Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sábado, 25 de setembro de 2010

Mulher que abandona o lar está em pecado

Professor Hariovaldo de Almeida Prado
Péssimos exemplos
A candidata comunista incentiva a insubmissão e o abandono dos lares pelas mulheres, além da intromissão nos assuntos masculinos.
A mulher, este ser divino, deve ser sempre preservada no santo refúgio do lar pois ela é a matriz de todo amor e ternura dessa vida. Por isso mesmo, devemos combater duramente as fêmeas insubmissas que abandonam seus lares e ainda tentam incentivar as demais a fazerem o mesmo, revoltando-se assim contra a tradição familiar brasileira onde o homem é a cabeça do casal e deva ser respeitado e obedecido como tal.
Baseado nesta necessidade de correção moral, temos que, além de derrotar a candidata terrorista do PT, castigá-la exemplarmente para que nenhuma outra mulher ouse desafiar novamente o poder viril dos homens de bem do Brasil, acabando com a insubmissão e o desrespeito do feminismo luciferiano em nossa Pátria. E tenho dito!

O incêndio na Favela do Real Parque


Por Vera
Nassif,
Peço sua ajuda para divulgar. Falei com uma pessoa do Coletivo Favela Atitude que disse o seguinte:
"os bombeiros chegaram com mangueira rasgada e sem água. Ficaram assistindo. O primeiro foco conseguimos apagar, mas o segundo tomou rapidamente tudo. EStamos precisando de coisas para bebês (fraldas, roupinhas, mamadeiras...), cobertor, comida, camisetas, roupas. Muita gente perdeu tudo."
CINE BIJOU SERÁ PONTO DE ARRECADAÇÃO DE DOAÇÕES PARA VÍTIMAS DO INCÊNDIO DA FAVELA REAL PARQUE
Vamos ver como podemos ajudar.
Situação dramática na Favela Real Parque
(Zona Sul de São Paulo)
Na manhã de hoje (24 de setembro) um incêndio devastou
centenas de barracos, da Favela Real Parque
deixando centenas de famílias desabrigadas e debaixo de chuva.
Precisamos de
comida básica,
cobertores e colchões,
roupa de criança.
Ou é possível também entregar na sede do
Coletivo Favela Atitude,
na rua Bourroul, 377.
 

Jornalistas de Veja e Globo incitam militares contra Dilma



Do Cappacete
Convescote do Instituto Millenum, o do canto é o Arnaldo Jabor


Rede Brasil Atual
Instituto Millenium, entidade que organizou mídia conservadora para ajudar Serra, promoveu encontro no RJ para discutir "ameaças" à democracia

Rio de Janeiro – Um debate entre colunistas de veículos da imprensa convencional promovido na quinta-feira (23) pelo Clube Militar no Rio de Janeiro serviu como reunião de "preparação" dos setores mais conservadores da sociedade brasileira. Eles pediram "vigilância" aos militares sobre um eventual governo de Dilma Rousseff (PT), em virtude do que consideram ser ameaças à democracia e à liberdade de expressão. Esses riscos se tornariam mais concretos em caso de vitória da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, nas próximas eleições.

Organizado com o apoio do Instituto Millenium com o tema "A Democracia Ameaçada – Restrições à Liberdade de Expressão", o debate com os representantes da grande mídia atraiu muito mais público do que a palestra do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, realizada no começo do mês no Clube da Aeronáutica. Participaram do debate os jornalistas Merval Pereira, da Rede Globo, Reinaldo Azevedo, blogueiro e colunista da revista Veja, e Rodolfo Machado Moura, diretor de Assuntos Legais da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).

