Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 3 de novembro de 2015

Livro de Ali Kamel que nega racismo vira mico e some das livrarias

racismo capa

Em Julho, o episódio da “moça do tempo” do Jornal Nacional, Maria Júlia Coutinho, a Majú, atacada pelo Facebook por uma horda de racistas; no primeiro dia de novembro, caso idêntico ocorre, na mesma rede social, com a atriz global Taís Araújo.
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No Brasil, episódios de racismo se repetem aos milhares a cada dia com pessoas comuns, mas, de quando em quando, ganham notoriedade por ocorrerem com celebridades como as supracitadas.
Destarte, casos de racismo envolvendo celebridades, ainda que pareçam negativos, servem para rebater uma tese absurda surgida em 2006 e que chegou a ganhar adeptos nos estratos sociais mais “elevados”.
Em 2008, uma novela da Globo tratou de fazer merchandising de uma obra improvável em um país em que, apesar das evidências em contrário, o racismo é tão ou mais intenso do que em países nórdicos, apesar de,segundo o IBGE, mais de 50% dos brasileiros se declararem afrodescendentes.

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A tentativa da Globo de popularizar a teoria de seu diretor de jornalismo não se contentou só com merchandising em novelas. O telejornalismo Global também tratou de dar uma forcinha àquela porcaria.
Como o leitor já sabe, a tese sobre não existir racismo no Brasil foi popularizada, àquela época, por um livro escrito pelo diretor de jornalismo da Globo, Ali Kamel, autor de “Não somos racistas”.
O livro veio a calhar para os grupos político-ideológios que combatem a política de cotas “raciais” nas universidades públicas. Se tivesse sido escrito sob encomenda desses grupos, não poderia ser mais benéfico para teoria tão absurda quanto a de que não há racismo em nosso país.
A tese que Kamel apresenta em sua “obra” é maluca. Não haveria racismo no país porque ser racista teria se tornado “socialmente reprovável”. Além disso, o bambambam do jornalismo global afirmou uma enormidade: “O branco pobre teria a mesma dificuldade de acesso à educação que um negro pobre”.
Análise dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, porém, mostrou que, graças a política de cotas do governo Lula, o percentual de negros no ensino superior passou de 10,2% em 2001 para 35,8% em 2011.
Ou seja, apesar de descendentes de negros serem mais da metade da população brasileira, ocupam apenas 1/3 das vagas no ensino superior.
Seja como for, com extrema popularização do acesso à internet que o país experimentou nos anos seguintes ao lançamento do livro de Kamel, o racismo, que antes era velado, começou a ser visto com grande intensidade.
A sensação de impunidade que o anonimato na internet confere permitiu que o país assistisse a um circo de horrores. Nas últimas eleições presidenciais, a cada vitória do PT onda de racismo contra negros e nordestinos explodiu nas redes sociais.
É por essas é por outras que um pacote de 25 telegramas da embaixada dos Estados Unidos em Brasília e do consulado em São Paulo redigidos entre 2004 e 2009 e vazados pelo WikiLeaks em 2011 mostrou que diplomatas americanos informaram ao seu governo que “Muitos (brasileiros) alegam que o racismo não existe, apesar das evidências esmagadoras do contrário“.
Tudo isso contribuiu para tornar risível o livro de Kamel. Essa talvez seja a razão de um fenômeno bastante interessante que o Blog detectou após o episódio envolvendo Taís Araújo.
A “obra” do diretor de jornalismo caiu no ostracismo, condenada à lata de lixo da história. Quem quiser comprar um exemplar novo de “Não somos racistas”, atualmente, não terá a mesma facilidade do que se quisesse comprar uma obra relevante.
Uma mera pesquisa nas principais livrarias de São Paulo revela que, atualmente, só se consegue comprar um exemplar de “Não somos racistas” sob encomenda.
O Blog pesquisou a disponibilidade do livro na Livraria Cultura, na Livraria da Folha, na Companhia dos Livros e outras. Em todas, a mesma situação. Não somos racistas, que só teve uma edição apesar da ampla publicidade nas novelas e telejornais da Globo, só pode ser comprado sob encomenda à editora.
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Tudo somado, por mais revoltantes que sejam esses episódios de racismo contra celebridades como as belas Majú e Taís Araújo, eles são são úteis à sociedade para sepultar bobagens como a que o diretor de jornalismo da Globo transformou em livro.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

MORAIS: ‘SOMOS OU NÃO RACISTAS, ALI KAMEL?’

