Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Policarpo-Cachoeira: uma dupla para limpar o Brasil

A Veja "desencarnou" Demóstenes: parceria cívica com Carlinhos Cachoeira
Um dos principais argumentos para dizer que o ex-Presidente Lula tinha conhecimento dos esquemas de depósitos ilegais de dinheiro para parlamentares em seu primeiro governo é o fato de que o governador de Goiás, Marconi Perillo, afirma tê-lo avisado de que estaria ocorrendo o “mensalão”.
Perillo diz ter sido alertado pelo deputado tucano Carlos Leréia. Ambos, como todos sabem, mais do que ligados a Carlinhos Cachoeira.
O caso começou, todos se recordam, com a filmagem de um funcionário dos Correios, Maurício Marinho, recebendo R$ 3 mil de interlocutores, num “furo de reportagem” de Policarpo Júnior, da Veja.
Sabe-se agora que a gravação foi providenciada pelo araponga Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, sargento reformado da Aeronáutica a serviço de Carlinhos Cachoeira. Dadá é aquele que “revelou” a Policarpo Júnior o suposto “dossiê” que se fazia contra a candidatura Serra que, de tão secreto, virou o livro “A privataria tucana”, de Amaury Ribeiro Júnior.
Cachoeira  é, por sua vez, o autor da gravação de Waldomiro Diniz, na época dirigente da empresa de loterias do Governo do Rio de Janeiro, pedindo propina, outro “furo” de Policarpo Júnior.
Agora, não podendo mais ocultar a “série de coincidências” – embora, ao contrário de outras vezes, tenha poupado uma capa sobre o escândalo – Veja mostra que associação entre seu editor e o banqueiro do bicho era de natureza “cívica”.
Sabendo que o áudio vazara, o publica como prova de sua “total transparência”, com a garantia do próprio bicheiro: “‘O Policarpo nunca vai ser nosso’.
Não, apenas estão trabalhando juntos pela moralidade pública:
- Limpando esse Brasil, rapaz, fazendo um bem do caralho pro Brasil, essa corrupção aí. Quantos (furos de reportagem) já foram, rapaz? E tudo via Policarpo.
Chega a ser comovente tanta pureza. Ouça o diálogo aqui.

E é também tocante o discernimento de toda a grande imprensa brasileira, que se convenceu, automaticamente, que a associação Policarpo-Cachoeira era quase uma benemerência, uma cruzada moralizadora para livrar o Brasil da corrupção.
É certamente por esse elevado sentido de honradez que todas estas informações foram sonegadas aos leitores. O homem que mandava corromper e gravava a propina queria apenas o bem do Brasil e Policarpo, dono de um altíssimo sentido de dever pátrio, seguia suas orientações, profusamente transmitidas em dezenas e até centenas de telefonemas.
Só falta dizer que é dele a imagem no Santo Sudário, ao qual apelou a Veja para esconder sob Cristo o seu pecado Demo-Cachoeirista.
Enquanto isso, Lula, com a garganta – aquela que ele salvou do impeachment que a Veja desejava – recém recuperado, vai fazendo o milagre de contar, como prometera, tudo o que esteve encoberto na história do “mensalão”.
Sem ter de dizer uma palavra.


Quem teria comprado toda edição de Carta Capital no estado de Goias ?
A quem interessa não noticiar ?

Todos os caminhos levam a uma gigantesca operação-abafa

É compreensível que gente como Reinaldo Azevedo e Ricardo Noblat esteja tentando vender a teoria de que as provas dos crimes do senador Demóstenes Torres não podem ser usadas porque, devido ao cargo que ocupa, só poderia ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal ou sob sua autorização.
Chega ao blog informação de que Demóstenes estaria fazendo ameaças à mídia, aos seus pares do DEM e até a pelo menos um membro do STF no sentido de que, caso seja estraçalhado, levará muitos ex-amigos consigo para o cadafalso.
O senador bandido está disposto a tudo para não perder o mandato simplesmente porque, sem imunidade parlamentar, dificilmente deixará de ir fazer companhia ao seu amigão Carlinhos Cachoeira lá no PF Hilton.
Demóstenes estaria ameaçando revelar que veículos como a Veja saberiam de suas atividades criminosas e que nada revelavam porque ele os municiava com informações contra o PT, entre outros favores que lhes prestaria na “Câmara Alta”.
Enquanto isso, DEM, PSDB, editora Abril e Globo estariam propondo acionar sua bancada no STF para trocar a decapitação política de Demóstenes pelo adiamento do julgamento do mensalão, que deveria ocorrer em maio. Até porque, após o STF se pronunciar pela impunidade de Demóstenes, não teria como julgar o mensalão.
Aliás, no que depender do STF, Demóstenes pode ficar tranqüilo. O fato de que até há pouco havia a decisão de julgar o mensalão ainda neste semestre revela que a Suprema Corte de Justiça do país se deixa intimidar pela mídia. Julgar um caso como esse em ano eleitoral, é uma aberração.
Não se pode esquecer, também, que a decapitação e a previsível verborragia posterior de Demóstenes intimidam ao menos um membro do Supremo, Gilmar Mendes, acusado de, em conluio com o demo, ter criado a farsa do grampo sem áudio. Imagine, leitor, se, caído em desgraça e preso, Demóstenes conta que ele e o juiz forjaram aquilo.
O que pode melar tudo são as escutas não reveladas, que já se sabe que mal começaram a ser vazadas. Segundo este blog vem apurando, ao menos a Veja está enrolada até o pescoço. E haveria muito mais não só contra a Veja, mas contra todos os que se envolveram no consórcio político-midiático que imperou na década passada.
Ainda assim, já estão sendo estabelecidas as bases para um acordão. O julgamento do mensalão em ano eleitoral seria uma tragédia para o PT e o aprofundamento das investigações sobre o envolvimento da Veja com Demóstenes e Cachoeira atingiria do Supremo ao resto da mídia tucana.
Acabaremos todos com caras de palhaços, pois. Impotentes diante do apodrecimento da República, assim como no caso da Privataria Tucana. Eles acabarão se entendendo por instinto de sobrevivência. Enquanto um lado tiver munição pesada contra o outro, nada mudará. E só nos restará espernear.

