Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Querem de "verdade" combater à corrupção ?

Os Ministérios Públicos dos Estados e da União compilaram dados dos sonegadores no país. São 480 empresas e 765 pessoas denunciadas.
Quando será que os tais indignados irão EXIGIR a divulgação desta nominata.
Os links são:
http://www.cnpg.org.br/html/index.php?id_texto=18948

http://p-web01.mp.rj.gov.br/Arquivos/Estilo_de_memorando.pdf

Em tratamento contra câncer, Lula raspa cabelo e barba

Em luta contra o câncer, Lula raspa a cabeça e a tradicional barba



O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que realiza tratamento contra um câncer, raspou o cabelo e a barba, marca registrada do político na tarde desta quarta-feira. A decisão prevê antecipar a queda causada pela quimioterapia usada em seu tratamento. Dona Marisa Letícia cortou o cabelo e fez a barba do ex-presidente.
Ontem Lula recebeu a visita do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT). Faixas com mensagens de apoio foram fixadas em frente à sacada do apartamento do ex-presidente. "A gente sempre sai renovado, politicamente e afetivamente, de uma conversa com o Lula. É uma figura humana e política extraordinária", disse Tarso, que presenteou Lula com uma garrafa de vinho tinto produzido em uma vinícola gaúcha.
Fonte: JB on line

Santayana e a miséria americana

Cena do Zuccotti Park, pertinho de Wall Street
O Conversa Afiada reproduz texto de Mauro Santayana, extraído do JB online:

O capitalismo e a miséria americana


por Mauro Santayana


O capitalismo, dizem alguns de seus defensores,  foi uma grande invenção humana. De acordo com essa teoria, o sistema nasceu da ambição dos homens e do esforço em busca da riqueza, do poder pessoal e do reconhecimento público, para que os indivíduos  se destacassem na comunidade, e pudessem  viver mais e melhor à custa dos outros. Todos esses objetivos exigiam o empenho do tempo, da força e da mente.  Foi um caminho para o que se chama civilização, embora houvesse outros, mais generosos, e em busca da justiça. Como todos os processos da vida, o capitalismo tem seus limites. Quando os ultrapassa no saqueio e na espoliação, e isso tem ocorrido várias vezes na História, surgem grandes crises que quase sempre levam aos confrontos sangrentos, internos e externos.


A revista Foreign Affairs, que reflete as preocupações da intelligentsia norte-americana (tanto à esquerda, quanto à direita) publica, em seu último número,  excelente ensaio de George Packer – The broken contract; Inequality and American Decline. Packer é um homem do establishment. Seus pais são professores da Universidade de Stanford. Seu avô materno, George Huddleston, foi representante democrata do Alabama no Congresso durante vinte anos.


O jornalista mostra que a desigualdade social nos Estados Unidos agravou-se brutalmente nos últimos 33 anos – a partir de 1978.  Naquele ano,  com os altos índices de inflação, o aumento do preço da gasolina, maior desemprego, e o pessimismo generalizado, houve crucial mudança na vida americana. Os grandes interesses atuaram, a fim de debitar a crise ao estado de bem-estar social, e às regulamentações da vida econômica que vinham do New Deal. A opinião pública foi intoxicada por essa idéia e se abandonou a confiança no compromisso social estabelecido nos anos 30 e 40. De acordo com Packer, esse compromisso foi o de uma democracia da classe média. Tratava-se de um contrato social não escrito entre o trabalho, os negócios e o governo, que assegurava a distribuição mais ampla dos benefícios da economia e da prosperidade de após-guerra – como em nenhum outro tempo da história do país.


Um dado significativo:  nos anos 70, os executivos mais bem pagos dos Estados Unidos recebiam 40 vezes o salário dos trabalhadores menos remunerados de suas empresas. Em 2007, passaram a receber 400 vezes mais. Naqueles anos 70, registra Packer, as elites norte-americanas se sentiam ainda responsáveis pelo destino do país e, com as exceções naturais, zelavam por suas instituições e interesses. Havia, pondera o autor, muita injustiça, sobretudo contra os negros do Sul. Como todas as épocas, a do após-guerra até 1970,  tinha seus custos, mas, vistos da situação de 2011, eles lhe pareceram  suportáveis.


