancorado em relatos de supostos servidores da Papuda que teriam falado sem se identificar, o que configura o chamado "off" no jornalismo; essas "fontes" teriam dito que Dirceu vem tendo direito a picanha e lanches do McDonald's na Papuda, além de um podólogo para tratar uma unha encravada; reportagem de Veja será usada numa manobra para enviar Dirceu a um presídio de segurança máxima, contrariando a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal, que lhe garante o regime semiaberto
15 de Março de 2014 às 07:29
247 - A revista Veja, que já invadiu um quarto de hotel em Brasília, numa operação feita em parceria com o bicheiro Carlos Cachoeira, entrega, neste fim de semana, mais uma armação jornalística a seus leitores, com o objetivo de manipular o Poder Judiciário. O alvo, mais uma vez, é o ex-ministro José Dirceu, por quem Veja nutre um estranho fascínio, tantas as capas que lhe foram dedicadas. Desta vez, a reportagem trata de supostos privilégios que Dirceu estaria recebendo na Papuda.
Em resumo, os privilégios seriam picanha, lanches do McDonald's, visitas fora de horário e acesso a um podólogo, para tratar uma unha encravada. As provas... bem, as provas, elas não existem. Todo o texto de Veja está ancorado em declarações em "off" de supostos servidores da Papuda. Ou seja: supostas fontes que se mantêm no anonimato. "Nas últimas semanas, VEJA ouviu funcionários da Papuda que, sob a condição de anonimato, revelaram detalhes do regime especial a que estão submetidos os mensaleiros. 'Aqui já teve até picanha e peixada feitas exclusivamente pra eles', conta um servidor", diz um trecho da reportagem.
Notícias desse naipe, sem nenhuma comprovação factual, atingem seus objetivos. Foi a suspeita de uso de um celular no presídio, lançada na imprensa mas negada por uma sindicância interna, que impediu a análise do pedido de trabalho externo de José Dirceu. Foi também uma nota sobre uma feijoada o argumento usado pelo juiz Bruno Ribeiro, filho de um dirigente do PSDB no Distrito Federal, para mandar Delúbio Soares de volta para a Papuda.
Com a capa desta semana, Veja tem alguns objetivos. Um deles é garantir a volta de José Genoino à prisão. "Numa conversa entreouvida por um servidor, um médico que atendia Genoino revelou ter escutado do próprio petista a admissão de que deixara de tomar alguns remédios para provocar uma arritmia cardíaca e, assim, poder pleitear a prisão domiciliar", diz Veja. A prova? Mais uma vez, uma "conversa entreouvida".
No caso de Dirceu, o que move a publicação é mais grave. Veja pretende manipular a Justiça para que um réu condenado ao semiaberto e recentemente inocentado da acusação de formação de quadrilha seja enviado a um presídio de segurança máxima – o que contraria a própria decisão do Supremo Tribunal Federal. "A Justiça está analisando um pedido do Ministério Público para que, diante da impossibilidade de controlar os privilégios concedidos aos mensaleiros pelo governo petista de Brasília, todos eles sejam transferidos para um presídio federal."
Nos próximos dias, o Brasil saberá se uma reportagem da insuspeita Veja, em off, será acolhida como prova pelo Poder Judiciário. Esculhambação? Sim, esculhambação total.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A Globo manipula a Verdade

Globo dá jeito de enrolar PT em denúncia. Estadão fez o mesmo!