Quem não queria o Brasil (de Lula) nos BRICs ?

Quem não queria o Brasil

Como se sabe, o colonista (*) dos múltiplos chapéus, aquele que tem uma seção de “Livros” na Folha (**) e no Globo (dose dupla de PiG (***) !!!) aos domingos, pensa que é o único brasileiro que compra na Amazon.

(Neste domingo, o de múltiplos chapéus defendeu a tese de que a Comissão da Verdade não levará à revisão da lei da Anistia. É o que em Harvar (é assim mesmo, revisor. Obrigado. PHA) se chama de wishful thinking.)

O ansioso blogueiro teve a petulância de comprar também na Amazon o livro “The Growth Map – Economic Opportunity (não se trata de um banqueiro condenado a dez  anos de cadeia)  in the BRICs and Beyond”, de Jim O’Neill, chairman do Goldman Sachs Asset Management e criador do acrônimo BRIC.

O PiG (**) e suas penas amestradas, como diz o Ciro, odeiam os BRICs.

Como a Presidenta foi à Índia numa reunião dos BRICs, o ódio se manifestou de várias formas.

Um editorial do Estadão chamou os BRICs de “comédia”.

A Folha (**) neste domingo disse que os BRICs estão na infância, não servem para muita coisa e, se tudo der certo, chegarão à maturidade quando o Otavinho já tiver vendido a Folha ao Tanure.

Qual é o problema dos BRICs para a Urubóloga, por exemplo ?

É que “BRIC” foi a solução engenhosa que o Jim O’Neill encontrou para sintetizar o que está NA cara de qualquer um: que o Brasil, Rússia, Índia e China (a África do Sul não faz parte do time do O’Neill) serão, juntos, breve, maiores que as economias do G7.

E que eles são a expressão de uma nova ordem econômica mundial, com o relativo enfraquecimento, primeiro, da União Soviética e, depois, da União Européia e dos Estados Unidos.

É o óbvio dilacerante !

Mas, para os Urubólogos e a elite (a pior de todas é a de São Paulo, porque, ainda por cima, é separatista) isso seria o desmentido de suas teses fracassomaníacas.

Os colonizados continuariam colonizados – com ou sem a Amazon – e o Brasil lá em cima, com o Nunca Dantes e a JK de Saias a dar bye-bye a Demóstenes, Cerra, Agripino e Civita – e suas penas amestradas.

Mas, é o próprio O’Neill quem conta isso, de forma mais elegante, claro.

Na pág. 49, ele conta que, em 2003 (logo, Governo Lula;  atenção, amigo navegante !) , quando veio ao Brasil falar sobre o futuro papel dos BRICs, ALGUNS BRSILEIROS IMPLORARAM PARA QUE ELE NÃO FIZESSE ISSO ! (ênfase minha – PHA).

Os brasileiros “begged”.

Pelo amor de Deus, não ponha o Brasil nesse time !

Please !

Please !

I beg you, Jim !

Alguns “brasileiros” diziam que ele só incluiu o Brasil porque tornaria o acrônimo mais sonoro.

Ou porque faria um trocadilho com “brick” – tijolo, em inglês.

Mas, ele insistiu.

Um dos mais céticos foi um diretor brasileiro (?) do Goldman, Paulo Leme, que hoje é o rei da cocada preta do Goldman aqui no Brasil.

Paulo Leme era um dos “céticos “, diz O’Neill !

Na verdade, logo antes da eleição do Lula em 2002, o Goldman, em Wall Street, montou um “Trem Fantasma” com gritos lancinantes e figuras amedrontadoras, para anunciar o fim do mundo, caso Lula fosse eleito.

Dali do Goldman saíram as especulações mais sinistras contra o Lula !

Havia projeções alucinadas da cotação Real com Lula.

O’Neill conta que não deu a menor bola para as cassandras tupiniquins.

Quando voltou para casa, comprou alguns Reais.

Vendeu depois de três meses.

E foi um grave erro, ele diz.

“Porque nos últimos seis anos, o Real se tornou um moeda espetacularmente (literal, “spetacularly”) forte”, diz ele.

Na página 52, diz O’Neill:

“… in retrospecto, Lula se tornou o maior (“greatest”) formulador de políticas do G20 da primeira década do Seculo XXI.”

É por isso que a elite e os urubólogos da vida não queriam que o Brasil entrasse nos BRICs.

Para não ter que cortar os pulos.


Paulo Henrique Amorim


(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (***) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta  costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse  pessoal aí.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Caso Veja-Cachoeira testa fronteiras do jornalismo