Composta em sua maioria por militares da reserva, a plateia ouviu dos debatedores conselhos de prudência e vigilância em relação a um eventual terceiro governo consecutivo de esquerda no Brasil. Entre as "ameaças" citadas, o destaque foi para o terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos (III PNDH), para as mudanças na produção cultural e para as conferências setoriais realizadas pelo governo Lula.
O representante da Abert afirmou que "a liberdade de expressão e de imprensa no Brasil está assegurada pelo Artigo 5º da Constituição". Ele reconheceu que “no Brasil, as instituições felizmente têm amadurecido muito nos últimos anos". Moura, no entanto, fez um alerta: “É importantíssimo que a gente se mantenha sempre atentos para proteger a liberdade de expressão e de imprensa no país. Essa vigilância terá que ser diuturna, e não podemos em momento algum nos descuidar”, defendeu.
Moura afirmou que a Abert monitora atualmente cerca de 400 propostas legislativas para o setor de comunicação, sendo que 380 dessas propostas são contrárias aos interesses da entidade. O dirigente citou uma série de medidas do governo Lula que "preocuparam a Abert" nos últimos oito anos, como a ameaça de expulsão do correspondente do New York Times, Larry Rother, e as propostas de criação do Conselho Nacional de Jornalismo e da Agência do Cinema e Áudio Visual (Ancinav), além do PNDH e da realização das conferências setoriais.
Merval Pereira também criticou o governo Lula após afirmar que escreveu mais de duas mil colunas nesses oito anos. Aproveitou para avisar e divulgar o lançamento de um livro com uma coletânea de cerca de 200 colunas que falam "sobre o aparelhamento do Estado" no governo petista, entre outros temas. "Há um método neste governo desde o primeiro momento. Todos os passos na tentativa de controlar a imprensa não foram arroubos de grupos isolados. O controle da produção cultural do país é um objeto de estudo e de trabalho do governo federal. Existe uma tese, não é uma coisa por acaso. Desde o primeiro momento eles tentaram e tentam controlar a produção de notícias e a produção cultural no país”, disse.


"Limites do PT"
O jornalista da Rede Globo alertou ainda que a sociedade brasileira tem que estabelecer "os limites do PT", e que a imprensa é fundamental para isso. "O Lula e o grupo que o cerca sabem que existe limite para eles. A sociedade já havia dado os limites do PT, e o PT não pode ultrapassar esses limites", analisou. Mas, para ele, desde a tentativa de aprovação do Conselho Nacional de Jornalismo e da Ancinav, setores do governo teriam testado limites. "Mas, eles sabem que a sociedade brasileira é moderna e que os meios de comunicação no Brasil são muito fortes, muito atuantes, e continuam tendo uma influência muito grande", aliviou.
Em um eventual governo Dilma, segundo Merval, o PT certamente fará novas tentativas nessa linha. "Eles vão testar sempre os limites, vão reapresentar de diversas maneiras esses projetos. Por isso, o governo está tentando fazer uma maioria no Senado para que não seja barrada nenhum tipo de emenda constitucional que tente passar por lá. Mas, acho que essa maioria que parece que o governo vai obter no Congresso é tão heterodoxa e heterogênea que não há nenhum tipo de programa de governo que possa ser aprovado por uma gama de partidos que vai do PP ao PCdoB", ponderou.


Ditadores e democratas
Fiel ao seu estilo, Reinaldo Azevedo mostrou-se mais duro e até raivoso nas críticas ao ato contra o "golpismo midiático", realizado na quinta-feira (23) em São Paulo pelos movimentos sociais. O jornlaista acusou o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Franklin Martins, de estar por trás da manifestação – por supostos elos com o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.
"O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, calculem, abriga hoje uma manifestação contra a liberdade de imprensa. Quem diria, um sindicato defendendo a censura e o Clube Militar defendendo a democracia! Os senhores que no passado fizeram a ditadura e deram o golpe agora querem democracia e eu me pergunto: os que hoje estão pedindo ditadura no ato lá de São Paulo queriam democracia em 64? Não, não queriam", atacou.
"É uma vergonha que o sindicato participe disso. Um dos principais promotores dessa patuscada que acontece em São Paulo é funcionário do senhor Franklin Martins, cujo compromisso com a democracia é de todos aqui conhecido", insistiu.

Articulação


O Instituto Millenium foi o organizador, em 1º de março deste ano, do 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, um encontro para debater temas semelhantes em São Paulo. Na ocasião, diferentes expoentes da mídia conservadora apresentaram acusações contra o governo Lula, o PT e outros atores sociais. O encontro, na visão de analistas, serviu para organizar a mídia para a cobertura das eleições.
Azevedo endossou o alerta contra as "ameaças" à democracia no Brasil: "Há ameaça à liberdade sim, ela está configurada. A sociedade brasileira tem reagido, mas o preço da liberdade é a eterna vigilância", pregou. A seguir, comparou o presidente brasileiro ao venezuelano Hugo Chávez: "Se você permitir que avancem, eles avançam. O chavismo do Lula consiste em testar permanentemente os limites, ele é chavista tanto quanto as instituições brasileiras lhe permitem ser chavista", disse.
O colunista de Veja chamou o PNDH de "Plano Nacional Socialista de Diretos Humanos" e afirmou que o governo pretende “criar uma comissão de redação para decidir o que pode ou não ser publicado" no país. Também não faltaram críticas ao processo de conferências setoriais levado a cabo pelo governo, com nova estocada no ministro da Secom. "O Franklin Martins está agora mesmo com o resultado das várias conferências que eles fizeram, ocupado em criar propostas de Projetos de Lei para apresentar para o Congresso que vem aí. As conferências de comunicação, de cultura e de direitos humanos pregaram a censura à imprensa. Se eles fizerem uma conferência de culinária, vão pregar a censura à imprensa. É uma tara", ironizou.

