Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 27 de março de 2014

DILMA TEM RECORDE DE EMPREGOS PARA MUDAR MARÉ

Se a CVM fosse a SEC, nossos lobos estavam na jaula.

UAI

Se o Brasil fosse os Estados Unidos e nossa CVM tivesse a força da SEC - Securities and Exchange Comission- a esta hora uma dúzia de agentes estariam cruzando, desesperadamente, todos os dados de compra e venda de ações do Banco do Brasil e da Petrobras na última semana.
Ficou claro que haveria, com uma notícia assim, alta expressiva nos papéis das duas estatais.
Não havia uma pesquisa mostrando queda de Dilma.
Ou melhor, havia (verdadeira ou não) uma pesquisa indicando isso.
Quem soubesse de seus resultados podia comprar Petrobras e BB, respectivamente, a R$ 13,78 e R$ 21,11, as ações ordinárias.
E vender, hoje, com valorização de uns 8%.
Em um dia.
Se soubesse disso no primeiro boato, dobre a parada e dobre os lucros.
Grana para ninguém botar defeito, dependendo da “bala” que se tinha para apostar na operação.
Dinheiro ganho, claro, dos otários que venderam as ações e dos fundos que operam com margens mais rígidas de compra e venda, por terem perfil conservador.
Mas este negócio de desonestidade nos mercados de capitais é ficção, não é?
O “Lobo de Wall Street” é só um filme, coisa de cinema.
Coisa de americano.
Aqui, não.
O Ibope fez duas pesquisas, nos mesmos dias, com a mesma base amostral, o mesmo número de entrevistados e não as “juntou”, mesmo tendo que pagar, do próprio bolso, uma legião de entrevistadores.
E guardou por dez dias o resultado de uma delas, claro, apenas porque lhe deu na telha.
Não contou o resultado para ninguém, nem para o Senado Clésio Andrade, cliente que contratou por R$ 214 mil a tal pesquisa “engavetada”.
E os ganhos de dezenas ou centenas de milhões na bolsa foram só um acaso ou, claro, fruto da competência espírita de alguns operadores.
O importante é que a Dilma “perdeu” pontos e isso vai para o Jornal Nacional, mesmo que a outra pesquisa – terminada depois, segundo os registros do TSE – mostra que não tenha perdido coisa alguma.
Sabe como é: São Luiz é mais fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é mais fresquinho?

Por dados do Ibope, Dilma não perdeu popularidade. Pesquisa de hoje é mais antiga que a dos 43%. Aliás, estava pronta quando esta foi publicada

ibopeduas
Primeiro, semana passada, o boato de que a pesquisa Ibope traria uma queda – que não houve – da intenção de voto em Dilma Rousseff.
Seis dias depois, uma “outra” pesquisa do Ibope, estranhamente, capta uma súbita mudança de estado de espírito da população e Dilma (que tinha 43% das intenções de voto na tal pesquisa eleitoral) e registra uma perda de sete pontos percentuais em sua aprovação: curiosamente dos mesmos 43% para 37%…
Puxa, como foi rápida a queda, em apenas seis dias, quase um por cento por dia…
É, meus amigos e amigas, é mais suspeito do que isso.
A pesquisa de intenção de voto, divulgada na sexta-feira, foi registrada no TSE no 14 de março, sob o protocolo BR-00031/2014 , com realização das entrevistas entre os dia 13 e 20/03/14.
Já a de popularidade recebeu o protocolo BR-00053, no dia 21 passado,mas quando já se encontrava concluída, com entrevistas entre os dias 14 e 17.
Reparou?
Quinta feira à tarde, dia 20, uma intensa boataria toma conta do mercado de capitais, dizendo que Dilma perderia pontos numa pesquisa Ibope a ser divulgada no Jornal Nacional.
O estranho é que ninguém tinha contratado, isto é , ninguém pagou por essa pesquisa. Em tese, é claro.
A pesquisa é divulgada sem nenhuma novidade.
Mas, naquele momento, o Ibope já tinha outra (outra, mesmo?) pesquisa, terminada três dias antes e certamente já tabulada.
Vamos acreditar que o Ibope fez duas pesquisas diferentes, com a mesma base amostral e 2002 entrevistas exatamente cada uma…
O boato, portanto, não saiu do nada.
No mínimo veio de dentro do Ibope, que tinha nas mãos duas pesquisas totalmente contraditórias.
Uma, “sem dono”, que dizia que Dilma continuava nadando de braçada.
Outra, encomendada pela CNI de Clésio Andrade, um dos senadores signatários da CPI da Petrobras, apontando uma queda de sete pontos em sua popularidade.
Mas a gente acredita em institutos de pesquisas, não é?
O Ibope teve nas mãos duas pesquisas com a mesma base, realizadas praticamente nos mesmos dias, com resultados totalmente diferentes entre si?
Se o PT não fosse um poço de covardia estaria exigindo, como está na lei, os questionários das “duas” pesquisas.
Aliás, nem devia ser ele, mas o Ministério Público Eleitoral, quem deveria exigir explicações públicas do Ibope, diante destes indícios gravíssimos de – vou ser muito suave, para evitar um processo  - inconsistência estatística.
Ainda mais porque muito dinheiro mudou de mãos na quinta-feira e hoje, com a especulação na Bolsa.
Mas não vão fazer: esta é uma nação acoelhada diante das estruturas suspeitíssimas dos institutos de pesquisa.