“O Policarpo nunca vai ser nosso”, texto da atual edição de Veja, aumenta rol de dúvidas sobre interação entre publicação e contraventor; com senador Demóstenes como seu braço político, a revista seria sua mão editorial?; na Inglaterra, suspeitas de relações desvirtuadas com a polícia levaram o patrão Rupert Murdoch a se explicar no parlamento; aqui, pode acontecer o mesmo com Roberto Civita, dono da Abril, pelo longo flerte com o bicheiro?
Estão faltando peças no tabuleiro das relações entre a revista Veja, a de maior circulação do Brasil em papel, e a do contraventor preso pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Precisamente, cerca de 200 peças, equivalentes ao número de ligações telefônicas grampeadas legalmente pela PF entre o editor-chefe e diretor da sucursal de Brasília da publicação, Policarpo Junior, e Carlinhos Cachoeira. Nelas se poderá verificar o verdadeiro padrão do relacionamento entre o jornalista e sua fonte. Haveria só perguntas e respostas entre eles ou algum jogo de ataques e defesas editoriais, aprimorado ao longo do tempo, no interesse comum de Veja e do contraventor? Ou, ainda, ora do interesse de Veja, ora do interesse do contraventor?
Interrogações deste mesmo tipo, mas sobre outros personagens, com outra nomenclatura, foram feitas na Inglaterra, no ano passado, durante os acontecimentos em torno do escândalo News Corp. O caso resultou no fechamento do centenário tablóide sensacionalista News of the World, cujos jornalistas atuavam em associação direta com a polícia investigativa do país – a Scotland Yard --, para a qual distribuíam dinheiro em troca de informações em primeira mão. O caso começou na redação, apanhou em cheio a editora executiva Rebekah Brooks, mas recaiu mesmo sobre o colo do patrão Rupert Murdoch. Ele se viu obrigado a ir ao parlamento do país pedir desculpas, tentar se explicar e, por fim, anunciar o sepultamento de sua publicação.
Aqui, no caso Veja-Cachoeira, a aliança da revista, por meio de seu editor-chefe, se deu, de maneira ainda obscura, com um contraventor preso sob acusação de liderar um pesado esquema de operação de jogos ilegais e infiltração em diferentes escalões do poder. Na Inglaterra, jornalistas e policiais. Aqui, com bandidos. Há fortes suspeitas de que Cachoeira, pelo método de gravações ilegais com interlocutores de seus próprios auxiliares, tenha até mesmo fabricado provas comprometedoras contra adversários. As ligações perigosas de Cachoeira com o líder da publicação em sua área mais estratégica, a sucursal de Brasília, e as dúvidas sobre uma longa aliança editorial entre eles já demandam, de per si, uma investigação independente. E esta terá, necessariamente, de incluir o dono da publicação, Roberto Civita, presidente do grupo Abril, e não apenas um ou alguns de seus funcionários. É o que lembra, em post deste sábado 31, o jornalista Luís Nassif, em Esqueçam Policarpo: o Chefe é Roberto Civita. “Policarpo realmente não era de Carlinhos Cachoeira. Ele respondia ao comando de Roberto Civita. E, nessa condição, estabeleceu o elo de uma associação criminosa entre Cachoeira e a Veja”, escreve Nassif, que continua: “Não haverá como fugir da imputação de associação criminosa. E nem se tente crucificar Policarpo ou o araponga Jairo ou esse tal de Dadá. O pacto se dá entre chefias – no caso, Roberto Civita, pela Abril, Cachoeira, por seu grupo”. (Leia aqui o artigo completo).
Na edição que chegou às bancas neste sábado, Veja evitou enfrentar o fato de frente. Não há uma linha sequer sobre a informação veiculada durante toda a semana, em diferentes canais, mas especialmente na internet, a respeito do gigantesco volume de grampos nas conversas entre Policarpo e Cachoeira no período de 2008 a 2010. Na semana retrasada, quando o assunto já era de domínio público, a revista não veiculou uma palavra sequer sobre as ligações perigosas entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que resultaram na saída deste da liderança do partido no Senado, em abertura de investigação formal dentro da agremiação e numa solicitação de bastidores para que ele se afaste antes de, inevitavelmente, ser expulso.
O caso que Veja ignorou, na torcida para que não crescesse como cresceu, deriva agora, também, para a revelação de uma série de acertos para ilícitos entre Cachoeira e Demóstenes. Sobrou, na esteira das revelações, até para o até então insuspeito ator e deputado federal Stepan Nercessian (PPS-RJ), que emergiu como beneficiário de um empréstimo de R$ 175 mil feito pelo contraventor. Neste sábado 31, quase simultaneamente à revelação do empréstimo, Nercessian pediu afastamento do PPS e de seu posto na Comissão de Segurança Pública e Crime Organizado da Câmara dos Deputados – sem dúvida um cargo bastante estratégico para o amigo que comanda um poderoso esquema de jogos ilegais.
Mas não apenas. O governador de Goiás, Marconi Perillo, vai ficando cada vez mais chamuscado pelas revelações extraídas das investigações de dois anos da Operação Monte Carlo. A prisão de Cachoeira se deu na elegante residência em Alphaville Ipês, em Goiânia, que pertencera a Marconi e fora vendida por ele a um empresário do setor de ensino do Estado. Este, por sua vez, permitia que Cachoeira ali vivesse. Triangulação de interesses? É uma das questões que está no ar, uma vez que Valter Paulo Santiago, dono da Faculdade Padrão, está entre os beneficiados pelo programa de pagamento a instituições de ensino superior, pelo governo local, de bolsas de estudos. Ou seja, recebedor de recursos do Estado, Santiago comprou uma casa do governador, o titular da autoridade cedente, que, por sua vez, registrou a venda em sua declaração de renda por um valor de aproximadamente um terço do que afirmara – R$ 1,4 milhão em três cheques versus R$ 417 mil declarados.
Por todas estas e outras, o caso Cachoeira-Demóstenes é um dos mais explosivos dos últimos tempos, dada a ampla ramificação de interesses do contraventor e seu apetite por articulações dentro das estruturas de poder. E dentro desse caso há a questão Veja-Cachoeira ou Cachoeira-Veja. Dono de um relacionamento bastante próximo com Policarpo, com que dialogava frequentemente, o contraventor tinha em Demóstenes um braço político e, ao que deixa claro, via em Policarpo sua mão editorial. “Os grandes furos do Policarpo fomos nós que demos, rapaz”, disse, no trecho revelado pela própria Veja, o contraventor a seu auxiliar e ex-araponga da Abin Jairo Martins. “Quantos já foram rapaz. E tudo via Policarpo”, festejou.
Cachoeira e Policarpo são velhos conhecidos. Já em 2004, como resgatou 247, a parceria fonte-jornalista funcionava a pleno. Perseguido por uma CPI aberta na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro para apurar o jogo ilegal e encerrada com a recomendação, por 58 votos a zero, entre os deputados, para sua prisão, Cachoeira teve em Policarpo, então, um cioso interlocutor. Matéria assinada por ele, chamada Sujeira para Todo Lado, repercutiu no então presidente da Câmara Federal, João Paulo Cunha, que ordenou a abertura de uma sindicância, uma vez que, de acordo com Veja, alguns parlamentares eram suspeitos de terem ouvido de auxiliares de Cacheira uma proposta de compra de votos de R$ 4 milhões no total. Importante: a gravação da conversa sobre a discussão da proposta foi feita pelos próprios auxiliares de Cachoeira. Pode-se supor, entre outras hipóteses, que o contraventor resolveu fabricar uma prova, ao enviar emissários com proposta de compra de votos, para levar a CPI ao naufrágio, por desmoralização. Na prática, foi isso o que aconteceu. Cachoeira não foi preso na ocasião, sendo levado pela polícia apenas sete anos depois, em fevereiro deste ano.
Nesse meio tempo, em 2005, Cachoeira foi responsável pela entrega a Policarpo da fita que deu origem ao chamado escândalo do Mensalão, na qual o então diretor dos Correios, Maurício Marinho, recebe um pacote de R$ 3 mil. Essa fita, cujas imagens e diálogos foram veiculados por Veja em primeira mão, foi gravada por auxiliares do próprio Cachoeira. Àquela altura, o senador Demóstenes Torres, que já era o braço político do contraventor, sabia que fora preterido para o cargo de Secretário Nacional de Justiça. Há a suspeita que, em represália, ele teria atuado com Cachoeira para prejudicar o PT, o governo Lula e, mais especialmente, o então chefe do Gabinete Civil José Dirceu, que teria sido o responsável pelo veto ao seu nome. Neste contexto, a propina paga por homens do próprio Cachoeira a Marinho deu a partida para o surgimento do pior fato político possível para os adversários de Demóstenes e de seu grupo, que tem Cachoeira como prócer.
Veja, servindo-se de sua fonte na contravenção, não apenas deu vazão às fitas gravadas pelo pessoal de Cachoeira, como prosseguiu divulgando, nos anos seguintes, todo o material que ele produzia e passava às mãos de Policarpo Junior. É frase dele, repita-se: “Os grandes furos do Policarpo fomos nós que demos, rapaz”. Este material incluiu o ‘furo’ do pedido de dinheiro por parte de Valdomiro Diniz, em fita gravada em 2002, desta feita pelo próprio Cachoeira. A notícia saiu em Veja em 2004, mostrando que a parceria já funcionava bem.
Não é do interesse de Veja, agora, puxar por essa memória. A estratégia, manifestada no curto texto “O Policarpo Nunca Foi Nosso”, na edição desta semana, busca carimbar no editor-chefe a marca do profissional acima de qualquer suspeita. Para tanto, utiliza Carlinhos Cachoeira como avalista: “O Policarpo você conhece muito bem. (...) Ele não faz favor para ninguém e muito menos para você”, disse o contraventor, hoje preso, para seu auxiliar e ex-araponga Jairo Martins, também encarcerado pela Operação Monte Carlo. “Nós temos de ter jornalista na mão, ô Jairo. Nós temos que ter jornalista. O Policarpo nunca vai ser nosso...”. Pelos serviços prestados a Veja, a verdade é que Policarpo Junior poderia ter ganho, nesta semana, uma defesa melhor, de um advogado mais qualificado. No editorial do diretor de redação Eurípedes Alcântara, nenhuma linha a respeito. É como se o diretor da sucursal de Brasília estivesse sozinho em seu relacionamento com Cachoeira, mas há toda uma gigantesca máquina editorial por detrás desse circuito.

