Durante um bom tempo ouvimos falar na “tempestade perfeita” que ameaçava a economia.
Dólar em alta, investidores fugindo, contas públicas dissolvendo-se em déficits.
Como se pode notar, termina o primeiro semestre com mais chuvas no Cantareira que nesta “tempestade econômica”.
Embora modesto, mas vão se avolumando os indícios de uma recuperação da economia brasileira, inclusive no que tange às contas públicas, vá lá que seja dentro da “cartilha do superávit” que o rentismo.
Emprego e consumo em alta, crédito idem, inadimplência em baixa.
Hoje à tarde, a divulgação do resultado primário do Governo Federal, salvo surpresas, deverá apontar um resultado bem melhor do que o de fevereiro do ano passado, embora bem próximo do zero, é esperável para meses como fevereiro. A arrecadação recorde e a redução em 30% – em valores reais – do déficit da Previdência autorizam a imaginar um resultado pelo menos próximo do zero.
Mas o que, então, afinal, cria o clima de pessimismo que, de fato, vem desanimando muitas pessoas?
É a política, estúpido.
Porque comunicação é política e este governo resolveu fingir que não existe no Brasil um sistema monstruoso de comunicação, que tem como tarefa destruir a credibilidade de sua política econômica.
Sistema que perdeu, até mesmo, qualquer pudor em deformar notícias.
A Folha consegue transformar em tragédia o menor desemprego da história para fevereiro:
Lá no finalzinho da matéria é que se vai ler, quando se chega lá, que esse registro de dispensas no comércio é típico desta época. Aliás, em 12 anos de pesquisa, o desemprego em fevereiro é ligeiramente maior do que em janeiro. Novidade zero.
Mas o Governo desapareceu do debate político.
As dirigentes que estão no centro da polêmica, neste momento, Dilma Rousseff e a presidente da Petrobras, Graça Foster, dão entrevistas onde só são duras e agressivas com os eventuais problemas internos de suas administrações.
Será que acreditam que as boas intenções e a transparência de seus atos e providências vão fazer com que a imprensa lhes bata palmas pela franqueza?
Será que não percebem que o mercado financeiro sequer disfarça mais sua intenção de destroçar o governo Dilma.
Já falei aqui das ilusões pequeno-burguesas que pululam neste governo.
Entregar seu futuro político a pesquisas de opinião, porque estas, eventualmente, lhes sorriem é entregar o pescoço à faca do açougueiro.
Temos agora a CPI e uma nova onda de pesquisas.
As nuvens estão aí para quem quiser ver.
E algumas delas produzidas por quem vai se molhar nessa chuva.
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