por Conceição Lemes
Estadão publicou hoje reportagem, revelando a investigação de políticos do PSDB, DEM, PMDB e PPS no cartel que fraudava licitações do Metrô de São Paulo e  da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos  ( CPTM ).
A denúncia consta de relatório do ex-diretor da Siemens, Everton Rheinheimer, entregue em abril ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).Ele disse ter documentos que provam a existência de um forte esquema de corrupção no Estado de São Paulo, durante os governos dos tucanos Mário Covas, Geraldo  Alckmin e José Serra.
Jornal Hoje, da TV Globo, fez o mesmo: Políticos são acusados de envolvimento em cartel.
As semelhanças não param na manchete.
Na tentativa desqualificar a acusação contra os tucanos, o Jornal Hoje,tal qual o Estadão, enrola o PT e Cade na denúncia. Envolve deputado estadual licenciado Simão Pedro, do PT de São Paulo, atualmente secretário de Serviços da  cidade de São Paulo.
Jornal Hoje afirma:
A reportagem diz ainda que Everton Rheinheimer admite ser o autor da carta anônima enviada em 2008, que deflagrou a investigação do cartel dos trens e que ele teve ajuda de Simão Pedro para se encontrar com o presidente do Cade.
Simão Pedro é deputado estadual do PT de São Paulo. Ele está licenciado e hoje é secretário de Serviços de Fernando Haddad, também do PT.
Segundo a reportagem do O Estado de S. Paulo, Rheinheimer disse que o acordo envolvia a indicação dele para um cargo executivo na Vale. A assessoria da empresa informou que Everton Rheinheimer nunca trabalhou na empresa.
O secretário municipal de Serviços de São Paulo, Simão Pedro, disse que quando era deputado estadual recebeu denúncias de pagamento de propina em contratos da CPTM e do metrô e que encaminhou tudo para o Ministério Público de São Paulo.
A Globo gastou 44s da reportagem de 6m42s  acusando o PT. Um lixo!
Abaixo o texto da matéria do Jornal Hoje.
Edição do dia 21/11/2013
21/11/2013 14h23 - Atualizado em 21/11/2013 14h28
Seis políticos são acusados de envolvimento em formação de cartel
Ex-diretor da Siemens, Everton Rheinheimer, fez a denúncia. Caso foi revelado em reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.
Renato Biazzi, São Paulo
A edição desta quinta-feira (21) do jornal O Estado de S. Paulo revela que um ex-diretor da Siemens envolveu o nome de políticos do PSDB, do DEM , do PMDB e do PPS nas investigações sobre a formação de cartel em licitações do Governo de São Paulo. As licitações foram feitas entre 1998 e 2008.
Segundo a reportagem, em um relatório entregue em abril ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o ex-diretor da Siemens, Everton Rheinheimer, disse que tem documentos que provam a existência de um forte esquema de corrupção no estado de São Paulo, durante os governos Covas, Alckmin e Serra.
De acordo com Rheinheimer, esse esquema tinha como objetivo principal o abastecimento do caixa dois do PSDB e do DEM. Ele afirmou que o lobista Artur Teixeira disse que atual secretário da Casa Civil do governo Alckmin, do PSDB, Edson Aparecido, recebia propina das multinacionais suspeitas de participar do cartel dos trens.
O deputado Arnal Jardim, do PPS de São Paulo, também é citado como outro beneficiário. Segundo a reportagem, outros quatro políticos são citados pelo ex-diretor da Siemens como envolvidos com a Procint, empresa do lobista Artur Teixeira, suspeita de intermediar a propina a agentes públicos.
Os políticos mencionados são o senador Aloísio Nunes Ferreira, do PSDB, e os secretários estaduais José Aníbal, de Energia, Jurandir Fernandes, dos Transportes, e Rodrigo Garcia, do Desenvolvimento Econômico.
Ainda de acordo com a matéria, Rheinheimer diz em seu texto que os nomes de Aparecido e Arnaldo Jardim foram mencionados por Artur Teixeira como os destinatários de parte da comissão paga pelas empresas.
Sobre Aloysio Nunes Ferreira, Jurandir Fernandes e Rodrigo Garcia, o ex-diretor afirmou que teve a oportunidade de presenciar o estreito relacionamento deles com Artur Teixeira. Sobre José Aníbal, o ex-executivo disse que Artur Teixeira tratava diretamente com o assessor do político, o vice-prefeito de Mairiporã, Silvio Ranciaro.
O ex-diretor da Siemens apontou também o vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filipeli, do PMDB, e o ex-governador do estado, José Roberto Arruda, sem partido, como políticos envolvidos com a empresa MGE Transportes, apontada pelo Ministério Público como fornecedora da Siemens e de outras companhias do cartel.
A reportagem diz ainda que Everton Rheinheimer admite ser o autor da carta anônima enviada em 2008, que deflagrou a investigação do cartel dos trens e que ele teve ajuda de Simão Pedro para se encontrar com o presidente do Cade.
Simão Pedro é deputado estadual do PT de São Paulo. Ele está licenciado e hoje é secretário de Serviços de Fernando Haddad, também do PT.
Segundo a reportagem do O Estado de S. Paulo, Rheinheimer disse que o acordo envolvia a indicação dele para um cargo executivo na Vale. A assessoria da empresa informou que Everton Rheinheimer nunca trabalhou na empresa.
O secretário municipal de Serviços de São Paulo, Simão Pedro, disse que quando era deputado estadual recebeu denúncias de pagamento de propina em contratos da CPTM e do metrô e que encaminhou tudo para o Ministério Público de São Paulo.
Defesa
Em nota, o PSDB afirma que se pauta pela ética e repudia as acusações feitas ao partido. Também em nota, o DEM informou que o partido é originado do PFL, mas que não há registros nos dois de nenhuma contribuição proveniente da Siemens.
O secretário Edson Aparecido, chefe da Casa Civil do governo paulista, disse que nunca viu ex-executivo da Siemens e que vai entrar com uma ação criminal por calúnia e difamação contra o secretário municipal Simão Pedro, contra Everton Rheinheimer e contra o Cade. “Vou processar o deputado do PT que está por trás disso, vou processar o presidente do Cade, que não informou à Justiça e não informou também a corregedoria do estado sobre um documento que não faz parte desse acordo de leniência. E vou processar esse bandido, que faz uma denúncia desse tipo, em troca de cargo absolutamente ilegal”, afirma.
O secretário de Transportes disse que esteve com Artur Teixeira em duas ocasiões, em situações profissionais, e que Everton Rheinheimer cita seu nome, mas não o relaciona ao recebimento de propinas. “Meu nome ele cita, mas ele diz: ‘esses aqui apontados não se refere à propina’. No meu caso, não se refere. Ele fala: ‘mantém o relacionamento intenso com o cidadão Artur Teixeira’. Esse ano foram três encontros que ele teve no meu gabinete, totalmente profissional”, defende.
O Cade informou que o acordo de leniência firmado com a Siemens não tem nenhuma irregularidade e que a denúncia de cartel não partiu de uma pessoa e sim da própria empresa Siemens.
O deputado Arnaldo Jardim, do PPS, disse que nunca ouviu falar de Rheinheimer e que estuda processar o ex-executivo da Siemens por calúnia. Afirmou ainda que conhece Artur Teixeira porque os dois são engenheiros e participaram de vários eventos ligados ao setor de transportes, mas nega qualquer relação profissional com ele, ainda mais em esquemas criminosos.
O secretário de Energia do estado de São Paulo, José Anibal, do PSDB, disse que não conhece o ex-executivo da Siemens, nem tem relação com a empresa de Artur Teixeira. O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Garcia, do DEM, também negou qualquer tipo de relacionamento com Artur Teixeira.
O vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filippelli, nega conhecer ou ter qualquer tipo de contato com o autor da denúncia e com a empresa citada pelo denunciante. Disse que vai entrar na Justiça contra o ex-diretor da Siemens.
A assessoria do ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, disse que ele nunca se relacionou com a empresa de Artur Teixeira. O senador Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB, disse que conheceu Artur Teixeira quando foi secretário estadual dos Transportes, entre 1991e 1994, mas negou qualquer relação com o empresário.
O ex-vice-prefeito de Mairiporã, Silvio Ranciaro, não foi encontrado pela produção de reportagem do Jornal Hoje.
 Leia também:

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A OCDD - ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA DANIEL ET CATERVAS



Jornalismo mãe Dinah ataca novamente em O Globo


Esta foto do Lula de barba
ilustra a matéria
Mais um espécime do jornalismo mãe Dinah que floresce em nosso porcalismo tupiniquim.
Dessa vez, baixou na repórter Tatiana Farah de O Globo o espírito clarividente de mãe Dinah e ela saiu vendo coisas, lendo mentes, passado, presente e futuro.
Temos aí uma afirmação categórica que não é comprovada em nenhum ponto (repito, nenhum) da matéria.
Já no começo, o jornalismo mãe Dinah se manifesta:
SÃO PAULO - Um dos principais réus do mensalão, o ex-ministro José Dirceu tem se reunido semanalmente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os encontros ocorrem na casa do ex-presidente, em São Bernardo do Campo, ou no instituto Lula, em São Paulo. Em pauta, o julgamento do escândalo no Supremo Tribunal Federal (STF), no qual Dirceu é acusado de formação de quadrilha e corrupção. Lula e seu ex-ministro também discutem a situação eleitoral deste ano, principalmente nas cidades escolhidas como prioritárias pelo PT: São Paulo, Recife e Belo Horizonte.
Procure, investigativo leitor, curiosa leitora, um único depoimento em toda a matéria de alguém que tenha visto ou confirme levemente esses encontros semanais. Não há.
Procure também qualquer informação de que José Dirceu tenha discutido o julgamento do chamado mensalão. Com Lula ou qualquer outra pessoa. Não há. Pelo contrário. Veja estes trechos da matéria, que a contradizem:
— Nem tocamos no assunto do julgamento — disse [o escritor Fernando] Morais [que o teria visitado].
(...)
— Não converso sobre isso com ele e me parece que ele não está interessado em conversar sobre o julgamento — disse Francisco Rocha, o Rochinha, coordenador da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), da qual Dirceu faz parte.
Ao final, a repórter mãe Dinah penetra a mente de José Dirceu e prevê seus próximos passos:
O ex-ministro se afastou da consultoria a empresas para acompanhar o processo no STF. A ideia era interromper o serviço até o fim do julgamento. Mas, como o caso tem se estendido, pode reavaliar o retorno. Ele prevê que o veredicto sai até meados de outubro.
Dirceu disse a ela que prevê algo? Não, mãe Dinah prevê que ele prevê. 
E os encontros com Lula? Ficaram apenas no título e no primeiro parágrafo, o chamado lead. Depois, foi ao éter de onde veio.
No Blog do Mello

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Aonde querem chegar com esse jornalismo de futricas?