Demóstenes, ora veja

*'FOLHA  DE SÃO PAULO': DÉFICIT DE  JORNALISMO  OU AUTO-DEFESA? em reportagem desta 2ª feira, o jornal nomeia o  que seria, no seu entender, a lista de  'todos os homens de Cacheira'** espertamente, porém, omite a relação correspondente ao dispositivo midiático do bicheiro; incompetência jornalística ou auto-defesa?  a ver** ATO CONTRA A PRIVATARIA NA TV CULTURA: nesta 3ª feira, no Sindicato dos Engenheiros de SP (leia mais nesta pág) ** Governo lança amanhã pacote de R$ 18 bi de proteção à indústria, contra a desordem neoliberal** sistema financeiro estatal vai reforçar barragem em defesa da indústria e da infraestrutura  brasileira (LEIA o debate sobre o desenvolvimentismo, nesta pág) 

Numa das constrangedoras conversas entre o senador Demóstenes Torres (DEM), relator do projeto da Ficha Limpa, e o contraventor Carlinhos Cachoeira, o primeiro relata que havia recebido um bilhente do Eurípedes cobrando providências sobre um determinado assunto. A pergunta que não quer calar, e que os jornais não respondem: quem é Eurípedes? Uma pista: as gravações da Polícia Federal mostram mais de 200 telefonemas trocados entre Carlinhos Cachoeira e o jornalista Policarpo Jr., diretor da sucursal de Brasília da revista Veja. O artigo é de Jorge Furtado.

(*) Texto publicado originalmente no blog do Jorge Furtado em 31/03/2012.

Demóstenes foi eleito senador por Goiás com o número 251. Se você quiser jogar no bicho, invertido do primeiro ao quinto, lembre-se que 51 é galo.

Todos os jornais de hoje (31) reproduzem trecho das conversas gravadas, com autorização judicial, entre o Senador Demóstenes Torres (DEM) e o contraventor Carlinhos Cachoeira (no momento, preso).

Os constrangedores diálogos não deixam qualquer dúvida de que o senador – líder do DEM, relator do projeto da Ficha Limpa, autor de projeto de lei que transforma a corrupção em crime hediondo, crítico feroz dos governos Lula e Dilma, paladino da moral e dos bons costumes – nada mais era que um despachante do bicheiro de Goiás.

Um trecho da conversa:

Demóstenes - Seguinte, recebi um bilhete aqui do Eurípedes. Teve hoje aqui para tratar com o negócio e encontrou com o Dadá, com o ex-presidente da Infraero José Carlos Pereira, que não resolve nada. Eles estão atrás daquele trem para ver se anda. Você podia cobrar do Dadá para ver se anda ou se não anda (...)