Nos anos 70 houve a  estagflação, que combinou a estagnação econômica com a inflação e os juros altos. Os salários foram erodidos pela inflação, o desemprego cresceu, e caiu a confiança dos norte-americanos no governo, também em razão do escândalo de Watergate e do desastre que foi a aventura do Vietnã. O capitalismo parecia em perigo e isso alarmou os ricos, que trataram de reagir imediatamente, e trabalharam – sobretudo a partir de 1978 – para garantir sua posição, tornando-a ainda mais sólida.  Trataram de fortalecer sua influência mediante a intensificação do lobbyng, que sempre existiu, mas, salvo alguns casos, se limitava ao uísque e aos charutos. A partir de então, o suborno passou a ser prática corrente. Em 1971 havia 141 empresas representadas por lobistas em Washington; em 1982, eram 2445.


A partir de Reagan a longa e maciça transferência da renda do país para os americanos mais ricos, passou a ser mais grave. Ela foi constante, tanto nos melhores períodos da economia, como nos piores, sob presidentes democratas ou republicanos, com maiorias republicanas ou democratas no Congresso. Representantes e senadores – com as exceções de sempre – passaram a receber normalmente os subornos de Wall Street. Packer cita a afirmação do republicano Robert Dole, em 1982: “pobres daqueles que não contribuem para as campanhas eleitorais”.


Packer vai fundo: a desigualdade é como um gás inodoro que atinge todos os recantos do país – mas parece impossível encontrar a sua origem e fechar a torneira. Entre 1974 e 2006, os rendimentos da classe média cresceram 21%, enquanto os dos pobres americanos cresceram só 11%. Um por cento dos mais ricos tiveram um crescimento de 256%, mais de dez vezes os da classe média, e quase triplicaram a sua participação na renda total do país, para 23%, o nível mais alto, desde 1928 – na véspera da Grande Depressão.


Esse crescimento, registre-se, vinha de antes. De Kennedy ao segundo Bush, mais lento antes de Reagan, e mais acelerado em seguida, os americanos ricos se tornaram cada vez mais ricos.


A desigualdade, conclui Packer, favorece a divisão de classes, e aprisiona as pessoas nas circunstâncias de seu nascimento, o que constitui um desmentido histórico à idéia do american dream.


E conclui: “A desigualdade nos divide nas escolas, entre os vizinhos, no trabalho, nos aviões, nos hospitais, naquilo que comemos, em nossas condições físicas, no que pensamos, no futuro de nossas crianças, até mesmo em nossa morte”. Enfim, a desigualdade exacerbada pela ambição sem limites do capitalismo não é apenas uma violência contra a ética, mas também contra a lógica. É  loucura.


Ao mundo inteiro – o comentário é nosso- foi imposto, na falta de estadistas dispostos a reagir, o mesmo modelo da desigualdade do reaganismo e do thatcherismo. A crise econômica mais recente, provocada pela ganância de Wall Street, não serviu de lição aos governantes vassalos do dinheiro, que  continuaram entregues aos tecnocratas assalariados do sistema financeiro internacional. Ainda ontem, Mário Monti, homem do Goldman Sachs, colocado no poder pelos credores da Itália, exigia do Parlamento a segurança de que permanecerá na chefia do governo até 2013, o que significa violar a Constituição do país, que dá aos representantes do povo o poder de negar confiança ao governo e, conforme a situação, convocar eleições.


Tudo isso nos mostra que estamos indo, no Brasil,  pelo caminho correto, ao distribuir com mais equidade a renda nacional, ampliar o mercado interno, e assim, combater a desigualdade e submeter a tecnocracia à razão política. É necessário, entre outras medidas, manter cerrada vigilância  sobre os bancos privados, principalmente os estrangeiros, que estão cobrindo as falcatruas de suas instituições centrais com os elevados lucros obtidos em nosso país e em outros países da América Latina.

A nova agenda do PSDB

Os tucanos se reúnem (outra vez) 
Marcos Coimbra

Aconteceu mais um encontro do PSDB para discutir e estruturar o que chamam de “nova agenda” que o partido pretende apresentar ao País. Nas palavras do ex-senador Tasso Jereissati, presidente do Instituto Teotônio Vilela, seu órgão de estudos e pesquisas, foi um evento destinado a repensar o Brasil “para as próximas décadas”.

Realizado no Rio de Janeiro, reuniu as principais lideranças tucanas e alguns técnicos vinculados ao partido. Desses, quase todos eram antigos colaboradores dos governos de Fernando Henrique Cardoso, com participação destacada na formulação do Plano Real e na condução da política econômica.

Quem achar que foi uma oportunidade incomum, engana-se. Não que o PSDB faça seminários assim a toda hora. Mas eles estão longe de ser raros.

