Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quinta-feira, 26 de abril de 2012

STF extingue cotas de 100% para brancos nas universidades


Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me Vós, Senhor Deus
Se é loucura, se é verdade
Tanto horror perante os céus
(…)
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em Vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz
Quem são?
Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa…
(…)
São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus…
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .
Navio Negreiro, de Castro Alves
*
Assusta viver em um país em que é preciso apresentar números sobre a situação da maioria negra de seu povo apesar de que todos a encontram em cada rua, a cada esquina, a todo tempo.
É o vizinho que habita a calçada
Com mulher, filhos e humilhação
Oriunda de mera decisão
Da sociedade, do patrão e da madame
Do jovem rico e de sua indolência infame
Que rouba a vaga do que anseia pela razão
Que para o mancebo rico não faz noção
Eis que brindado com o direito de herança
Que pisoteia do negro a esperança
A pobreza que atinge brancos não é igual à que atinge negros. Desonestidade intelectual devia dar cadeia tanto quanto a material.
A mentira mais hedionda sobre cotas “raciais” que um partido que deveria servir ao povo esgrimiu na Suprema Corte de Justiça foi a de que a política afirmativa cotas não beneficia “pardos”, ainda que centenas de milhares deles já sejam beneficiados.
É mentira que a pobreza que a negros atinge seja a mesma que atinge ao branco. A do negro é muito maior e pior, como IBGE e IPEA comprovam.
97 milhões, entre 190 milhões de brasileiros, declaram ao IBGE que são afrodescendentes. Os negros, pois, somam 51% da população.
O IPEA diz que o salário médio do branco é de R$ 1,8 mil e o do negro, R$ 0,8 mil. Diz também que os que se declaram afrodescendentes são 70% dos pobres, 70% dos indigentes e quase 80% dos jovens que morrem por violência.
A Suprema Corte de Justiça de um país que tem 51% de afrodescendentes, tem 1 único magistrado negro e, no Congresso, só 8 % dos deputados são negros.
Na propaganda, nas novelas, nos bunkers dourados da elite branca, ditos “condomínios”, onde o egoísmo se resguarda da pobreza matizada, erigida pela mais pura vilania, a unanimidade racial de tons rosados e louros com um frio olhar azul ou verde deu o primeiro passo rumo à lata de lixo da história.
Não faltam números para provar que a pobreza, no Brasil, tem cor. Não faltam cenas que comprovam a cor da pobreza, a cor da humilhação, a cor da injustiça. O que falta é vergonha na cara a um setor minoritário e rico da sociedade. Vergonha de mentir impiedosamente e, ainda, afetando indignação.
A Suprema Corte do Brasil marca mais um tento no ranking da pacificação social, da igualdade, da verdade e da Justiça. Que cada voto, de cada magistrado, seja um libelo contra a hipocrisia desumana que pisoteia a imensa maioria deste povo brasileiro. Um libelo acusatório a uma minoria microscópica que tem a audácia de negar uma realidade que lhe lambe as faces a cada passo nas ruas.
Eliminado o produto da hipocrisia e da desonestidade intelectual, resta descobrir como instilar ética e sinceridade nessa parcela diminuta da nação que tanto mal vem produzindo à sua quase totalidade ano após ano, década após década, século após século.

Como o jn trabalha com os detritos sólidos



Saiu no Viomundo:

Marco Aurélio Mello: Grampinho, chicletes e a colega da Globo


por Marco Aurélio Mello, DoLaDoDeLá

Lembrei-me do episódio que narro abaixo depois de ver a notícia de que o deputado vai se candidatar à prefeitura de Salvador. E, segundo o presidente do DEM, senador Agripino Maia, ACM Neto é o fato novo do partido, com potencial para se projetar nacionalmente e reerguer a combalida legenda. Pois bem, vamos aos fatos.

Minha chefe me convoca para ir a Brasília. Pergunto se sou obrigado e ela responde que sim, que todos os editores do Jornal Nacional em São Paulo (um por semana, quatro ao todo, sendo três mulheres e eu). Quero saber se preciso ser o primeiro da fila. Ela responde que não, que conversará com as outras editoras e decidirá quem vai primeiro. Peço para, se possível, ficar por último. Estamos em setembro de 2005.

A primeira colega foi, passou uma semana e voltou, desamparada. A segunda também seguiu para lá e voltou desmilinguida. A terceira editora entrou em licença médica. Assim, sobrou para mim. Comprei uma caixa de Passiflora (calmante natural de Maracujá) e segui viagem. Era para ser uma semana, mas fiquei duas. Entrava ao meio-dia e saia depois que o Jornal da Globo terminava, não raro depois da uma.