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República publicou nota ontem (está nos jornais de hoje; leia a íntegra aqui) esclarecendo que "são no todo falsas as informações contidas" em reportagem do Estadão sobre reunião institucional entre a presidenta Dilma Rousseff e o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Carlos Ayres Britto. Na esteira dos acontecimentos ocorridos após a divulgação de um encontro entre o ex-presidente Lula e o ministro Gilmar Mendes, a reportagem do jornal, publicada nesta 4ª, diz que a presidenta "avalia que a situação é perigosa, tem potencial de estrago e que beira a crise institucional nas relações entre Executivo e Judiciário". A matéria diz mais: que a presidenta "transmitiu esse recado" em conversa que manteve na 3ª feira com o presidente do Supremo.
O Estadão de hoje publica a nota da presidência ao lado de uma ‘contra-nota’ do próprio jornal em que reafirma que as informações são verídicas, mas não esclarece nada. Ocorre que também o outro interlocutor, o presidente do Supremo, informou que "conversou (com a presidenta Dilma) apenas sobre a participação do Judiciário na Conferência Rio +20 e sobre assuntos administrativos dos Poderes Executivo e Judiciário". (leia aqui).
Afinal, se a informação da reportagem não veio de nenhum dos interlocutores, de quem teria vindo? Que fontes são essas que se sobrepõe à fonte oficial, aos próprios participantes do encontro oficial? E, mais importante ainda, por que não foi dada voz à fonte oficial – para confirmar, negar ou modificar o que seria publicado –, diante de uma informação importante, apurada extraoficialmente? O que justifica que se publique apenas a versão de fontes anônimas? Que jornalismo de futricas é esse?
Infelizmente, problemas como este que estamos vendo aqui no caso do Estadão, não se restringem ao jornalão dos Mesquitas. O mesmo pode ser visto no Painel da Folha e em outros veículos que repetem essa prática à exaustão, atribuindo ao Planalto posições e falas em off que muitas vezes simplesmente não existem. Estamos falando de jornalistas experientes o suficiente para não serem instrumentalizados por outros interesses e que, quando aceitam este jogo, sabem bem que estão indo contra o manual da redação, quando não contra a própria lei.

Jornalismo “de serviço”: uma prática danosa

Falo especificamente dos áudios das operações Vegas e Monte Carlo entregues à CPMI do Congresso, e que vieram a público recentemente. Neles, aparecem exemplos claros desse tipo de “jornalismo de serviço”, no sentido de que servem a determinadas causas e interesses. Como das trocas entre o jornalismo da revista VEJA (e outras publicações, como Correio Braziliense, mas não só) e os interesses do esquema Carlos Cachoeira-Demóstenes Torres.
Ou ainda quando o repórter da Sucursal da VEJA em Brasília comete clara ilegalidade ao tentar invadir meu escritório político no Hotel Naoum. Ou então quando a revista dos Civita se utiliza da imagens obtidas de forma ilícita para montar reportagem contra minha pessoa.
Avalie você, leitor, se é justo, se é correto o que se faz. Utilizar um espaço que deveria ser dedicado a publicar as informações de forma transparente, com equilíbrio, para que o leitor possa se informar e formar seu julgamento, para a publicação de informações desbalanceadas, em que as fontes são anônimas, sem que a fonte que tem nome e responsabilidade pública possa se manifestar. Ou, então, descendo ainda alguns graus no caminho do mau jornalismo, quando se instala um verdadeiro balcão de trocas entre o veículo e o crime organizado onde o que menos interessa é o direito que o cidadão tem de receber uma informação isenta e equilibrada, para formar sua opinião.
ZéDirceu

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Dilma respeita a CPI. A Globo respeita ?


CPI é assunto do Congresso. CPIdaG é da Globo

Governo terá ‘posição de respeito’ sobre CPI do Cachoeira, diz Dilma

Presidente afirmou que ‘todas as coisas têm que ser apuradas’.

CPI mista vai apurar elo entre bicheiro e agentes públicos e privados.


A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (20) que o governo terá “uma posição absolutamente de respeito ao Congresso” em relação à Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) para investigar as relações entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira e agentes públicos e privados. Na primeira vez em que a presidente falou publicamente sobre o tema, ela disse que “todas as coisas têm que ser apuradas”, mas disse que não se manifesta “sobre outro poder”.


“Vou insistir nesse aspecto. Não me manifesto sobre esse assunto. A CPI é algo afeto ao Congresso. O governo federal terá uma posição absolutamente de respeito ao Congresso. [...] Vocês acreditam mesmo que eu irei me manifestar, além das minhas múltiplas atividades que eu tenho que lidar todo dia, eu vou me manifestar na questão de outro poder? Acho que todas as coisas têm que ser apuradas, mas não me manifesto sobre a CPI”, disse a presidente.


Ela falou sobre o assunto após cerimônia de formatura da turma de diplomatas de 2010-2012 do Instituto Rio Branco e da cerimônia de Condecoração da Ordem de Rio Branco, em Brasília. Em discurso no evento, ela afirmou que não deixará a indústria brasileira ser “sucateada” pela guerra cambial.


(…)

sábado, 14 de abril de 2012

Desembargador ataca bandoleiros da mídia.Presidente do TRF3 propõe ‘habeas mídia’

 

Desembargador critica o que chama de 'bandoleiros de plantão'

Saiu no Estadão.


 

SÃO PAULO – Sob a incrível montanha de ações que desafiam sua corte, o desembargador Newton De Lucca, presidente do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3), também poeta e escritor, entregou-se a uma cruzada: defende “irrestritamente” a criação de um “habeas mídia”, segundo sua definição um mecanismo que seria usado para “impor limites ao poder de uma certa imprensa”.