Pensando bem, se há algo que não falta aos tucanos é tempo e oportunidade para eles. Há pouco mais de um ano, houve outro quase idêntico, desta feita em São Paulo, no Instituto Fernando Henrique Cardoso. Como ocorreu em agosto, em plena campanha eleitoral, seus principais líderes políticos não compareceram, deixando-o restrito ao ex-presidente e assessores. Seu título era “Transição Incompleta e Dilemas da (macro) Economia Brasileira”, mas o conteúdo não diferia desse de agora. Ele também pretendia formular uma receita para o futuro do Brasil.

Nenhum de nossos partidos congrega seus luminares com tanta frequência. Nem o PT, que tem vida partidária mais intensa e regular. Para não falar nos demais, que costumam fazer seus encontros apenas nas convenções nacionais e estaduais, exigidas pela legislação.

O curioso nessa multiplicação de eventos tucanos é que eles reúnem sempre as mesmas pessoas, para tratar dos mesmos assuntos. Por que são assim?

Alguém, em algum momento (sabe-se lá com qual fundamento), vaticinou que os problemas do PSDB e das oposições nos últimos anos – a começar pelo mais óbvio, suas derrotas para o PT nas eleições presidenciais –, têm uma só origem: a não valorização do “legado de Fernando Henrique”.

De acordo com esse raciocínio, José Serra e Geraldo Alckmin erraram ao não elogiá-lo e foram além, desvalorizando-o. Assim teriam “jogado fora a identidade” e deixado as bandeiras à disposição do PT, que, ardilosamente, as teria tomado.

Tudo que aconteceu de bom com Lula e o PT e tudo que sobreveio de mal para o PSDB teria nascido aí. Mas esse pecado original seria corrigível, desde que houvesse a celebração daquela herança, equivocadamente, abandonada.

Essa tese nada mais é do que uma lenda. Nem Serra nem Alckmin, nem Serra de novo, perderam, porque não “valorizaram o legado de FHC”. Nem, muito menos, Lula e Dilma Rousseff venceram porque se “apropriaram” de seu conteúdo.

A falha fundamental do argumento é esquecer que a opinião pública se mostrou plenamente capaz de fazer sua própria avaliação do “legado de FHC” e o desaprovou. Não por lhe ter sido subtraída “a verdade”, mas por ter feito um balanço de acertos e erros, e chegado a um saldo negativo.

Para o PSDB de hoje e para o conjunto das oposições, o problema do “legado de FHC” não é ser pouco reconhecido, mas o inverso: ser reconhecido até demais. Não é que as pessoas não percebam as coisas boas de seu governo (aquelas que Lula teria, espertamente, surrupiado), mas que as contextualizam em um todo de que não sentem saudade.

E ninguém acredita que tudo o que Lula fez e Dilma está fazendo são continuações canhestras do que herdaram. Quando FHC brada, como no último encontro tucano, “Pegaram o nosso (programa) e (o) executaram mal”, ele pode ganhar o aplauso dos correligionários, mas afronta o sentimento da vasta maioria da sociedade.

Há algo de patético nesses eventos. As fotos que a mídia publica se parecem com as dos encontros de 30 anos das turmas de escola. Todos estão velhos, todos perderam o vigor da juventude. É difícil identificar, no cidadão maduro de agora, o colega de antigamente.

A “turma do Real” envelheceu. Hoje, o compromisso maior de seus integrantes parece ser com as ideias que tinham há 20 anos (fora os que têm com seus próprios bancos). Tanto que permanecem com elas e nem cogitam a possibilidade de revê-las. E que, a cada oportunidade, as repetem como um mantra.

Será que é assim, com as mesmas pessoas, dizendo as mesmas coisas, que as oposições pretendem se apresentar nas próximas eleições? Será que não desconfiam que, em 2014, as ideias de 1994 podem estar velhas? Que, muito mais que homenagear as propostas antigas, precisam se renovar e defender uma nova visão do Brasil?