Minha tarefa era reforçar a edição do Jornal Nacional e do Jornal da Globo, mas como chegava antes do Jornal Hoje ainda ajudava a coordenar entradas ao vivo, isso quando não editava alguma matéria bruta para eles também. Resumindo: trabalho semi-escravo, desumano.

A capital federal ardia com duas CPIs simultâneas: a dos Correios (Mensalão) e a dos Bingos, apelidade de “Fim do Mundo”, de tão ampla. Investigou os assassinatos dos prefeitos petistas de Campinas, Toninho do PT, e de Santo André, Celso Daniel; a “máfia do lixo” em Ribeirão Preto; o escândalo da Loterj;  a renovação do contrato entre a multinacional GTech e a Caixa Econômica Federal para loterias; os dólares de Cuba para a campanha de Lula; a máfia do apito no Brasileirão, e por aí foi…

A “Fim do Mundo” teve papel importante na derrocada do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, acusado de envolvimento com a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo. O caseiro afirmou ter visto Palocci na “casa do lobby”, mansão do Lago Sul onde, segundo denúncias, a República de Ribeirão dava expediente e festinhas para firmar negócios com empresários interessados em parcerias com o Governo Federal.

Nas reuniões preparatórias dos telejornais notei a existência de duas colegas, uma de São Paulo e outra de Brasília, que não botavam a mão na massa. Ou melhor, botavam sim, mas no cocô. Eram as duas porta-vozes do então todo-poderoso diretor de jornalismo Ali Kamel.

O papel delas era articular a cobertura de cima para baixo. Elas definiam no gabinete dos deputados quais seriam as manchetes do dia seguinte de todos, digo, todos os jornais impressos e telejornais do país. E como funcionava isso? Enquanto corríamos feito loucos para assistir e noticiar os fatos daquele dia, elas se encarregavam dos vazamentos.

Tudo o que era conversado a portas fechadas, requerimentos sigilosos, acordos de bastidores, convocação de depoentes, as duas tinham acesso primeiro e municiavam os colegas com os desdobramentos daquilo que a Globo julgava mais conveniente à cobertura.

O pivô desta relação promíscua, para não dizer espúria, era o então deputado ACM Neto, apelidado carinhosamente de “grampinho” (talvez inspirado pelo estilo do avô). Foi uma destas colegas que delicadamente o aconselhou a parar de mascar chicletes nas sessões da CPI, para que não passasse uma imagem de adolescente. Afinal, o Brasil inteiro estava ligado, ou na TV Câmara, ou na TV Senado, quando não na Globonews.

Alguma coisa começou a dar errado quando houve os dois depoimentos mais esperados de todos: de Daniel Dantas, do Banco Opportunity, à CPI do Mensalão e do doleiro Toninho da Barcelona à dos Bingos: Tive o privilégio de assistir às mais de quatro horas da fala do banqueiro e, ao final, saí convencido de que uma enorme pizza estava no forno.

Ou melhor, começaria ali o plano de sangramento homeopático do Governo, que deveria durar um ano, até a corrida eleitoral de 2006, mas como todos sabemos, o plano não deu certo.

No fim daquela semana este editor voltaria para São Paulo conhecendo um pouco mais do tipo de jornalismo que se faz em Brasília, a partir de uma das maiores emissoras de TV do mundo, e dos tipos de jornalistas inescrupulosos que temos que encarar numa redação.

CPI da Veja: Dilma desmente Globo


Note a semelhança entre um detrito sólido e um Golpe de Estado


A propósito das ” notícias” da/o Globo desde a quarta-feira, a Presidenta foi obrigada a se manifestar ( não seria de bom tom ela tratar de “como o jn trabalha com detritos sólidos “.)


Em nota, Planalto nega conversa entre Dilma e Lula sobre CPI

Ex-presidente e sucessora se reuniram por mais de 4 horas nesta quarta.

‘A presidenta lamenta as versões em contrário divulgadas’, diz a nota.


A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou nota nesta quinta-feira (26) na qual afirma que, “em momento algum” a presidente Dilma Rousseff conversou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do caso Cachoeira.


A CPMI foi instalada nesta semana no Congresso para investigar o envolvimento de políticos e empresários com o bicheiro Carlos Augusto Almeida Ramos, apontado como chefe de uma quadrilha de jogo ilegal em Goiás e preso em fevereiro pela Polícia Federal.