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Sandra expôs indigência da Globo ao mundo ! Quem deu a palavra à globinha foi a Presidenta…

  
Conversa Afiada reproduz artigo de Paulo Nogueira, extraído do Diário do Centro do Mundo:

O QUE EXPLICA O VEXAME INTERNACIONAL DA GLOBO NA COLETIVA DE DILMA E OBAMA


por Paulo Nogueira

A miséria jornalística e mental das Organizações Globo foi brutalmente exposta ao mundo ontem, na entrevista coletiva concedida por Obama e Dilma sobre o encontro de ambos.

A jornalista Sandra Coutinho da Globo fez uma pergunta que, jornalisticamente, é a quintessência da obtusidade.

Aqui, o vídeo.

Presumivelmente, o real autor da questão foi Ali Kamel, diretor de jornalismo da emissora e célebre por um livro em que declara, triunfal: “Não somos racistas”. Uma ex-apresentadora disse que todas as perguntas revelantes na Globo são obra de Kamel.

O primeiro erro técnico foi atribuir a Obama, na pergunta, uma opinião que é da Globo, mas não dele.

Ela afirmou que os Estados Unidos veem o Brasil como uma potência regional, e não mundial.

De onde ela tirou isso, ou Kamel?

O Brasil é a sétima economia mundial, queira a Globo ou não. E nos últimos anos, sobretudo com a ascensão de Lula, ganhou ressonância mundial.

A Globo jamais iniciaria a pergunta daquela forma se o presidente fosse FHC ou Aécio.

E um bom jornalista nunca colocaria uma opinião dele mesmo na boca de qualquer pessoa.

Pesquise: quando Obama, ou alguma outra autoridade do governo americano, disse algo parecido?

Foi tão boçal a voz da Globo na coletiva que Obama, embora a pergunta não fosse para ele, tomou o microfone.

Sandra Kamel, chamemos assim, não se limitou a uma asneira numa só pergunta. Também conseguiu incluir nela a crise econômica e política do Brasil como se isso fosse realmente uma coisa incomum num mundo cor de rosa.

Ora, os próprios Estados Unidos desde 2008 estão atolados em dificuldades econômicas.

Obama pareceu saber mais sobre o Brasil que a Globo. Notou que problemas no Congresso estão longe de ser exclusividade do governo Dilma.

Ele próprio enfrenta um Congresso extraordinariamente hostil desde que chegou à Casa Branca. Foi épica sua luta para aprovar o projeto de saúde que lhe era tão caro, o Obamacare.

Sinal da realidade paralela vivida pela Globo e seus jornalistas, Sandra Coutinho festejou sua intervenção patética no Twitter.

“Muita emoção conseguir fazer uma das quatro perguntas da coletiva de Dilma e Obama!”, escreveu.

Fora tudo, Sandra não fez qualquer esforço. Como mostra o vídeo da entrevista, a palavra lhe foi dada por Dilma, num gesto que mostra a característica subserviência de governos brasileiros, petistas ou não, à Globo.

As palavras mentecaptas de Sandra Coutinho registraram, mundialmente, não apenas o que a Globo pensa sobre o Brasil.

Mais que tudo, elas captaram, ao vivo, a indigência jornalística e intelectual da emissora
.


Em tempo: esse Bessinha …


Leia também:

O VASCO NUNCA VIU NADA IGUAL À SANDRA COUTINHO


DILMA A OBAMA: MORO, CADÊ AS PROVAS ?.

VÍDEO ESPETACULAR: MARIETA SEVERO ENTUBA FAUSTINHO


MARIETA DEVERIA TER SEGURANÇA… NO PROJAC !​




O Vasco nunca viu
nada igual à Sandra Coutinho

O Brasil é Potência Mundial. Potência municipal é a tua empresa, minha filha…


A globinha faz em inglês a pergunta que o patrão gostaria que fizesse




Liga o Vasco, perplexo:

- Em cinquenta anos de vida adulta, nunca vi nada igual em minha vida !

- O que, Vasco ?

- Jornalista brasileiro tentar desmoralizar um Presidente brasileiro no exterior…

- Na Casa Branca !

- Exatamente ! Na Casa Branca !

- Nunca viu ?

- Não ! Nem quando o Medici esteve com o Nixon, o Figueiredo com o Reagan, o Sarney e o Fernando Henrique com o Clinton – nunca !

- Nem com o Medici e o Figueiredo !

- Não ! Esses valentes de hoje eram uns poodles perto dos generais…

- Mas, por que essa fúria, Vasco? Você sempre tão tranquilo…

- Fiquei indignado com aquela repórter – repórter ou editorialista, não sei – da Globo News. A senhora que tentou desmoralizar a Dilma na frente do Obama …

- Aquela que falou com o Obama em inglês…

-Exatamente !

- Mas, o que ela fez, Vasco ?

