Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 15 de março de 2016

Moro se tornou desfuncional O Aecím tem mais medo do Moro do que de uma delação premiada do Dimas Toledo

bessinha brasil pra la
Conversa Afiada já tinha dito que o Moro virou o fio, perdeu a eficácia.

Foi quando concentrou suas tropas no triplex que o Lula não comprou e, ao lado, no mesmo andar, tem o triplex dos lavadores de dinheiro que tomavam banho na Praia da Jararaca.

A rapaziada da Mossack.

Porém, os delegados do Moro sumiram com a Mossack!

No extenso e rudimentar documento com que justificam o sequestro do Lula e o cárcere privado a que o submeteram no aeroporto de Congonhas, os cruzados do Sistema Moro não mencionam a Mossack.

Nem falam dos moradores do triplex ao lado daquele que o Lula não comprou!

Sumiu!

Como sumiu da gaveta do Moro aquele senador tucano da Paraíba que se associa a interessante fenômeno meteorológico: a chuva de dinheiro!

O gato comeu!

Mas, mesmo assim, com esses esquecimentos providenciais, o Moro não é mais funcional.

Ele perdeu a serventia.

Primeiro, porque ele é um perigo.

Para o PMDB e para o PSDB.

Moro cresceu demais.

A mosca azul não é mais uma mosca, mas uma baleia azul! 

Moro está em campanha!

E mesmo que ele prenda o Lula – que não prenderá… - ele precisa manter a bicicleta rodando, para chegar vivo à campanha presidencial de 2018.

E aí, para enfrentar os debates com o Lula na televisão, ele vai ter que prender o Aecím e uma penca de tucanos e peemedebistas!

A Globo materializou a desfuncionalidade do Moro.

Ao desistir dos tucanos e lançar a candidatura do Moro desde o Fantástico deste último domingo, 13/03,  – a Globo é vítima de sua própria loucura - a Globo obrigou o Moro a continuar atirando !

Prende o Lula, prende o Okamotto, prenda a Clara Ant, prende a sobrinha da Clara, que mora em Israel – e daí?

Isso não aguenta até 2018!

O jornal nacional precisa manter acesa a chama do Moro.

E isso vai custar a cabeça de alguns “imaculados“.

Além disso, o Moro demonstrou que perdeu as estribeiras.

Perdeu-se pelo método nazista, como denunciou o Pedro Serrano

O sequestro do Lula assusta até a patroa daquela babá da avenida Paulista.

Assusta a FIE P, assusta a Febraban, assusta o produtores de soja de Mato Grosso, e assusta o Temer, o Renan, o Jucá, o Wellington, o Padilha – e a trempa do PSDB, aquele pessoal do camburão que teve que correr da avenida Paulista.

A sede com que Moro pretende prender o Lula revela um ímpeto que não condiz com o ritmo do impeachment, sua lógica e o que vai sobrar depois do impeachment – que não vai acontecer.

Nesse momento, a fúria morisca atrapalha mais do que ajuda o impítim do Ataulpho Merval.

Hoje, o Aecím tem mais medo do Moro do que do… Janot?

(Ele não tem o que temer do Janot, não é isso, amigo navegante?)

O Moro se tornou tão desfuncional quanto o Promotor do Ministério Tucano Público de São Paulo, o paspalhão do Hegel.

Desmoralizou a prisão do Lula.

O Moro se tornou tão desfuncional quanto o Cunha, para a campanha do impítim do Ataulpho Merval: tira o Cunha da frente do impeachment, pelo amor de Deus!, para não suja-lo irremediavelmente.

O Moro perdeu a serventia também para a Casa Grande.

E passou a ameaça-la.

Prende o Lula, diz o capataz da Casa Grande.

Entra para a História e desaparece.

Vai cuidar dos aposentados do INSS de Maringá!

Porque achar que a chapa Moronaro vai se eleger Presidente da Pátria Branca, com os votos do jornal nacional – é acreditar no que o Ataulpho escreve!

Em tempo: achei: o Aecím tem mais medo do Moro do que daquele policial do Leblon que o flagrou embriagado e com a carteira vencida!

Em tempo2: ou, o Aecím, tem mais medo do Moro do que da delação premiada do Dimas Toledo!