O ex-presidente reuniu-se nesta quarta-feira (26) com Dilma por mais de quatro horas no Palácio da Alvorada, na presença também dos ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), Aloizio Mercadante (Educação), Guido Mantega (Fazenda) e o ex-ministro de Comunicação Social de Lula, Franklin Martins.


A nota, assinada pela Secom, diz ainda que Dilma “lamenta” informações divulgadas pela imprensa que afirmam que ela e Lula conversaram sobre a CPMI. “A presidenta lamenta as versões em contrário divulgadas por veículos de imprensa”, informa a nota.


Nesta quinta-feira (27), o ministro Gilberto Carvalho chegou a comentar sobre o encontro com Lula. “Não nos detivemos nesse tema [da CPMI]“, disse a jornalistas.


Veja a íntegra da nota:


Nota à Imprensa


Em momento algum, o tema “Comissão Parlamentar Mista de Inquérito” foi objeto das conversas ocorridas na última quarta-feira em encontro da Presidenta Dilma Rousseff com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A presidenta lamenta as versões em contrário divulgadas por veículos de imprensa.


Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República


Em tempo: nos bons tempos do Pasquim,os detritos sólidos que boiavam na praia de Ipanema eram ali chamados  de “Roberto Marinho”.

POR ENQUANTO, NA CPMI DO CACHOEIRA , NADA DA IMPRENSA , COMO INVESTIGADA.Murdoch expõe relações entre mídia e poder na Inglaterra

Testemunhos do magnata australiano Ruppert Murdoch e de seu filho James Murdoch perante a Comissão Leveson estão fazendo novos estragos no governo de David Cameron e ameaçam derrubar ministro da Cultura, Jeremy Hunt, por suspeita de tráfico de influência no negócio envolvendo a compra da BSkyB pela News Corporation, do grupo Murdoch. Robert Jay, da Comissão, insina possibilidade de um pacto fáustico dos conservadores com o grupo em troca do apoio de Murdoch nas eleições de 2010.

Londres - Os dias de comparecimento do magnata multimidiático australiano Ruppert Murdoch e de seu filho James diante da Comissão Leveson estão começando a deixar um rastro de vítimas. O testemunho de James na terça-feira e a publicação dos email’s que trocou com seu lobista Frederic Micel pela aquisição do pacote acionário da BSkyB, provocaram a saída, quarta-feira ao meio-dia, de Adam Smith, assessor especial do ministro da Cultura Jeremy Hunt, que por sua vez foi jogado contra as cordas.

No parlamento, o líder da oposição Ed Miliband exigiu a renúncia do ministro Hunt por sua proximidade com os Murdoch quando devia ser um “juiz imparcial do interesse público” sobre o tema da ameaça que podia representar para a liberdade de imprensa a compra de todo pacote acionário da BSkyB pela News Corp. Hunt negou que tenha feito algo “inapropriado” e assegurou que não manteve nenhum contato direto com os Murdoch: sua permanência no cargo está por um fio.

Em suas mensagens a James Murdoch, o lobista cita Hunt diretamente ao falar do informe da agência reguladora de comunicação, Ofcom, sobre o tema. “Hunt pediu-me novamente que encontrássemos todos os erros legais que pudéssemos detectar no informe da Ofcom e que propuséssemos algumas soluções fortes e de impacto. Está disposto a se reunir na próxima terça ou quarta para discutir nossa apresentação”, escreve Frederic ao filho de Murdoch.

De modo mais claro ainda, no dia prévio ao anúncio que Hunt faria informando a decisão do governo sobre o negócio, Frederic assegura que o ministro da Cultura havia passado a ele informação direta sobre seus planos. “Consegui informação sobre os planos para amanhã (o que é absolutamente ilegal!). Muitos problemas legais, Hunt está tratando de obter uma versão favorável a nós”, disse Frederic.

A lupa da comissão não se deteve no ministro. Em seu testemunho, James Murdoch reconheceu que o primeiro ministro David Cameron havia discutido o tema da aquisição da BSkyB com ele durante um almoço natalino em 2010, na casa de Rebekah Brooks, ex-diretora da News International, o braço britânico da corporação midiática de Murdoch. O primeiro ministro havia admitido seu almoço com Murdoch, mas, em mais de uma oportunidade, negou-se a informar o teor da conversa. Em suas perguntas, o responsável pela Comissão Leveson, Robert Jay, insinuou a possibilidade de um pacto fáustico dos conservadores com o grupo em troca do apoio de Murdoch nas eleições de 2010: a acusação é potencialmente devastadora.