“O habeas mídia seria um instrumento para a proteção individual, coletiva ou difusa, das pessoas físicas e jurídicas, que sofrerem ameaça ou lesão ao seu patrimônio jurídico indisponível, por intermédio da mídia”, propõe.


De Lucca sugeriu pela primeira vez o habeas mídia no discurso de sua posse, em 2 de abril, perante plateia de magistrados, advogados, juristas, três ministros do Supremo Tribunal Federal – entre eles o novo presidente da corte máxima, Ayres Britto -, o cardeal arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, e o vice-presidente da República, Michel Temer, que o aplaudiram.


Ao revelar sua meta, jogou sobre a mídia expressão de autoria da ministra Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça, que apontou a existência de “bandidos de toga” e abriu crise sem igual na magistratura.


Servirá o habeas, prevê De Lucca, “não apenas em favor dos magistrados que estão sendo injustamente atacados, mas de todo o povo brasileiro, que se encontra a mercê de alguns bandoleiros de plantão, alojados sorrateiramente nos meandros de certos poderes midiáticos no Brasil e organizados por retórica hegemônica, de caráter indisfarçavelmente nazofascista”.


Autor de Pintando o Sete e Odes e Pagodes, coletâneas de poesias, De Lucca afirma que já foi “injustamente atacado, em passado não muito distante”. Aponta para “jornalismo trapeiro que impede a criação de uma opinião pública livre e legítima”.


O desembargador declarou, ainda na posse: “Continuarei a nutrir minha aversão congênita pelas pirotecnias enganosas do establishment atual, que não distingue a liberdade da libertinagem, as prerrogativas dos privilégios, a qualidade da quantidade, e ainda faz do embuste e do patrulhamento ideológico o apogeu da tirania”. “Almejamos e preconizamos uma imprensa livre”, afirmou De Lucca. “Enquanto investigativa e criteriosa há de merecer todo nosso respeito e loas. Por outro lado, há de ser solenemente repudiado aquele jornalismo trapeiro.”


Ao Estado, por escrito, De Lucca recorreu à veia poética. “Por jornalismo trapeiro quis me referir àqueles que não estão preocupados em divulgar a verdade dos fatos, a eles absolutamente despicienda, mas em propalar algo que possa despertar uma atitude de suspicácia naqueles que leem a notícia. Claro que trapeiros vem de trapos, e por mim a palavra foi usada como figura de retórica, denotativa de algo desqualificado e rastaquera.”


O desembargador revela confusão quando instado a definir como iria operar o habeas mídia. “É uma expressão cunhada pelo professor gaúcho Sérgio Borja numa conferência por ele proferida na Universidade de Lomas de Zamora.” Segundo De Lucca, também o professor Paulo Lopo Saraiva defende o mesmo modelo. “Trata-se de impor limites ao poder de uma certa imprensa, ou exatamente ao jornalismo trapeiro a que me referi.”


Sobre os “bandoleiros de plantão”, refugiou-se no silêncio. “Prefiro não nominá-los, quer porque preciso ter paz para trabalhar, não podendo perder meu tempo com niquices, quer porque prefiro que cada um vista o seu próprio capuz.”

terça-feira, 20 de março de 2012

A “surpresa” todos sabiam, menos o jornal

 

Quando a gente fala aqui do péssimo nível do jornalismo econômico brasileiro não está se referindo, em geral, à qualidade dos jornalistas, mas à transformação das editorias em máquinas de propaganda política.
Escrevi no Tijolaço, o quanto era ridículo dizer que o Banco Central estava “pressionado” a baixar juros.
Como é evidente que o BC, em nome do Estado brasileiro, é quem define quanto o Estado brasileiro vai pagar de juros, ser “pressionado” a pagar menos é um paradoxo.
Se fosse “inflação em alta pressiona BC a aumentar juros”, bem. Mas o contrário?
Ontem foi O Globo que, além de repetir a dose, cria um curioso – e revelador – clima conspiratório em torno da redução dos juros.
“Um dia após a divulgação de que a economia brasileira cresceu só 2,7% em 2011, o Comitê de Política Monetária (Copom) aprovou uma redução de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros, que ficou agora em 9,75%. Mas a decisão não foi unânime. A medida foi aprovada por cinco votos a dois. Os dissidentes queriam cortar apenas 0,5 ponto, como apostava a maior parte dos analistas econômicos.”
“Os dissidentes”, observem só…Parece que são pobres perseguidos dos países da antiga Cortina de Ferro, não é? Lutando, em nome dos princípios do liberalismo contra uma feroz ditadura, os dissidentes queriam garantir a liberdade de uma taxa completamente diferente: 0,25%!!
E depois, diz que “a maior parte dos analistas econômicos” previa um corte de 0,5%… Que maior parte? Onde? Há dias, e até mesmo neste modesto blog aqui,  antecipava-se corte de 0,75%. Todos os jornais fizeram o mesmo e os mercados futuros de juros já tinham essa projeção…
O mercado sabia, apenas não queria, e já por diversas vezes se apontou aqui que as “projeções” das instituições financeiras – diretamente interessadas em que estes índices fiquem o mais alto possível – são eivadas de parcialidade. Tanto que, em qualquer análise séria, não há como explicar que se “pagasse o mico” de prever no dia 2 de março  um Índice de Preços ao Consumidor da Fipe de 0,45%, quando os resultados semanais que a instituição publicava há mais de um mês não chegavam a isso e, pior, caíam fortemente.
Todos eles sabem que a inflação de fevereiro virá abaixo das “previsões” oficiais de 0,46% que espelham no Boletim Focus, para o qual o Banco Central coleta as “previsões” do mercado.
Mas, hoje, teremos uma nova “surpresa”…

Por: Fernando Brito

quinta-feira, 1 de março de 2012

Gasolina cara ou barata? Depende do lobby



Publiquei agora há pouco, no Projeto Nacional,  um post sobre a incrível contradição entre estas duas matérias, publicadas com um intervalo de 15 dias, por O Globo.
Há 15 dias, nossa gasolina era 70% mais cara que em Nova York, hoje está 21% mais barata que nos EUA.
Como Nova York é nos Estados Unidos e não houve nennhum salto no preço  por aqui, uma das duas é uma “furada”.
Adivinhem que é o assessor para assuntos petrolíferos de O Globo, nas duas matérias… Sim, ele mesmo, o indefectível Adriano Pires, da ANP de FHC.
Claro que o preço dos combustíveis terá de aumentar, se não cessarem as pressões bélicas envolvendo Estados Unidos e Irã.
Mas este tipo de exploração não diz nada ao leitor. A gasolina é cerca de 30% a 40% mais barata na bomba nos EUA- varia muito de estado a estado – por causa, essencialmente, dos tributos que incidem sobre os combustíveis, que são – essencialmente – estaduais.
E que, excetuados os EUA, por sua cultura, continuam sendo uma tributação menor (13%) do que a praticada nos países desenvolvidos, onde supera os 100%.
Aqui, andamos na faixa dos 50%, duas terças partes deles estaduais: o ICMS.
Como se vê, o assunto não é tratado com sereidade, mas como propaganda. Contra a Petrobras, contra o Governo.
E, sem muito disfarce, uma esperançazinha de que um aumento no preço da gasolina ajude a deter a queda da inflação e, com ela, a queda dos juros.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Paulo Henrique Amorim: de réu a vítima