Paulo Henrique Amorim

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Azenha: como a Globo reescreve a história Esse Bessinha… E esse Ali Kamel?

Jornalismo fraudulento: incerteza com as eleições gregas e corrida maluca da Rússia e Iraque para compensar queda nos preços do petróleo com aumento da oferta derrubam Bolsas e cotações das petroleiras em todo o mundo; no Brasil isso é veiculado como um' problema da Petrobrás'

As opções ao arrocho: 'uma taxação de 0,8% a 1,2% sobre fortunas acima de R$ 1 milhão renderia uma receita adicional de 1,7% do PIB, mais do que era obtido pela CPMF da saúde' (leia a análise completa do ex-ministro Alexandre Padilha nesta página)

Volks em greve: empresa demite 800 trabalhadores e assembléia na porta da fábrica decide paralisação por tempo indeterminado (leia editorial 'o Arrocho em marcha')8

É preciso rememorar o que foi feito da Caixa Econômica Federal no governo do PSDB para se ter a dimensão dos riscos embutidos no atual projeto de abrir seu capital:o país perderá um banco público estratégico, de tamanho só inferior ao do BB e Itaú (leia a análise do ex-presidente da CEF, Jorge Matoso, nesta pág)
Carta Maior.



Conversa Afiada reproduz excelente artigo-testemunho do Azenha sobre as patranhas da Globo com a História.

De Tim Maia a Ricardo Teixeira e o Golpe (aquele que nasceu em Washington)

CASO TIM MAIA NÃO É O PRIMEIRO EM QUE A GLOBO


 REESCREVE A HISTÓRIA EM SEU BENEFÍCIO OU NO 


DE PARCEIROS



Vi muita gente escandalizada com o fato de a Globo ter cortado, na minissérie que pretendia ser um resumo do filme sobre Tim Maia, os trechos em que Roberto Carlos desprezava o ex-colega de banda. O filme — e, portanto, a minissérie — foram baseados no livro Vale Tudo, de Nelson Motta.

Talvez por não envolver um ídolo tão popular, outros casos muitos parecidos e recentes de tentativas da emissora de reescrever a História não mereceram a mesma atenção.

Quando o Jornal Nacional completou 34 anos, por exemplo, exibiu um clipe registrando a presença do repórter Ernesto Paglia no comício das diretas, em 16 de abril de 1984, em São Paulo. Foi o suficiente para que Ali Kamel, que ainda estava em ascensão na emissora — hoje dirige o Jornalismo — fosse ao Observatório na Imprensa dizer que “uma pequena imagem do repórter Ernesto Paglia pode ter contribuído para rechaçar de vez uma das mais graves acusações que o JN já sofreu: a de que não cobriu o comício das diretas, na Praça da Sé, em São Paulo”.

Mais adiante, depois de contestar versões de outros autores sobre a cobertura da Globo naquele dia e de transcrever o texto da reportagem de Paglia, Kamel tenta justificar — como se a Globo estivesse no campo dos cerceados pela ditadura:

Esquecem-se de que a ditadura ainda estava forte, tão forte que as diretas foram votadas sob a vigência das medidas de emergência, um dispositivo constitucional, decretado nas vésperas da votação, que proibiu manifestações populares em Brasília (lembram-se do general Newton Cardoso, em seu cavalo, dando chicotadas em carros presos num engarrafamento?) e proibiu a transmissão por emissoras de rádio e televisão da sessão do Congresso Nacional que acabaria rejeitando as diretas-já. Não, a Globo não fez uma campanha, mas não deixou de fazer bom jornalismo.

Kamel provavelmente escreveu de ouvir dizer, após consultar arquivos. Eu, não. Eu trabalhei na Globo naquela época. Era da TV Bauru, mas cobria férias dos repórteres em São Paulo. Passava meses e meses hospedado num hotel e trabalhando na redação da Marechal Deodoro. Testemunhei pessoalmente ou ouvi relatos de colegas.

A tática de quem pretende recontar a História com outro viés quase sempre envolve focar no ponto mais positivo para sua narrativa e desconhecer o contexto.