A pergunta que não quer calar, e que os jornais não respondem: quem é Eurípedes?

Uma rápida consulta ao Google:

Demóstenes, o primeiro citado: Demóstenes (384 a.C. - 322 a.C.) foi um proeminente orador e político grego, de Atenas.

Eurípedes, o primeiro citado: Eurípides (Salamina c. 480 a.C. - Pela, Macedônia, 406 a.C.) foi um poeta trágico grego, do século V a.C., o mais jovem dos três grandes expoentes da tragédia grega clássica, que ressaltou em suas obras as agitações da alma humana e em especial a feminina.

Demóstenes, o segundo citado: Gravações feitas pela Polícia Federal mostram indícios de que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) negociava no Congresso projetos de interesse do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e revelam o interesse do senador em interferir em contratos da Infraero, empresa estatal que administra os aeroportos brasileiros.

Eurípedes, o segundo citado: Eurípedes Alcântara é um jornalista brasileiro, atual diretor editoral da revista Veja, publicada pela editora Abril.

Uma pista: as gravações da Polícia Federal mostram mais de 200 telefonemas trocados entre Carlinhos Cachoeira e o jornalista Policarpo Jr., diretor da sucursal de Brasília da revista Veja.

A decisão da Justiça, que botou a quadrilha na cadeia, diz o seguinte, na página 3:

“Detectou-se ainda, nas investigações, os estreitos contatos da quadrilha com alguns jornalistas para a divulgação de conteúdo capaz de favorecer os interesses do crime”.

Todos os jornais de hoje trazem muitas matérias sobre a morte de Millôr Fernandes, gênio da raça, e também sobre o fim da carreira política do ex-moralista Demóstenes Torres. Nenhuma fala da revista Veja, onde Millôr escreveu por muitos anos e que, muito provavelmente, serviu de braço midiático da quadrilha de Goiás.

A primeira omissão é pelo mais justificado respeito. A segunda, pelo mais cretino corporativismo.

Para ler a decisão da Justiça, clique aqui.

Veja alega que “não sabia” dos crimes de Carlinhos Cachoeira



A edição desta semana da revista Veja comete uma contradição escandalosamente evidente para qualquer um que possua quociente de inteligência ao menos mediano: apesar de manter intensos contatos com uma imensa organização criminosa, a publicação, que se notabilizou por realizar intrincadas investigações, alega que “não sabia” das atividades dela.
Informações extraídas da investigação da Polícia Federal que prendeu dezenas de integrantes da quadrilha do bicheiro goiano Carlinhos Cachoeira mostram que expoentes da publicação da Editora Abril trocaram centenas de telefonemas com o criminoso. Em sua última edição, a revista admite esses e outros tipos de contato com ele e apresenta gravações da PF em que membros da quadrilha reclamam do editor da revista Policarpo Jr.
A revista não explica concretamente a razão de se relacionar tão intensamente com criminoso que chefiava uma quadrilha que, segundo inquérito judicial em curso, reunia “43 agentes públicos, distribuídos entre 6 delegados da Polícia Civil, 30 policiais militares, 2 delegados da Polícia Federal, 1 servidor administrativo da Polícia Federal, 1 policial rodoviários federal, 2 agentes da Polícia Civil e 2 servidores públicos municipais”.
Ao reproduzir diálogo de membros da quadrilha que reclamam do editor Policarpo Jr por não ter atendido uma solicitação que fizeram, a revista permite inferir que aquela solicitação (para que atacasse alguém que incomodava a organização criminosa) não foi atendida, mas que outras podem ter sido.
Afinal, se um bandido pede uma matéria a um órgão de imprensa, certamente o faz achando que poderia ser atendido. Certo?
Mas o pior só chega agora: uma organização criminosa do tamanho dessa que revelou a Operação Monte Carlo agia de maneira escandalosa em Goiás e uma revista que se especializou em denunciar escândalos, apesar dos intensos contatos com os criminosos, não notou nada?!
Supõe-se que a Veja e o resto da mídia tampouco notaram relações de Demóstenes Torres com Cachoeira, relações que o próprio senador anunciou, da Tribuna do Senado, que eram de amplo conhecimento público…
Sim, porque não se tem notícia de matéria alguma da Veja – ou do resto da grande mídia – sobre as atividades de Cachoeira até que a Polícia Federal desbaratasse a quadrilha.
A revista também faz uma afirmação no mínimo polêmica: afirma que seus jornalistas mantinham contato com Cachoeira e seus asseclas tanto quanto todos os jornalistas de outros grandes veículos. No entanto, até o momento só se tem informações sobre um grande meio de comunicação que se relacionava com os criminosos: a Veja.
Aliás, o blog já ouviu vários jornalistas de renome e nenhum deles reconheceu ter mantido qualquer tipo de contato com Cachoeira e companhia limitada, apesar de a revista Veja afirmar que “todos” os jornalistas de “todos” os grandes veículos falavam ou se encontravam fisicamente com ele o tempo todo, como os seus.
Se isso fosse verdade, a investigação da Polícia Federal deveria ter detectado esses outros contatos entre os bandidos e jornalistas, mas, até agora – repito –, só um grande meio de comunicação apareceu conversando ou se encontrando com a quadrilha e com seu chefe.
Supõe-se que outros jornalistas de renome e outros grandes meios de comunicação sairão a campo para confirmar ou negar a informação da Veja, pois ela envolve a todos eles com uma organização criminosa.  E se todos tinham tais relações, resta explicarem por que jamais desconfiaram de nada, pois jamais publicaram matéria alguma denunciando.

Cadê a Abin ? Cadê a Polícia Federal ? A Dilma vai cair ?




O Conversa Afiada reproduz trechos do comentário da amiga navegante Marcia Martins, a propósito do post “Civita e Cachoeira quase derrubam o Lula. Que governo é esse ?”:

Enviado em 01/04/2012

Realmente, não só a esquerda, mas até mesmo a direita precisa repensar a república brasileira. Um marginal (criminoso comum), um empresário de noticias e uma meia dúzia de políticos alugados.