A internet tornou muito mais potentes e muito menos puníveis os crimes de calúnia, injúria e difamação devido ao fato de que, quando praticados, vão sendo reproduzidos ad infinitum em milhares de páginas, em comentários de leitores a matérias de blogs e sites e em redes sociais como Twitter, Facebook, Orkut etc.
A instantaneidade da internet leva as pessoas a cometerem crimes inadvertidamente por escreverem “a quente”, movidas por estados de espírito de fúria, de frustração ou de indignação. Por isso, não se pode levar a ferro e fogo cada expressão insultuosa que é colocada na rede.
Não se pode sair por aí processando cada maluco que comete crimes de difamação, calúnia ou injúria, por exemplo. Sobretudo sendo blogueiro, que lida com milhares de pessoas o tempo todo. Se a cada vez que alguém o insulta, injuria ou difama você for processá-lo, não fará outra coisa na vida. Dessa forma, processos judiciais devem ser o último recurso.
Alguém que faz um blog não pode ser muito sensível. Não deve se embevecer com os elogios ou se deprimir com os insultos. Alguns gostam do que o blogueiro produz, outros odeiam. Faz parte do jogo. Não se pode pretender a unanimidade, pois nem Jesus Cristo agradou a todos.
Então é preciso entender que a difamação, a calúnia ou as frases preconceituosas que se espalham na internet são quase sempre produtos de estados de espírito passageiros. Se não se tornam campanhas, é melhor deixar que morram. Até porque, acabam caindo no vazio pela repetição e pelo fanatismo de seus autores.
A coisa muda de figura quando se é alvo de uma campanha orquestrada por grandes veículos de mídia como a que está sendo empreendida contra PHA. Há um propósito nela: a destruição da imagem do jornalista. É uma campanha que pretende, além de tudo, inviabilizar o alvo profissionalmente, pois sua imagem é também a sua ferramenta de trabalho.
Eis que o acordo judicial que o jornalista da Record fez com o da Globo gerou campanha de má fé que continua a todo vapor. Seu objetivo é o de converter acordo judicial em “condenação por racismo”.
No momento em que escrevo, se alguém fizer uma busca no Google encontrará incontáveis manchetes em páginas da internet que dizem que PHA foi “condenado por racismo”. Buscando-se a origem dessas manchetes, percebe-se que partiram de poucas fontes e se espalharam como fogo.
Mais grave é que há blogueiros ligados a grandes empresas de comunicação que seguem fomentando tese falsa sobre condenação de Paulo Henrique. Essas pessoas tentam transformar um acordo em condenação sob a premissa de que o jornalista “seria condenado de qualquer maneira” e que, por isso, teria sido “obrigado” a fazer o acordo.
Não existe qualquer fundamentação lógica para tal premissa. As pessoas que difamam PHA garantem saber o resultado de um processo que, se não tivesse sido extinto, poderia se estender por muitos anos e que certamente só terminaria no Supremo Tribunal Federal. Fazer acordo não é admitir culpa, é estratégia.
Já as críticas ao que disse PHA não podem ser objeto de punição, pois constituem liberdade de expressão. As pessoas têm direito de achar inadequada a frase que motivou o processo contra ele. Agora, a difusão de mentiras de forma sistemática e sabidamente falsa, aí é crime que precisa ser denunciado e punido.
O dano à imagem pode ser irreversível. Milhares de pessoas devem ter lido apenas as manchetes que afirmaram que “Paulo Henrique Amorim foi condenado por racismo” e, dali em diante, tornaram-se propagadoras da mentira.
O portal Terra foi talvez o único a se retratar. Outros portais apenas alteraram suas manchetes ou sumiram com matérias caluniosas e difamantes. Enquanto os portais se resguardam (ainda que inutilmente, pois foi tudo salvo), inocentes úteis seguem fazendo o trabalho sujo. Será moleza para PHA ser ressarcido.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Dívidas caem mas calote aumenta? O “milagre” do jornalismo brasileiro

 
 
 
 
Os jornais de hoje alardeiam: “Calote do consumidor cresce 21,5%, a maior alta desde 2002″.
Pronto, temos uma crise de inadimplência gravíssima, as pessoas, endividadas, não conseguem pagar suas contas, as empresas, sem receber, perdem seu fluxo de caixa, a economia caminha para a crise.
Verdade?
Bem, a notícia toma como base os indicadores do Serasa Experian, uma empresa de cadastro de crédito que, como poucas, sabe explorar a mídia espontânea que seus indicadores lhe dão.
Olhemos, então, o que dizem estes dados,  na tabela  que acompanha a divulgação do índicee a gente reproduz aí em cima.
E o que aconteceu, segundo o próprio Serasa?
 ”Em 2011, o valor médio das dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água), foi de R$ 320,63, o que representou uma queda de 17,3% na comparação com 2010.
Quanto às dívidas com bancos, o valor médio verificado ao longo dos doze meses de 2011 foi de R$ 1.302,12, com redução de 0,7% ante o mesmo acumulado de 2010.
Os títulos protestados, por sua vez, registraram em 2011 um valor médio de R$ 1.372,86, ocasionando um crescimento de 16,0% quando comparado com 2010.
Por fim, os cheques sem fundos tiveram, em 2011, um valor médio de R$ 1.359,19, representando um aumento de 8,4% sobre 2010.”