O fato é que naquele período da História aconteceram as grandes greves do ABC, que a Globo praticamente desconhecia, quando não levava ao ar versões que o movimento operário considerava descabidas. Foi então que surgiu o “Fora Rede Globo, o povo não é bobo”, cantado por milhares de pessoas nas assembleias. Carros da emissora foram apedrejados. Lula costumava dizer aos companheiros para não confundir os jornalistas com os patrões e, portanto, aqueles deveriam ser poupados.

Na campanha das diretas, que surgiu antes do comício da Praça da Sé, a Globo simplesmente desconheceu as primeiras manifestações populares, algumas envolvendo milhares de pessoas. Era uma não notícia. A internet ainda não existia. Mesmo assim, era chocante ver as capas de jornais com fotos de manifestações e informações sobre a campanha e o Jornal Nacional absolutamente calado sobre o assunto.

Além disso, foi escancarado o apoio das Organizações Globo à ditadura militar, como porta-voz do regime. Os exemplos abundam. Um editorial escrito por Roberto Marinho em 7 de outubro de 1984, DEPOIS do comício das diretas, em que ele diz que a Revolução — isso mesmo, Revolução, não golpe — foi bem sucedida, é um deles.

É neste contexto que deve ser analisada a “reportagem” da emissora no comício de São Paulo.

A equipe da Globo, sim, esteve lá. Porém, a ênfase da reportagem foi no aniversário de São Paulo. Basta ler a própria transcrição do Ali Kamel. É o equivalente a noticiar primeiro que dois automóveis foram destruídos no centro de São Paulo e em seguida informar que caiu um Boeing sobre eles, matando os 200 ocupantes. Um absurdo que qualquer estudante de jornalismo é ensinado a nunca cometer é definido como “bom jornalismo”.

Para um exemplo mais recente, basta relembrar o Jornal Nacional de 12 de março de 2012, dia em que Ricardo Teixeira renunciou à presidência da CBF.

Patrícia Poeta, num texto que obviamente não foi escrito por ela, na transcrição da CartaCapital: “Ao longo de uma gestão de mais de duas décadas, a seleção tricampeã se tornou penta. Teixeira colecionou vitórias, mas também desafetos. E enfrentou denúncias”. Uma forma nada sutil de tentar atribuir as acusações a Teixeira a rusgas pessoais.

No corpo da reportagem, narrada por um repórter que obviamente não tinha poder de decisão sobre o texto final, 22 segundos foram dedicados às denúncias num tempo total de 3 minutos e 39 segundos:

Ao longo da carreira, Ricardo Teixeira foi alvo de denúncias. Diante de todas elas, Teixeira sempre disse que as acusações eram falsas e tinham caráter político. A denúncia mais contundente foi a de que ele e um grupo ligado à Fifa teriam recebido dinheiro de forma irregular nas negociações de uma empresa de marketing esportivo, em 1999. Viu os processos serem arquivados pela Justiça.

Na Globonews, Merval Pereira foi além:

Esses problemas de denúncias contra o Ricardo Teixeira vêm de longe e ele enfrentou com tranquilidade e sempre conseguiu superar essas denúncias. [...] Então resolveu tirar o time porque viu que não tinha condições de recuperar, como várias vezes se recuperou, o prestígio político.

De novo, a sutileza: os problemas de Ricardo Teixeira foram com adversários pessoais e políticos, nenhuma relação com a corrupção que a Globo tanto gosta de denunciar na Petrobras.

Em primeiro lugar, não é verdade que todos os processos contra Ricardo Teixeira foram “arquivados pela Justiça”. Em O Lado Sujo do Futebol, descrevemos as manobras jurídicas utilizadas por ele para se desfazer de processos no Brasil. Descrevemos detalhadamente a relação histórica e incestuosa da Globo com João Havelange e seu sucessor, Ricardo Teixeira. Era apoio político em troca do monopólio nas transmissões da Copa e do futebol brasileiro. Ponto. O próprio Ricardo Teixeira, em entrevista à revista Piauí, disse que só ficaria preocupado quando as denúncias contra ele saissem no Jornal Nacional.