A GLOBO E A POLÍCIA. QUEM FAZ QUE PAPEL ? Tralli usa o mesmo uniforme …

Carro da polícia estacionado sobre a calçada em frente a placa de trânsito; ao fundo, sentados ao lado do veículo, Cesar Tralli, Robinson Cerântula e o delegado Antonio de Olim

Conversa Afiada recebeu do amigo navegante Leandro de Almeida o seguinte e-mail com link:


Olha aí que bonito o Tralli, o Olin e o Robson…

Assim é fácil ganhar…



Saiu no Notícias da TV, de Daniel Castro:

POLÍCIA INVESTIGA ENCONTRO DE DELEGADO COM CESAR TRALLI


RESUMO: A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo investiga encontro de delegado com César Tralli e um produtor especial da Globo. Eles foram flagrados no último dia 20 descendo de um carro da polícia estacionado sobre a calçada de uma rua dos Jardins, bairro nobre de SP. A denúncia repercutiu nas redes sociais. Globo, Tralli e o delegado negam uso do carro da polícia

Por DANIEL CASTRO, em 27/03/2014

A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo instaurou uma averiguação preliminar para investigar um encontro do delegado Antonio de Olim com o jornalista Cesar Tralli, apresentador do SP TV 1ª Edição, telejornal local da Globo. 

Em nota, a corregedoria informou apenas que investiga Olim por causa de uma denúncia em rede social. A investigação é secreta. O Notícias da TV apurou, no entanto, que seu principal objetivo é investigar se o delegado usou um patrimônio público (um carro) para favorecer os jornalistas da Globo.

Segundo denúncia feita à corregedoria a partir de uma publicação no Facebook, Olim teria usado um carro da polícia descaracterizado para transportar Tralli e o também jornalista Robinson Cerântula, produtor especial do Jornal Nacional, o que pode vir a ser caracterizado como falta funcional. Tanto a Globo quanto o delegado negam que Tralli e Cerântula tenham usado o carro da polícia.

O delegado só foi denunciado porque parou o carro sobre a calçada rua Haddock Lobo, nos Jardins, um dos bairros mais nobres de SP, para evitar a enxurrada que corria pela rua e molharia seus calçados. Indignada com a infração de trânsito e sem saber que se tratava de um carro da polícia, uma moradora do bairro, Rebeca Anafe, tirou uma foto e a publicou no Facebook. Seu protesto já foi compartilhado mais de 1.400 vezes.

Junto com a foto, ela publicou o seguinte relato, no último dia 20:

“Brasil, o país onde todos fazem o que querem! Estava tomando café na [Casa] Bauducco da rua Haddock Lobo, esperando a chuva passar, para eu conseguir atravessar a rua (já que os bueiros não dão conta e desce um rio), quando chegou um carro, parou embaixo de uma placa ‘proibido estacionar’ e subiu as duas rodas na calçada. Desceram três homens para tomarem o cafezinho da tarde deles. Se um cadeirante quisesse passar, não dava, porque o carro do fofo estava na calçada. Um deles é o jornalista Cesar Tralli”.

Ela continua: “Quando entraram e pediram para a funcionária secar a mesa do lado de fora para sentarem, eu falei: ‘Senta no carro, já está na calçada mesmo’. Acho que ele não ligou, ou não ouviu. Depois de 20 minutos, quando a aguaceira tinha abaixado e eu consegui ir embora, ele [Tralli] estava lá ainda tranquilo, com o carro na calçada. Parei na primeira esquina, avisei o policial, mas continuo indignada com a folga do povo brasileiro”.