O apoio do “The Sun” aos conservadores foi tornado público e anunciado na primeira página do tabloide, mas James Murdoch negou que tivesse adotado essa posição em troca de favores do governo em temas como o da BSkyB ou do corte orçamentário na BBC, a “besta negra” do grupo Murdoch. Ruppert Murdoch fez o mesmo em seu testemunho nesta quarta-feira. O magnata australiano reconheceu seus frequentes encontros com os governos de Margaret Thatcher (1979-90), Tony Blair (1997-2007), Gordon Brown (2007-2010) e a atual coalizão conservadora-liberal democrata. Mas negou que, em algum caso, tenha trocado informação por apoio político.

Neste sentido, o mais explícito que disse foi que o ex-primeiro ministro trabalhista Gordon Brown declarou guerra a News International logo depois que o tabloide “The Sun” retirou o apoio ao trabalhismo e começou a respaldar o então líder da oposição David Cameron. Em uma declaração posterior, Brown negou que este diálogo tenha ocorrido e exigiu uma retificação de Murdoch que, nesta quinta-feira, prossegue com seu testemunho.

Tradução: Katarina Peixoto

A FALSA ESQUERDA

Até tu, Miro Teixeira? Blindando a Veja?

Deu na coluna Painel da Folha:
O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) vai argumentar na CPI, com base no artigo 207 do Código de Processo Penal, que é vedado o depoimento de testemunha que por ofício tenha de manter sigilo, como jornalistas. O PT tenta levar parte da mídia para o foco da investigação.
Comento:

Isso é traição a memória e o legado de Leonel Brizola, o fundador do PDT de Miro.

Brizola nunca abaixou a cabeça para a Globo e venceu a emissora no escândalo da Proconsult, nas eleições de 1982. Ele teve também embates homéricos com os Civita, donos da revista Veja.

Jornalistas tem sim o direito assegurado pela Constituição de preservar o sigilo da fonte, mas isso não significa que não possam responder perguntas sem revelar o sigilo.

Inclusive há vários precedentes. Para citar um exemplo, em 22/2/2005, o jornalista da revista Veja, Policarpo Júnior, prestou depoimento no Conselho de Ética da Câmara em processo contra o então deputado André Luiz (ex-PMDB-RJ), que era acusado de extorsão na CPI da Loterj por... advinha quem? Carlinhos Cachoeira.

O relatório final da CPI da Loterj indiciou e recomendou a prisão de Cachoeira. As matérias publicadas na revista Veja, naquela época, retratavam o bicheiro como se fosse apenas um empresário de jogos, vítima de extorsão.

Hoje, sabe-se que constam 200 telefonemas entre Policarpo Júnior e Cachoeira dentro da Operação Monte Carlo da Polícia Federal.

Quanto à luta para acabar a corrupção e cartel dos barões da mídia, o deputado Miro Teixeira já tem maus precedentes: tomou posições mais próximas dos demotucanos do instituto Millenium, inclusive sendo agraciado com uma generosa entrevista nas páginas da revista Veja.
 

Globo, Abril e Folha se unem contra CPI da mídia

PRINCIPAIS GRUPOS DE COMUNICAÇÃO FECHAM PACTO DE NÃO AGRESSÃO E TRANSMITEM AO PLANALTO A MENSAGEM DE QUE PRETENDEM RETALIAR O GOVERNO SE HOUVER QUALQUER CONVOCAÇÃO DE JORNALISTAS OU DE EMPRESÁRIOS DO SETOR; PORTA-VOZ DO GRUPO NA COMISSÃO É O DEPUTADO MIRO TEIXEIRA; NA INGLATERRA, UM PAÍS LIVRE, O MAGNATA RUPERT MURDOCH DEPÔS ONTEM
Quadrilha
 Brasil 247

Há exatamente uma semana, o 247 revelou com exclusividade que o executivo Fábio Barbosa, presidente do grupo Abril e ex-presidente da Febraban, foi a Brasília com uma missão: impedir a convocação do chefe Roberto Civita pela CPI sobre as atividades de Carlos Cachoeira. Jeitoso e muito querido em Brasília, Barbosa foi bem-sucedido, até agora. Dos mais de 170 requerimentos já apresentados, não constam o nome de Civita nem do jornalista Policarpo Júnior, ponto de ligação entre a revista Veja e o contraventor Carlos Cachoeira. O silêncio do PT em relação ao tema também impressiona.