Será que sua “nova agenda” é permanecer na adoração do passado?.
Leia mais em: O Esquerdopata

POR FAVOR , AJUEM A DIVULGAÇÃO DESTA NOTÍCIA. A MAFIOMÍDIA NACIONAL ESTÁ ESCONDENDO. Especialista: derrame de óleo pode ser 10 vezes maior


O  site de observação de imagens de satélite Skytruth acaba de publicar uma imagem e uma avaliação sobre a mancha causada pelo vazamento de petróleo do poço da Chevron no Campo de Frade, ao largo do Rio de Janeiro.
E a conclusão do geógrafo John Amos, um ativista ambiental que mantém o site há dez anos é de que:
“A  imagem de satélite  MODIS / Aqua da NASA, acima, foi tirada há três dias. Ela mostra uma mancha de óleo aparente originária do local de perfuração e que se estende por 2.379 quilômetros quadrados (o extremo sul da mancha fica aprisionado em um redemoinho no sentido horário interessante nas correntes oceânicas). De 1 micron de espessura, representa um volume de 628 mil galões (14.954 barris) de petróleo.
Supondo que o vazamento começou ao meio-dia em 8 de novembro (24 horas antes de termos observá-lo em imagens de satélite), estimamos uma taxa de vazamento de pelo menos 157 mil galões (3.738 barris) por dia. Isso é mais de 10 vezes maior do que a estimativa da Chevron de 330 barris por dia.”
Amos trabalhou com as coordenadas dos poços enviadas pelo deputado Brizola Neto, pelo twitter, constantes do relatório oficial da ANP sobre as perfurações em andamento e concluídas, que podem ser conferidas aqui.
Hoje, finalmente a ANP divulgou um comunicado em seu site, dizendo que numa reunião de emergência realizada domingo (por que só veio a público hoje?) aprovou-se o plano de emergência apresentado pela Chevron para deter o vazamento e que a diretora da ANP  Magda Chambriard esteve na Sala de Emergência da Chevron acompanhando os trabalhos para conter o vazamento.
Onde fica essa sala de emergência? Quem responde por ela? Em que a empresa baseia suas avaliações? A ANP recebeu fotos da mancha? Tem fotos de satélite dela? Divulgou-as? Ou isso é uma ação privada?
Amanhã, o deputado Brizola Neto vai apresentar um requerimento pedindo a presença dos diretores da ANP e da Chevron para explicar o vazamentio e apresentar as informações que a imprensa não está publicando.
A foto da Nasa é uma prova de que não são  “umas gotinhas” inofensivas, a mancha é imensa. Você pode ver o original aqui e a imagem tratada aqui.
Mesmo contra todo o bloqueio da mídia, vamos defender a verdade. Não é mais possível tratar quase que secretamente um vazamento.
A presidenta Dilma Rousseff exigiu uma investigação completa sobre o vazamento. O Tijolaço está fazendo sua parte.
E esperando que as autoridades públicas façam a delas.

Obama, Sarkozy e Netanyahu. E como a imprensa mente

É para fingir que é assim

O Conversa Afiada reproduz artigo de Luiz Claudio Cunha, publicado no Observatório da Imprensa:

A gafe dos presidentes, a mentira da imprensa

Por Luiz Cláudio Cunha

O fato mais retumbante da fracassada reunião do G-20, dias 3 e 4/11, em Cannes, não saiu em nenhum comunicado oficial, nem nas entrevistas dos líderes das 20 nações mais ricas deste planeta empobrecido. Num descuido técnico capaz de matar de inveja ao inconfidente Julian Assange, vazou no sistema de som da cúpula um diálogo inacreditável dos presidentes da França, Nicolas Sarkozy, e dos Estados Unidos, Barack Obama, desancando um amigo ausente, o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu.

Os jornalistas receberam seus equipamentos de tradução simultânea, enquanto aguardavam a chegada de Sarkozy e Obama para a entrevista coletiva. Os dois presidentes, com aquela sinceridade que só habita documento secreto vazado pelo WikiLeaks, falavam em privado, na sala ao lado, o que nunca diriam em público sobre o primeiro-ministro israelense.

“Não posso nem vê-lo. É um mentiroso”, bufou Sarkozy, em francês. “Se você está cansado, imagina eu, que tenho de lidar com ele todos os dias”, ecoou Obama, sob o solitário testemunho do intérprete. Um descuido jogou esta conversa franca no sistema de som que os jornalistas haviam recebido, minutos antes da coletiva iminente.

Mais espantoso do que o tom cabeludo do papo presidencial entre dois tradicionais aliados de Israel foi o comportamento cúmplice da grande imprensa, que se mostrou uma aliada ainda mais incondicional de Sarkozy e Obama. Esta conversa aconteceu numa quinta-feira (3/11), numa sala reservada do suntuoso Palais des Festivals de Cannes, e foi ouvida casualmente por seis jornalistas de grandes órgãos internacionais, que ainda testavam seus fones de ouvido. Um deles era da Associated Press (AP), uma gigantesca agência de notícias que abastece 1.700 jornais e 5.000 rádios e TVs em 120 países. Outro era da Reuters, a maior e mais antiga agência do mundo, com 14 mil funcionários falando 20 idiomas em mais de 200 grandes cidades do mundo. Apesar disso, ninguém ficou sabendo da conversa ouvida por acaso pelos jornalistas simplesmente porque os jornalistas ocultaram a notícia.