- Para desmoralizar a Dilma e o Brasil, ela perguntou ao Obama se considerava o Brasil um paiseco de m…, uma bosta regional ou uma Potência mundial.

- E o que o Obama fez ?

- Respondeu na lata. Não deixou a Dilma reagir. Desmoralizou a globinha. Não, minha filha, deixe seu complexo de vira-latas para lá, sua menoridade política, sua subalternidade intelectual e aprenda: o Brasil é uma Potência Mundial !

- Isso eu vi ! Quer dizer, não foi bem assim, né, Vasco ?

- Eu nunca vi isso em minha vida. Querer desmoralizar o presidente do Brasil na frente de um presidente estrangeiro e da imprensa mundial acreditada na Casa Branca.

- Eles são piores que os patrões, Vasco.

- Mais do que isso ! São uns… Deixa eu ficar quieto.

- Eles querem é garantir o emprego, Vasco.

- Deve ser ! Devem ganhar uma merreca na GloboNews, não devem ter dinheiro nem para morar em Manhattan e ficam arrotando grandeza… Pensam que são da Fox…

- Calma, Vasco.

- Como aqueles jênios do Manhattan Connection. Lá em cima, eles governam o mundo. Pegam o elevador e quando chegam no térreo são mais uns latinos, como milhões em Nova York, que tem sotaque de Paulo Francis.

- Vasco, contenha-se. O Francis ninguém mais sabe quem é …

- E o repórter, o repórter da Folha… ?

- Fel-lha (ver no ABC do C Af), Vasco.

- Isso, da bílis podre, a Fel-lha. Foi outro. Num inglês de Paulo Francis se dirigiu ao Obama para condenar a Petrobras na Justiça americana.

- Tomou uma chinelada.

- Exato. O Obama não deixou ele nem concluir: meu filho, você acha que eu só algum otário ? Que eu cheguei aqui por acaso ? Que sou um politiquinho do PSDB de São Paulo, meninozinho metido a esperto ? Eu não comento ação judicial em curso. Não vou dar manchete ao Otavím, meu filho …

- Vasco, Vasco, o Obama não falou no Otavím…

- Não falou mas pensou. Ele conhece a Fox News, do Murdoch…

- Esse que vai murdochizar a Globo

- Exatamente.

- Quer dizer que você não assiste mais à Sandra Coutinho na GloboNews.

- Nunca assisti. Eu estava vendo a Dilma esculhambar o Moro na frente do Obama.

- Ah, isso não não vem ao caso …

(Não perca a visita do Ataulpho e o dos chapéus, outros que esculhambariam a Dilma diante do Obama, à Vara de Guantánamo).


Paulo Henrique Amorim


Leia também:

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Nassif denuncia papel de Kamel numa guerra do PiG

Globo se associou à Abril e ele estava no meio.

Conversa Afiada reproduz importante denúncia do Nassif:

ALI KAMEL E A GUERRA DOS LIVROS DIDÁTICOS



A cartelização dos grupos de mídia foi o passo inicial do pacto de 2005, que teve como grande mentor o finado Roberto Civita, da Editora Abril, baseado no modelo Rupert Murdoch – o australiano que se mudou para os Estados Unidos e definiu uma estratégia pesada de sobrevivência, que acabou servindo de modelo para grupos de mídia inescrupulosos.

A lógica do pacto era simples e tosca como o jornalismo de Murdoch. Com a Internet, vinham pela frente mudanças radicais trazendo o maior desafio da história para os grupos de mídia, mais do que o advento do rádio e da televisão, porque muito mais difícil de enquadrá-la em regulamentação – como foi o caso da Lei das Concessões, que restringiu a competição e entregou o filé mignon aos grupos já estabelecidos.

***

A estratégia murdochiana consistia em criar um clima de guerra, instaurar um macarthismo feroz debaixo do qual caberiam todas as jogadas comerciais necessárias para assegurar a sobrevivência dos grupos de mídia em novos mercados.

Dentro dessa estratégia, em 2007 explodiu uma guerra hoje em dia pouco lembrada, em torno dos livros didáticos e dos cursos apostilados. Considerou-se que o mercado de livros didáticos poderia ser uma das novas frentes dos grupos de mídia, seguindo a picada aberta pelo grupo espanhol Santillana, controlador do jornal El Pais.

***

A Abril entrou no mercado de livros didáticos e cursos apostilados através de uma nova divisão, na qual incorporou as editoras Ática e Scipione, que havia adquirido em sociedade com o grupo francês VIvendi; e a Globo tentou uma sociedade com a UNO, braço do Santillana.

***

Recorreu-se ao macarthismo para afastar competidores.

