Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 19 de julho de 2016

Altamiro Borges: O sonegador da Fiesp, os patos da Paulista e a corja de larápios

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O sonegador da Fiesp e os patos da Paulista

Por Altamiro Borges, em seu blog

Após esconderem as suas máscaras carnavalesca do “Japonês da Federal”, o contrabandista, muitos midiotas devem estar pensando o que farão com os patinhos amarelos distribuídos pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) nas marchas golpistas pelo impeachment de Dilma.

Nesta segunda-feira (18), o Estadão revelou que um importante diretor da entidade patronal deve R$ 6,9 bilhões em impostos ao governo federal — mais do que as dívidas dos estados da Bahia e Pernambuco.
O jornal oligárquico, que adora usar adjetivos contra os seus adversários políticos, evita chamar o ricaço de “sonegador” ou “corrupto”.

Mas a matéria confirma que os midiotas serviram de massa de manobra aos falsos moralistas que se travestem de éticos para enganar os otários. Vale conferir alguns trechos:

O empresário Laodse de Abreu Duarte, um dos diretores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), é o maior devedor da União entre as pessoas físicas. Sua dívida é maior do que a dos governos da Bahia, de Pernambuco e de outros 16 Estados individualmente: R$ 6,9 bilhões.
Laodse – que já foi condenado à prisão por crime contra a ordem tributária, mas recorreu – é um dos milhares de integrantes do cadastro da dívida ativa da União, que concentra débitos de difícil recuperação. Além de Laodse, aparecem no topo do ranking dos devedores pessoas físicas dois de seus irmãos: Luiz Lian e Luce Cleo, com dívidas superiores a R$ 6,6 bilhões.

No caso desses três irmãos, quase a totalidade do valor atribuído a cada um diz respeito a uma mesma dívida, já que eles eram gestores de um mesmo grupo empresarial familiar que está sendo cobrado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

A soma dos valores devidos por empresas e pessoas para o governo federal ultrapassou recentemente R$ 1 trilhão. São milhões de devedores, mas uma pequena elite domina o topo desse indesejável ranking: os 13,5 mil que devem mais de R$ 15 milhões são responsáveis, juntos, por uma dívida de R$ 812 bilhões aos cofres federais – mais de três quartos do total devido à União.
O débito desses maiores devedores representa cinco vezes o buraco total no Orçamento federal previsto para 2016.

Nesse grupo – que exclui dívidas do estoque previdenciário, do FGTS e dos casos em que há suspensão da cobrança por determinação judicial – estão desde empresas quebradas, como a Varig e a Vasp, mas também motores do PIB nacional, como a Vale, a Carital Brasil (antiga Parmalat) e até a estatal Petrobras.

Mas como pessoas físicas chegam a dever tanto ao Fisco? A explicação é que os integrantes da família Abreu Duarte foram incluídos como corresponsáveis em um processo tributário que envolveu uma de suas empresas, a Duagro – que deve, no total, R$ 6,84 bilhões ao governo.

Segundo a Fazenda, a empresa realizou supostas operações de compra e venda de títulos da Argentina e dos Estados Unidos sem pagar os devidos tributos entre 1999 e 2002. Denúncia do Ministério Público apontou que a Duagro “fraudou a fiscalização tributária.” Para o MP, há dúvida sobre a real existência dos títulos negociados, já que alguns não foram lançados nas datas registradas na contabilidade.

A Procuradoria suspeita que a empresa tenha servido como “laranja” em “um esquema de sonegação ainda maior, envolvendo dezenas de outras renomadas e grandes empresas, cujo valor somente poderá vir a ser recuperado, em tese, se houver um grande estudo do núcleo central do esquema”.

Segundo o site da Fiesp, Laodse é um dos atuais 86 diretores da entidade, sem especificação. Ele também integra o Conselho Superior do Agronegócio da federação e preside o Sindicato da Indústria de Óleos Vegetais e seus derivados em São Paulo.

Foi esta corja de larápios que orquestrou e financiou o “golpe dos corruptos” que depôs a presidenta eleita democraticamente pela maioria dos brasileiros.

No maior cinismo, ela incentivou as marchas contra a corrupção e distribuiu os patinhos amarelos na Avenida Paulista.

Acostumada a fazer lobby para corromper políticos, ela nunca teve qualquer compromisso com a ética.
Seu intento sempre foi o de sabotar o “reformismo brando” dos governos Lula e Dilma que garantiu alguns avanços sociais nos últimos anos.

Seu desejo sempre foi o de sonegar impostos, remeter ilegalmente suas fortunas ao exterior, retirar direitos trabalhistas e reduzir os gastos nas áreas sociais para elevar os seus lucros.

Na prática, os midiotas que carregaram os patinhos da Fiesp foram os patéticos patos dos sonegadores!

Leia também:

Roberto Amaral: Jornalistas da “tiragem” continuam na caça a Lula

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Vazou tudo! Sonegação da Globo está na web!


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A trágica morte de Eduardo Campos fez passar despercebido o vazamento da íntegra do processo de sonegação da Rede Globo.

Os documentos chegaram simultaneamente a diversos blogs e sites no mundo inteiro, e estão disponíveis nos seguintes links:

doc01.pdf
https://mega.co.nz/#!CspFiLKR!OdIs6BNyfcAm5xvmj0O6L57UkKB9e1OUvxUAlZSZRaY


doc02.pdf
https://mega.co.nz/#!D95FlTzY!5GpFvfEYff2tg7M0WqjvtKD9AbhsrbkbeL40orhvHhQ

São 1.200 a 1.500 páginas, que agora devem ser analisadas pela inteligência coletiva das redes sociais.
Há páginas com transferências ilegais de valores da Globo e suas laranjas para o exterior, o que pode se configurar crime financeiro, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

É uma mina de ouro!