Marina, queridinha da mídia



De jurássica, ecologista fundamentalista, que travava o desenvolvimento do país, Marina virou a nova queridinha da mídia – lugar deixado vago por Heloisa Helena. Mas o fenômeno é o mesmo: desespero da direita para chegar ao segundo turno e incapacidade de alavancar seu candidato. Daí a promoção de uma candidata que, crêem eles, pode tirar votos da Dilma, para tentar fazer com que a derrota não seja tão acachapante, levando a disputa para o segundo turno e dando mais margem do denuncismo golpista de atuar.

Marina, por sua vez, para se prestar a esse papel, se descaracterizou totalmente, já não tem mais nada de candidata verde, alternativa. Não tem agenda própria, só reage, sempre com benevolência, às provocações da direita, seja sobre os sigilos bancários, a Casa Civil ou qualquer insinuação da direita.

Presta um desserviço fundamental à causa que supostamente representaria: é um triste fim do projeto de construir um projeto verde, uma alternativa ecológica, uma pauta fundada no equilíbrio ambiental para o Brasil. Tornou-se uma candidata vulgar, em que nem setores de esquerda descontentes com outras correntes conseguem se representar.

Uma vez mais uma tentativa de construir alternativa à esquerda deixa-se levar pelo oportunismo. Quantas vezes Marina denunciou o monopólio da mídia privada e seu papel assumido de partido político da oposição? Nenhuma. Quantas vezes afirmou que a imprensa é totalmente alinhada com uma linha radical de oposição, não deixando espaços para a informação minimamente objetiva e para o debate democrático da opinião pública? Nenhuma. Quantas vezes se alinhou claramente com a esquerda contra a direita? Nenhuma.

Nenhuma, porque já não está no campo da esquerda – e os aliados, incluídos os que fazem campanha par ao Serra, como Gabeira, entre outros, provam isso. Se situa em um nebuloso espaço da terceira via – refúgio do oportunismo, quando os grandes enfrentamentos polarizam entre direita e esquerda. Nenhuma, porque essa mesma imprensa golpista, monopolista, que a criticava tanto, agora lhe abre generosos espaços para desfilar seu rancor porque não foi a candidata do Lula e vê a Dilma ser promovida a continuadora do governo mais popular da história do país.

Esses 15 minutos de gloria serão sucedidos pela ostracismo, pela intranscendência. Depois de usada, sem resultados, pela direita, Marina voltará ao isolamento, o suposto projeto verde, depois de confirmado o amálgama eleitoreiro que o articulou, desaparecerá, deixando cadáveres políticos pelo caminho.


Leia mais em: O esquerdopata
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Programa de TV - Noite - 25/09