Surgem, aos poucos, novas informações sobre o engavetamento da chamada “CPI da Veja” ou “CPI da mídia”. João Roberto Marinho, da Globo, fez chegar ao Palácio do Planalto a mensagem de que o governo seria retaliado se fossem convocados jornalistas ou empresários de comunicação. Otávio Frias Filho, da Folha de S. Paulo, também aderiu ao pacto de não agressão. E este grupo já tem até um representante na CPI. Trata-se do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ).

Na edição de hoje da Folha, há até uma nota emblemática na coluna Painel, da jornalista Vera Magalhães. Chama-se “Vacina” e diz o que segue abaixo:

“O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) vai argumentar na CPI, com base no artigo 207 do Código de Processo Penal, que é vedado o depoimento de testemunha que por ofício tenha de manter sigilo, como jornalistas. O PT tenta levar parte da mídia para o foco da investigação”.

O argumento de Miro Teixeira é o de que jornalistas não poderão ser forçados a quebrar o sigilo da fonte, uma garantia constitucional. Ocorre que este sigilo já foi quebrado pelas investigações da Polícia Federal, que revelaram mais de 200 ligações entre Policarpo Júnior e Carlos Cachoeira. Além disso, vários países discutem se o sigilo da fonte pode ser usado como biombo para a proteção de crimes, como a realização de grampos ilegais.

Inglaterra, um país livre

Pessoas que acompanham o caso de perto estão convencidas de que Civita e Policarpo só serão convocados se algum veículo da mídia tradicional decidir publicar detalhes do relacionamento entre Veja e Cachoeira. Avalia-se, nos grandes veículos, que a chamada blogosfera ainda não tem força suficiente para mover a opinião pública e pressionar os parlamentares. Talvez seja verdade, mas, dias atrás, a hashtag #vejabandida se tornou o assunto mais comentado do Twitter no mundo.

Um indício do pacto de não agressão diz respeito à forma como veículos tradicionais de comunicação noticiaram nesta manhã o depoimento de Rupert Murdoch, no parlamento inglês. Sim, Murdoch foi forçado a depor numa CPI na Inglaterra – não na Venezuela – para se explicar sobre a prática de grampos ilegais publicados pelo jornal News of the World. Nenhum jornalista, nem mesmo funcionário de Murdoch, levantou argumentos de um possível cerceamento à liberdade de expressão. Afinal, como todos sabem, a Inglaterra é um país livre.

O Brasil se vê hoje diante de uma encruzilhada: ou opta pela liberdade ou se submete ao coronelismo midiático.
 
 
 
 

Spike Lee a uma negra: por que não virar a mesa ?

Lee ficou com a impressão certa dos negros brasileiros ?


Spike Lee, diretor de “Faça a coisa certa” (1989), esteve com a Presidenta Dilma – clique aqui para ver no Blog do Planalto – para falar de seu próximo filme “Go Brazil go!”.

Lee entrevistou Matilde Ribeiro e perguntou por que havia tão poucos negros no Governo.

Ribeiro foi por cinco anos Ministra da Igualdade Racial, com o presidente Lula.

Ribeiro tratou das diferenças entre a situação dos negros no Brasil e nos Estados Unidos e lembrou que só agora os americanos escolheram um presidente negro.

Lee quis saber se uma brasileira poderia vir a ser Presidenta.

Ela disse: “temos que almejar o máximo”.

Embora, no Brasil, o processo político seja mais lento.

Ribeiro ficou com a impressão de que Lee acha os negros brasileiros uns frouxos.

Lee disse que a Abolição dos escravos nos EUA ocorreu apenas vinte anos antes da brasileira, e os negros americanos avançaram muito mais.

Lee perguntou: por que vocês não viram a mesa ?

Em tempo: depois de uma entrevista à BBC, Ribeiro disse que quem tem memória do açoite não tem obrigação de amar quem açoitou. Antes, ela tinha dito que existe racismo no Brasil e só uma ação coletiva  de negros e brancos poderia superá-lo. Por causa da frase sobre o açoite, a senadora Katia Abreu processou Matilde Ribeiro por racismo. Depois de dois anos de luta judicial, o Ministério Público mandou Katia Abreu lamber sabão. Ela queria que Ribeiro fosse a primeira negra condenada por racismo contra negros, no Brasil.