Foi preciso bem mais para derrubar Goulart!!!


Tanto trabalho para uma democracia com 200 milhões de pessoas sucumbir a dez, talvez vinte? Alto lá!


A esquerda (repito pela vigésima vez), ainda não entendeu: construir ferrovia, ponte, até mesmo um sistema educacional melhor é coisa muito boa, sensacional, eu diria.


(…)


Cadê PT? Aproximamo-nos dos dez anos de poder e a cobrança virá violenta do seu próprio eleitor! Institucionalmente mudamos em que?


Não dá para dizer que foi modernizado um Estado em que uma gang das loiras + deputado Zé Mané + panfleto politico derruba uma candidatura eleita e legitima com inverdades!!


Do jeito que está, qualquer aventureiro cria um fato, uma “crise”, um “caos” e lá se vai a redistribuição de renda recorde. E o povo fica na m#$@%!!! De novo!!!!


(…)


Por acaso a ABIN, o serviço de informação da Presidência da República avisou ao Lula e à Dilma que Demóstenes, Cachoeira, Robert(o) Civita e … filmaram a corrupção nos Correios, se uniram à Globo e quase derrubam o Lula ?
A Casa Militar da Presidência avisou ?
A Polícia Federal investigou ?
Alguém do Palácio foi advertido de que o Governo estava para cair ?
Ou não era uma tentativa de Golpe ?
E se estiver para cair hoje ?
A ABIN avisará ?
A Casa Militar ?
A Policia Federal do Zé Cardozo – clique aqui para saber por que os amigos do Dantas o tratam, carinhosamente, de Zé – avisou ?
O Conversa Afiada lembrou à Presidenta Dilma, recém-eleita, que, se ela não controlasse a ABIN e a Polícia Federal iam armar uma cama de gato pra ela.
O sábio Fernando Lyra conta que, quando o Dr. Tancredo o nomeou Ministro da Justiça, foi chamado ao gabinete presidencial provisório, na sede da Fundação Getulio Vargas, em Brasília, e o D. Tancredo lhe disse: você pode nomear quem você quiser e o chefe de Polícia é o Coronel Alencar Araripe.
O PiG (*), por definição, dá o Golpe.
Deu contra Vargas, quase derruba o Juscelino, deu contra Jango e quase derruba o Lula.
E vai tentar derrubar a Dilma.
A Presidenta Dilma manterá o general Assis Brasil no comando do esquema de Inteligência ?
Ou está todo mundo preocupado em preservar a liberdade de imprensa do Robert(o) Civita ?
Clique aqui para ler “O problema não é o Poliedro (não corrija, amigo revisor – PHA) ; quem manda é o Civita”.
Civita adquiriu o poder de intimidar com a gazua da Veja na mão.
De intimidar e vender livros didáticos.
Na Argentina, mandaram ele embora, com a revista Panorama debaixo do braço.
O Brizola perguntava: quantos passaportes tem o Sr. Civita ?
Se não tem uma Ley de Medios, que, pelo menos, se desarme a cama de gato.



Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

As matérias que Cachoeira plantou na Veja

Em 2008 dei início à primeira batalha de um Blog contra uma grande publicação no Brasil.
Foi "O Caso de Veja", uma série de reportagens denunciando o jornalismo da revista Veja. Nela, selecionei um conjunto de escândalos inverossímeis, publicados pela revista. Eram matérias que se destacavam pela absoluta falta de discernimento, pela divulgação de fatos sem pé nem cabeça.
A partir dos "grampos" em Carlinhos Cachoeira foi possível identificar as matérias que montava em parceria com a revista. A maior parte delas tinha sido abordada na série, porque estavam justamente entre as mais ostensivamente falsas.
Com o auxílio de leitores, aí vai o mapeamento das matérias: 
DO GRAMPO DA PF DIVULGADO PELA REVISTA VEJA ESTE FIM DE SEMANA:
Cachoeira: Jairo, põe um trem na sua cabeça. Esse cara aí não vai fazer favor pra você nunca isoladamente, sabe? A gente tem que trabalhar com ele em grupo. Porque os grande furos do Policarpo fomos nós que demos, rapaz. Todos eles fomos nós que demos (...).
Cachoeira: Eu fiquei puto porque ontem ele xingou o Dadá tudo pro Cláudio, entendeu? E você dando fita pra ele, entendeu? (...)
Cachoeira: Agora, vamos trabalhar em conjunto porque só entre nós, esse estouro aí que aconteceu foi a gente. Foi a gente. Quer dizer: mais um. O Jairo, conta quantos foram. Limpando esse Brasil, rapaz, fazendo um bem do caralho pro Brasil, essa corrupção aí. Quantos já foram, rapaz. E tudo via Policarpo.
Graças ao grampo, é possível mapear alguns dos “furos” mencionados pelo bicheiro na conversa entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira com o PM-araponga Jairo Martins, um ex- agente da Abin que se vangloria de merecer um Prêmio Esso por sua colaboração com Veja em Brasília. Martins está preso, junto com seu superior na quadrilha de Cachoeira, o sargento aposentado da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá, fonte contumaz de jornalistas - com os quais mantém relações de agente duplo, levando e trazendo informações do submundo da arapongagem.
O primeiro registro da associação entre Veja e Cachoeira está numa reportagem de 2004, que desmoralizou uma CPI em que o bicheiro era invetigado. Em janeiro daquele ano, Cachoeira foi a fonte da revista Época, concorrente de Veja, na matéria que mostrou Waldomiro Diniz, sub de José Dirceu, pedindo propina ao bicheiro quando era dirigente do governo do Rio (2002). Depois disso, Cachoeira virou assinante de Veja.
As digitais do bicheiro e seus associados, incluindo o senador Demostenes Torres, estão nos principais furos da Sucursal de Brasília ao longo do governo Lula: os dólares de Cuba, o dinheiro das FARC para o PT, a corrupção nos Correios, o espião de Renan Calheiros, o grampo sem áudio, o “grupo de inteligência” do PT.
O que essas matérias têm em comum:
1) A origem das denúncias é sempre nebulosa: “um agente da Abin”, “uma pessoa bem informada”, “um espião”, “um emissário próximo”.
2) As matérias sempre se apoiam em fitas, DVDs ou cópias de relatórios secretos – que nem sempre são apresentados aos leitores, se é que existem.
3) As matérias atingem adversários políticos ou concorrentes nos negócios de Cachoiera e Demostenes Torres (o PT, Lula, o grupo que dominava os Correios, o delegado Paulo Lacerda, Renan Calheiros, a campanha de Dilma Rousseff)
4) Nenhuma das denúncias divulgadas com estardalhaço se comprovou (única exceção para o pedido de propina de 3 mil reais no caso dos Correios).
5) Assim mesmo, todas tiveram ampla repercussão no resto da imprensa.
CONFIRA AQUI A CACHOEIRA DOS FUROS DA VEJA EM ASSOCIAÇÃO COM DEMÓSTENES, ARAPONGAS E CAPANGAS DO BICHEIRO PRESO:
1) O CASO DO BICHEIRO VíTIMA DE EXTORSÃO
Revista Veja Edição 1.878 de 3 de novembro de 2004
http://veja.abril.com.br/031104/p_058.html
Trecho da matéria: Na semana passada, o deputado federal André Luiz, do PMDB do Rio de Janeiro, não tinha amigos nem aliados, pelo menos em público. Seu isolamento deveu-se à denúncia publicada por VEJA segundo a qual o deputado tentou extorquir 4 milhões de reais do empresário de jogos Carlos Cachoeira. As negociações da extorsão, todas gravadas por emissários de Cachoeira, sugerem que André Luiz agia em nome de um grupo de deputados.
NOTA: A fonte da matéria são “emissários de Cachoeira”, o “empresário de jogos” que Veja transformou de investigado em vítima na mesma CPI.
2) O CASO DO DINHEIRO DAS FARC
Capítulo 1 - Revista Veja Edição 1896 de 16 de março de 2005
http://veja.abril.com.br/160305/p_044.html
 