No dia seguinte, um telespectador provocou Tralli no Twitter. “Poxa, Cesar Tralli, que brecha!!! Carro na calçada… Logo você que fala de cidadania!”. Tralli, então, negou que estivesse no carro. “Não tenho nada a ver com o carro. Eu estava a pé, meu amigo. E fui embora a pé”, respondeu o apresentador do SP TV 1ª Edição, que uma semana antes repreendera no ar policiais que estacionam carros da polícia em qualquer lugar.

Questionada no Facebook sobre o desmentido de Tralli, Rebeca reafirmou que o jornalista estava no carro da polícia. “Era impossível andar na Haddock Lobo. Nem calçada tinha quando ele chegou [à Casa Bauducco]. Vai ver ele anda sobre água, abre mares e eu é que estou doida e o vi saindo de um carro sequinho!”, ironizou.

Cesar Tralli já tem antecedentes de intimidades com a polícia. Em 2005, esteve no centro de uma polêmica ao filmar a prisão, pela Polícia Federal, do filho do ex-prefeito Paulo Maluf, Flávio Maluf. Tralli usava boné e roupas parecidas com a de policiais e foi confundido com um deles.

A averiguação preliminar, como o nome diz, é uma investigação inicial. Pode-se tornar um processo administrativo, resultando em advertência e até demissão, dependendo da gravidade.

Outro lado

A Globo, assim como Cesar Tralli, negou que o apresentador e Robinson Cerântula estivessem no carro da polícia. “Eles estavam trabalhando e chegaram ao local a pé e não usando a viatura da polícia”, informou a emissora em uma curta nota.

O delegado Antonio de Olim disse ao Notícias da TV que Tralli e Cerântula almoçavam nos Jardins quando combinaram com ele um café na Casa Bauducco. “Tenho amizade com ele [Tralli]“, afirmou. 

Ex-chefe da Divisão de Crimes contra o Patrimônio do Deic, departamento de elite da Polícia Civil e atualmente titular da Delegacia do Aeroporto de Congonhas, na zona sul, Olim sustenta que estava nos Jardins investigando uma quadrilha de ladrões de relógios Rolex. Essa quadrilha, conta, assalta turistas que descem no aeroporto e se hospedam nos Jardins. Um diretor da Globo teria sido vítima desses bandidos. Ele usava um carro descaracterizado para não chamar a atenção.

Olim, que é candidato a deputado estadual, afirma que quando chegou ao café Tralli e Cerântula já estavam no local. Admite ter errado ao parar o carro em local proibido e sobre a calçada. “Mas não dava para descer do carro, a enxurrada era muito forte. E foi só a roda da frente que ficou sobre a calçada”, diz.

ATUALIZAÇÃO às 13h40 de 27/3/2014:

Após a publicação deste texto, a Secretaria de Segurança Pública enviou a seguinte nota: 

“Diferentemente do que afirma o texto publicado hoje pelo Notícias da TV, a Corregedoria da Polícia Civil não investiga o encontro do delegado Antonio de Olim com os jornalistas de Rede Globo Cesar Tralli e Robson Cerântula. A apuração preliminar da corregedoria citada no texto se refere, apenas e tão somente, a uma denúncia de que o delegado teria parado uma viatura sobre a calçada da rua Haddock Lobo. Ou seja, a investigação é sobre suposta falta funcional cometida pelo delegado, que, ao cometer uma possível infração de trânsito, estaria dando mau exemplo à população. A conversa com os jornalistas não configura irregularidade, como esta assessoria informou ao colunista por telefone.” 

Nota da Redação: O Notícias da TV mantém as informações publicadas: o que originou a investigação foi a suspeita de uso de um carro da polícia por profissionais de uma emissora de TV.
Quando a PF prendeu o Maluf, quem estava lá de uniforme da PF?
O Tralli !