Em tempo2: esse post é uma singela homenagem a Ali Kamel e Heraldo Pereira, responsáveis, entre outros, pela defesa exposta em “Gilmar, Kamel e Heraldo – como PHA se defendeu”.


Paulo Henrique Amorim

Cachoeira pagou propina a alto dirigente tucano

Saiu no Estadão:


Relatório da PF mostra que Cachoeira pagou propina embrulhada em jornal para deputado tucano

O contraventor Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, mandou entregar propina “embrulhada em jornal” para o deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO). A informação consta de relatório da PF, sob guarda do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento esmiuça as relações próximas de Cachoeira com o parlamentar.

Os dados são apontados no capítulo intitulado “transações financeiras” envolvendo o contraventor e o deputado tucano. A PF assinala que Cachoeira manda Geovani (Pereira da Silva), seu contador, “passar dinheiro para o deputado Lereia, não sendo possível identificar a que título”. Interceptações telefônicas da PF flagraram diálogos entre Cachoeira e Leréia.

Também caiu no grampo o contador Geovani,, que está foragido. O contraventor o chama de Geo e pede a ele que providencie pagamentos em dinheiro vivo para Leréia.

Numa dessas conversas, a 1.ª de agosto de 2011, às 14h34, Cachoeira recomenda a Geovani a entrega de R$ 20 mil em dinheiro para Leréia “embrulhados em jornal”. Uma assessora do contraventor participa da conversa e informa que o dinheiro foi colocado em um “envelope quadrado”.

(…)


Clique aqui para ler “Você ainda vai ouvir falar muito do Leréia”.
Aqui, “Leréia é porta-voz de Cachoeira”.
E aqui para ler “Você ainda vai ouvir falar muito do Leréia – II”.
Clique aqui para ler “Relator Odair Cunha, veja o que o PiG (*) fez da Delta”.
Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

URNAS DE MAIO: O QUE ELAS ESCONDEM

*DILMA VETA VERSÃO PREDATÓRIA DO CÓDIGO FLORESTAL: projeto aprovado na Câmara não terá sanção presidencial**em pleno século XXI, agronegócio quer reduzir a 15 metros a proteção ciliar dos rios brasileiros **ruralismo obtuso excreta uma  indiferença assustadora em relação à agenda ambiental às vésperas da Rio+20**o corporativismo cego, incapaz de contemplar os interesses gerais do país e da humanidade, não pode ditar as leis que regem os compromissos compartilhados da sociedade **bancos fazem terrorismo com a inadimplência para justificar spreads leoninos (leia análise do Dieese nesta pág) 



Durante 30 anos o discernimento histórico foi entorpecido pela radiola do pensamento único, a proclamar as virtudes e a autossuficiência da ordenação da sociedade sob a égide dos  livres mercados. O dinheiro solto era mais eficiente que o desenvolvimento planejado. Mais que um martelar teórico, tornou-se a única experiência tangível em escala relevante, reduzindo-se a  sua crítica a um exercício de resistência mais ideológica, do que uma confrontação prática de experiências e projetos. Esse tempo agoniza. Mas não cabe ilusão. Aquilo que arde em recessão, desemprego, Estados falidos e dívidas impagáveis não é o produto de teorias ou de livros textos. Esse mundo tem dono: o poder financeiro. Transformar a polarização eleitoral num debate fascista sobre imigrantes, como ocorre na França e na Grécia nesse momento, é apenas  o recurso ardiloso ao qual o conservadorismo recorre para embaralhar os dados estruturais da crise. Resta saber se os vencedores das eleições de seis de maio na França e na Grécia terão escopo para mudar as regras do jogo. (LEIA MAIS AQUI)


Dieese ‘desmonta’ justificativas de bancos para manterem alto spread

Com dados apurados antes da atual onda de corte de juros, que ainda permanece restrita a determinados pacotes de serviços e segmentos de clientes, Dieese revela que maior parte do spread é formada por lucro, compulsório representa apenas 4 pontos percentuais da taxa e índice de inadimplência é estimativa, e não dado real.

São Paulo – Um estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos (Dieese) desmonta alguns dos principais argumentos dos bancos brasileiros para manterem spreads elevados na intermediação financeira.

No início deste mês, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), pressionada pelo governo federal, condicionara a queda do spread a uma série de medidas a serem tomadas pelo governo, como redução do compulsório e de impostos.

