Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Como a Folha transformou em “vitória” a derrota do PSDB no TSE

Quatro dias após a reeleição de Dilma Rousseff, o PSDB levou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedido de “auditoria especial” no resultado da eleição presidencial. A ação foi assinada pelo “coordenador jurídico” do partido, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, analisou o pedido do PSDB e, na segunda-feira (3), enviou ao Tribunal Superior Eleitoral um parecer contrário à realização de uma auditoria no resultado da eleição presidencial. E afirmou que o pedido poderia “comprometer a credibilidade da Justiça Eleitoral” e acusou o PSDB de “imprudência”.
No mesmo dia, o TSE divulgou nota dizendo que iria responder “oportunamente” a consulta do partido. E, na última terça-feira (4), em consonância com o PGR, negou o pedido tucano. A Corte Eleitoral recusou a formação de uma comissão de partidos. Contudo, permitiu que o PSDB tenha acesso aos dados solicitados.
No fim da tarde da mesma terça-feira 4, o portal UOL, entre outros, deu a notícia da forma correta. O PSDB, além de perder a eleição, também fracassou em envolver o TSE em sua tentativa de pôr em dúvida a lisura do processo eleitoral.
Abaixo, a manchete na Home do UOL ao fim da tarde de terça feira.

Em seguida, a reportagem a que a manchete remetia.
Então ficamos assim: o PSDB pediu ao TSE que fizesse uma enorme celeuma, envolvendo todos os partidos políticos ao criar uma “comissão especial” para fiscalizar a eleição em segundo turno para presidente, na qual o partido foi derrotado.
Se o PSDB tivesse tido êxito, isso renderia uma enormidade de matérias na imprensa. Haveria cobertura da formação da “comissão suprapartidária”, discussão sobre os nomes indicados pelos partidos, cobertura jornalística da posse dos membros da comissão, colheita de declarações dos representantes dos partidos durante a auditoria etc., etc., etc.
O TSE e o PGR deram uma banana para o PSDB. A Corte Eleitoral respondeu ao partido que, se quiser, pode até fiscalizar os dados – em nenhum país democrático seria vetado aos derrotados em uma eleição que tivessem acesso aos arquivos daquela eleição.
Esse fato político viraria celeuma se tivesse sido fermentado pelo TSE, mas como o resultado não foi o que o Grupo Folha queria a notícia foi jogada para baixo do tapete.
Na edição do dia seguinte (5) da Folha de São Paulo, a derrota tucana não apenas foi transformada em vitória como, talvez por isso, foi escondida, sem destaque na primeira página, como ocorreria caso a Justiça Eleitoral tivesse autorizado um circo em torno da lisura do processo eleitoral.
Leia, abaixo, como a Folha tratou a notícia que outro braço do grupo Folha, o UOL, tratara de forma correta horas antes.
Vejam bem, leitor: “Os deputados tucanos comemoraram”. Mas comemoraram o quê? A derrota do pedido de formação de uma comissão de partidos para auditar a eleição presidencial? Comemoraram a frustração do circo que tentaram armar? Na Folha, sim. Na vida real, não.
Os tucanos perderam, mas a Folha os transformou em vencedores. E depois a mídia diz que os blogs é que são “sujos”.  

O PSDB renegou, a petição aos EUA micou: quem vai embalar o monstrinho da extrema direita?

psiquiatra

A extrema direita brasileira vem sofrendo uma série de humilhações públicas após as eleições.

Aécio Neves, o candidato que se acreditava a salvação contra o “bolivarianismo”, a “venezuelização” ou algo que o valha, perdeu. Na volta ao Senado, tratou o pessoal que o acolheu como uma amante grávida.

“Eu respeito a democracia permanentemente e qualquer utilização dessas manifestações no sentido de qualquer tipo de retrocesso terá a nossa mais veemente oposição”, disse. “Aqueles que agem de forma autoritária e truculenta estão no outro campo político, não estão no nosso campo político”.

(Evitar as manifestações pelo impeachment obedece a uma lógica de sobrevivência política. Collor já foi impedido. Se Dilma for também, quem garante que o próximo da fila não será um tucano?)

Enquanto lhe foi útil, o PSDB alimentou esses fanáticos e não fez nenhuma crítica a discursos golpistas ou simplesmente malucos, desde que fosse contra o adversário. Agora, sinaliza fim de caso.

Uma separação doída. Coordenador da campanha de Aécio, Xico Graziano foi chamado de “petralha”, “comunista”, “safado”, “traíra” etc porque se declarou contra os protestos pelo impeachment. Alckmin disse não aceitar a defesa da “intervenção militar”. Enfim, não sobrou ninguém importante.

A última esperança que havia eram os Estados Unidos. Sim, o companheiro Obama. Qual o quê.

Os inconformados criaram uma petição no site da Casa Branca. Era um apelo para conter os planos “de estabelecer um regime comunista no Brasil – nos moldes bolivarianos propostos pelo Foro de São Paulo.”

Reforçavam que “o Brasil não quer e não se tornará uma nova Venezuela”.

Mais de 120 mil pessoas assinaram. Essas petições servem para qualquer pleito. Qualquer. Recentemente, outros desocupados, mais bem humorados, requereram o desterro de Justin Bieber.