Cortesões do poder

Uma das anônimas testemunhas dessa gafe histórica explicou à agência estatal France Presse (3.000 funcionários em 110 países, com notícias em seis idiomas) a razão de seu deliberado mutismo: “Nós fomos avisados para sermos prudentes e proteger as pessoas do Palácio Eliseu, com as quais trabalhamos todos os dias, e acima de tudo sobre a natureza da conversa, que poderia ser explosiva”.

Outro jornalista, mais servidor público do que servidor do público, o israelense Gidon Kutz, de uma rádio oficial de Tel-Aviv, explicou que os repórteres acharam melhor esconder o que ouviram por “uma questão de correção” e por uma inesperada cortesia com os anfitriões: “Eles não quiseram embaraçar o serviço de imprensa do Governo Sarkozy”.

A rede britânica BBC acrescentou outra vergonhosa explicação dos jornalistas que decidiram dissimular a notícia: “A divulgação do diálogo poderia constranger Sarkozy”, disseram, ocultos no anonimato e encharcados de constrangimento por seu mau profissionalismo.

Com esse inusitado pacto de silêncio, a conversa sem censura de Sarkozy e Obama acabou sendo vítima de uma inusitada autocensura dos repórteres que testemunharam a derrapada presidencial mas preferiram ser servis ao poder, em vez de servir ao público a que deveriam informar. Tudo isso ficou sepultado num obsequioso sigilo durante cinco dias. A conversa vazada da quinta-feira (3) só ganhou as manchetes do mundo na terça-feira (8/11), por obra e graça de um site francês especializado nos bastidores da mídia eletrônica, o Arrêt Sur Images(ASI), algo como “Imagem sob Julgamento”. Os jornalões brasileiros só deram a notícia uma semana depois (quinta, 10/11).

Carne com cenoura

Sustentado apenas pelos assinantes e sem espaço para publicidade, o ASI fez o que o resto da imprensa não conseguiu fazer – reconheceu o conteúdo da conversa vazada como de “utilidade pública” e fez dela um “furo” de repercussão mundial, com esta manchete: “Netanyahu ‘mentiroso’ – a conversação secreta de Obama e Sarkozy”. Até as grandes agências de notícias, que tinham afanado a informação, foram obrigadas a reproduzir a gafe mundo afora para não ampliar o vexame. Ela ganhou destaque até nos sites dos maiores jornais de Israel, com exceção do diário Israel Hayom, conhecido por sua notória intimidade com o premiê Netanyahu desde que foi lançado, em 2007.

O site Arrêt Sur Images é dirigido pelo jornalista Daniel Schneidermann, 53 anos, que escreve semanalmente sobre TV nos jornais Le Monde e Libération. O sucesso de seus comentários o levou a criar em 1995 um programa no canal estatal France 5 com um objetivo claro: “A vocação de Arrêt Sur Images é a reflexão crítica sobre as mídias”. Os jornalistas de TV, incomodados com essa espécie de “observatório televisivo”, apelidaram o programa semanal de Schneidermann de boeuf-carottes (carne com cenoura), gíria francesa para uma repartição pública, a IGS, conhecida como “a polícia das polícias”. Tinha uma audiência média de 7%, o que representava mais de 700 mil telespectadores, mas a fricção interna na rede estatal levou à sua exclusão da grade de programação em setembro de 2007.

Dias depois de sair do ar na TV, o Arrêt Sur Images voltou pela internet, com o mesmo nome e ousadia. Até o blog ganhar visibilidade mundial com o “furo” inesperado de Cannes.

A questão que fica sem resposta não é o previsível mal-estar que dominará os futuros encontros entre os líderes dos Estados Unidos, França e Israel, agora desnudados pela conversa nua e crua de Sarkozy e Obama.

A grande, desafiadora pergunta que paira no ar sobrevoa a gafe monumental da grande imprensa mundial surpreendida em flagrante delito: o que levou à deliberada ocultação de uma notícia de evidente interesse público, de forte implicação política, de grave repercussão internacional no contexto das relações diplomáticas?

A ferida e o manto

É inacreditável que experientes profissionais de grandes órgãos e de redes de comunicação de alcance planetário se vejam, de repente, enredados em questões menores, mesquinhas, provincianas. Não cabe aos jornalistas, em nenhuma circunstância, o delito de esconder deliberadamente uma notícia sob o falso argumento de que ela possa “constranger” o poder ou a autoridade pública.