Bem, aí você vai olhar qual é o peso de cada modalidade de inadimplência no índice. As dívidas não-bancárias respondem por 39,8% do indicador; as com os bancos, por 48,2%. Já os cheques sem fundo, 10,5% e os títulos protestados, apenas 1,5%.
Portanto, se você aplicar a ponderação que o próprio Serasa define, o resultado é que o valor médio das dívidas decresceu 6,04%, se comparado os anos de 2011 e 2010.
Mas aí você descobre que o indicador mede, na verdade, ” as variações registradas no número de cheques sem fundos, títulos protestados, dívidas vencidas com bancos e dívidas não bancárias (lojas em geral, cartões de crédito, financeiras, prestadoras de serviços como fornecimento de energia elétrica, água, telefonia etc.)
O que, claro, não mede nada, porque você não pode considerar aumento da inadimplência em números absolutos, porque senão três carnês de R$ 20 em atraso representam uma inadimplência maior do que uma prestação vencida de 500 reais. Principalmente porque você tem, com a bancarização da população e o crescimento do crédito uma base cada vez maior de operações de crédito.
O próprio Serasa sabe e diz que não há qualquer bolha de cre´dito no Brasil e muito menos seu estouro. O próprio Serasa já advertiu que a tendência de inadimplência é decrescente.
Essa é uma das  história do catastrofismo nosso da cada dia na mídia.
O mesmo Serasa, em press- release distribuído dois dias antes, registra que o número de falências decretadas no ano de 2011 caiu 30% (de 908 para 641) e o de falência requeridas baixou 27%, de 2.371 para 1.737.
Obviamente, isso não é manchete.
Mas é assim que se constrói boa parte do noticiário econômico no Brasil.
Ano passado, o mundo ia de vento em pôpa, crescendo. E este otimismo era medido aqui: o indicador FGV/Banco Central de confiança do comércio dizia que, de 1244 empresas pesquisadas, 755 delas previam um aumento nas vendas.
Agora, com o mundo mergulhado na crise e a incerteza por toda a parte, 711  – 56,2% - continuam achando que vão vender mais.
E isso é apresentado como um clima de pessimismo.

E aí a gente continua naquele clima de que nada do que fazemos dá certo e o melhor é que alguém tome conta de nós, como incapazes.
Por: Fernando Brito

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

PiG (*) mente sobre enchente. Gleisi não interveio


O Conversa Afiada recebeu as seguintes informações do Palácio do Planalto:

Essa é a nota do Ministério da Integração e que o PiG não usou ontem. Tem os números que contradizem a tese dos R$ 29 milhões do Estadão e a pseudo-preferência por Pernambuco:

Nota de Esclarecimento – Recursos para prevenção


Brasília – O Ministério da Integração Nacional informa que a execução financeira, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), foi de R$ 155 milhões para obras de prevenção em 2011. Outros R$ 915 milhões foram investidos na reconstrução e resposta a desastres. Estes recursos são provenientes da Lei Orçamentária Anual e de duas Medidas Provisórias (522 e 537).


A Sedec dispõe ainda de R$ 450 milhões provenientes da MP 553, de 21 de dezembro de 2011, que prevê mais R$ 140 milhões para apoio a obras de prevenção em todo o país.


Em 13 de maio de 2011 foi assinado convênio entre governo de Pernambuco e União, por meio do Ministério da Integração, para a construção das barragens de Panelas II e Gatos. Foram liberados para construção destas duas barragens R$ 23 milhões.


Os dois reservatórios terão papel importante na contenção de enchentes na Mata Sul e em parte do agreste pernambucano. A previsão é de que as obras sejam entregues antes do próximo inverno. Em 2010, as fortes chuvas na região provocaram 20 mortes.  Cerca de 80 mil pessoas foram desabrigadas e desalojadas. Os prejuízos chegam a mais de R$ 1 bilhão.


Investimentos em prevenção


O Ministério da Integração também investe em prevenção por meio de outras secretarias. A Secretaria de Infraestrutura Hídrica (SIH), por exemplo, vai liberar R$ 455 milhões em obras de drenagem para prevenção de enchentes até 2013, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).


Na lista de obras estão canalizações de córregos, dragagem de canais, a construção de galerias pluviais, bocas-de-lobo, pavimentação de ruas, contenção de encostas, desassoreamento e recuperação de sistemas de drenagem.


Neste programa da SIH foram liberados, só em 2011, R$ 130 milhões, sendo R$ 57 milhões para Bahia, R$ 32 milhões para Rio de Janeiro, R$ 12 milhões para Santa Catarina, R$ 10 milhões para Tocantins, R$ 10 milhões para Roraima, R$ 5,6 milhões para Pernambuco e R$ 1,9 para Rio Grande do Sul.


Ressalta-se que as ações de prevenção a desastres não estão alocadas exclusivamente no Ministério da Integração. O Ministério das Cidades, por exemplo, detém o maior orçamento do governo federal para ações de contenção de encostas e macrodrenagem, algo em torno de R$ 11 bilhões, garantidos no PAC 2 para o período de 2011-2015.


Gestão de riscos


A partir de 2012, o Programa de Prevenção e Preparação para Desastres deixa de existir, sendo substituído pelo Programa de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres. Esse novo programa é mais amplo e alocou todas as ações afins de seis ministérios (Integração Nacional, Cidades, Ciência e Tecnologia, Defesa, Meio Ambiente e Minas e Energia) para, de fato, integrarem as ações do Governo Federal nessa temática.


É importante ressaltar que as próprias obras de reconstrução, que representam o maior volume de recursos empregados pela Secretaria Nacional de Defesa Civil, atualmente já estão sendo concebidas de forma sustentável, isto é, como obras preventivas de desastres. O  objetivo é um só: evitar novas destruições e perdas de vidas.


Sobre a “intervenção branca” da Chefe da Casa Civil no Ministério da Integração (como se a Presidenta precisasse “intervir” em qualquer ministério …) :

Nota de esclarecimento


Esclareço que não recebi por parte da presidenta da República nenhuma orientação ou determinação para intervir na execução orçamentária do Ministério da Integração Nacional. O ministro Fernando Bezerra é e continua sendo responsável pela execução dos programas e projetos daquela Pasta. Qualquer informação fora deste contexto tem por objetivo disseminar intriga. O governo está trabalhando para ajudar, no que puder e couber, os Estados e a população que passam por situação difícil com desastres naturais.


Gleisi Hoffmann


Ministra-Chefe da Casa Civil



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Globo tenta e, não consegue derrubar o Pimentel.


Poeta: as sobrancelhas falam


O jornal nacional desta terça-feira fez o que pôde para derrubar o Ministro Fernando Pimentel, da Indústria.

Como o Ali Kamel não entende de televisão, ele literalmente copiou a edição impressa do Globo que imprimiu uma suspeita que não provoca suspeita em ninguém – clique aqui para ler “Globo diz só até a página 3 que Pimentel não roubou”

Depois dessa longa leitura, o espectador virou a página e se deparou com um “tom”, um “ambiente” de deslavada corrupção.

Um suposto líder do PSDB deu uma declaração notável: se houver suspeita ele tem que se explicar.

Não se pode conviver com a suspeita.

A suspeita é inadmissível !

Suspeita de quem, cara pálida ?

Do Ali Kamel ?

O Conversa Afiada, por exemplo, suspeita que esse cavalheiro não pode ser líder de partido nenhum.

