Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 13 de março de 2015

Altman: 'hoje é dia de lutar contra o golpismo'





SOBRE IMPEACHMENT, INTERVENÇÃO MILITAR, PROTESTOS E AS REGRAS DO JOGO DEMOCRÁTICO

Se você planeja ir a algum dos protestos agendados no dia 15 PARA PEDIR O IMPEACHMENT da presidente que a maioria dos eleitores brasileiros acabou de reeleger, a sua pretensão é tão estúpida e e o seu propósito é tão antidemocrático que duvido que qualquer argumentação racional e moral possa exercer qualquer efeito sobre sua consciência. Não é com você, portanto, que eu falo.

Se você está pensando em ir exercer o seu direito democrático de demonstração política para berrar pelo RETORNO DOS MILITARES ao controle do Estado brasileiro, violando, de um só golpe, todas as instituições da democracia liberal e o direito de a maioria escolher quem governa o país, também não há o que possa lhe dizer que você já não o saiba: você é um detestável autocrata, inimigo da democracia, amante de tiranias e ditaduras e o quero bem longe de mim.

Se você, então, planeja reivindicar impeachment ou intervenção militar com base no argumento de que já vivemos sob uma DITADURA COMUNISTA BOLIVARIANA, de que o Brasil já é igual à Venezuela e se encaminha para ser uma Cuba (mas você bem queria que fosse um Paraguai para sapecar um impeachment relâmpago na presidente), então o seu caso é ainda mais grave: ou você ou é um delirante e alucinado cuja mente se desapegou da realidade, ou é um ignorantão político do nível samambaia que acreditaria até se lhe dissessem que Dilma é venusiana, ou, enfim, você é simplesmente um canalha, embriagado de má-fé, que sabe que o que afirma não tem o menor cabimento, mas criou uma fantasia que lhe é conveniente para arregimentar uns otários para a sua causa.

Fora essas "razões", entretanto, respeito qualquer outra razão para que você vá protestar, no domingo ou no resto do ano. Na democracia, são válidas todas as razões para se discutir política, mobilizar-se, demonstrar ao sistema político o seu sentimento, protestar contra agendas, políticas e comportamentos. Exceto aquelas que violem ou acintosamente neguem as regras do jogo democrático e os princípios da democracia liberal. Você, por exemplo, não pode achar que as ruas sejam um modo de aferição da vontade do povo melhor do que as urnas, que, aliás, acabaram de se expressar. Você não pode imaginar que a sua vontade, mesmo unida a milhares, talvez milhões de outros que gritam nas ruas, possa imperar sobre a maioria, mesmo que tenha certeza de que a maioria é estúpida e está errada. Você não pode sacar do poder, no urro e no berro, uma presidente que acabou de ser eleita, só porque nem ela nem o seu partido lhe apetecem. Respeitadas as regras da democracia, contudo, todo o resto é legítimo. Proteste, manifeste-se, grite mesmo. Mas jogue limpo, dentro das regras do jogo, como todo mundo sob o contrato social democrático.



Altman: 'hoje é dia de lutar contra o golpismo'


 

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"A hora do combate chegou", diz o jornalista Breno Altman, colunista do 247 e editor do Opera Mundi; ele afirma que o ato promovido nesta sexta-feira pela Central Única dos Trabalhadores em defesa da democracia e da Petrobras será decisivo para romper "o cerco midiático e institucional determinado pela reação oligárquico-burguesa"; ele lembra ainda que não se trata de uma manifestção pró-Dilma; "Não é obrigatório gostar do governo Dilma para descer ao asfalto ou à terra batida nessa hora dramática. Os próprios organizadores da mobilização exigem imediata mudança da política econômica", diz ele; "Poderão estar juntos todos aqueles que estão dispostos a lutar contra o retrocesso, o golpismo e os bandos que ameaçam a democracia"


247 - "A hora do combate chegou", diz o jornalista Breno Altman, sobre as manifestações convocadas pela Central Única dos Trabalhadores para esta sexta-feira, no artigo "Hoje é dia de lutar contra o golpismo".

"O movimento tem caráter suprapartidário e de defesa da democracia. As pessoas não estão sendo chamadas a apoiar o governo da presidente Dilma Rousseff, mas para garantir a legitimidade de seu mandato constitucional", diz ele.