A reposta veio através de uma representante da embaixada americana em Brasília, Arlissa Reynolds, que afirmou que “petições apresentadas nessa página não representam as opiniões do governo dos EUA”.
Arlissa recordou o fato de que seu governo “publicou uma declaração parabenizando a presidente Dilma Rousseff por sua reeleição” e que “o Brasil é um importante parceiro para os Estados Unidos e estamos empenhados em continuar a trabalhar com a presidente Dilma Rousseff a fim de fortalecer as nossas relações bilaterais”. A palhaçada ficou ainda mais triste quando foi revelado que essas cartas são destinadas a “cidadãos norte-americanos”.

Com um repertório baseado em alarmismo, paranoia, golpismo barato, macartismo, anticomunismo de guerra fria, desinformação, má fé e abstinência de Rivotril, a extrema direita ficou com um mico na mão.

Suas lideranças voltam a ser um ex-cantor parecido com Edir Macedo, um “filósofo” obcecado e um ex-comediante lotado no SBT, que levam para as ruas um deputado eleito cujo grande feito foi discursar com uma pistola na cintura, filho de um deputado que já quis fuzilar um presidente e pretende fuzilar outra.

A culpa do fracasso, pelo menos, eles já sabem de quem é. Malditos nordestinos. Maldito Obama. Malditos tucanos. Maldita democracia.

É mentira que o PT, na oposição, pregava o “Fora, FHC!”

Aécio e seu 'exército' tem dificuldade com a matemática e a geografia da derrota e se avocam paladinos da secessão sulista; fatos: no SU e SE, o tucano teve 35,5 milhões de votos, mas Dilma teve 26,6 milhões; no NE, Dilma teve 20 milhões, Aécio, 8 milhões; em MG ele perdeu em 71% dos municípios.
 
Rir, rir: 'A Casa não quer o comando dela na mão do PT hoje. Prefere uma atuação mais isenta' (deputado Eduardo Cunha, que resolveu romper o rodízio na Presidência da Câmara, agora que seria a vez de um petista assumi-la)



Isto é Eduardo Cunha: '(a que me refiro como ideológico?) Aos conselhos populares, à regulação de mídia... Pautas que são ideológicas'(entrevista ao El País)

Isto é Eduardo Cunha: '(aborto?) Sou ra-di-cal-men-te contra. A legislação tem que ser mais rígida para que os médicos sejam punidos com muito mais rigor. Aliás, tenho um projeto nesse sentido' (entrevista ao El País)

Isto é Eduardo Cunha: 'A sociedade é conservadora. O Congresso representa a sociedade. Hoje ele está mais próximo da sociedade do que esteve antes' (entrevista ao El Pais)

Isto é Eduardo Cunha: 'A Casa não quer transferir o seu poder de legislar para um mecanismo de consulta popular prévia'.
 
 Site Carta Maior




Blog cidadania 

O slogan “Fora, PT!”, que permeou a campanha do candidato derrotado à Presidência Aécio Neves, foi ouvido novamente na terça-feira (4/11), durante a chegada do tucano ao Congresso. Aguardavam-no parlamentares e militantes do PSDB entoando gritos de “presidente” e “Fora, PT”





Durante a campanha eleitoral, o slogan “Fora, PT” chegou a figurar no “espaço nobre” da Folha de São Paulo, na seção Tendências/Debates. Um dos mais eminentes ideólogos tucanos, o historiador Marco Antonio Villa, chegou a usar esse slogan como título de artigo.


Durante a recente campanha eleitoral à Presidência, o “fora, Dilma” ou “fora, Lula” ou “fora, PT” foram usados à larga pela militância tucana em seus carrões importados. Esse uso foi estimulado pelo PSDB.



Que fique registrado que o candidato Aécio Neves e seu partido JAMAIS condenaram oficialmente o “fora, Dilma”, entre outros.

Porém, a cada acusação de “golpismo” feitas por petistas – de carteirinha ou não” – os tucanos respondem com a mentira de que, quando era oposição a FHC, o PT adotou o slogan “Fora, FHC”.

Essa mentira vem sendo repetida inclusive por colunistas da grande mídia alinhados ao PSDB, como, por exemplo, Merval Pereira, de O Globo, quem, há 4 dias, afirmou que, quando era oposição, “O PT lançou o grito de guerra Fora, FHC”.


Essa é só mais uma das muitas mentiras e distorções dos fatos que os tucanos e a mídia alinhada com eles não param de espalhar.

À diferença de Aécio Neves e de seu partido, porém, Lula e o PT, quando na oposição, condenaram, OFICIALMENTE, a grita dos setores mais radicais do partido pelo “Fora, FHC”.

Veja bem, leitor, não é que petistas deram declarações soltas contra o slogan igualmente golpista “Fora, FHC”. Foram Lula, o PT e até José Dirceu, em Congresso Nacional do partido, que aprovaram posição oficial contra o “Fora, FHC”.

Não me consta que Aécio e o PSDB tenham feito o mesmo. Nem oficialmente e nem extra-oficialmente. Alguns tucanos, como Geraldo Alckmin ou Xico Graziano, têm condenado o golpismo. Mas Aécio, não. E muito menos o PSDB, ao menos de forma oficial.

E quem diz que Lula e seu partido condenaram OFICIALMENTE o “fora, FHC” não é este blogueiro, mas matéria do jornal Folha de São Paulo de 28 de novembro de 1999, abaixo reproduzida.