Estadão assume: tudo, menos Dilma. Faltam a Folha, Globo, Veja



Alertado por um leitor, pedi que vissem para mim o editorial de hoje do Estadão que – segundo diz o Paulo Henrique Amorim, amanhã anunciará seu apoio a Serra, num gesto hipócrita – anuncia a verdadeira posição do jornal paulista.
O jornal tem todo o direito, diga-se de passagem, de ter seu candidato. É salutar que faça publicamente esta declaração, para que seus leitores saibam – embora todos suponham – que ele tem uma preferência e que esta será mantida sem prejuízo do equilíbrio de seu noticiário.
Se a fizer amanhã será um mal menor, porque é esta sua posição há muito tempo e não se a manteve, nas últimas semanas, circunscrita aos editoriais.
Mas o texto de hoje mostra que a declaração pró-Serra de amanhã não é totalmente verdadeira.
É o próprio Estadão quem o diz. No editorial e também no noticiário.
No noticiário, quando destaca a “subida” de 1% de Marina Silva – numa pesquisa que tem margem de erro de 2% – como algo que tornasse factível ela tirar, em uma semana, a diferença de superior a 12 pontos que qualquer das pesquisas lhe dá.
Está evidente que a promoção de Marina se dá com a única finalidade de tentar conter um avanço maior de Dilma na reta final, diante da rejeição de Serra que será – mesmo com o esforço feroz que faz para conseguir ser o 3º – o 2º colocado nestas eleições.
E isso o editorial de hoje confessa, ao afirmar que “espera que não aconteça” a eleição de Dilma.
Marina é uma simples cortina de fumaça para o que realmente desejam. Porque sabem que um remoto e eventual 2º turno será com Serra. E um mês mais de bombardeiro midiático, com direito a mais uma salva de matérias que, partindo da realidade ou da pura ficção, ajude a direita chegar, de novo, ao monopólio do poder.

Editorial do Estadão não é pró-Serra é anti-Lula


Ao seu candidato, o Estadão destinou sete linhas. O resto fica para o dia-a-dia
O editorial em que o Estadão declara publicamente o apoio a José Serra, a uma semana da eleição, destina sete linhas ao que seriam as qualidades do candidato tucano e nove parágrafos a atacar o presidente Lula e sua gestão, aprovados por 80% dos brasileiros segundo a pesquisa Ibope divulgada ontem.
Para o Estadão, os progressos sociais e econômicos do governo Lula são um “mal a evitar”. O jornal dos paulistas quatrocentões afirma que Lula tem o “mau hábito de perder a compostura quando é contrariado”, que preside um governo “moralmente deteriorado”, que se transformou em “chefe de facção”, que se entrega a “autoglorificação” e que “atropela as leis”.
É incrível como a visão das elites é preconceituosa e oposta ao que percebe e sente a população. Lula é recebido com um sorriso no rosto onde quer que vá,e o povo se sente muito bem representado por ele. Ao contrário dos candidatos historicamente apoiados pelo Estadão, todos paulistas, à exceção de Collor, por falta de opções, Lula é um presidente popular, de bem com o país que preside, e que só encontra hostilidades da parte dos que perderam algum poder com sua chegada à Presidência.
Lula vai deixar para seu sucessor, que certamente não será o candidato do Estadão, um país infinitamente melhor do que recebeu do ex-candidato do Estadão. E ao contrário do que diz o jornmal, jamais atentou contra a democracia, mesmo com a campanha impiedosa que sofreu durante os oito anos de seu governo pelo Estadão e seus similares. O Estadão não é a favor de Serra, como as econômicas sete linhas de seu editorial comprovam, mas contra Lula. Contra o Brasil que dá certo, popular e nacionalista.