E agora não tem nada a ver com o Cafezinho. O vazamento veio do exterior, por fonte não-identificada, e só não explodiu por causa da comoção nacional causada pela morte de um candidato a presidente da república.

Neste momento, em que a Globo se arrepia toda com a possibilidade de realizar uma grande manipulação emocional da população, com a morte de Eduardo Campos, seria interessante mostrar ao povo brasileiro que a emissora não tem condição moral de ser “árbitro” de nenhuma disputa eleitoral.

É preciso aproveitar o momento para se iniciar uma grande campanha contra a sonegação de impostos.

A democracia brasileira precisa, sim, de um choque moral. Isso implica em rever alguns valores. Para nossa elite, não há interesse em patrocinar campanhas contra a sonegação, porque ela é a que mais sonega no mundo inteiro.

Para se ter uma ideia, em novembro do ano passado, o Valor deu uma notícia que nenhum grande jornal
 mais popular repercutiu.

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A Rússia só está em primeiro lugar em percentual do PIB, e mesmo assim, em “empate técnico” com o Brasil. A sonegação russa corresponde a 14,2% do PIB; a nossa, a 13,4%.

Mas a sonegação brasileira, em valores, é bem maior: US$ 280 bilhões. Em reais, portanto, a sonegação brasileira, em 2011, foi de R$ 636 bilhões! Em 2011, imagina em 2014!

A sonegação russa, em valores, está estimada em US$ 211 bilhões/ ano.

O único país cuja sonegação supera o Brasil em valores são os EUA. A sonegação nos EUA totaliza US$ 337 bilhões, mas isso correspondeu a um percentual de apenas 2,3% de seu PIB.

Agregando percentual de PIB e valor, portanto, pode-se afirmar que a sonegação brasileira é a maior do mundo!

Uma empresa que ganha dinheiro como concessão pública de TV deveria ser um exemplo, um modelo! E fazer campanha contra a sonegação!

É claro que o Brasil precisa passar por uma reforma tributária!

Os auditores fiscais estimam que, se a sonegação fosse reduzida, a carga tributária poderia ser brutalmente reduzida no país.

A campanha contra a sonegação deveria ser incorporada a todas as campanhas contra a corrupção, até porque envolve valores muito maiores, e as duas, sonegação e corrupção, estão ligadas organicamente. O dinheiro sonegado é o mesmo usado para corromper

terça-feira, 1 de outubro de 2013

MÍDIA ESCONDE DEVASSA EM ANDREA, O FAZ TUDO DO PSDB

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A “continha” da Globo e dos sonegadores daria para muitos “padrões Fifa”

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Os Sindicato dos Procuradores da Fazenda Nacional anuncia que vai estacionar, hoje, diante do Congresso, um caminhão com um painel onde se poderá ver o “Sonegômetro”, um painel onde ser mede o que perde o Brasil com a sonegação de impostos.
O valor, hoje mais cedo, já passava, este ano, de R$ 304 bilhões. Como se vê, aquele um bilhão do processo “sumido” da Globo não está só, está e muito mal acompanhado.
Zerar a sonegação de impostos é uma utopia – embora nisso, como em tudo na vida, devamos sempre perseguir as utopias – mas é possível ver o que uma redução neste ralo fiscal pode produzir para o país.
A discussão, porém, é boa e essencial para o país, porque vai muito além do moralismo e tem a ver com a necessidade de financiar necessidades imensas com os recursos gerados por uma economia que precisa, para isso, crescer sem parar.
Porque  você  sempre lê e ouve falar que a carga tributária do Brasil é uma das mais altas do mundo, mas isso não se reflete em serviços públicos de qualidade – padrão FIFA, para usar o mote das recentes manifestações.
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Mentira, verdade?
Ambas.
Na imagem ao lado você vê o ranking dos países em matéria de peso dos impostos sobre a economia.
Estamos, sim, acima de muitos países em desenvolvimento e não muito distantes de outros, desenvolvidos.
E, como somos a sexta ou sétima economia do mundo – dependendo dos critérios de medição – 34,4% disso é muito dinheiro, certamente.
Com que critérios e se há justiça tributária na distribuição deste sacrifício pelas diversas camadas sociais  – e não há, porque um estudo do IPEA comprova que a carga para os mais pobres chega a 54% da renda, enquanto os que ganham mais de 30 salários-mínimos ficam com 29% – é outra discussão, que vamos travar em mais adiante.
O que vai se fazer agora é um raciocínio simples, embora raramente visto na imprensa.
É o quanto por habitante isso representa, na hora de provê-los de serviços públicos essenciais.
Se somos a sexta economia, logo à frente do Reino Unido, ambas com PIB girando em torno de US$ 2,4 trilhões, a coisa muda completamente de figura quando se divide essa riqueza pelo numero de habitantes.
Nos números do Fundo Monetário Internacional, enquanto os britânicos ficam em 22lugar, com US$ 38,6 mil por cabeça, nós despencamos para a posição com US$ 12,8 mil. Considerada a paridade de poder de compra, ou o valor  corrigido pelos preços internos, baixamos ainda mais, para 78o  lugar.
Se aplicarmos a percentagem da carga tributária sobre este “PIB dividido” igualmente, teremos o seguinte:
Um britânico “paga” aos seus governos (nacional, estadual e municipal) 39% de seu PIB de US$ 38,6 mil. Paga, portanto, US$ 15 mil para ter hospitais, policia, escolas, estradas, etc…
Já o brasileiro, como 34,4% de carga tributária sobre um PIB de US$ 12,8 mil, “paga”, pelos mesmos serviços, US$ 4,4 mil.
Menos de um terço, portanto.
E se considerarmos que o Brasil ainda é um pais onde há muito por fazer, por conta de nosso atraso histórico, enquanto os ingleses já têm um pais “pronto”, a diferença se torna muito maior.
É claro que eficiência no uso do dinheiro público, combate à corrupção e, sobretudo, à sonegação de impostos podem contribuir em muito para otimizar a aplicação dos recursos coletados em impostos que, como vimos, podem ser altos no valor absoluto, mas modestos em relação ao per capita de outros países.
Mas o essencial, no Brasil, é que não se abandone nunca o foco em que, para destinarmos mais recursos para os serviços essenciais, não se pode deixar o país descarrilar de dois trilhos: crescimento econômico e justiça social.
Sem o desenvolvimento, não há como ter justiça na pobreza.
Com pobreza, não existe possibilidade de crescer, e a história já demonstrou isso.
Por: Fernando Brito