Paulo Henrique Amorim


Olha só o bonezinho dele 

DRIBLADO POR PSDB, PT QUER AGORA CPI DA ALSTOM

A “tempestade perfeita” é na política

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Durante um bom tempo ouvimos falar na “tempestade perfeita” que ameaçava a economia.
Dólar em alta, investidores fugindo, contas públicas dissolvendo-se em déficits.
Como se pode notar, termina o primeiro semestre com mais chuvas no Cantareira que nesta “tempestade econômica”.
Embora modesto, mas vão se avolumando os  indícios  de uma recuperação da economia brasileira, inclusive no que tange às contas públicas, vá lá que seja dentro da “cartilha do superávit” que o rentismo.
Emprego e consumo em alta, crédito idem, inadimplência em baixa.
Hoje à tarde, a divulgação do resultado primário do Governo Federal, salvo surpresas, deverá apontar um resultado bem melhor do que o de fevereiro do ano passado, embora bem próximo do zero, é esperável para meses como fevereiro. A arrecadação recorde e a redução em 30% – em valores reais – do déficit da Previdência autorizam a imaginar um resultado pelo menos próximo do zero.
Mas o que, então, afinal, cria o clima de pessimismo que, de fato, vem desanimando muitas pessoas?
É a política, estúpido.
Porque comunicação é política e este governo resolveu fingir que não existe no Brasil um sistema monstruoso de comunicação, que tem como tarefa destruir a credibilidade de sua política econômica.
Sistema que perdeu, até mesmo, qualquer pudor em deformar notícias.
A Folha consegue transformar em tragédia o menor desemprego da história para fevereiro:
Lá no finalzinho da matéria é que se vai ler, quando se chega lá, que esse registro de dispensas no comércio é típico desta época. Aliás, em 12 anos de pesquisa, o desemprego em fevereiro é ligeiramente maior do que em janeiro. Novidade zero.
Mas o Governo desapareceu do debate político.
As dirigentes que estão no centro da polêmica, neste momento, Dilma Rousseff e a presidente da Petrobras, Graça Foster, dão entrevistas onde só são duras e agressivas com os eventuais problemas internos de suas administrações.
Será que acreditam que as boas intenções e a transparência de seus atos e providências vão fazer com que a imprensa lhes bata palmas pela franqueza?
Será que não percebem que o mercado financeiro sequer disfarça mais sua intenção de destroçar o governo Dilma.
Entregar seu futuro político a pesquisas de opinião, porque estas, eventualmente, lhes sorriem é entregar o pescoço à faca do açougueiro.
Temos agora a CPI e uma nova onda de pesquisas.
As nuvens estão aí para quem quiser ver.
E algumas delas produzidas por quem vai se molhar nessa chuva.