O robô do Aloysio pediu meu voto

por Luiz Carlos Azenha

Voltando para casa, depois de um longo dias de gravações, corro para atender: no telefone, quem fala é o robô do Aloysio Nunes, pedindo meu voto. Sinal de que estamos, mesmo, na reta final. É para quando são programadas as chamadas feitas por robôs.
Primeira pergunta: como é que a campanha dele conseguiu meu telefone?
Segunda pergunta: se meu telefone está inscrito na lista dos que não aceitam o telemarketing, qual o motivo do desrespeito?
Terceira pergunta: os robôs farão ligações com mensagens negativas, como aconteceu nos Estados Unidos, quando John McCain atacou Barack Obama?
Quarta pergunta: e o bombardeio via mensagens de texto, virá?
Não sei o quanto isso tudo funciona. Sei que o risco de um candidato perder um voto ao usar o robô é tão grande quanto o de ganhar um. Presumo que para os candidatos a deputado valha a pena o risco, já que muitos eleitores só farão sua escolha na véspera ou em 3 de outubro e o robô pode servir para propagar o nome e o número de quem pede voto.
De qualquer forma, vale constatar que hoje as eleições se tornaram de tal forma um evento de marketing que temos muita gente posando de “analista”, “especialista” e “consultor” e empurrando “técnicas eleitorais” milagrosas tão eficazes quanto o famoso “óleo de cobra”. Não viram o “consultor” da Folha, que também se dedicava à receptação de cargas roubadas, à distribuição de notas falsas e ao agasalhamento de um automóvel roubado? E o guru indiano de José Serra?
Sinceramente, prefiro acreditar no Marcos Coimbra e no Ricardo Guedes, do Vox Populi e do Sensus. Ambos são extremamente cautelosos com suas opiniões.
Querem ouví-los? O Coimbra está aqui. O Guedes, aqui.
Vocês vão notar que os dois trabalham com a escala de grandeza envolvida numa decisão que envolve milhões e milhões de votos.
É justamente isso o que se esconde por trás da curva amiga do Datafolha ou das análises do Jornal da Globo.
Eles inventaram as mentiras “verossímeis”, ou seja, uma leitura dos números que esconde que pouco mudou desde o início de setembro e a deflagração dos escândalos tucano-midiáticos.
Olhando o tracking do Vox Populi (IG/Band), por exemplo, temos que deste então José Serra perdeu dois pontos (de 25% para 23%) e Dilma Rousseff perdeu um (de 51% para 50%).
Marina Silva, sim, como notou Marcos Coimbra, tem avançado em algumas cidades e algumas regiões. Mas, quando você contextualiza o avanço de Marina para o total do eleitorado ele ganha sua real proporção.
O fato de que todos os seus 50 amigos decidiram votar em Marina pouco altera a equação se todos são jovens, urbanos, de classe média.
Dito isso, é fato que uma conjunção de fatores pode levar a disputa para o segundo turno.
Desastres de Dilma Rousseff nos debates da Record e da Globo. A campanha surda, subterrânea, movida por religiosos e militantes da extrema-direita, nos púlpitos e na internet.
Aqui, uma nota pessoal.
Nas últimas semanas, por causa do grande número de mensagens que recebo, fui obrigado a filtrar meu e-mail. Direcionei diretamente para o lixo aquelas correntes que me eram enviadas 50 vezes ao dia. Mas, antes, fui ver o conteúdo.
Algumas eram de gente que me pareceu bem intencionada, denunciando ataques a A ou B.
Relembrei mais uma vez a campanha nos Estados Unidos e uma entrevista que li de um encarregado de promover campanhas por e-mail. Ele se baseava em fórmulas matemáticas de reprodução de mensagens e na progressão geométrica dessas correntes para cobrir todo um distrito eleitoral em um determinado período de tempo.
O repórter perguntou, então, sobre os democratas do distrito, dizendo algo do gênero: “Os democratas não se revoltam com as mensagens?”. Ele: “Faz parte. Isso pouco importa. O que me importa é que eles não quebrem a corrente e continuem avançando a mensagem para todos os seus contatos de e-mail, que por sua vez vão mandar para os seus contatos e assim sucessivamente. O que importa é que eles não deixem de disseminar minha mensagem, mesmo que se revoltem contra o conteúdo”.
Pois olhando minha caixa de e-mail fiquei com a impressão de que tem muita gente dando tiro no pé, como o eleitor de um deputado que mandou uma mensagem para dezenas de contatos (inclusive o Viomundo) denunciando um vídeo em que o candidato dele aparece a bordo de uma limusine e de um jatinho. Ora, ele está ajudando a espalhar uma acusação sem a resposta! É o que chamo de fogo amigo involuntário. Fez direitinho o que os adversários do candidato dele queriam que fizesse: espalhou a acusação!
Mas essas minúcias, insisto, não são capazes de virar milhões de votos — e é disso que se trata.
Resta, portanto, o imponderável: quantos votos Dilma Rousseff perderá por causa da exigência de dois documentos na hora de votar?
Para onde vão os indecisos?
Qual o papel da imensa máquina partidária do PMDB na reta final? Qual o papel da militância do PT e do PCdoB?
Tenho comigo que Lula, espertamente, “atritou” a mídia nos dias finais de campanha baseado em alguma pesquisa qualitativa. Foi para agitar a militância dormente e os movimentos sociais, dos quais o PT se afastou por diversos motivos nos últimos anos mas que sempre são um fator decisivo na hora agá, pois fazem política muito melhor que qualquer robô (só o MST mobiliza, fácil, mais de um milhão e meio de pessoas em todo o Brasil).  Ainda que muita gente não se lembre disso, eleição ainda é fazer política — por ações pessoais e intransferíveis.