No caso da Veja, a uma parceria com um site de direita, criado  para denunciar infiltração comunista no ensino. Com base no site, a revista publicou uma reportagem sensacionalista denunciando um competidor no mercado de cursos apostilados. Era matéria falsa, baseada em informação desmentida pelo próprio acusado, mas que não foi respeitada na reportagem publicada.

Coube à blogosfera desarmar a armação, denunciando a informação falsa e divulgando trechos de livros de história da Ática e da Scipione com as mesmas análises condenadas no material concorrente.

Desmascarada, a revista acabou publicando um “Erramos”, episódio raro em sua história.

***

A segunda frente foi conduzida por Ali Kamel, já elevado a diretor da Globo.

Em 18 de setembro de 2007 publicou coluna no jornal O Globo, prontamente reproduzida no Estadão, denunciando o conteúdo subversivo de um campeão de vendas, o coleção “Nova História Crítica”, de uma editora nacional. As denúncias foram repercutidas nos demais veículos da Globo, da revista Época ao Jornal Nacional.

Kamel denunciava o livro por suposta apologia a Mao Tse-tung selecionando a parte que enaltecia Mao:

“Foi um grande estadista e comandante militar. Escreveu livros sobre política, filosofia e economia. Praticou esportes até a velhice. Amou inúmeras mulheres e por elas foi correspondido. Para muitos chineses, Mao é ainda um grande herói. Mas para os chineses anticomunistas, não passou de um ditador.”

E sonegando a parte que o criticava:

“Como governante, agiu de forma parecida com Stálin, perseguindo os opositores e utilizando recursos de propaganda para criar a imagem oficial de que era infalível.”

Sobre a revolução cultural chinesa, Kamel mencionava o trecho:

“Foi uma experiência socialista muito original. As novas propostas eram discutidas animadamente. Grandes cartazes murais, os dazibaos, abriam espaço para o povo manifestar seus pensamentos e suas críticas”.

E escondia a crítica:  

”O Grande Salto para a Frente tinha fracassado. O resultado foi uma terrível epidemia de fome que dizimou milhares de pessoas. (…) Mao (…) agiu de forma parecida com Stálin, perseguindo os opositores e utilizando recursos de propaganda para criar a imagem oficial de que era infalível.” (p. 191) ”Ouvir uma fita com rock ocidental podia levar alguém a freqüentar um campo de reeducação política. (…) Nas universidades, as vagas eram reservadas para os que demonstravam maior desempenho nas lutas políticas. (…) Antigos dirigentes eram arrancados do poder e humilhados por multidões de adolescentes que consideravam o fato de a pessoa ter 60 ou 70 anos ser suficiente para ela não ter nada a acrescentar ao país…”

Sobre a revolução russa, o mesmo procedimento:

“É claro que a população soviética não estava passando fome. O desenvolvimento econômico e a boa distribuição de renda garantiam o lar e o jantar para cada cidadão. Não existia inflação nem desemprego. Todo ensino era gratuito e muitos filhos de operários e camponeses conseguiam cursar as melhores faculdades. (…) Medicina gratuita, aluguel que custava o preço de três maços de cigarro, grandes cidades sem crianças abandonadas nem favelas…

E escondia as críticas:

”A URSS era uma ditadura. O Partido Comunista tomava todas as decisões importantes. As eleições eram apenas uma encenação (…). Quem criticasse o governo ia para a prisão. (…) Em vez da eficácia econômica havia mesmo era uma administração confusa e lenta. (…) Milhares e milhares de indivíduos foram enviados a campos de trabalho forçado na Sibéria, os terríveis Gulags. Muita gente foi torturada até a morte pelos guardas stalinistas…”.

No dia seguinte ao artigo de Kamel, o diário El Pais (dono da Santillana), publicou artigo repercutindo internacionalmente a denúncia e afirmando que “el libro de texto ensalza el comunismo y la revolución cultural china”.

No mesmo dia, o ex-Ministro Paulo Renato de Souza (em cuja gestão o livro passou a integrar as obras do MEC) publicou no site do PSDB a informação de que entraria no dia seguinte com representação na Procuradoria Geral da República para retirar a Nova Historia Crítica do mercado.

No seu site pessoal, a informação de que sua consultoria tinha entre seus clientes a Santillana.

***

Conseguiram matar um campeão de vendas. Mas o contraponto da blogosfera produziu tal desgaste que a estratégia acabou abandonada, para alívio das editoras e dos autores concorrentes.  

Restou o esperneio, o uso do poder da Globo para processar jornalistas que ousaram investir contra a estratégia traçada.



Em tempo: foi por essa façanha que o então deputado do PT de PE, Fernando Ferro imortalizou o papel de “jornalistas” como o Gilberto Freire com “i” (ver no ABC do C Af) a expressão PiG. Kamel entrou para a História! – PHA

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Azenha: como a Globo reescreve a história Esse Bessinha… E esse Ali Kamel?