Nada constrange mais do que a autocensura ou o servilismo da imprensa às instâncias do poder, público ou privado. A imprensa e seus profissionais vivem e dependem da fé pública que deriva de sua eterna vigilância e de sua permanente independência em relação aos governos e aos governantes, em todos os tempos, em todos os lugares.

Os repórteres enviados a Cannes não estavam lá a passeio, para aproveitar as delícias da Promenade de la Croisette, a charmosa avenida a beira-mar lambida pelo sereno Mediterrâneo. Diante do inesperado vazamento, não cabia a eles “proteger” os descuidados funcionários do Palácio Eliseu ou evitar embaraços aos presidentes distraídos. Uma das virtudes dos bons jornalistas é justamente embaraçar governantes e expor as falhas de suas administrações.

Esconder uma notícia não é “uma questão de correção”. É exatamente o contrário. Quando se estabelece um sistema de cumplicidade e uma prática de quadrilha para fazer o que não é correto e para cometer um ato servil que subverte a função essencial do bom jornalismo, abre-se uma ferida de mau comportamento que exige uma discussão aberta e transparente, sem códigos de silêncio ou conluios de sigilo, todos envergonhados, todos vergonhosos.

É surpreendente descobrir que, oculto por trás da grande gafe presidencial de Cannes, havia algo ainda maior, ainda pior: um grave vazamento ético de má conduta da imprensa. A única forma de estancá-lo é abrir, já, um amplo debate sobre este monumental erro coletivo, que abafa até o jornalista mais inocente sob o espesso manto do constrangimento.

Luiz Cláudio Cunha é jornalista.

Datafolha sobre o apoio à PM na USP é uma aberração estatística

No último domingo, o jornal Folha de São Paulo publicou matéria que, além de mau jornalismo, pode ser considerada uma farsa revoltante e uma legítima aberração científico-estatística. Pesquisa do instituto Datafolha, que pertence ao grupo que controla o jornal, foi estampada em sua primeira página sob um título que distorce os fatos e que se baseou em uma grosseira manipulação da base de dados da pesquisa.
Dizem que a melhor forma de esconder alguma coisa é fazê-lo à vista de todos, sobretudo em países em que a opinião pública majoritária, a de classe média – que é a parcela da sociedade que lê jornais – é tão pouco atenta, de cultura geral tão baixa e tão facilmente manipulável como ocorre no Brasil. Foi assim que a Folha deixou ver no próprio título de sua matéria a distorção mal-intencionada e estarrecedora que cometeu.
Vejamos a principal manchete de primeira página que estampou a edição da Folha de São Paulo de 13 de novembro de 2011:
58% dos alunos da USP apoiam a PM no campus”.
A grande má fé nessa matéria, nessa manchete e na própria pesquisa que apurou esse dado saltam aos olhos por várias razões, todas incontestáveis. E o que preocupa não é apenas a ousadia dos autores dessa farsa, mas confiança deles na incapacidade da opinião pública de pensar por si mesma e de enxergar o óbvio, uma confiança que se vê justificada ao se analisar manifestações dessa “opinião pública” que a imprensa expõe em colunas de leitores em jornais e revistas ou em comentários de internautas em sites ou blogs corporativos da grande mídia.
A primeira razão é a que deveria saltar mais aos olhos, mas que quase passa batida. A presença da polícia na USP é uma questão de Segurança Pública e que, portanto, de forma alguma afeta só os alunos da USP, mas a todos aqueles que trabalham na Cidade Universitária, como professores e outros funcionários da instituição, sem falar em quem não trabalha ou estuda por lá, mas que tem que ir ao local pelas mais variadas razões.
A segunda razão é a de que a pesquisa não ouviu só os estudantes que freqüentam a Cidade Universitária, na Zona Oeste da capital paulista, mas outras unidades da Universidade de São Paulo até em outras cidades do Estado, pessoas cujas opiniões sobre o que acontece no campus paulistano têm a mesma validade que as de quaisquer outros cidadãos de qualquer outra parte do país porque essas pessoas não estão expostas ao que se passa por lá.
A terceira razão é a minimização escandalosa da contradição que a pesquisa também revelou à vista de todos e que, aí sim, deveria ter sido a manchete principal de primeira página da Folha de domingo passado se o jornal não tivesse tentado manipular a informação distorcida que seu instituto de pesquisa apurou: apesar de a maioria (58%) do universo pesquisado apoiar a PM na Cidade Universitária, maioria similar (57%) acha que a presença da polícia por lá não adianta nada, sendo que apenas 27% dos pesquisados acha que adianta.
A matéria da Folha e a própria pesquisa Datafolha em tela, além da farsa, também encerram valiosas informações sobre a mentalidade elitista e excludente não só da própria USP, mas da grande imprensa.
Antes de prosseguir, leitor, analise, na foto logo abaixo deste parágrafo, a contraposição das imagens de manifestações dos estudantes que apoiam a PM na USP e dos que são contra.