Gilson Caroni: Marina, a segunda morte de Chico Mendes

Marina Silva e as novas florestas

por Gilson Caroni
O verdadeiro mestre não é somente o professor que sabe dar a aula com a lição na ponta da língua – é, sobretudo, aquele que sabe fazer discípulos. Quanto ao discípulo, é este mais do que o aluno que aproveita a lição na sala de aula. Na verdade, corresponde ao prolongamento do mestre, retendo-lhe o fascínio pelo resto da vida, como se o saber do professor continuasse a acompanhá-lo além do curso, alongando-lhe a presença.
Cortejada pela grande imprensa como possibilidade de levar a eleição para o segundo turno, Marina parece bailar nas decisões hamletianas: faz que vai e volta do meio para trás como cantilena do Grande Sertão. Já não convida mais seu coração para dar batalha. Quando está madura a oportunidade de colocar o Brasil na trilha das aspirações populares, a “cabocla de tantas malárias e alergias” coloca-se como linha auxiliar de uma elite desprovida de projeto de consenso para o país.
Rifando sua biografia, tergiversa sobre questões caras ao campo democrático-popular do qual, até bem pouco tempo, foi militante expressiva. A mulher que apostava na organização do povo como único agente capaz de resolver seus próprios problemas, elegendo suas prioridades e lutando para atingi-las, deu lugar a uma “celebridade” que, pretextando buscar um novo espaço político, reproduz o discurso dos editoriais reacionários. Deixou de dar valor ao partido político, ao sindicato, aos movimentos populacionais, às ações associativas. Esqueceu que são essas as instâncias capazes de superar um modo de vida que não corresponde às expectativas reais dos seres humanos de verdade.
Sua candidatura busca cobrir um vazio que não existe. Hoje, todos reconhecem que o crescimento econômico deve ser visto como condição necessária, mas não suficiente, do desenvolvimento social. O governo petista criou as condições políticas para o surgimento de uma nação que efetivamente combate a miséria e a pobreza extremas, implementando princípios econômicos que aumentaram a oferta de emprego e a remuneração condigna de trabalho.
Há oito anos, a visão progressista contempla valores ambientais imprescindíveis à saúde e ao bem-estar do ser humano, não isentando, como muitos querem crer, as elites regiamente capitalizadas nos tempos do consórcio demo-tucano. Sendo assim, onde estaria a novidade, e até mesmo a necessidade da agenda de Marina Silva?
Equilíbrio ambiental e desenvolvimento sustentável são elementos indispensáveis ao futuro do país. Exigem do movimento ecológico uma reformulação radical que o torne matriz de uma nova esquerda. A Amazônia é um exemplo. Seu desmatamento é obra conjunta de latifundiários, grandes empresários e empresas mineradoras. São os inimigos a serem confrontados prontamente. É essa a perspectiva da “doce” Marina e seus aliados recentes?
Quando em entrevista a uma revista semanal, a ex-ministra do Meio Ambiente disse: “tenho um sentimento que mistura gratidão e perda em relação ao PT. Sair do partido foi, para mim, um processo muito doloroso. Perdi quase 3 quilos. Foi difícil explicar até para meus filhos. No álbum de fotografias, cada um deles está sempre com uma estrelinha do partido. É como se eu tivesse dividido uma casa por muito tempo com um grupo de pessoas que me deram muitas alegrias e alguns constrangimentos. Mudei de casa, mas continuo na mesma rua, na mesma vizinhança“. Marina  mistura oportunismo e desorientação espacial.
A senadora do PV sabe que, uma vez derrubada, a floresta não se recompõe. Que tipo de “empates” se propõe travar com as alianças escolhidas? O partido que a convidou para bailar sobrevive de parcerias antagônicas a sua antiga história de combatividade, coerência e superação. Como nas matas degradadas, a política tem fios de navalha onde tudo perde a cor e dificilmente se refaz. A rua e a vizinhança são decorrências geográficas de escolhas caras. No caso de Marina, tudo mudou.
Chico Mendes reafirmava que “se descesse um enviado dos Céus e me garantisse que minha morte iria fortalecer nossa luta, até que valeria a pena. Mas a experiência nos ensina o contrário. Então eu quero viver”.
Por sua discípula isso está cada vez mais improvável.