Jornalismo fraudulento: incerteza com as eleições gregas e corrida maluca da Rússia e Iraque para compensar queda nos preços do petróleo com aumento da oferta derrubam Bolsas e cotações das petroleiras em todo o mundo; no Brasil isso é veiculado como um' problema da Petrobrás'

As opções ao arrocho: 'uma taxação de 0,8% a 1,2% sobre fortunas acima de R$ 1 milhão renderia uma receita adicional de 1,7% do PIB, mais do que era obtido pela CPMF da saúde' (leia a análise completa do ex-ministro Alexandre Padilha nesta página)

Volks em greve: empresa demite 800 trabalhadores e assembléia na porta da fábrica decide paralisação por tempo indeterminado (leia editorial 'o Arrocho em marcha')8

É preciso rememorar o que foi feito da Caixa Econômica Federal no governo do PSDB para se ter a dimensão dos riscos embutidos no atual projeto de abrir seu capital:o país perderá um banco público estratégico, de tamanho só inferior ao do BB e Itaú (leia a análise do ex-presidente da CEF, Jorge Matoso, nesta pág)
Carta Maior.



Conversa Afiada reproduz excelente artigo-testemunho do Azenha sobre as patranhas da Globo com a História.

De Tim Maia a Ricardo Teixeira e o Golpe (aquele que nasceu em Washington)

CASO TIM MAIA NÃO É O PRIMEIRO EM QUE A GLOBO


 REESCREVE A HISTÓRIA EM SEU BENEFÍCIO OU NO 


DE PARCEIROS



Vi muita gente escandalizada com o fato de a Globo ter cortado, na minissérie que pretendia ser um resumo do filme sobre Tim Maia, os trechos em que Roberto Carlos desprezava o ex-colega de banda. O filme — e, portanto, a minissérie — foram baseados no livro Vale Tudo, de Nelson Motta.

Talvez por não envolver um ídolo tão popular, outros casos muitos parecidos e recentes de tentativas da emissora de reescrever a História não mereceram a mesma atenção.

Quando o Jornal Nacional completou 34 anos, por exemplo, exibiu um clipe registrando a presença do repórter Ernesto Paglia no comício das diretas, em 16 de abril de 1984, em São Paulo. Foi o suficiente para que Ali Kamel, que ainda estava em ascensão na emissora — hoje dirige o Jornalismo — fosse ao Observatório na Imprensa dizer que “uma pequena imagem do repórter Ernesto Paglia pode ter contribuído para rechaçar de vez uma das mais graves acusações que o JN já sofreu: a de que não cobriu o comício das diretas, na Praça da Sé, em São Paulo”.

Mais adiante, depois de contestar versões de outros autores sobre a cobertura da Globo naquele dia e de transcrever o texto da reportagem de Paglia, Kamel tenta justificar — como se a Globo estivesse no campo dos cerceados pela ditadura:

Esquecem-se de que a ditadura ainda estava forte, tão forte que as diretas foram votadas sob a vigência das medidas de emergência, um dispositivo constitucional, decretado nas vésperas da votação, que proibiu manifestações populares em Brasília (lembram-se do general Newton Cardoso, em seu cavalo, dando chicotadas em carros presos num engarrafamento?) e proibiu a transmissão por emissoras de rádio e televisão da sessão do Congresso Nacional que acabaria rejeitando as diretas-já. Não, a Globo não fez uma campanha, mas não deixou de fazer bom jornalismo.

Kamel provavelmente escreveu de ouvir dizer, após consultar arquivos. Eu, não. Eu trabalhei na Globo naquela época. Era da TV Bauru, mas cobria férias dos repórteres em São Paulo. Passava meses e meses hospedado num hotel e trabalhando na redação da Marechal Deodoro. Testemunhei pessoalmente ou ouvi relatos de colegas.

A tática de quem pretende recontar a História com outro viés quase sempre envolve focar no ponto mais positivo para sua narrativa e desconhecer o contexto.

O fato é que naquele período da História aconteceram as grandes greves do ABC, que a Globo praticamente desconhecia, quando não levava ao ar versões que o movimento operário considerava descabidas. Foi então que surgiu o “Fora Rede Globo, o povo não é bobo”, cantado por milhares de pessoas nas assembleias. Carros da emissora foram apedrejados. Lula costumava dizer aos companheiros para não confundir os jornalistas com os patrões e, portanto, aqueles deveriam ser poupados.