"Quem atender ao convite da Central Única dos Trabalhadores, também se somará à indignação contra a campanha nacional e internacional que tem como alvo a Petrobras. As grandes corporações, os governos imperialistas e a oposição de direita mal escondem seu interesse em sucatear e privatizar a estatal, manipulando as investigações sobre desvios na empresa em favor de suas intenções."

Altman lembra ainda que a manifestação não é pró-Dilma. "Não é obrigatório gostar do governo Dilma para descer ao asfalto ou à terra batida nessa hora dramática.Os próprios organizadores da mobilização exigem imediata mudança da política econômica, com a retirada das medidas do ajuste fiscal, e adoção de uma agenda unitária que represente as aspirações e reivindicações das camadas populares."

Trata-se, sim, de defender o regime democrático. "Não há outro caminho para romper o cerco midiático e institucional determinado pela reação oligárquico-burguesa", afirma. "Com firmeza e generosidade, a partir desta sexta-feira poderá nascer uma frente ampla dos trabalhadores da cidade e do campo, do mundo da cultura e da produção, capaz de ser a coluna vertebral dos que não admitem o país andando para trás."

Leia a íntegra no blog de Breno Altman, em parceria com o 247.


domingo, 7 de dezembro de 2014

Folha manipula gráfico e inverte dado da pesquisa Datafolha

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No último sábado, o autor deste site gravou participação em um programa de debates da TV dos Trabalhadores (TVT) sobre política. Participaram comigo da mesa de debates Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo, jornalista e professor de Jornalismo da ECA-USP, e Renata Mielli, jornalista e membro da diretoria do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.
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Durante o programa, discutiu-se o papel supostamente mais progressista que o jornal Folha de São Paulo vem adotando, com o maior nível de pluralidade político-ideológica de seus colunistas. Lalo e Renata rejeitaram certa percepção deste que escreve no sentido de que, por conta dessa maior pluralidade opinativa, o jornalão paulista, de alguma forma, seria melhor do que os outros grandes jornais.
Segundo Lalo e Renata, a maior pluralidade opinativa do jornal pode até existir em suas páginas internas – e isso não vem de hoje –, mas, tal qual os outros grandes meios da imprensa escrita nacional, a Folha incorre no mesmo tipo de trapaça que seus concorrentes: manipulação de manchetes de primeira página.
Os outros participantes do programa supracitado acertaram na mosca ao me lembrarem desse “pequeno” detalhe que, aliás, venho mencionando há anos em todos os fóruns de que participo e até nesta página.
Com efeito, na capital paulista, mais do que em qualquer parte, as primeiras páginas dos jornais e as capas de revistas semanais constituem um meio de comunicação à parte devido ao hábito pouco salutar dos paulistanos de se “informarem” através de manchetes da imprensa escrita que as bancas de jornal penduram do lado externo.
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Funciona da seguinte maneira: o sujeito lê só a manchete de primeira página e não confere a matéria a que ela remete. Daí, forma sua “opinião” com base em uma frase e sai papagaiando manchetes desses veículos que, via de regra, distorcem a reportagem.
Por conta disso, outros veículos ainda mais tendenciosos apostam alto nessa venda de ideias curtas e prontas que, em segundos, implantam teses de todo tipo na cabeça dos que abraçam essa “fast information”.
Foi o caso da revista Veja, que, ao longo da última campanha eleitoral, distribuiu gratuitamente às bancas de jornal banners gigantescos com acusações a Dilma Rousseff e ao PT que, lendo as matérias da revista, ficava claro que não passavam de ilações.
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Esse fenômeno ocorreu com a manchete principal de primeira página da última edição dominical da Folha, que induziu o leitor à crença em que há uma condenação esmagadora de Dilma pela sociedade por conta do caso Petrobrás.
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Como se vê na imagem acima, a manchete dizendo que “o brasileiro responsabiliza Dilma por corrupção na Petrobrás é o que fica na cabeça de quem passa pela banca de jornal, não compra a Folha e não lê a legenda e o gráfico sob a manchete. Ou seja, a grande maioria passa diante daquela banca de jornal e assimila uma ideia negativa sobre a presidente da República.