Humberto Costa: “Serra tenta se apropriar de políticas que não criou”



Ministro da Saúde na primeira gestão Lula e coordenador do programa de governo para a Saúde da candidata Dilma Rousseff, Humberto Costa aponta as diferenças nas visões dos dois principais postulantes à Presidência do país em relação ao setor. Nesta entrevista ao Vermelho, ele questiona o fato de o tucano José Serra tentar se apropriar de políticas que não criou e adverte que o Sistema Único de Saúde é uma construção de muitos governos.
Atual candidato ao Senado por Pernambuco, Humberto destaca os avanços do SUS, em especial nos últimos oito anos, mas aponta ainda muitos desafios. Entre eles, a prioridade é conquistar mais recursos para a saúde. Liderando com folga todas as pesquisas de intenção de voto, o petista defende a regulamentação da Emenda 29 e a aprovação da Lei de Responsabilidade Sanitária. Veja abaixo.
Portal Vermelho: O SUS foi criado há 22 anos. Nesse período houve avanços, mas até agora o sistema não consegue atender à demanda e seus princípios não são respeitados. Por quê?
Humberto Costa: O SUS avançou muito. Incluiu milhões de pessoas que antes da Constituição de 88 eram atendidas pelo serviço de saúde meramente por caridade. Criamos um sistema universal que busca atender a todos de forma igual. Tivemos resultados importantes, como a ampliação da atenção básica, com o Programa Saúde da Família (PSF), que antes não existia.
Também foram criadas políticas de saúde exitosas, como a política nacional de humanização, a política nacional de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis – em especial a AIDS -, a política de transplantes, a política de assistência farmacêutica… No governo Lula, os avanços foram ainda maiores com a expansão do PSF, a criação do Brasil Sorridente, o investimento no Sistema Nacional de Transplantes (SNT), Farmácia Popular, além da ampliação do Samu.
Mas, naturalmente, um sistema complexo, que foi implantado de forma imediata, tem muitas limitações. As principais dizem respeito, primeiramente, à falta de recursos, que impede o SUS de cumprir a contento as suas responsabilidades.
Em segundo lugar, há alguns entraves, no que diz respeito a áreas específicas. Entre eles, o atendimento de urgência e emergência de média complexidade e o atendimento especializado são problemas que precisam ser enfrentados e demandam resolver outras questões , como a política de recursos humanos, com a formação de mais profissionais e sua interiorização.
Há problemas também de gestão. Apesar de termos avançado muito, ainda há gastos desnecessários, ineficiência, e esses problemas precisam ser enfrentados. Contudo, o que já foi feito no SUS justifica o fato de ele ser considerado uma das políticas mais exitosas do País.
Vermelho: Como medir essa questão do subfinanciamento?
Humberto: O financiamento do setor saúde no Brasil representa cerca de 8% do PIB. E o gasto privado é maior que o público. Ou seja, as famílias precisam gastar mais do seu orçamento com a saúde, numa proporção em que o gasto privado supera os 55% e o público não chega a 45% do total da Saúde.
E a gente não precisa ir longe para saber que este investimento não é suficiente. Se formos comparar com países da América Latina, só ficamos na frente, no que se refere ao financiamento da Saúde, de dois países: Argentina e Uruguai. Temos que criar mecanismos para sanar os dois problemas: melhorar a qualidade dos gastos e aumentar os recursos. Além disso, o fim da CPMF acabou gerando dificuldade a mais, no que diz respeito aos recursos.
Vermelho: Como tapar o buraco deixado pelo fim da CPMF?
Humberto: A queda da CPMF precisa ser recompensada na saúde de alguma forma, seja com mais recursos de impostos, do orçamento da União, seja pela regulamentação da Emenda 29, que vai determinar o que pode ser enquadrado como gasto na Saúde.
A proposta da Emenda é muito boa, mas é claro que gera ruídos, em parte, porque vai obrigar estados e municípios a cumprirem a obrigação de gastar o percentual mínimo das suas receitas com saúde. E também porque vai mostrar claramente o que são os gastos, ações e serviços na saúde, limitando artifícios contábeis que acabam incluindo, nessa conta, despesas com saneamento e programas assistenciais, e que desviam os recursos do setor de sua função final.
Vermelho: A relação entre municípios, estados e união tem funcionado bem para o SUS?
Humberto: Em muitos aspectos, sim, como na questão da definição dos objetivos estratégicos, no cumprimento do papel constitucional que cada um deles tem e também na criação de um sistema em que estados e municípios tenham autonomia, em especial, no que se refere à distribuição de recursos.