Como se sabe, a resistência durou pouco. Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, sob ordens do governo,
cortaram os spreads, obrigando as instituições privadas a fazerem o mesmo para não perderem mercado – ainda que os benefícios permaneçam restritos a alguns pacotes de serviços e segmentos de clientes.

O que o estudo da subseção do Dieese no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região confirma agora, com base em dados do Banco Central (BC), é que o spread é alto no Brasil por conta das altas margens de lucro embutidas na taxa.

Em 2010, última pesquisa feita pelo BC, o spread era formado por 32,7% de margem líquida, 28,7% de inadimplência, 21,9% de impostos diretos, 12,6% de custo administrativo e 4,1% de despesas referentes ao compulsório, subsídio cruzado e fundo garantidor de crédito.

“Alguns analistas dizem que é preciso reduzir o compulsório para cortar o spread, mas isso é um desvio de foco, porque o compulsório representa apenas quatro pontos do spread”, afirma o economista do Dieese Gustavo Cavarzan, um dos autores do trabalho.

Ele lembra ainda que está embutido no spread um custo administrativo de mais de 12 pontos percentuais, apesar de os bancos já obterem uma remuneração via tarifas de 130% do valor das despesas com pessoal.

Por fim, com relação à inadimplência cobrada via spread, ele aponta que o valor é uma estimativa, e não a “inadimplência real”. Isso sugere que em determinados períodos os bancos cobram um valor referente à taxa de inadimplência que, na verdade, poderia ser menor.

Antes da atual onda de corte nos spreads, os bancos brasileiros eram um ponto fora da curva no mundo, onde alguns países chegavam a ter “spreads negativos”. Em janeiro de 2012, enquanto a taxa média paga para aplicações financeiras no Brasil estava em 38% ao ano, a taxa média de captação era de 10,2% anuais, resultando em um spread de cerca de 27,8 pontos percentuais ao ano.

Na Argentina, esse número estava em 3,39 pontos, no Chile, em 4,49, no México, em 3,82, na Colômbia, em 7,37, e na Bolívia, em 9,61. Agora, aguarda-se um novo estudo para confirmar se os spreads no Brasil convergem rumo a padrões normais.

Apesar das novidades, Cavarzan afirma que não acredita que os bancos do país deixarão de registrar lucros relativamente mais elevados do que em outros países. “Eles vão deixar de ganhar na margem, mas vão ganhar na escala,”, diz.

O mercado de crédito no país realmente tem um amplo potencial de crescimento. Enquanto por aqui o volume de crédito alcança patamares de 48% (metodologia do BC, em janeiro de 2012) ou 57% (metodologia do Banco Mundial, em 2010), esse número chega a 225% na Dinamarca, 169,2% no Japão, 145,5% na África do Sul e 130,0% na China - conforme dados do Banco Mundial.


Leia mais
Elevação do compulsório "alimenta" lucro recorde dos bancos em 2011


 