Trecho da Reportagem: Um agente da Abin, infiltrado na reunião, ouviu tudo, fez um informe a seus chefes (...) Sob a condição de não reproduzi-los nas páginas da revista, VEJA teve acesso a seis documentos da pasta que trata das relações entre as Farc e petistas simpatizantes do movimento.
Capítulo 2 - Revista Veja Edição 1.899 de 6 de abril de 2005
Trechos da matéria: Na semana passada, a comissão do Congresso encarregada de fiscalizar o setor de inteligência do governo resolveu entrar no caso Farc-PT. Na quinta-feira passada, a comissão do Congresso decidiu convocar o coronel e o espião. Os membros da comissão também querem ouvir José Milton Campana, que hoje ocupa o cargo de diretor adjunto da Abin e, na época, se envolveu com a investigação dos supostos laços financeiros entre as Farc e o PT.
O senador Demostenes Torres, do PFL de Goiás, teme que a discussão sobre o regimento sirva só para adiar os depoimentos. "Para ouvir a versão do governo e tentar dar o caso por encerrado, ninguém precisou de regimento", diz ele.
3) O CASO MAURICIO MARINHO
Capítulo 1 - Revista Veja Edição 1.905 de 18 de maio de 2005
http://veja.abril.com.br/180505/p_054.html
Trecho da reportagem: Há um mês, dois empresários estiveram no prédio central dos Correios, em Brasília. Queriam saber o que deveriam fazer para entrar no seleto grupo de empresas que fornecem equipamentos de informática à estatal.
Foram à sala de Maurício Marinho, 52 anos, funcionário dos Correios há 28, que desde o fim do ano passado chefia o departamento de contratação e administração de material da empresa. Marinho foi objetivo na resposta à indagação dos empresários. Disse que, para entrar no rol de fornecedores da estatal, era preciso pagar propina. "Um acerto", na linguagem do servidor. Os empresários, sem que Marinho soubesse, filmaram a conversa. A fita, à qual VEJA teve acesso, tem 1 hora e 54 minutos de duração.
NOTA: As investigações da PF e de uma CPI mostraram que o vídeo foi entregue à revista pelo PM-araponga Jairo Martins, que “armou o cenário” da conversa com Marinho a mando de concorrentes nas licitações dos Correios.
4) O CASO DOS DÓLARES DE CUBA
Revista Veja Edição 1.929 de 2 de novembro de 2005
http://veja.abril.com.br/021105/p_046.html
 
Trecho da reportagem: (Vladimir) Poleto, (principal fonte da reportagem) até hoje, é um amigo muito próximo do irmão de (Ralf) Barquete, Ruy Barquete, que trabalha na Procomp, uma grande fornecedora de terminais de loteria para a Caixa Econômica Federal. Até a viúva de Barquete, Sueli Ribas Santos, já comentou o assunto. Foi em um período em que se encontrava magoada com o PT por entender que seu falecido marido estava sendo crucificado. A viúva desabafou: "Eles pegavam dinheiro até de Cuba!"
NOTA: A empresa de Barquete venceu a concorrência da Caixa Econômica Federal para explorar terminais de jogos em 2004, atravessando um acordo que estava sendo negociado entre a americana Gtech (antiga concessionária) e Carlinhos Cachoeira, com suposta intermediação de Waldomiro Diniz. O banqueiro teria deixado de faturar R$ 30 milhões em cinco anos.
A armação era para pegar Antonio Palloci, padrinho de Barquete. Pegou Dirceu.
(Detalhes da relação Cachoeira-Gtech na matéria do Correio Braziliense de 26 de
setembro de 2005:
5) O CASO FRANCISCO ESCÓRCIO
Revista Veja Edição 2.029 de 10 de outubro de 2007
http://veja.abril.com.br/101007/p_060.shtml
 