Mas é preciso avançar. E o principal é fazer com que os pactos e os acordos que são celebrados entre os estados, municípios e união, com divisão de responsabilidades, deixem de ser meramente cartoriais e passem a ter força de lei. Por isso, defendemos a Lei de Responsabilidade com a Saúde, ou Lei de Responsabilidade Sanitária, tema que eu pretendo ajudar a construir no Senado.
Vermelho: Como resolver a carência de profissionais e a precarização do trabalho na saúde?
Humberto: Primeiramente, é necessário eliminar a precarização, pelo respeito à adoção dos direitos previdenciários e trabalhistas, em todas as relações de trabalho entre o setor público e os profissionais. E precisamos, para sanar a carência, de mais profissionais formados, entre técnicos e profissionais de nível superior, que possam, inclusive, vivenciar um processo de educação continuada.
É importante aprimorar o currículo dos profissionais, fazendo com que eles sejam formados para atender às necessidades da população. Além disso, podemos criar alguns mecanismos, como o serviço social obrigatório, para estabelecer a interiorização dos profissionais e receber destes profissionais uma contrapartida pelos gastos públicos com a sua formação.
Vermelho: Grupos privados de alguma forma atrapalham a evolução do SUS?
Humberto: Pela Constituição brasileira, a atividade privada é possível tanto na área de saúde suplementar, como também no credenciamento de serviços privados pelo SUS. Nós achamos que é perfeitamente possível a atuação privada no sistema. Agora, é importante que haja uma forte regulação do Estado, em relação ao setor privado. As agências cumprem esse papel, é o caso Agência Nacional de Saúde (ANS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Vermelho: A dependência de produtos e tecnologias estrangeiras atrapalha o SUS?
Humberto: Sem dúvida, o Brasil ainda é muito dependente neste sentido. Especialmente no que se refere às novas tecnologias, e é claro que isso interfere no SUS. Principalmente, porque somos sempre obrigados a incorporar essas tecnologias sem que novos recursos sejam incorporados ao SUS. Além disso, quando não dominamos esta tecnologia, a gente deixa de ter um controle estratégico sobre algumas áreas fundamentais para a própria soberania do país.
Vermelho: O tema da Saúde tem sido muito abordado nesta campanha presidencial pelo candidato José Serra, que se apresenta como o pai de várias ações. ..
Humberto: Inegavelmente, todos os governos que passaram deram uma contribuição ao SUS. Todos colocaram um tijolo nessa construção importante que é o SUS, que não foi fruto exclusivo de nenhum governo e no qual todos tiveram méritos. O que me parece equivocado, na abordagem do candidato Serra, é que ele procura se apropriar de determinadas políticas, que não foram criadas por ele, mas que ele pretende apresentar como iniciativas suas, apesar de que ele possa ter contribuído para elas terem se desenvolvido.
É o caso de ele dizer que criou o Saúde da Família, que criou o genérico e que é o pai do programa de combate a AIDS, o que não é verdadeiro. Mas, naturalmente, ele teve seu mérito de contribuir também para que o SUS crescesse e avançasse.
Vermelho: Qual a principal diferença na forma como Serra e Dilma tratam a saúde?
Humberto: A rigor, todo mundo defende o SUS. Agora, claro que existem diferenças entre os dois projetos. Parte dos tucanos defende a flexibilização de alguns direitos universais do SUS. Embora o Serra não tenha se posicionado oficialmente assim, alguns projetos de partidários dele já circularam no Congresso neste sentido, inclusive ao longo do governo FHC.
Outra diferença básica entre o projeto de Dilma e o de Serra diz respeito à gestão pública dos serviços de saúde. Os tucanos têm uma postura de delegar ao setor privado ações, especialmente na gestão de serviços, que comprometem o controle público. Um exemplo disso é a maneira como eles utilizam as parecerias com as Organizações Sociais (OS).
Vermelho: Quais os principais desafios para o próximo presidente do Brasil?
Humberto: O principal desafio do próximo governo é ter dinheiro para fazer o sistema funcionar. E isso vai ser obtido pela regulamentação da Emenda 29. E o próprio governo deve estabelecer, dentro do seu orçamento global, mais recursos, com a priorização do setor Saúde.
Afora isso, a gente tem que resolver os problemas de acesso, criar novos serviços para atender às demandas da população, especialmente na área de média complexidade, o atendimento de urgência, o atendimento especializado. Também temos que melhorar a política de recursos humanos e adotar novos modelos de gestão para melhorar a eficácia do Sistema.
Da Redação,
Joana Rozowykwia
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