terça-feira, 3 de julho de 2012

Joel Leite: Venda de automóveis zero bate recorde, ainda com margens de lucro astronômicas

por Luiz Carlos Azenha

Em 6 de agosto de 2011 o Viomundo publicou um texto da repórter Heloisa Villela, que vive em Washington, no qual ela dizia tomar susto com os preços que encontra quando visita o Brasil.
No corpo do texto ela mencionava reportagem que havia feito com o jornalista Joel Leite, do Auto Informe, que também mantém o blog O Mundo em Movimento.
Trecho:
O Honda City, fabricado em Sumaré, interior de São Paulo, viaja até o México, paga frete, tem que dar lucro para a revendedora, e tal. Bem, os mexicanos compram o carro pelo equivalente a R$ 25.800,00 enquanto os brasileiros desembolsam R$ 56.210,00 pelo mesmo modelo. Pelas contas do Joel, tirando toda a carga tributária, o lucro das concessionárias, e comparando com o preço no México, o fabricante tem um lucro de quase R$ 15.000, por unidade, no Brasil.
Joel é autor de uma investigação que demonstra que os preços astronômicos dos automóveis no Brasil não resultam apenas dos insumos mais caros ou da carga tributária: são resultado, também, do que ele batizou de Lucro Brasil, ou seja, grandes margens de lucro praticadas pelas montadoras.
Falar em Lucro Brasil é uma forma irônica de se referir ao chamado Custo Brasil, que empresários e jornalistas frequentemente usam para tentar vender reformas neoliberais — a redução de direitos trabalhistas, por exemplo — ou para justificar preços completamente divorciados da realidade.
O texto da Heloisa, mais uma reportagem que eu mesmo fiz sobre os automóveis brasileiros, que reproduzi aqui, causaram animado — para não dizer furioso — debate entre os internautas.
O Fábio Passos, por exemplo, argumentou que parte dos reclamos da Heloisa se devia à sobrevalorização do real. Sim, mas nem sempre, como notou o Luiz P, que respondeu:
“Acho que vc não entendeu a ideia do artigo. Lá diz que quando um produto que custa, por exemplo, US$100,00 nos EUA, e por aqui chega a R$500,00 é um caso de especulação. Cito o exemplo baseado em valores concretos de tênis de corrida.
Vamos ilustrar com dois cenários:
1 – Real com valor considerado normal US$1,00 = R$2,50
Pelo câmbio o tênis de US$100,00 deveria custar aqui R$250,00. Então quando ele custa R$500,00 está pelo dobro do preço.
2 – Real hipervalorizado US$1,00 = R$1,60
Pelo câmbio o tênis de US$100,00 deveria custar aqui R$160,00. Então quando custa R$500,00 está mais de três vezes mais caro.
Isso mostra que produto estrangeiro absurdamente caro em um quadro de supervalorização da moeda nacional só pode ser fruto de especulação desenfreada. Nesse quadro os produtos estrangeiros deveriam estar mais baratos. O que acontece por aqui é caso de polícia…”.
Tratando especificamente dos automóveis, destaco alguns comentários:
Marcelo de Matos disse que o problema é o cartel das montadoras; Felipe atribuiu os preços à falta de concorrência; Rodrigo aft disse que o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) não trabalha em defesa da concorrência; Ricardo Alves afirmou que falta ao brasileiro a paciência para pechinchar (ele mesmo diz ter obtido um abatimento de 7 mil reais na compra de um carro zero); Francisco Hugo afirmou que o fato de as montadoras terem suas próprias financeiras faz com que elas ajam também como ‘atravessadoras’; Sergio Navas, que conhece o ramo da siderurgia, alegou que o preço da tonelada de aço laminado longo é de U$ 1.600 no Brasil, contra U$ 830 nos Estados Unidos e U$ 750 na China; Alexandra Peixoto destacou a concentração da cadeia produtiva no Brasil e recomendou este artigo da economista Tânia Bacelar; o David Bonis recomendou a leitura do artigo de Pedro Kutney, do Automotive Business, chamado Os custos, os preços e os bobos.
Noir, num desabafo, disse que “os governos que o Brasil teve ao longo de sua existência foram Governos que governaram para os outros, notadamente os de fora”.
Disse mais:
Bem, sabemos que as coisas boas, somente são boas se funcionam; assim o “capitalismo brasileiro”, transformou-se em um “capitalismo de esgoto”, altamente explorador, selvagem, que não contribui com sua sociedade. Nosso capitalismo é exatamente a “política colonial ” empregada entre 1500 e 1900, extrativista. A diferença é que antigamente se extraia o pau-brasil, ouro, prata, manganês, quartzo, diamantes e no Brasil [de hoje] se extrai “dinheiro”.
O tom do desabafo da Noir me lembrou muito o do jornalista Lúcio Flávio Pinto, já que a ideia subjacente é a mesma: o Brasil como extraordinária fonte de lucros.
[Lúcio tratou do ritmo de exportação de minério de ferro de Carajás -- crime de lesa Pátria, segundo ele --, lamentou a exportação de energia brasileira embutida em lingotes de alumínio destinados ao Japão e afirmou que a Amazônia brasileira está sendo transformada em uma subcolônia -- primeiro, do Sudeste, depois de estrangeiros -- para exportação de energia]
Todos os comentários acima citados e muitos outros, tão importantes quanto, estão aqui e aqui.
Com a notícia publicada pelo Estadão de que nos últimos três anos e meio as montadoras remeteram para as matrizes U$ 14,6 bilhões em lucros e dividendos, achei que tinha chegado a hora de entrevistar o Joel Leite a respeito, levantando com ele as questões mencionadas pelos comentaristas.
Outro motivo da entrevista: a venda de automóveis no Brasil disparou em junho, com a saída de até 20 mil veículos zero num único dia, recorde histórico.
Segundo Joel, as vendas bateram recorde mas não foi por conta da redução da margem de lucro. Pelo contrário, algumas concessionárias que haviam reduzido, aproveitaram para recompor sua margem de lucro. E nem todas as montadores teriam repassado o valor integral da redução do IPI aos consumidores.
O jornalista afirma que os preços de automóveis não caem abaixo de um determinado patamar e deu como exemplo do poder de fogo da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos) a sobretaxa que foi aplicada contra a suposta “ameaça chinesa”.
O Cherry QQ chegava ao Brasil, já com acessórios, a 12 mil reais, mas como ameaçava a produção das empresas instaladas aqui acabou sobretaxado por pressão das montadoras locais. Isso quando a Cherry e a JAC (outra montadora chinesa) detinham apenas 0,6% do mercado, contra 70% da General Motors, Fiat, Volkswagen e Ford.
Joel também comenta campanhas do gênero da Abaixo o Lucro Brasil, ativa no Facebook.
Ouçam a entrevista, enquanto a gente providencia a degravação:


Viomundo: Quais são as últimas do mercado automobilístico?
Joel Leite: O mês de junho fechou com vendas recordes, aumento de vendas históricos. Para você ter uma ideia, o mês teve só 20 dias úteis, sendo que um deles  ainda foi espremido junto ao feriado, quer dizer, você pode considerar 19 dias úteis. Mas mesmo considerando 20, você teve 17 mil carros por dia vendidos. Para você ter uma ideia do que isso significa, nesses últimos anos, quando as vendas estão bombando, o mercado crescendo, as vendas tem sido de 13 mil carros por dia, 14, eventualmente 15 num mês muito especial. Neste mês de junho a média foi 17, na última semana foram 20 mil carros por dia. Isso resultado do que? Da redução dos preços em consequência da retirada do IPI para carro 1.0 e redução do IPI para carro acima de 1.0, que o governo fez no final do mês de maio. Quer dizer: abriu a mão do imposto e com isso vários carros, várias montadoras abaixaram o preço, não todos, por sinal, mas foi o suficiente para provocar essa corrida às revendas, foi realmente uma procura enorme, que é possível até que não se mantenha nos próximos meses, é um pouco artificial, mas contribuiu para isso, para ser o segundo maior mês da historia e a maior venda diária de toda a história da indústria.
Viomundo: Joel, praticando aqueles preços que você denunciou como sendo parte do Lucro Brasil ou não, ou os preços andaram caindo muito?
Joel Leite: Não, não, os preços cairam somente o necessário para reduzir… a consequência da redução do IPI. Ninguém participou mais, além do governo, dessa redução dos preços. Ao contrário, muitas montadoras mantiveram os preços ou tiveram uma redução abaixo do que seria o necessário com a redução do IPI. Ouvi de um dirigente do setor de distribuição… ele disse que muitas concessionárias estavam trabalhando com uma margem reduzida. Então, o que eles fizeram com essa redução do IPI? Recompuseram a margem. Ele falou claramente que em vez de repassar todo esse valor para o consumidor, eles acabaram acertando a vida deles aí, recompondo a margem, muitos carros tiveram uma redução [de preço] menor que o IPI [reduzido] provocou.
Viomundo: Nos seus textos você menciona que as montadoras instaladas  no Brasil muitas vezes são responsáveis por boa parte do lucro das matrizes. E aí tem uma notícia de hoje, do Estadão, do Iuri Dantas, dizendo que nos últimos três anos e meio elas remeteram 14,6 bilhões de dólares em lucros e dividendos. É uma informação que vem ao encontro do que você tem dito, né?
Joel Leite: Exato, isso é uma amostra de que… na verdade o que acontecia quando as montadoras reclamavam junto ao governo por uma redução de preço? O que elas queriam era manter a sua margem de lucro, que é bastante alta, solicitavam uma redução de imposto para poder baixar o preço, sem fazer a sua parte, esse é o grande problema. A gente sabe que a margem de lucro no Brasil é muito grande, foi comprovado isso, dito pelos próprios dirigentes internacionais das montadoras instaladas aqui, a margem de lucro é muito grande no Brasil, é maior do que em qualquer outro país. Quando eles querem incrementar a venda, em vez de reduzir essa margem eles acabam apelando para o governo, que dá guarida a isso, o governo acaba sempre atendendo. Aconteceu isso no início da crise de 2009, em dezembro de 2008, foi o que manteve o Brasil vendendo [automóveis] bem em 2009 e 2010. Aconteceu novamente agora. É possível que… o imposto é para voltar no mês de agosto, é possível que ainda isso se estenda até o fim do ano.
Viomundo: Joel, você disse que hoje o governo controla o mercado de automóveis. O que você quis dizer com isso?
Joel Leite:  Quando as marcas importadas chegaram ao Brasil mais fortemente, especialmente as chinesas, chegaram há dois anos com carro mais barato, carro totalmente equipado e ao preço de um carro básico brasileiro. O consumidor de um carro básico — Gol, Palio, Celta, esses carros pequenos — ele nunca teve a oportunidade de comprar um carro totalmente equipado, porque ele teria de pagar à parte vidro elétrico, o trio elétrico, air bag, direção hidráulica, ar condicionado, essas coisas que são básicas em qualquer carro do mundo, no Brasil não tem.