Certamente o leitor já intuiu o que vem a seguir.
Somem-se as imagens a outros fatos: a matéria da Folha revela que o apoio à PM detectado pelo Datafolha é majoritário entre os alunos de Exatas (77%) e Biológicas (76%), mas é amplamente minoritário entre os alunos de Humanas (54% contra e apenas 40% a favor).
Somemos, finalmente, esse dado sobre as áreas que apóiam ou não a PM à informação que a ombudsman da Folha, Suzana Singer, ofereceu no último domingo, de que “Os alunos de maior poder aquisitivo estão, em geral, nos cursos de engenharia, economia e medicina [exatas e biológicas], não em filosofia, ciências sociais, história e letras [Humanas]”.
Fica perfeitamente claro, portanto, como é ridículo dizerem “filhinhos de papai” os estudantes da USP contrários à PM no campus. Eles pertencem, como se vê, àquela minoria do corpo discente da universidade composta por jovens que muitas vezes são pobres e chegaram com esforço hercúleo à universidade gratuita apesar da falta de condições financeiras, como mostram a pesquisa, os fatos e as fotos.
Este post chega ao fim deixando o leitor com uma reflexão: alguém acredita seriamente que os estudantes que apóiam a PM na USP fumam menos maconha do que aqueles que são contra?

FHC: 96 meses de governo; 95 ministros


E DIZEM QUE A DILMA É QUE NÃO SABE AVALIAR OS SEUS MINISTROS...
A VERDADE SURGE E ACABA COM ESSA CAMPANHA SUJA...



No momento em que se discute a quantidade de trocas de ministros no governo Dilma Rousseff, este blog foi pesquisar sobre os governos de FHC. Sempre é bom relembrar, não é mesmo? 
Pois bem, Fernando Henrique Cardoso ficou 96 meses no poder - (1995/1998 e 1999/202). Neste período teve 95 ministros. Precisa dizer mais?
Confira todos os nomes que passaram pela Esplanada:

A
 
Adib Jatene
Ministro da Saúde
 
Ailton Barcelos Fernandes 
Ministro da Indústria, Comércio e Turismo
 
Alberto Mendes Cardoso
Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional
 
Alcides José Saldanha (D)
Ministro dos Transportes
 
Alcides Lopes Tápias
Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
 
Alderico Jefferson da Silva Lima (E)
Ministro dos Transportes
 
Aloysio Nunes
Ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência
e Ministro da Justiça
 
Antônio de Almendra Freitas Neto
Ministro Extraordinário das Reformas Institucionais
 
Antônio Anastasia
Ministro do Trabalho
 
Antônio Kandir
Ministro do Planejamento
 
Arlindo Porto
Ministro da Agricultura e Abastecimento
 
Arthur Virgílio Neto
Ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência
B
 
Bresser Pereira
Ministro de Reforma do Estado
e Ministro da Ciência e Tecnologia
C
 
Caio Cibella de Carvalho
Ministro do Esporte e Turismo
 
Carlos Albuquerque 
Ministro da Saúde
 
Carlos Melles
Ministro do Esporte e Turismo
 
Caspar Erich Stemmer
Ministro da Ciência e Tecnologia
 
Celso Lafer
Ministério das Relações Exteriores
 
Cláudia Costin
Ministra da Administração Federal e Reforma do Estado
 
Clóvis de Barros Carvalho
Ministro-chefe da Casa Civil
e Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil
D
 
Daniel Andrade Ribeiro de Oliveira
Ministro do Trabalho
 
Dorothea Werneck 
Ministra da Indústria e Comércio
E
 
Eduardo Jorge Caldas Pereira
Ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência
 