Terrorismo econômico e protestos contra a Copa derrubaram aprovação a Dilma

A leitura da primeira pesquisa CNI-IBOPE de 2014 não deixa dúvidas: água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. O antigo adágio popular é o que melhor explica os seguintes fatos revelados pela sondagem do humor dos brasileiros em relação ao governo Dilma Rousseff.
A saber:
• Cai a popularidade da presidente Dilma. Na comparação com novembro de 2013, todos os indicadores registraram redução.
• O percentual da população que avalia o governo Dilma como ótimo ou bom caiu de 43%  para 36%
• A aprovação da maneira de governar da presidente Dilma caiu de 56% para 51%
• A parcela da população que confia na presidente caiu no limite da margem de erro de 52% para 48%
• Em nenhuma das nove áreas de atuação avaliadas o percentual dos que aprovam supera o dos que desaprovam as ações do governo
• O descontentamento aumentou mais notadamente com relação às políticas econômicas, refletindo a maior preocupação com relação à inflação e ao desemprego.
Outros fatos chamam atenção na pesquisa supracitada.
A queda de Dilma foi mais intensa entre os residentes em municípios pequenos (com até 20 mil habitantes): de 59% para 44%. Também chama atenção a redução no percentual entre os eleitores mais jovens, de 16 a 24, e com renda familiar mais elevada (acima de cinco salários mínimos) e os residentes no interior.
A avaliação do eleitorado sobre o combate ao desemprego, as taxas de juros e o combate à inflação, porém, são o que mais surpreende. Em fevereiro, o Brasil gerou 260 mil postos de trabalho com carteira assinada. Os juros ao consumidor, apesar das altas da taxa Selic, são hoje muito mais baixos do que eram antes da concorrência desencadeada no início do ano passado pelos bancos oficiais. E a inflação, pelo 10º ano seguido, está dentro da meta.
O que pode, por exemplo, fazer a população ficar descontente com o desemprego justamente quando temos a taxa mais baixa de desemprego da história? É óbvio que o noticiário está por trás desse fenômeno praticamente estarrecedor.
Mas não é só. O gráfico abaixo, extraído da pesquisa Ibope, mostra quais são os fatos que mais têm impactado a popularidade do governo Dilma.
Como se vê, os protestos de forma geral e contra a realização da Copa do 2014 no Brasil vêm ajudando o noticiário sobre economia a deprimir a população. Esse efeito está sendo muito forte entre os jovens de 16 a 24 anos, justamente os que têm menos lembranças sobre o que era o Brasil do século XX.
O gráfico abaixo mostra como o noticiário desfavorável ao governo Dilma se encontra hoje em um patamar muito mais alto do que fora até meados do ano passado, quando explodiram as críticas midiáticas ao governo.
O que vem impedindo maior queda da aprovação de Dilma é o público que sente mais intensamente o efeito das políticas sociais.
O percentual dos que aprovam a maneira de governar da presidente praticamente não caiu entre os eleitores com grau de instrução até a 4ª série da educação fundamental, com idade de 25 a 34 anos, residentes nas capitais e em cidades médias (com mais de 20 mil a 100 mil habitantes).
Basicamente, o que está afetando o governo Dilma é o efeito que o noticiário econômico provoca entre a população em geral e o efeito que os protestos contra a Copa estão provocando entre a população adolescente e pós-adolescente.
Apesar da queda da popularidade de Dilma, porém, outra pesquisa Ibope divulgada recentemente mostra que nenhum candidato à sua sucessão está conseguindo tirar vantagem do sobressalto que o noticiário econômico e protestos contra a Copa estão causando.
Dilma ainda tem quase o dobro dos votos dos adversários somados no cenário mais provável, que coloca em disputa Aécio Neves, Eduardo Campos e alguns candidatos nanicos. Nesse cenário, no primeiro turno ela teria 40% dos votos e os adversários somados teriam 22%. Em um eventual segundo turno, Dilma teria o dobro dos votos de qualquer adversário.
O que a pesquisa CNI-IBOPE recém divulgada mostra, porém, é que a presidente pode ser afetada pela continuidade desse bombardeio, que acaba de ganhar uma possível CPI da Petrobrás, que deve se transformar em um belo palanque para os adversários sem votos.
Mas há um fator que talvez seja o que mais vem fragilizando Dilma Rousseff: a péssima política de comunicação de seu governo.
Os dois fatores que mais vêm prejudicando a presidente, como se viu acima, são o noticiário econômico e os protestos contra a Copa. Até agora, porém, não há uma só reação comunicacional para lembrar ao público que todo mundo está conseguindo empregos com salários cada vez melhores e quantos benefícios a Copa deverá trazer ao país.
Chega a ser espantoso que até o momento não exista uma mísera campanha publicitária sobre a Copa a 90 dias da realização do evento. E praticamente não há reação ao terrorismo econômico. As autoridades da equipe econômica parecem ter medo de falar em público e de rebaterem um noticiário que anula o pleno emprego e os salários crescendo.
O fato de os adversários de Dilma na eleição presidencial não estarem empolgando a sociedade, portanto, está sendo magnificado pelo alto comando da campanha presidencial à reeleição.
É evidente que, em algum momento, esses adversários deverão se beneficiar de uma campanha de desmoralização que já não conta mais apenas com a mídia, mas, também, com movimentos sociais e sindicais e pequenos partidos de esquerda que até podem não ter votos, mas que fazem muito barulho.
Se o governo Dilma continuar praticamente mudo enquanto apanha, uma reeleição tranquila pode sofrer sobressaltos que poderiam não ocorrer se houvesse alguma estratégia e alguma reação. Nesse aspecto, a recente pesquisa CNI-Ibope pode servir para despertar o staff governista da letargia em que se encontra.

Aos amigos de militância !