Para você ter uma ideia, Azenha, há muitos anos, quando o espelho retrovisor do lado direito não era obrigatório nos carros, as montadoras não equipavam o carro com espelho retrovisor [do lado direito], para você ter uma ideia. Um item absolutamente básico. Ele era considerado opcional, só passou a ser equipado [com o espelho retrovisor do lado direito] depois que a lei obrigou. É o que vai acontecer com o air bag e [o freio] ABS daqui dois anos, quando será obrigado.
Hoje, a montadora não coloca esse equipamento e faz ele [o comprador] pagar à parte. O que aconteceu, voltando ao raciocínio? O carro chinês, especialmente, chegou com esses equipamentos e começou a ganhar mercado. A pressão das montadoras fez o governo impor um IPI adicional de 30 pontos percentuais, praticamente inviabilizando a operação dessas marcas no Brasil. Se você pegar as duas coreanas, a Hyundai e a KIA, que já estão no Brasil há muito tempo e estavam conquistando seu espaço, também sofreram. A KIA, por exemplo, teve uma queda de 47% nesse semestre, no fechamento do semestre, em relação ao primeiro semestre do ano pasado. Culpa do aumento do imposto.
Por outro lado, a empresa que mais cresceu nesse semestre foi a Nissan, beneficiada com a importação… ela também é uma importadora, ela importa a maior parte dos seus carros vendidos aqui, ela foi beneficiada porque o governo aceitou… o México faz parte de acordo [automotivo] com o Brasil e não recolhe imposto de importação e também não recolhe o IPI adicional de 30 pontos. Quer dizer, o governo é que controlou esse mercado, é um mercado absolutamente artificial. O carro não está sendo vendido porque ele é mais bonito, porque tem o melhor desempenho, porque tem o melhor custo-beneficio ou porque a montadora fez uma grande estratégia de marketing. Está sendo vendido porque houve um controle artificial desse mercado através do imposto do governo.
Viomundo: O que você diz de certa forma concorda com uma de nossas comentaristas, Noir, que diz que essa margem de lucro é falta de governo…
Joel Leite: É a falta de governo. Você vê nesse relato que você acabou de dizer que saiu aqui no Estadão… da remessa de lucros. A remessa de lucros, o volume foi mais ou menos o mesmo volume do valor que o governo deveria ter recolhido de impostos neste período, nestes três anos depois da crise e que acabou abrindo mão em benefício das montadoras.
 Viomundo: O leitor Felipe disse que o problema é falta de concorrência, é verdade?
Joel Leite: Não é falta de concorrência. Nós temos hoje no Brasil mais de 40 montadoras, mais de 40 marcas, todas as grandes marcas mundiais e muitas pequenas estão operando no Brasil. Imagine você, o Paraguai vende carro mais barato que a gente, o Chile — que não fabrica nenhum carro — importa tudo, vende carro mais barato que a gente. Aí você vai dizer que o imposto lá [no Chile] é baixo. É verdade, é baixo, mas se você pega a Argentina, o imposto é menor que o do Brasil mas não tão mais baixo assim. E as diferenças de preço são absurdas, absurdas. Quer dizer, você compara o preço do carro no Brasil com países de primeiro mundo, onde tem uma realidade diferente — Estados Unidos, Europa, Japão — e compara com paises do terceiro mundo, com paises miseráveis, em qualquer comparação o carro brasileiro é mais caro. Não existe explicação… O custo Brasil, que eles consideram, o custo de operação, custo de logística, de transporte, de todos estes problemas que existem na operação industrial e comercial no Brasil… para o consumidor isso não é custo, é lucro [alheio]. Alguém lucra, se não é a montadora que tem essa maior parte do lucro, é a concessionária, é a oficina, é o transporte, é o cegonheiro, esse dinheiro se perde na cadeia e quem vai pagar o preço final é o consumidor, né?
segue