A suspeita é livre, não é isso, amigo navegante  ?

Aí, vem uma repórter de nome Bomtempo, que, por bom tempo, parecia a vice-lider da oposição ao Governo Lula, na bancada do Bom (?) Dia Brasil.

Deve ter sido promovida – suspeita-se.

No fim, Pimentel explica tudo.

Renda compatível com os valores do mercado.

Nota fiscal.

Tributo recolhido.


Ganhou um bom dinheiro.

Ganhou um bom dinheiro quando estava fora do Governo.

Como faz o Padim Pade Cerra, hoje, que está fora do Governo, com suas inúmeras palestras mundo afora..

Ou o Farol de Alexandria.

O problema não é ganhar dinheiro fora do Governo.

É ganhar dentro, diria o Toni Palocci.

O interessante também observar o legado da Fatima Bernardes.

Quando queria revelar a sua indignação, sua perplexidade diante de algum malfeito (geralmente de um trabalhista), Bernardes erguia as sobrancelhas em sinal de veemente protesto.

Pois não é que a Patrícia Poeta fez o mesmo, quando se encerrou a fala do Pimentel ?

Pela eloquência do movimento das sobrancelhas, Poeta deve suspeitar de alguma coisa.

Suspeita-se.

Paulo Henrique Amorim

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

"Nova Cara" da VEJA...

(clique na capa)

Por Luís Nassif

O maior fenômeno de anti-jornalismo dos últimos anos foi o que ocorreu com a revista Veja. Gradativamente, o maior semanário brasileiro foi se transformando em um pasquim (jornaleco) sem compromisso com o jornalismo, recorrendo a ataques desqualificadores contra quem atravessasse seu caminho, envolvendo-se em guerras comerciais e aceitando que suas páginas e sites abrigassem matérias e colunas do mais puro esgoto jornalístico.
Para entender o que se passou com a revista nesse período, é necessário juntar um conjunto de peças.
O primeiro conjunto são as mudanças estruturais que a mídia vem atravessando em todo mundo.
O segundo, a maneira como esses processos se refletiram na crise política brasileira e nas grandes disputas empresariais, a partir do advento dos banqueiros de negócio que sobem à cena política e econômica na última década..
A terceira, as características específicas da revista Veja, e as mudanças pelas quais passou nos últimos anos.
O estilo neocon
De um lado há fenômenos gerais que modificaram profundamente a imprensa mundial nos últimos anos. A linguagem ofensiva, chula, herança dos “neocons” americanos, foi adotada por parte da imprensa brasileira como se fosse a última moda.
Durante todos os anos 90, Veja havia desenvolvido um estilo jornalístico onde campeavam alusões a defeitos físicos, agressões e manipulação de declarações de fonte.
Um segundo fenômeno desse período foi a identificação de uma profunda antipatia da chamada classe média mídiatica em relação ao governo Lula, fruto dos escândalos do “mensalão” que nunca foi provado, do deslumbramento inicial dos petistas que ascenderam ao poder, agravado por um forte preconceito de classe. Esse sentimento combinava com a catarse proporcionada pelo estilo “neocon”. Outros colunistas utilizaram com “talento” – como Arnaldo Jabor -, nenhum com a fúria grosseira com que Veja enveredou pelos novos caminhos jornalísticos.
O jornalismo e os negócios
Outro fenômeno recorrente – esse ainda nos anos 90 -- foi o da terceirização das denúncias e o uso de notas como ferramenta para disputas empresariais e jurídicas. 
marketinização da notícia, a falta de estrutura e de talento para a reportagem tornaram muitos jornalistas meros receptadores de dossiês preparados por lobistas. 
Ao longo de toda a década, esse tipo de jogo criou uma promiscuidade perigosa entre jornalistas e lobistas. Havia um círculo férreo, que afetou em muitos as revistas semanais. E um personagem que passou a cumprir, nas redações, o papel sujo antes desempenhado pelos repórteres policiais: os chamados repórteres de dossiês.
Consistia no seguinte:
O lobista procurava o repórter com um dossiê que interessava para seus negócios.
O jornalista levava a matéria à direção, e, com a repercussão da denúncia ganhava status profissional.
Com esse status ele ganhava liberdade para novas denúncias. E aí passava a entrar no mundo de interesses do lobista.

Quer ver mais?! Veja

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A reação de Gabrielli à Veja. Matéria da Veja é asquerosa, fruto de péssimo jornalismo

 luisnassif

Por Marco Antonio L.
Prezado Nassif,
Não vamos deixar esquecer, isso precisa ser lembrado e cutucado até algo acontecer !!!
 
Do Vi O MundoPresidente da Petrobras:
Sérgio Gabrielli: O texto da Veja é mentiroso e cheio de ilações sem base em fatos
por Conceição Lemes
João Sergio Gabrielli de Azevedo é  presidente da Petrobras, desde 2005.

Professor titular licenciado da Universidade Federal da Bahia (UFBA), é formado em Economia pela mesma instituição, onde foi pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas e coordenador do Mestrado em Economia. Tem o título de PhD em Economia pela Universidade de Boston (EUA). Entre 2000 e 2001, foi pesquisador visitante na London School of Economics and Political Science, em Londres.
Gabrielli é um dos vários personagens da “denúncia” da Veja do último final de semana, que tem o ex-ministro José Dirceu como figura central. Como os demais citados teve “direito” a uma das fotos tiradas de algum ponto próximo ao apartamento em que o ex-ministro José Dirceu se hospeda no Hotel Naoum, em Brasília.

No corpo da “matéria”, Veja afirma:

Por e-mail, via assessoria de imprensa, Sérgio Gabrielli respondeu às minhas perguntas.
Viomundo – Há quanto tempo o senhor é filiado ao PT?

Sérgio Gabrielli – Desde a sua fundação.
Viomundo – E amigo de José Dirceu?

Sérgio Gabrielli -- Há cerca de 30 anos, tempo que regula com a idade do Partido dos Trabalhadores.
Viomundo – Na “matéria” é dito que o senhor teria ido ao Hotel Naoum se encontrar com José Dirceu  para tentar se fortalecer para continuar à frente da Petrobras, já que que Palocci queria tirá-lo do comando. Ao mesmo tempo, diz que  José Dirceu é consultor de empresas no setor de petróleo e gás e que ele precisaria estar informado para fazer mais dinheiro. O que o senhor teria a dizer sobre isso?

Sergio Gabrielli – A matéria da Veja chega a ser asquerosa, fruto de péssimo jornalismo. O texto é mentiroso e cheio de ilações sem base em fatos. A partir de fotos de pessoas entrando e saindo de um hotel, a revista faz ilações absurdas sobre o que teria sido discutido e conversado nesses encontros. Trata-se, como disse, de péssimo jornalismo.
Viomundo — O que o levou a se encontrar com José Dirceu no Naoum?