Na campanha das diretas, que surgiu antes do comício da Praça da Sé, a Globo simplesmente desconheceu as primeiras manifestações populares, algumas envolvendo milhares de pessoas. Era uma não notícia. A internet ainda não existia. Mesmo assim, era chocante ver as capas de jornais com fotos de manifestações e informações sobre a campanha e o Jornal Nacional absolutamente calado sobre o assunto.

Além disso, foi escancarado o apoio das Organizações Globo à ditadura militar, como porta-voz do regime. Os exemplos abundam. Um editorial escrito por Roberto Marinho em 7 de outubro de 1984, DEPOIS do comício das diretas, em que ele diz que a Revolução — isso mesmo, Revolução, não golpe — foi bem sucedida, é um deles.

É neste contexto que deve ser analisada a “reportagem” da emissora no comício de São Paulo.

A equipe da Globo, sim, esteve lá. Porém, a ênfase da reportagem foi no aniversário de São Paulo. Basta ler a própria transcrição do Ali Kamel. É o equivalente a noticiar primeiro que dois automóveis foram destruídos no centro de São Paulo e em seguida informar que caiu um Boeing sobre eles, matando os 200 ocupantes. Um absurdo que qualquer estudante de jornalismo é ensinado a nunca cometer é definido como “bom jornalismo”.

Para um exemplo mais recente, basta relembrar o Jornal Nacional de 12 de março de 2012, dia em que Ricardo Teixeira renunciou à presidência da CBF.

Patrícia Poeta, num texto que obviamente não foi escrito por ela, na transcrição da CartaCapital: “Ao longo de uma gestão de mais de duas décadas, a seleção tricampeã se tornou penta. Teixeira colecionou vitórias, mas também desafetos. E enfrentou denúncias”. Uma forma nada sutil de tentar atribuir as acusações a Teixeira a rusgas pessoais.

No corpo da reportagem, narrada por um repórter que obviamente não tinha poder de decisão sobre o texto final, 22 segundos foram dedicados às denúncias num tempo total de 3 minutos e 39 segundos:

Ao longo da carreira, Ricardo Teixeira foi alvo de denúncias. Diante de todas elas, Teixeira sempre disse que as acusações eram falsas e tinham caráter político. A denúncia mais contundente foi a de que ele e um grupo ligado à Fifa teriam recebido dinheiro de forma irregular nas negociações de uma empresa de marketing esportivo, em 1999. Viu os processos serem arquivados pela Justiça.

Na Globonews, Merval Pereira foi além:

Esses problemas de denúncias contra o Ricardo Teixeira vêm de longe e ele enfrentou com tranquilidade e sempre conseguiu superar essas denúncias. [...] Então resolveu tirar o time porque viu que não tinha condições de recuperar, como várias vezes se recuperou, o prestígio político.

De novo, a sutileza: os problemas de Ricardo Teixeira foram com adversários pessoais e políticos, nenhuma relação com a corrupção que a Globo tanto gosta de denunciar na Petrobras.

Em primeiro lugar, não é verdade que todos os processos contra Ricardo Teixeira foram “arquivados pela Justiça”. Em O Lado Sujo do Futebol, descrevemos as manobras jurídicas utilizadas por ele para se desfazer de processos no Brasil. Descrevemos detalhadamente a relação histórica e incestuosa da Globo com João Havelange e seu sucessor, Ricardo Teixeira. Era apoio político em troca do monopólio nas transmissões da Copa e do futebol brasileiro. Ponto. O próprio Ricardo Teixeira, em entrevista à revista Piauí, disse que só ficaria preocupado quando as denúncias contra ele saissem no Jornal Nacional.

Nunca de fato sairam. Naquela noite de 12 de março de 2012 a principal omissão do JN foi sobre o fato de que a Justiça da Suiça decidiria em breve se seriam divulgadas ou não as provas obtidas na investigação de João Havelange e Ricardo Teixeira, provas definitivas de que ambos receberam milhões de dólares em propina da empresa de marketing ISL em contas no Exterior. Este, sim, o verdadeiro motivo da renúncia de Teixeira, que a Globo vergonhosamente escondeu.

A Globo pagava à ISL, que pagava escondido a Havelange/Teixeira, que protegiam e eram protegidos da Globo. É o círculo perfeito!

No livro também tratamos das relações da própria Globo com a ISL, empresa da qual a emissora brasileira comprou os direitos de transmissão das Copas de 2002 e 2006 depois de montar uma subsidiária, a Empire, nas ilhas Virgens Britânicas, com isso sonegando milhões de reais de imposto no Brasil, segundo a Receita Federal. A mesma Receita diz que a Empire serviu apenas de fachada, para justificar o falso investimento no Exterior do dinheiro usado para quitar os direitos. Como se vê, não foram apenas a ISL, João Havelange e Ricardo Teixeira que tiraram proveito de negócios obscuros em refúgios fiscais.