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Bóris Casoy acusa Lula pela morte de ex-dona da Daslu. ( MAIS UMA DO CRETINO ANTI GARI)

Posted by eduguim


Ao comentar o passamento da antiga dona da mega boutique de luxo Daslu, Eliana Tranchesi, na madrugada da última sexta-feira (24.02), o apresentador do “Jornal da Noite” (TV Bandeirantes), Bóris Casoy, lançou uma teoria no mínimo inédita: ela teria falecido por culpa do governo Lula, que, em 2005, teria engendrado a Operação Narciso, da Polícia Federal, apenas para desviar o foco do escândalo do mensalão.
Veja, abaixo, o vídeo enviado pelo leitor Evandro. Em seguida, continuo comentando.



Agentes da Polícia Federal (PF), do Ministério Público Federal e da Receita Federal fizeram uma busca na sede da Daslu, naquele ano, para coleta de provas de que a empresa estava envolvida em crimes de sonegação fiscal e contrabando, os quais acabaram sendo comprovados, gerando a Tranchesi pena de prisão de 94 anos, pena que ela jamais sequer começou a cumprir devido à Justiça ter ficado tocada pelo seu estado de saúde.
A tese de Casoy é bastante curiosa. Apesar de a Operação Narciso ter sido levada a cabo, simultaneamente, em São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo, de a Justiça ter autorizado a operação, de o ministério Público ter descoberto o esquema e de a Polícia Federal ter feito mais de mil operações durante o governo Lula, a pobre Tranchesi – que, após seu falecimento, vem sendo tratada pela mídia como uma espécie de Che Guevara capitalista – teria sido vítima de uma armação do governo Lula.
Não se sabe se Casoy considera que Tranchesi faleceu pelo processo criminal todo que enfrentou e não apenas pela operação de 17 de julho de 2005, mas está claro que acha que não deveria nem ter sido processada criminalmente pelos crimes que cometeu simplesmente por estar doente.
O âncora do telejornal da TV Bandeirantes, assim como quase todos os outros colunistas, articulistas e editorialistas da grande imprensa, sempre disse “exagerada” a operação que envolveu 250 policiais federais, apesar de a sede da Daslu, então, ser um prédio de quatro andares e 17 mil metros quadrados, que, pelo tamanho, permitiria que provas fossem tiradas de lá se não tivesse sido cercado e ocupado de surpresa.
Aliás, vale um registro: o uso de 250 policiais na Operação Narciso e a prisão, por alguns dias, da dona da mega boutique de luxo foram considerados “truculência” pelos mesmos colunistas, articulistas e editorialistas – entre os quais o próprio Casoy – que consideraram absolutamente normal o uso de 2 mil policiais militares para desocupar o bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos, e que, ali, não enxergaram truculência.
O tratamento VIP dado pela mídia tucana à dona da Daslu pode ser compreendido através da foto abaixo.

A Operação Narciso, naquele 2005, gerou indignação na imprensa e não foi devido à fartura de provas que condenou Eliana Tranchesi a quase cem anos de prisão, com localização de notas de entrada de mercadorias importadas nas quais vestidos de 10 mil reais haviam sido registrados pelo valor singelo de 100 reais.
A explicação para a indignação midiática, pois, reside no fato de que a filha do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin – que, à época, também era governador –, trabalhava na Daslu quando suas operações criminosas foram descobertas. Ela iniciara no trabalho havia pouco tempo como uma das vendedoras da empresa que ficaram conhecidas como “dasluzetes” e pouco depois foi promovida a “diretora de novos negócios”.
Estranhamente, a Secretaria da Fazenda de São Paulo não notou nada de estranho nas operações da Daslu, apesar de que suas operações eram tão escandalosas, com suas notas de entrada com preços populares, que a Polícia Federal chegara à empresa, em 2005, sabendo exatamente o que procurar, o que a obrigou a montar uma operação ampla para evitar que sumissem com as provas.
Segundo o âncora da Band, “Eliana Tranchesi foi exposta à execração pública e humilhada”. Veja só, leitor, que esse sujeito parece entender que tudo aconteceu só por ela ter sonegado algumas centenas de milhões de reais em um esquema que o Ministério Público chamou de “organização criminosa” e que gerou multa de um bilhão de reais, além da ação penal. Chega a parecer que, pelos crimes cometidos, deveriam ter feito uma estátua para Tranchesi.
O comentário de Casoy não contém indignação com a ilegalidade, à diferença da indignação contra as famílias do Pinheirinho. No caso da ricaça, o jornalista mostrou compaixão e indignação por ela ter falecido por desgostos que a descoberta de suas operações ilegais lhe causou, o que, no limite, talvez possa ser verdade, mas não muda o fato de que a culpa foi de quem montou o esquema criminoso, e de mais ninguém.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Jornal Nacional usa lobistas para atacar Dilma

No domingo, dia 22, todos os jornais deram a notícia:

Brasil tem menos de 1% de domicílios na classe E

Pela primeira vez a classe E, a base da pirâmide social, representa menos de 1% dos 49 milhões de domicílios existentes no País.

Isso significa que o número de brasileiros em situação de pobreza extrema teve uma drástica redução nos últimos dez anos, conforme apontam duas pesquisas de consultorias que usaram metodologias distintas...


Nas segunda-feira, dia 23, o Jornal Nacional não deu a notícia de que a pirâmide social virou um losango.



E ainda arranjou uma pesquisa de valor duvidoso para inventar "notícia ruim", feita por um instituto lobista de grandes empresas que sempre querem escapar de pagar impostos (a equipe do instituto é composta de advogados tributaristas).

O amigo leitor José Lopes foi quem captou, e nos conta a história:

O JN produziu uma matéria picareta  sobre o retorno que os cidadãos obtêm, ou não obtêm, para os impostos que eles pagam, em cada país.

A lista dos países o JN não mostrou.

“Em média, 35% da riqueza produzida no Brasil vai parar nas mãos do governo.” - Disse o narrador.