Globo aposta em desinformação e inventa briga entre Lula e Dilma


É muito grave o que fez o Jornal Nacional na noite da última quarta-feira. O telejornal exibiu matéria do repórter Ari Peixoto que relata uma suposta conversa entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff que não resiste a 30 segundos de reflexão. Abaixo, a locução do repórter.
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O ex-presidente [Lula], que está em Brasília, passou boa parte do dia reunido com a presidente Dilma. Eles conversaram reservadamente sobre a CPI. Fontes do Planalto disseram que Lula acredita que a CPI poderia tirar a atenção sobre o julgamento do mensalão, previsto para os próximos meses. Já a presidente Dilma teria sido bem clara: funcionário do governo que aparecer em gravações será demitido.
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Supondo, por um minuto, que fosse verdade, o que se depreende é que a conversa que o repórter diz “reservada” não foi tão reservada assim, pois as tais “fontes”, para quem acredita nesse conto, logo após presenciarem a conversa foram imediatamente até ele e lhe contaram tudo.
E não fica só nisso: essas “fontes” teriam contado ao diligente repórter global que Lula fez à sucessora uma proposta, no mínimo, indecorosa: usar uma investigação tão séria para acobertar corruptos do partido de ambos.
A suposta resposta da presidente é ainda mais inverossímil. Diante de uma proposta tão absurda, ela teria se negado a se envolver na maracutaia e ainda teria dito que bastaria que nome de algum seu auxiliar aparecesse nas gravações da Operação Monte Carlo para o flagrado ser sumariamente demitido.
É outro absurdo. Um auxiliar da presidente já teve seu nome citado nas gravações e não foi demitido. Trata-se do subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Olavo Noleto (PT). Ele não foi demitido porque a menção ao seu nome não o compromete.
É óbvio que, dependendo de como o nome de algum auxiliar de Dilma aparecesse naquelas gravações, teria que ser demitido mesmo. Mas não se a menção fosse inconclusiva. É óbvio que a presidente não demitiria alguém só por seu nome ter sido citado.
Qualquer pessoa com a mínima capacidade de raciocínio logo se dá conta de que funcionários do governo, ainda mais do Palácio do Planalto, jamais difamariam o padrinho político de Dilma para a imprensa. Se ocorresse, é evidente que ela buscaria descobrir quem foi e, aí sim, demitiria.
A conduta da Globo de inventar uma história como essa e colocá-la em seu principal noticiário permite inferir que a emissora está enviando um recado ao governo e ao PT de que está disposta a tudo caso a relação da imprensa com Cachoeira seja levantada pela CPI.
Quem perde mais com essa farsa certamente é Dilma, que a mesma reportagem sugerira, pouco antes, que quereria restringir a investigação. E que estaria claramente se indispondo com aquele que a elegeu, o que uma sociedade que nutre tanta admiração por Lula certamente entenderá como traição, caso acredite na história.
A Globo já cometeu muitas barbaridades, mas poucas iguais a essa da edição de quarta-feira do seu Jornal Nacional. E o pior é que parece pouco provável que a presidente da República providencie algum desmentido. Deve ficar por isso mesmo, o que incentivará novas e piores manobras.
Ministro da Saúde refuta acusações da Folha de São Paulo
A assessoria de imprensa do ministério da Saúde está divulgando nota e vídeo que rebatem matéria do jornal Folha de São Paulo que tenta ligar o titular da Pasta, Alexandre Padilha, ao esquema de Carlinhos Cachoeira.
A primeira matéria do jornal afirma que “O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, teve o nome citado em uma conversa telefônica como tendo autorizado o grupo do empresário Carlos Cachoeira a dar sequência a um negócio na área da saúde, após reunião em Brasília”.
Aqui, a íntegra da matéria.
Abaixo, nota do Ministério da Saúde.
Nota à imprensa
A respeito da matéria “Grupo diz ter discutido projeto com Padilha”, publicada na Folha de São Paulo desta sexta-feira (20), a assessoria de comunicação social do Ministério da Saúde esclarece que:

1)      O ministro Alexandre Padilha não conhece e em nenhum momento se reuniu com os senhores Wladimir Garcez e Carlinhos Cachoeira e nem recebeu qualquer pessoa a pedido deles.

2)       Segundo a reportagem da Folha de São Paulo, a gravação teria ocorrido em 29 de março de 2011. Nesta data, bem como no mês de março daquele ano, o ministro não teve nenhuma reunião ou audiência cujo assunto possa guardar relação com o teor da conversa gravada.

3)      Os projetos apresentados em audiência ao ministro da Saúde ou ao seu gabinete são submetidos às respectivas áreas técnicas para análise e parecer. Nenhum andamento é dado sem o parecer técnico.

4)      A gestão do ministro Alexandre Padilha tem como prioridade combater desperdícios, melhorar o controle de gastos, aprimorar a gestão e aumentar a fiscalização de recursos públicos. Isso tem sido evidenciado em várias ações envidadas desde a sua posse, que geraram economia de R$ 1,7 bilhão nos gastos com a compra de medicamentos e insumos em 2011 em comparação a 2010. Recursos que se reverteram na ampliação do acesso aos usuários do Sistema Público de Saúde – SUS.

5)      É importante ressaltar que a orientação desta gestão sempre foi, e continuará sendo, a de rechaçar qualquer iniciativa ou pleito que representem interesses que não os da administração pública e dos usuários do SUS.

O ministro Padilha também cita coluna da ombudsman da Folha, Suzana Singer, publicada no jornal no último domingo. No texto, ela condena a ilação do jornal sobre ele. Abaixo, o trecho que cita o ministro:
Na sexta-feira passada, a Folha apontava um possível envolvimento do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e do bicheiro com base em apenas uma conversa na qual um assessor de Cachoeira diz que o ministro autorizou o desenvolvimento de um projeto, depois de uma reunião em Brasília. Novas evidências podem surgir, mas, por enquanto, projeta-se uma sombra de dúvida sobre o ministro sem que haja nada de concreto
Finalmente, reproduzo, abaixo, vídeo gravado por Padilha para rebater as acusações da Folha