Como vimos no caso do comício das Diretas, também no caso Teixeira a Globo tirou proveito da descontextualização: focou nas “vitórias” em campo do cartola.

O que nos leva ao episódio Tim Maia.

Não só o filme sobre o cantor mostra Roberto Carlos numa luz não muito agradável. O livro em que o filme foi baseado também o faz, com menos dramaticidade. Sim, registra que Roberto Carlos, a pedido da mulher Nice, levou Tim Maia para fazer um disco na gravadora CBS. Mas também conta que Tim Maia ofereceu a Roberto Carlos a música Não Vou Ficar, 
que se tornou o primeiro sucesso de Tim, com proveito para ambos.

O livro, pelo menos, deixa claro que houve rusgas e ciumeira entre os dois:

“Ô mermão, o Roberto aprendeu tudo comigo, mas o Roberto é branco, mermão, branco não dá, o que ele tem é que me botar na Jovem Guarda, mas ele tem medo porque sabe que eu entro e acabo logo com a banca dele”. Se era difícil encontrar Roberto, era impossível falar com ele, sempre cercado por um monte de gente, secretários, seguranças e puxa-sacos. Tim achava que Roberto não queria chamá-lo porque a Jovem Guarda era um programa de bons moços e ele era o Tim que puxava cadeia e fumava maconha.

O primeiro problema entre eles, ainda segundo o livro, foi quando Roberto Carlos, integrante da banda Sputniks, de Tim Maia, decidiu cantar sozinho, “por fora”, sem consultar antes os parceiros. Deu briga.

Na minissérie da Globo, além de cortar o trecho do filme em que Roberto Carlos humilha Tim Maia, a emissora deu a seu contratado, segundo a Folha, a oportunidade de dizer que ajudou Tim. Mais que isso, numa cena inédita colocou o ator que encarna Tim Maia no cinema para dizer na minissérie: “E foi assim, rapaziada, que Roberto Carlos lançou o gordo mais querido do Brasil”.

Assim, a Globo transformou uma relação complexa de amor e ódio, ajuda e competição — pelo menos é assim que aparece no livro — numa simplificação que beneficia HOJE a imagem de seu parceiro de negócios. Como aconteceu com Ricardo Teixeira.

sábado, 25 de outubro de 2014

Rodrigo Vianna: Globo reproduz Veja e roteiro do golpe midiático em marcha repete o de 2006

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Uma das “indecisas” do debate da Globo (enviado por Lucia Barbi, no Facebook)

Golpe midiático em marcha: Globo entra no “escândalo” da Veja


A Justiça reconheceu o caráter eleitoreiro da última edição de Veja – e proibiu que seja feita publicidade da revista.

Reparem: não se impede a circulação da revista, mas se proíbe que a edição cumpra seu papel nefasto de propaganda mentirosa a serviço do PSDB – às vésperas da eleição.

A decisão judicial traz alento. Mas não interrompe o golpe midiático.

Reparem também que a Globo, na sexta-feira, não deu qualquer repercussão à “denúncia” desesperada deVeja.

O JN fugiu desse terreno pantanoso. Por um motivo muito claro: Dilma, com seu duro pronunciamento contra o 
golpismo da Editora Abril, mandou um recado para Ali Kamel.

A presidenta avisou que, se a Globo entrasse na aventura, teria resposta no mesmo tom.

Imaginem a seguinte situação: o JN embarca na aventura golpista de Veja, promovendo a leitura da edição impressa em rede nacional, por volta de 20h de sexta-feira.

Menos de duas horas depois, Dilma abre o debate da Globo denunciando a própria Globo por golpismo.
Por isso, o JN fugiu do pau.

E, também, porque a revista da marginal não traz qualquer prova, nada. O texto da revista mesmo diz que os “fatos” narrados pelo doleiro não servem para comprometer Lula e Dilma (isso está lá no texto da revista – que me recuso a linkar).

Ou seja, o texto faz a ressalva, mas a capa da revista da marginal serve como panfleto tucano.
Pois bem, esse era o quadro na sexta-feira…
Acontece que, neste sábado, Dilma já não terá voz para responder. Não há propaganda eleitoral. Não há debate. Os candidatos estão proibidos de falar. Mas a Globo de Ali Kamel está livre para agir – no limite da irresponsabilidade.

Do que estou falando?

Folha, na edição deste sábado, deu manchete principal para a “criminosa” (nas palavras de Dilma) edição de Veja. A Folha endossou a denúncia de um bandido, feita sem provas, a 3 ou 4 dias da eleição.
Qual o objetivo dessa manchete da Folha? Oferecer uma saída plausível para que Ali Kamel e a família Marinho levem o golpismo midiático para o JN de sábado.