 A matéria omitiu os governos estaduais e municipais que também cobram impostos.

Enquanto lia, Bonner parecia que estava tendo um orgasmo. Ridícula aquela pose de “eu sou o bonzão, o poderoso!”.

O JN não informou uma vez sequer o nome do Instituto e, em que data foi feita a pesquisa. 

A identificação do tal instituto (IBPT) que ficou no anonimato na maior parte da entrevista, só foi identificado através de caracteres (piscou) na imagem do diretor do tal Instituto.

Fiquei tão revoltado com a matéria, com sua distorção, falta de transparência e manipulação que, assim que acabou o JN corri para o computador para ver a pesquisa no site do tal Instituto. Pasmem; a tal pesquisa, segundo o site, foi divulgada em 2009, o que foi omitido pelo JN.

O IBPT relacionou trinta países e colocou o Brasil na trigésima posição, mas, não mostrou o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de cada país e nem os seus PIBs (Produto Interno Bruto) e nem o que arrecadaram em tributos. Colocou os EUA nas primeiras posições, o que é duvidoso, uma vez que em 2009 os EUA não tinham sequer projetos na saúde que beneficiassem sua população.

Fiz um breve comentário sobre a lisura da pesquisa e saí do site.

Minutos depois retornei ao site do Instituto e não consegui entrar, o site estava fora do ar.

Uma hora mais tarde tentei novamente, o site voltou, mas, a matéria já não estava mais no site. Tinha sido retirada.

Causa-me espécie uma matéria que diz : “Pelo segundo ano seguido, o Brasil ficou em último lugar, bem atrás de vizinhos como Uruguai e Argentina”, ou seja, sem elementos transparentes para que se possa conferir a veracidade dos fatos.

O JN abriu espaço para o governo falar.

“O Ministério da Fazenda informou que os impostos são devolvidos para a sociedade e que um reflexo disso é a redução da taxa de pobreza de 26% em 2002 para 12% em 2010. Segundo o ministério, o Índice de Desenvolvimento Humano da ONU não reflete os avanços do Brasil porque não capta as mudanças estruturais de cada país.”

Vejam só senhores. O JN desperdiça mais de 10 minutos criticando o governo com base em uma pesquisa de um Instituto que ninguém sabe de onde veio e, concede apenas 15 segundos para contestação Lá atrás, na matéria, colocou no ar uma senhora com uma criança no colo com a seguinte narração em off: “A futura pagadora de impostos nem desconfia. O brinquedo, as roupas, o lanche. Em tudo a mãe de Rafaela paga imposto. Em média, 35% da riqueza produzida no Brasil vai parar nas mãos do governo.”

“Está muito pequena ainda, mas ainda vai pagar muito imposto na vida”, diz a dona de casa Andrea Gan.

Pura manipulação não é Bonner? Usam até o sofisma de colocar uma dona de casa com uma criança no colo para melhor iludir nosso povo.

Completo com mais alguns detalhes de como estas pesquisas apresentam esses números de forma picareta:

A pesquisa não mostrou elevada carga tributária dos países com maior IDH do mundo, os escandinavos.

Escondeu que o Brasil tem uma carga tributária líquida por habitante de cerca de US$ 1,5 mil, considerada pequena para os padrões de outros países. Os EUA tem uma carga de mais de US$ 6 mil por habitante.

Também não explicou os mecanismos de devolução de dinheiro à sociedade, que cada país pratica, o que distorce completamente a validade do estudo.

A carga tributária bruta no Brasil é cerca de 35% do PIB, sim. Mas essa é a carga tributária bruta, não a carga tributária líquida, que atinge apenas cerca de 14% do PIB, o que para um país como o Brasil, não é grande.

Isso porque na realidade o governo fica com apenas cerca de 14% do total arrecadado para oferecer serviços à sociedade com saúde, educação, segurança, investimentos diversos em infraestrutura, etc., o que é insuficiente.

O resto é devolvido à população sob a forma de:
- pagamentos previdenciários;
- transferências com programas sociais, como o Bolsa Família;
- pagamento de juros (sim, esse dinheiro não fica "no governo", ele volta para os aplicadores em fundos de renda fixa, bancos e investidores, inclusive para o Bradesco que patrocina o telejornal).
- subsídios a empresas, incentivos fiscais, crédito agrícola, etc;

Isso é o que precisa ser discutido com honestidade.

JN. Um dia a casa cai. Já vimos gigantes maiores caírem.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Daniel Dantas e a metonímia. Ou os olhos azuis de Sinatra


Dantas? Abadia? Fernandinho Beira Mar?

O excelente advogado Cesar Marcos Klouri sugeriu a este ansioso blogueiro que relesse as ações que o banqueiro condenado por passar bola move contra este ansioso blogueiro na 36ª. Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio.

(Não perca o vídeo do jornal nacional que em Cesar Tralli mostra como Dantas passou bola a agente da Polícia Federal e Gilmar Dantas (*) ignorou.)

São apenas duas das 13 ações que o banqueiro condenado move contra este ansioso blogueiro.

E treze das 41 que movem contra ele, e que muito o enobrecem: diz-me quem te processa e dir-te-ei quem és  (onde se encontrará a Galeria de Honra Daniel Dantas).