Sérgio Gabrielli — Como disse, somos amigos há 30 anos e não comentarei o que converso com meus amigos.

Como aguentamos não fazer nada?

Duas coisas com as quais não me conformo: escrever sem trema e ter que assistir a este país ser esbofeteado por verdadeiras quadrilhas que, com dinheiro do povo doado pela ditadura militar, auferiram meios de manipular a vontade eleitoral dos brasileiros e as próprias instituições, para tanto se valendo de farsas como a que a revista Veja publicou em sua última edição.
Sinto-me um parvo tendo que me limitar a espernear neste blog. A cada nova farsa político-partidária das quatro famílias que controlam a mídia, percebo que só fazem isso porque ninguém toma atitudes além da de protestar na internet. Fico pensando se essa passividade dos que entendemos o que elas pretendem (reverter o processo de redistribuição de renda em curso no Brasil) não permitirá que tenham êxito.
A conduta da Veja é uma bofetada na sociedade brasileira. Uma farsa tão escandalosa como a que tentou tirar da cartola um escândalo baseado apenas em opiniões de uma empresa não deve ser avaliada pelo alvo, o ex-ministro José Dirceu, mas pelo que representa: uma corporação fabricar uma “realidade” a seu bel prazer e ao arrepio da lei.
Vejam bem: a questão não é Dirceu ou não Dirceu, mas o ato praticado contra ele. Até porque, não prejudicou só ao ex-ministro. Os hóspedes do hotel Naoum e até os proprietários do estabelecimento foram expostos aos métodos da Veja. Cada um de nós poderia estar entre essas pessoas.
Não sei como agüentamos não fazer nada além de cobrar de políticos covardes que tomem uma atitude e proponham leis para a comunicação que existem em todos os países civilizados mesmo sabendo que nada farão porque se borram de medo do poder que a ditadura militar concedeu a essas famílias midiáticas.
Sabem o que irá decorrer desse caso envolvendo a Veja e José Dirceu? Nada. O processo irá se arrastar na Justiça por anos a fio e o governo continuará fugindo da obrigação de dotar o país de uma legislação que impeça que um dono de um império de comunicação viole os direitos das pessoas, agindo como se tivesse mais direitos do que o resto da coletividade.
Não dá para aceitar mais que esse tipo de coisa continue acontecendo em um país que pretende se tornar uma potência social, econômica, cultural e até tecnológica. Enfim, um player global e uma terra de justiça e igualdade.
A covardia vai se consolidando como uma característica deste povo. Sempre estamos empurrando a terceiros as nossas responsabilidades. É muito bonito bradar contra aquilo que está errado, mas é patético fazer isso exclusivamente sentado diante de um computador.
E para quem, como este blogueiro, sabe como nossos vizinhos latino-americanos são corajosos e determinados, a situação é ainda mais intolerável.
Estou analisando caminhos para uma reação. Pode não dar certo, pois certamente será necessário que bastante gente se engaje e é justamente aí que a porca torce o rabo. Mas há que tentar. Sempre, mesmo correndo o risco de fracassar. Há que falar e escrever muito, sim, mas é imperativo tentar agir concretamente. Isso é exercício da cidadania.
Não podemos aceitar passivamente que essa gente, além de tudo, também se organize em movimentos para defender nas ruas os crimes das famílias midiáticas. Além de ter todos os grandes meios de comunicação, a direita midiática agora está se organizando para fazer sem causa o que deixamos de fazer tendo a melhor das causas.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Veja naufraga na lama. O ponto sem retorno de Veja

O ponto sem retorno de Veja 
Luis Nassif Online
Veja chegou a um ponto sem retorno. Em plena efervescência do caso Murdoch, com o fim da blindagem para práticas criminosas por parte da grande mídia no mundo todo, com toda opinião esclarecida discutindo os limites para a ação dá mídia, ela dá seu passo mais atrevido, com a tentativa de invasão do apartamento de José Dirceu e o uso de imagens dos vídeos do hotel, protegidas pelo sigilo legal.

Até agora, nenhum outro veículo da mídia repercutiu nenhuma das notícias: a da tentativa de invasão do apartamento de Dirceu, por ficar caracterizado o uso de táticas criminosas murdochianas no Brasil; e a matéria em si, um cozidão mal-ajambrado, uma sequência de ilações sem jornalismo no meio.

Veja hoje é uma ameaça direta ao jornalismo da Folha, Estadão, Globo, aos membros da Associação Nacional dos Jornais, a todo o segmento da velha mídia, por ter atropelado todos os limites. Sua ação lançou a mancha da criminalização para toda a mídia.

Quando Sidney Basile me procurou em 2008, com uma proposta de paz – que recusei – lá pelas tantas indaguei dele o que explicaria a maluquice da revista. Basile disse que as pessoas que assumiam a direção da revista de repente vestiam uma máscara de Veja que não tiravam nem para dormir.

Recusei o acordo proposto. Em parte porque não me era assegurado o direito de resposta dos ataques que sofri; em parte porque – mostrei para ele – como explicaria aos leitores e amigos do Blog a redução das críticas ao esgoto que jorrava da revista. Basile respondeu quase em desespero: "Mas você não está percebendo que estamos querendo mudar". Disse-lhe que não duvidava de suas boas intenções, mas da capacidade da revista de sair do lamaçal em que se meteu.

Não mudou. Esses processos de deterioração editorial dificilmente são reversíveis. Parece que todo o organismo desaprende regras básicas de jornalismo. Às vezes me pergunto se o atilado Roberto Civita, dos tempos da Realidade ou dos primeiros tempos de Veja, foi acometido de algum processo mental que lhe turvou a capacidade de discernimento.

Tempos atrás participei de um seminário promovido por uma fundação alemã. Na mesa, comigo, o grande Paulo Totti, que foi chefe de reportagem da Veja, meu chefe quando era repórter da revista. Em sua apresentação, Totti disse que nos anos 70 a revista podia ser objeto de muitas críticas, dos enfoques das matérias aos textos. "Mas nunca fomos acusados de mentir".

Definitivamente não sei o que se passa na cabeça de Roberto Civita e do Conselho Editorial da revista. Semana após semana ela se desmoraliza junto aos segmentos de opinião pública que contam, mesmo aqueles que estão do mesmo lado político da publicação. Pode contentar um tipo de leitor classe média pouco informado, que se move pelo efeito manada, não os que efetivamente contam. Mas com o tempo tende a envergonhar os próprios aliados.

Confesso que poucas vezes na história da mídia houve um processo tão clamoroso de marcha da insensatez, como o que acometeu a revista.



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