 Chamada no alto, à esquerda: RENAN AGORA ESPIONA OS ADVERSÁRIOS
 
Na semana passada, Demostenes Torres e Marconi Perillo foram procurados por amigos em comum e avisados da trama dos arapongas de Renan. Os senadores se reuniram na segunda-feira no gabinete do presidente do Tribunal de Contas de Goiás, onde chegaram a discutir a possibilidade de procurar a polícia para tentar flagrar os arapongas em ação. "Essa história é muito grave e, se confirmada, vai ser alvo de uma nova representação do meu partido contra o senador Renan Calheiros", disse o tucano Marconi Perillo. "Se alguém quiser saber os meus itinerários, basta me perguntar. Tenho todos os comprovantes de vôos e os respectivos pagamentos." Demostenes Torres disse que vai solicitar uma reunião extraordinária das lideranças do DEM para decidir quais as providências que serão tomadas contra Calheiros. "É intolerável sob qualquer critério que o presidente utilize a estrutura funcional do Congresso para cometer crimes", afirma Demóstenes.
Pedro Abrão, por sua vez, confirma que os senadores usam seu hangar, que conhece os personagens citados, mas que não participou de nenhuma reunião. O empresário, que já pesou mais de 120 quilos, fez uma cirurgia de redução de estômago e está bem magrinho, como disse Escórcio. Renan Calheiros não quis falar.Com reportagem de Alexandre Oltramari (que viria a ser assessor de Marconi Perillo)
NOTA: Demostenes é a única fonte que confirma a versão em que teria sido vítima.
6) O CASO DO GRAMPO SEM ÁUDIO
Capítulo 1 - Revista Veja, Edição 2022, 22 de agosto de 2007
Capítulo 2 - Revista Veja Edição 2073 de 13 de agosto de 2008
http://veja.abril.com.br/130808/p_056.shtml

Capítulo 3 - Revista Veja Edição 2.076 de 3 de setembro 2008
http://veja.abril.com.br/030908/p_064.shtml
 
 Chamada acima do logotipo: “PODER PARALELO”
 
Trecho da matéria: O diálogo entre o senador e o ministro foi repassado à revista por um servidor da própria Abin sob a condição de se manter anônimo.
Trecho da matéria: O senador Demóstenes Torres também protestou: "Essa gravação mostra que há um monstro, um grupo de bandoleiros atuando dentro do governo. É um escândalo que coloca em risco a harmonia entre os poderes". O parlamentar informou que vai cobrar uma posição institucional do presidente do Congresso, Garibaldi Alves, sobre o episódio, além de solicitar a convocação imediata da Comissão de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso para analisar o caso. "O governo precisa mostrar que não tem nada a ver e nem é conivente com esse crime contra a democracia."
NOTA: O grampo sem áudio jamais foi exibido ou encontrado, mas a repercussão da matéria levou à demissão do delegado Paulo Lacerda da chefia da Abin.
7) O CASO DO “GRUPO DE INTELIGÊNCIA” DO PT
Capítulo 1 - Revista Veja Edição 2.167 de 2 de junho de 2010
http://veja.abril.com.br/020610/ordem-casa-lago-sul-p-076.shtml
Trecho da matéria: Não se sabe, mas as fontes de VEJA que presenciaram os eventos mais de perto contam que, a certa altura...
Nota: a “fonte” não citada é o ex-sargento Idalberto Matias, o Dadá, funcionário de Carlinhos Cachoeira, apresentado a Luiz Lanzetta como especialista em varreduras.
Capítulo 2 – Revista Veja Edição de julho de 2010
Trecho de entrevista com o ex-delegado Onézimo de Souza:, que sustentou (e depois voltou atrás) a história de que queriam contratá-lo para grampear Serra: O senhor foi apontado como chefe de um grupo contratado para espionar adversários e petistas rivais?
Fui convidado numa reunião da qual participaram o Lanzetta, o Amaury (Ribeiro), o Benedito (de Oliveira, responsável pela parte financeira) e outro colega meu, mas o negócio não se concretizou.
NOTA: O outro colega do delegado-araponga, que Veja não menciona em nenhuma das reportagens sobre o caso, é o ex-sargento Idalberto Matias, o Dadá, capanga de Cachoeira e contato do bicheiro com a revista Veja (o outro contato é Jairo Martins, o policial associado a Policarpo Junior).
(Confira na entrevista da Folha de S. Paulo com Luiz Lanzetta:
Luis Nassif
No Advivo

ATO CONTRA A PRIVATARIA NA TV CULTURA:

*nesta 3ª feira, no Sindicato dos Engenheiros de SP (leia mais nesta pág) ** Governo lança amanhã pacote de R$ 18 bi proteção à indústria contra a desordem neoliberal** sistema financeiro estatal vai reforçar barragem em defesa da indústria e da infraestrutura  brasileira (LEIA o debate sobre o desenvolvimentismo, nesta pág) ** O cadáver insepulto de Demóstenes Torres aterroriza os dias e as noites da coalizão demotucana e de seu dispositivo midiático** Demos, tucanos & o jornalismo associado querem enterrá-lo o mais depressa possível para evitar as revelações comprometedoras de uma CPI 
A 3 SEMANAS DO PLEITO FRANCÊS, MÉLENCHON VAI A 15%
E SACODE  MODORRA DA ESQUERDA MUNDIAL 

 
Nem Sarkozy, nem Hollande, nem a extrema direita de Marine Le Pen, a grande revelação das eleições francesas chama-se Jean-Luc Mélenchon. E tudo indica que não apenas das eleições francesas. A Frente de Esquerda que o apoia reúne desde o velho partido comunista francês, passando pela esquerda antineoliberal até os ambientalistas consequentes. Só esse feito já o credenciaria a merecer as atenções da esquerda mundial. Mas o mais importante foi ter elaborado essa aliança com um programa que parece ser o que mais se aproxima, por enquanto, do salto político que a esquerda está a dever em resposta à desordem mundial criada pela hegemonia das finanças desreguladas. (LEIA MAIS AQUI)