Neste caso em exame, o banqueiro condenado processa este ansioso blogueiro pelos posts abaixo:

PiG divide mesmo espaço a crimes e defesa de Dantas, o “brilhante”


Posted on 22/07/2009


Saiu no Estadão pág. A8, na parte de cima da página:


De Sanctis decreta sequestro de 453 mil cabeças de gado de Dantas


De acordo com juiz, banqueiro teria usado suas 27 fazendas para lavagem de recursos de origem ilícita


O juiz federal Fausto Martin De Sanctis decretou o sequestro de todo o complexo agropecuário do banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity — 27 fazendas e 453 mil cabeças de gado. Amparado em investigação da Polícia Federal, na Operação Satiagraha, o juiz suspeita que Dantas teria usado suas propriedades rurais para lavar recursos de origem ilícita. A ordem judicial foi comunicada ontem ao Ministério Público Federal, à PF e à defesa.


Também deu no Estadão, na parte da baixo da página:


Conduta de juiz abre polêmica entre juristas


Liquidação de fundo foi classificada por alguns como “inusitada” e por outros como “legítima”


A liquidação do Opportunity Special Fundo de Investimento em Ações (Opportunity Special FIA) criou polêmica entre juristas consultados pelo Estado.


A decisão foi classificada pelos especialistas como “precipitada”, “inusitada” e, ao mesmo tempo, como “legítima e ideal”.


Metade de cima da página a decisão corajosa do corajoso Juiz Fausto De Sanctis, que deu às fazendas de Dantas o tratamento que deu aos bens do traficante Abadia, já que os dois jogam no time do “crime organizado”.


A metade de baixo da página se ocupa da “suposta” defesa do”brilhante”, segundo FHC.


Também a Folha (**), na pág. A4, dedica à “suposta” defesa do passador de bola apanhado no ato passar bola o mesmo espaço que dedicou à corajosa decisão do corajoso Juiz De Sanctis.


Uma questão de equidistância…


O Bom (?) Dia Brasil também deu à suposta defesa do “brilhante” o mesmo espaço da decisão corajosa do corajoso De Sanctis…

E o post:

Fernandinho Beira-Mar diz à Folha (*) que PF foi quem plantou a cocaína


Postado em 25/julho/2009


Saiu na primeira página acima da dobra e na pág. A10, pág. inteira:


“(Daniel) Dantas diz ter provas de que Brasil Telecom subornou a PF”; “Tenho provas de que dinheiro da BrT bancou a Satiagraha”.


Navalha do Conversa Afiada


Fernandinho Beira-Mar não apresenta uma única prova, uma única informação para lastrear a denuncia de que foi a Policia Federal que plantou cocaína na casa dele.


Trata-se de uma entrevista do tipo “púlpito”: perguntas ineptas e respostas inúteis.


A única informação relevante da Folha (*) está num quadradinho que diz “Banqueiro se projetou no Governo FHC”.


Não se tem noticia de que o New York Times tenha concedido uma página a Benard Maddof ou a Al Capone, DEPOIS de condenados.


Mas, a Folha e o PiG fazem qualquer coisa.


Na pág. A2, por exemplo, um articulista de quem Lula diz que é amigo chama Lula de Hitler …


Em tempo: nessa edificante entrevista, Fernandinho Beira-Mar fez acusações terríveis ao empresário Luiz Roberto Demarco. A Folha (*) ligou para Demarco: queria ouvir o “outro lado”. (*) Demarco, por e-mail (atenção, amigo  navegante, só dê entrevista ao PiG  por e-mail), disse que ia processar Dantas, já que, dessa vez, fazia acusações pessoalmente e, não, pela boca de advogados, assessores ou jornalistas de seu Sistema Dantas de Comunicação. A Folha não de uma única  linha do que Beira-Mar disse de Demarco. Por que ?, amigo navegante, para poupar Beira-Mar de um processo ?


(*) Ouvir o outro lado é como o PiG (**) tenta demonstrar que é sério. Faz o jornalismo mais incompetente, parcial, mais golpista e elitista do mundo e, de vez em quando, “ouve o outro lado”, para fingir que é o New York Times.



Daniel Dantas não ganha NENHUMA causa no mérito.
E já perdeu várias, inclusive para o excelente advogado Cesar Marcos Klouri – clique aqui para ir à aba não me calarão.
Na Justiça da Inglaterra ele perdeu todas e foi condenado por fraudar conta de clientes.
Numa palavra: se ganha, é no tapetão, no HC Canguru, dois em 48 horas (só o McDonald’s é mais rápido) – é o que se diz na comunidade forense.
É óbvio que estes dois posts tratam da relação entre o PiG (**) e Daniel Dantas.
Uma relação íntima, conjugal.
O Dantas entra de Pilatos no credo.
E quando ele é tratado de Fernandinho ou de Abadia é uma figura de linguagem.
Uma metonímia.
(Os 3003 advogados de Dantas vão ter que ir ao dicionário.)
O ansioso blogueiro jamais cometeria o erro de confundir Dantas, fisicamente, com Fernando ou com Abadia.
O ansioso sabe distinguir perfeitamente as atividades de um e de outro.
Fernandinho e Abadia, embora também operem no business do “crime organizado”, segundo a Polícia Federal (***), não têm olhos azuis.
E, como se sabe, um dos diretores do Banco (?) Opportunity se refere a Dantas como o “blue eyes”, que era o apelido do Frank Sinatra.
Fernandinho e Abadia estão mais para funk do que para Strangers in the night (no restaurante Tramvia).



Paulo Henrique Amorim


(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews  e da CBN se refere a Ele.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(***) Quem associou Daniel Dantas ao crime organizado e a uma quadrilha foram as Operações Satiagraha e Chacal, respectivamente

quarta-feira, 16 de novembro de 2011