Nunca de fato sairam. Naquela noite de 12 de março de 2012 a principal omissão do JN foi sobre o fato de que a Justiça da Suiça decidiria em breve se seriam divulgadas ou não as provas obtidas na investigação de João Havelange e Ricardo Teixeira, provas definitivas de que ambos receberam milhões de dólares em propina da empresa de marketing ISL em contas no Exterior. Este, sim, o verdadeiro motivo da renúncia de Teixeira, que a Globo vergonhosamente escondeu.

A Globo pagava à ISL, que pagava escondido a Havelange/Teixeira, que protegiam e eram protegidos da Globo. É o círculo perfeito!

No livro também tratamos das relações da própria Globo com a ISL, empresa da qual a emissora brasileira comprou os direitos de transmissão das Copas de 2002 e 2006 depois de montar uma subsidiária, a Empire, nas ilhas Virgens Britânicas, com isso sonegando milhões de reais de imposto no Brasil, segundo a Receita Federal. A mesma Receita diz que a Empire serviu apenas de fachada, para justificar o falso investimento no Exterior do dinheiro usado para quitar os direitos. Como se vê, não foram apenas a ISL, João Havelange e Ricardo Teixeira que tiraram proveito de negócios obscuros em refúgios fiscais.

Como vimos no caso do comício das Diretas, também no caso Teixeira a Globo tirou proveito da descontextualização: focou nas “vitórias” em campo do cartola.

O que nos leva ao episódio Tim Maia.

Não só o filme sobre o cantor mostra Roberto Carlos numa luz não muito agradável. O livro em que o filme foi baseado também o faz, com menos dramaticidade. Sim, registra que Roberto Carlos, a pedido da mulher Nice, levou Tim Maia para fazer um disco na gravadora CBS. Mas também conta que Tim Maia ofereceu a Roberto Carlos a música Não Vou Ficar, 
que se tornou o primeiro sucesso de Tim, com proveito para ambos.

O livro, pelo menos, deixa claro que houve rusgas e ciumeira entre os dois:

“Ô mermão, o Roberto aprendeu tudo comigo, mas o Roberto é branco, mermão, branco não dá, o que ele tem é que me botar na Jovem Guarda, mas ele tem medo porque sabe que eu entro e acabo logo com a banca dele”. Se era difícil encontrar Roberto, era impossível falar com ele, sempre cercado por um monte de gente, secretários, seguranças e puxa-sacos. Tim achava que Roberto não queria chamá-lo porque a Jovem Guarda era um programa de bons moços e ele era o Tim que puxava cadeia e fumava maconha.

O primeiro problema entre eles, ainda segundo o livro, foi quando Roberto Carlos, integrante da banda Sputniks, de Tim Maia, decidiu cantar sozinho, “por fora”, sem consultar antes os parceiros. Deu briga.

Na minissérie da Globo, além de cortar o trecho do filme em que Roberto Carlos humilha Tim Maia, a emissora deu a seu contratado, segundo a Folha, a oportunidade de dizer que ajudou Tim. Mais que isso, numa cena inédita colocou o ator que encarna Tim Maia no cinema para dizer na minissérie: “E foi assim, rapaziada, que Roberto Carlos lançou o gordo mais querido do Brasil”.

Assim, a Globo transformou uma relação complexa de amor e ódio, ajuda e competição — pelo menos é assim que aparece no livro — numa simplificação que beneficia HOJE a imagem de seu parceiro de negócios. Como aconteceu com Ricardo Teixeira.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Jornal Nacional se retrata, culpa a edição, mas não corrige acusação de crime que fez à merendeira