É assim que eles trabalham: operações casadas – como se pode ler aqui, num texto didático de Luiz Carlos Azenha.

Em 2006, eu estava na Globo. Azenha, eu e outros colegas acompanhamos de perto a cobertura enviesada promovida pela Globo no chamado escândalo dos “aloprados”.

A Globo colocou Lula na defensiva: o aparato jornalístico global – durante 1o dias – abria espaço para que os candidatos Alckmin (PSDB), Cristovam (PDT) e Heloisa Helena (PSOL) perguntassem no JN “de onde veio o dinheiro para a compra do dossiê dos aloprados?”.

Era um massacre com ares jornalísticos. E era a preparação para o grande final… que viria logo depois.

Faltando 3 dias para a eleição de 2006 (primeiro turno), as fotos do dinheiro apareceram.

Na verdade, o delegado Bruno (da PF) entregou as fotos para Cesar Tralli, da Globo. Um produtor da Globo me contou que, quando Tralli mostrou o material bombástico, a direção da Globo (Ali Kamel) teria dito: “não podemos dar essas fotos sozinhos; seremos acusados de um golpe; só podemos dar se o delegado vazar também para outros jornais”.

E assim se fez: no dia seguinte,  o delegado Bruno chamou meia dúzia de jornalistas e entregou as fotos.

A página do Estadão na internet logo publicou. Assim, o JN sentiu-se liberado para também noticiar o “fato” em sua edição, a 3 dias do primeiro turno.

O mesmo roteiro desenha-se agora.

Na sexta, a Globo fugiu do assunto: por cautela. Não seria bonito ver Dilma denunciando a Globo por golpismo 
dentro dos estúdios da Globo no Rio.

Mas nada como um dia depois do outro. O sábado chega, a “Folha” endossa a “Veja”, e assim Ali Kamel ganha o álibi perfeito: “poxa, virou um fato jornalístico, todo mundo está divulgando”.

Nessa tarde de sábado, essa decisão será amadurecida. Se houver chance de empurrar Aécio para a vitória, o JN levará a “denúncia” para o JN.


Um amigo jornalista – com mais de 30 anos de experiência – foi quem deu o alerta: “eles estão com o roteiro pronto –  da Veja para a Globo, com endosso da Folha”.

Segundo esse colega jornalista, a operação  se confirmada – “seria um fato ainda mais grave do que a manipulação do debate Collor x Lula em 89″.

Se Dilma mantiver uma dianteira folgada nas pesquisas (Ibope e DataFolha) que serão concluídas nas próximas horas, aí o JN provavelmente será comedido: pode simplesmente ignorar a Veja, ou então pode tratar a revista da marginal de forma mais discreta…

Mas se houver qualquer sinal de que Aécio pode reagir, a Globo entrará pesado. Não tenham dúvidas.

A Democracia brasileira segue sequestrada por meia dúzia de famílias que controlam as comunicações.


Dilma mostrou, na sexta, que carrega com ela a coragem brizolista para enfrentar os barões midiáticos.

Se conseguir a vitória, o confronto será mais do que necessário, será inevitável daqui pra frente.

Os golpistas tentam empurrar Aécio pra vitória, na marra. E se não conseguirem, já sinalizam que o caminho da oposição será o golpe jurídico-midiático.

O confronto está claro, cristalino. Não adianta mais fugir dele.

O golpe pode não vir no JN de hoje, se Dilma mantiver a sólida vantagem de 8 ou 10 pontos que aparece nos trackings internos deste sábado.

Mas o golpismo voltará a cada semana, a cada manchete.

É hora de tratar os barões da mídia como de fato são: inimigos!

Não do PT e da esquerda; inimigos de um projeto social generoso, inimigos da Democracia.

Os barões da mídia representam o atraso, o preconceito, são o partido de direita no Brasil.

Um partido extremista, que precisa ser enfrentado, e derrotado. Nas urnas e nas ruas.
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PS do Viomundo: A Globo já deu o primeiro tiro, reproduzindo as denúncias da revista Veja no Jornal Hoje, em reportagem de 5 minutos e 21 segundos. Aproveitou-se de uma manifestação da UJS diante do prédio da Abril, em São Paulo. A reportagem de Ali Kamel não diz que a revista Veja antecipou sua edição em dois dias, nem que a Globo faz jogo casado com a Veja em campanhas eleitorais, nem que o esquema midiático funcionou em 2002, 2006 e 2010. Em resumo, a denúncia da “barbárie” dos jovens socialistas é feita de forma descontextualizada.