Edward Joaquim Amadeo Swaelen
Ministro do Trabalho
 
Élcio Álvares
Ministro da Defesa
 
Eliseu Padilha
Ministro dos Transportes
 
Enio Antônio Marques Pereira
Ministro da Agricultura e Abastecimento
 
Euclides Scalco
Ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência
F
 
Fernando Bezerra
Ministro da Integração Nacional
 
Francisco Dornelles
Ministro da Indústria e Comércio
e Ministro do Trabalho
 
Francisco Luiz Sibut Gomide
Ministro de Minas e Energia
 
Francisco Turra
Ministério da Agricultura e do Abastecimento
 
Francisco Weffort
Ministro da Cultura
G
 
Geraldo Magela da Cruz Quintão
Advogado-Geral da União
e Ministério da Defesa
 
Gilmar Mendes
Advogado-Geral da União
 
Gleuber Vieira
Ministro do Exército
 
Guilherme Gomes Dias
Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão
 
Gustavo Krause
Ministro do Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente
H
 
Hélio Vitor Ramos Filho
Ministro de Minas e Energia
I
 
Iris Rezende
Ministro da Justiça
J
 
João Henrique de Almeida Sousa
Ministro dos Transportes
 
José Abrão
Ministério do Desenvolvimento Agrário
 
José Botafogo Gonçalves
Ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
e Ministro do Turismo
 
José Carlos Carvalho
Ministro do Meio Ambiente
 
José Carlos Dias
Ministro da Justiça
 
José Cechin
Ministros da Previdência Social
 
José Eduardo de Andrade Vieira
Ministro da Agricultura
 
José Gregori
Ministro da Justiça
 
José Israel Vargas
Ministro da Ciência e Tecnologia
 
José de Jesus Filho (E)
Ministro da Justiça
 
José Jorge de Vasconcelos Lima
Ministro das Minas e Energia
 
José Otávio Germano
Secretário-Nacional do Esporte

 
José Serra
Ministro do Planejamento e Orçamento
e Ministro da Saúde
 
Juarez Martinho Quadros do Nascimento
Ministro das Comunicações
L

 
Lélio Viana Lobo
Ministro da Aeronáutica
 
Luciano Barbosa
Ministro da Integração Nacional
 
Luiz Carlos Mendonça de Barros
Ministro das Comunicações
 
Luiz Felipe Lampreia
Ministro das Relações Exteriores
M
 
Pedro Malan
Ministro da Fazenda
 
Marcus Vinícius Pratini de Moraes
Ministro da Agricultura e Abastecimento
 
Martus Tavares
Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão
 
Mauro César Rodrigues Pereira
Ministro da Marinha
 
Mauro José Miranda Gandra
Ministro da Aeronáutica
 
Miguel Reale Júnior
Ministro da Justiça
 
Milton Seligman
Ministro da Justiça
N
 
Barjas Negri
Ministro da Saúde
 
Nelson Jobim
Ministro da Justiça
 
Ney Suassuna
Ministro da Integração Nacional
O
 
Odacir Klein
Ministro dos Transportes
 
Orlando Muniz
Ministro do Desenvolvimento Agrário
P
 
Paulo Jobim Filho
Ministro do Trabalho e Emprego
 
Paulo Renato Souza
Ministro da Educação
 
Paulo de Tarso Almeida Paiva
Ministro do Trabalho 
e Ministro do Planejamento
 
Paulo de Tarso Ramos Ribeiro
Ministro da Justiça
 
Pedro Parente
Ministro-chefe da Casa Civil
Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão
e Ministro de Minas e Energia
 
Pelé
Ministro do Esporte
 
Pimenta da Veiga
Ministro das Comunicações
R
 
Rafael Greca
Ministro de Esporte e Turismo
 
Raimundo Mendes de Brito
Ministro de Minas e Energia
 
Ramez Tebet
Ministro da Integração Nacional
 
Raul Jungmann
Ministro do Desenvolvimento Agrário
 
Renan Calheiros
Ministro da Justiça
 
Roberto Brant
Ministro da Previdência Social
 
Rodolpho Tourinho Neto
Ministro de Minas e Energia
 
Ronaldo Sardenberg
Ministro da Ciência e Tecnologia
S
 
Sarney Filho
Ministro do Meio Ambiente
 
Sérgio Gitirana Florêncio Chagasteles (D)
Ministro da Marinha
 
Sérgio Motta
Ministro das Comunicações
 
Sérgio Silva do Amaral
Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
W
 
Waldeck Ornelas
Ministro da Previdência Social
 
Waldemar Nicolau Canellas Junior
Ministro da Marinha
 
Walter Werner Bräuer
Ministro da Aeronáutica
 
Washington Thadeu de Mello
Ministro da Agricultura
Z

 
Zenildo Gonzaga Zoroastro de Lucena
Ministro do Exército


  Sintonia Fina - Com Texto Livre