Em sua edição de ontem, o Jornal Nacional voltou ao caso da merendeira que acusaram na edição de sábado de por veneno na comida servida a alunos e funcionários de uma creche em Porto Alegre.
Essa acusação foi denunciada neste vídeo aqui no blog, que teve (e continua a ter) ampla repercussão na internet e redes sociais.
Uma das falhas apontadas no vídeo era de que o JN não teria dado voz à merendeira ou seu advogado, que desmentira acusação do delegado OITO HORAS ANTES de o Jornal Nacional ir ao ar. Essa falha foi corrigida na edição de ontem, reproduzida abaixo:
Como visto, Bonner, que além de apresentador é editor-chefe do JN, põe a culpa na edição (dá ênfase a isso), como se ela houvesse sido truncada ou mal feita:
"Ao tratar desse caso policial no último sábado (6), por uma falha de edição, o Jornal Nacional não mencionou a alegação do advogado de defesa que contestava a confissão da cliente. Foi, obviamente uma falha, que nós estamos corrigindo na edição de hoje."
Essa falha realmente foi corrigida. Mas essa foi apenas uma, e não a mais grave das falhas da reportagem de sábado (que pode ser assistida na íntegra aqui). Nela, o Jornal Nacional, na voz de Fátima Bernardes, acusa a merendeira, comprando como verdadeira a declaração do delegado. Diz Fátima:
"Está foragida a merendeira que pôs veneno de rato na comida de crianças e professores de uma escola pública de Porto Alegre."
Em seguida a essa declaração aparecia uma foto da merendeira.
O que poderia ter acontecido se parentes ou amigos de pessoas envenenadas tivessem encontrado a merendeira após aquela reportagem do Jornal Nacional?
O clima não parece muito bom na redação do JN. Talvez pelo motivo que apontou Rodrigo Vianna, em seu blog Escrevinhador. O fato é que ontem, em seu perfil no Twitter, William Bonner desabafava, antes do Jornal Nacional ir ao ar:
O que estará tão feio que coloque uma vírgula entre sujeito e verbo?

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O Conversa Afiada reproduz texto do blog de Luis Favre:


Financial Times censurado nos jornais brasileiros?

Ontem o Financial Times, um dos mais importantes jornais de economia e finanças do mundo, fez matéria sobre as eleições brasileiras.

O FT é conhecido pelas suas opiniões liberais e favoráveis ao mercado e a livre inciativa.

O artigo, logicamente, repercutiu imediatamente aqui. A agência Estado colocou uma tradução aproximada do seu conteúdo que reproduzi no blog Dilma deve ter ‘vitória retumbante’, diz Financial Times, como também reproduzi a versão original em inglês, Brazil’s election: all over bar the voting?.

Os jornais Folha, O Globo, O Estado SP e Valor unanimes, não julgaram de interesse hoje dar espaço para o artigo do Financial Times.

Pelo menos foi o que constatei e espero não estar enganado.

O fato é surpreendente. Ontem, a coluna Toda Mídia da Folha tinha feito uma pequena menção ao artigo, pois ele tinha sido postado na véspera no site do jornal inglês. Mais hoje, estranhamente, nada.

Talvez a motivação deste ostracismo para com a matéria publicada no FT seja a afirmação do autor que um dos erros da campanha de Serra tenha sido a de acusar o governo e o PT de censurar a imprensa. O jornalista escreve, porém, que o País é um dos “menos censurados do mundo.”

Talvez seja isto ou talvez não, e se trate simplesmente de desinteresse pela afirmação da matéria que Dilma pode obter uma vitória retumbante e que a campanha de Serra estava sem rumo. Esse tipo de analise já é corriqueiro por aqui.

O Globo faz hoje um editorial afirmando que existe uma ameaça de autoritarismo no continente, do qual o Brasil não esta à margem. “O Brasil não está livre de ações de grupos que visam a subjugar meios de comunicação independentes. Diversos projetos de lei nesta direção se originaram na Conferência Nacional das Comunicações (Confecom), convocada pelo governo. Em todo o continente está em risco a base das liberdades democráticas”.

Ninguém censura ou censurou O Globo e não penso que alguém pretenda subjugar os meios de comunicação no Brasil. O compromisso assinado por Dilma Rousseff da “Declaração de Chapultepec” mostra o apego da provável futura presidente à liberdade de imprensa. Seu passado de vítima da ditadura reforça, tem repetido ela, esse compromisso com a democracia e a liberdade.

Pena é de constatar que a opinião do correspondente do Financial Times acabe de fato censurada e não tenha ganho um misero espaço nos jornais. Fica a impressão que isto se deva a ela não corresponder com a opinião dos “aquários” da imprensa, sempre alertas em detetar insinuantes vontades totalitárias em qualquer tentativa de alguém opinar sobre o que fazem os peixes.

LF


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.