Companheiros (as),
Estou enviando esta mensagem a todos os que já comentaram no Blog da Cidadania, muitos dos quais são companheiros há anos, em muitos casos desde que o Blog foi criado.
Confesso que estou ficando assustado com a situação política no Brasil. Em primeiro lugar, devido ao arreganhar de dentes da direita; em segundo lugar, devido ao desânimo da esquerda.
O Blog da Cidadania, que em fevereiro último completou 9 anos de existência (entre o período em que ficou no UOL e o período já em domínio próprio, onde está até hoje), sempre foi um termômetro bastante apurado do nível de engajamento político da esquerda. E é esse termômetro que me preocupa.
A preocupação decorre da literal invasão do Blog pela direita na caixa de comentários ao mesmo tempo em que vejo a esquerda se recolher. Hoje, diria que esquerda representa uns 65% dos comentários e a direita, uns 35%.
Detalhe: ao longo dos últimos nove anos e até meados do ano passado, a direita não chegava a 5% dos comentários.
Por outro lado, vejo que os acessos ao Blog continuam normais, no volume de sempre, do que se depreende que a esquerda simplesmente está desanimada e, por isso, está dando espaço à direita, abstendo-se do embate.
Mas como essa percepção apenas através do meu blog pode ser falha, relato um estudo feito privadamente pela revista Fórum em parceria com o sociólogo Sergio Amadeu. Esse estudo comprovou esse fato que estou dizendo e foi ainda mais longe.
Como o Blog da Cidadania sempre teve um alto volume de comentários de esquerda, nesse espaço ainda estamos ganhando da direita. Porém, nas redes sociais e em outros blogs e sites a direita está vencendo de lavada.
Fiquei surpreso e assustado, porque a direita está ganhando por uns 80% a 20%.
Seria necessário um estudo sociológico muito amplo para entender o que está acontecendo. Por que esse nível de retração da militância de esquerda? E o que é pior: isso está acontecendo em pleno ano eleitoral.
O efeito dos comentários nos blogs, sites e redes sociais será muito importante em 2014. Esta será a eleição em que a internet terá a maior participação e importância em todas as eleições já havidas no Brasil. Por conta disso, os partidos estão se organizando.
O PT pretende fazer um seminário em São José dos Campos para expor à militância a importância de militar na internet e para ministrar aulas sobre a rede, mas nada substitui a militância espontânea que derrotou a direita várias vezes na internet.
Este post, portanto, é um apelo a todo aquele que entende a importância de impedir que o país seja entregue a dois legítimos picaretas que disputarão a presidência da República e que, inclusive, estão mancomunados.
Aécio Neves e Eduardo Campos fizeram pacto de não-agressão contra Dilma. Com certeza, Campos sabe que não tem chance de vencer. Mas com certeza terá participação em um governo Aécio Neves, se acontecer a desgraça de esse playboy vencer a eleição.
Por outro lado, há um cerco ao governo. CPI da Petrobrás, terrorismo sobre a economia, enfim, tudo conspira contra o governo. E essa apatia da esquerda aparece refletida em pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira (27/3), em que o governo Dilma perdeu 7 pontos.
Mais impressionante ainda sobre o levante da direita foi a marcha de extrema direita que houve em São Paulo no sábado 22 de março. Alguns de vocês provavelmente nem viram uma reportagem impressionante que fiz sobre aquilo.
Para vocês verem a disposição da direita, peço que leiam o post cujo link está abaixo e que assistam ao vídeo que esse post contém. Esse post teve quase 10 mil curtidas no Facebook, mais de 300 comentários e o vídeo foi um sucesso na internet, pois já tem quase 50 mil visualizações no You Tube. Antes, porém, peço que terminem a leitura deste email
Apesar de o Blog da Cidadania ainda continuar sendo uma trincheira da esquerda, essa trincheira está sendo invadida pela direita como todas as outras.
Você pode ajudar a mudar isso. Suponho que alguns estejam cansados, esgotados com a baixaria da direita, mas é isso que ela quer: fazer as pessoas se cansarem e se retraírem. Assim, qualquer um que acessar a internet hoje verá o governo Dilma em muito má situação, como se todos – ou quase todos – fossem contra.
Talvez, entre as milhares de pessoas que receberão este email, muitas tenham mudado de posição política. Contudo, não consigo acreditar que alguém possa condescender com a volta do PSDB ao poder – e é esse o risco que estou enxergando.
Concluo, companheiros (as), fazendo um apelo para que, ao menos neste ano eleitoral, intensifiquemos a militância comentando, tuitando, postando no Facebook, apoiando a blogosfera e mostrando a essa direita que a esquerda não está morta.
A volta do PSDB ao poder seria uma tragédia para o Brasil. Crises voltarão a estourar no lombo do povo. Desde a explosão da crise econômica em 2008, o brasileiro praticamente não sentiu a crise. Não houve desemprego, não houve queda de valor dos salários ou surto inflacionário.
O PSDB de novo no poder significaria dividir os sacrifícios da crise da forma como era antes. Ou seja, muitos dos que estão achando que o jogo está ganho ou que perderam a vontade de militar poderão pagar com seus empregos, com o valor dos seus salários etc.
Vejam que economistas tucanos têm dito reiteradamente que é preciso aumentar o desemprego. E sabem por que? Para baratear salários para os empresários. Simples assim.
Estamos em ano eleitoral, companheiros (as). O futuro do Brasil está em jogo. Vamos pra cima dessa gente. Faltam só seis meses para a eleição e serão os seis meses mais importantes da vida deste país. O Brasil precisa de vocês.
Um abraço fraterno a todos e todas.
Eduardo Guimarães