A reprodução miniaturizada da capa da Folha (acima) permite entender melhor a situação. Só é possível ver a manchete negativa para Dilma. Note, leitor, como a frase é perfeitamente compreensível mesmo em uma versão miniaturizada da primeira página do jornal, enquanto que todo o resto fica ilegível.
Contudo, se o transeunte chegar perto da banca e parar para ler o resumo da matéria, já começará a descobrir dados que a forma como foi composta a manchete esconde.
Além de a legenda sob a manchete revelar que uma maioria esmagadora de 46% dos entrevistados pelo Datafolha julga que Dilma combate muito mais a corrupção do que seus antecessores – inclusive, mais do que o ex-presidente Lula –, essa legenda ainda diz que a popularidade da presidente passou incólume pelo tsunami de ataques políticos disparados contra si após a eleição em segundo turno.
Aliás, ao lado da legenda, um gráfico mostra dado extremamente negativo para o PSDB:  o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aparece como sendo leniente no combate a corrupção. Com apenas 4% de pesquisados que julgam que em seu governo a corrupção foi mais combatida, FHC perde até para Fernando Collor, que 11% julgam que foi quem mais combateu a corrupção.
Alguns dirão que essa primeira página da Folha em questão traz informações que permitem ver que a manchete sobre a pesquisa Datafolha não é adequada. Contudo, convido o leitor – sobretudo se for de São Paulo – a ficar 10 minutos olhando para uma banca de jornal de algum local movimentado para mensurar quantos efetivamente param para ler de perto – e melhor – as capas das publicações expostas. Ficará claro que uma mísera fração dos transeuntes age assim, o que significa que uma maioria imensa acaba capitando só que a população está acusando a presidente de ser culpada pela corrupção na Petrobrás.
Porém, mesmo para quem se deu ao trabalho de conferir de perto o resumo da matéria que o jornal publicou na primeira página, a ideia de que a grande maioria de 68% culpa Dilma pelos problemas na Petrobrás permanece porque o gráfico com os percentuais dos que acham que a presidente tem responsabilidade foi manipulado.
Vamos isolar o gráfico da primeira página e compará-lo com o que foi publicado na página A4 do jornal, na matéria completa sobre a pesquisa.
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Como se vê, o jornal achou pouco recomendável divulgar na primeira página que apenas 43% julgam que Dilma tem culpa pela corrupção da Petrobrás e que 45% julgam que ela tem pouca ou nenhuma responsabilidade. Assim, juntou os 43% que acusam claramente a presidente com os 25% que, aliados a outras respostas da pesquisa, deixam ver que restringem a responsabilidade de Dilma porque acham que ela combate a corrupção muito mais do que seus antecessores.
Dados adicionais da pesquisa mostram que os 25% que acham que Dilma tem pouca responsabilidade pela corrupção na Petrobrás, na verdade aprovam a conduta da presidente, de modo que não poderiam ter sido agregados aos 43% que a condenam.
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Um outro gráfico mostra que faz muito mais sentido unir os 25% que acham que Dilma tem pouca responsabilidade pela corrupção na Petrobrás com aqueles que aprovam sua atuação e julgam que ela não tem responsabilidade alguma e que combate muito mais a corrupção que seus antecessores. É o gráfico da popularidade da presidente.
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O percentual de 42% julga o governo da presidente ótimo ou bom e se coaduna com a soma dos percentuais que dizem que ela tem pouca responsabilidade pela corrupção na Petrobrás (25%) e que não tem responsabilidade alguma (20%).
Assim, 42% julgam o governo Dilma ótimo ou bom e 45% julgam que ela tem pouca ou nenhuma culpa pela corrupção na Petrobrás, enquanto que 43% a culpam pelos problemas na estatal.
Essa, pois, é a verdadeira pesquisa. Aliás, uma pesquisa surpreendente, dado o tsunami de ataques que Dilma vem sofrendo, inclusive com propostas de impeachment ou mesmo de ser derrubada por golpe militar.
A Folha produziu uma farsa a partir de pesquisa que mostra que a maioria da população que tem opinião formada sobre o caso Petrobrás está apoiando as ações da presidente no combate à corrupção. O jornal chegou ao ponto de manipular um gráfico na primeira página, apesar de tê-lo apresentado corretamente nas páginas internas.
Com este post, portanto, quero cumprimentar os colegas com os quais discuti o cenário político na TV dos Trabalhadores. Eles têm toda razão. A Folha é tão manipuladora e falsária quanto o resto da mídia partidarizada. A diferença desse jornal para o resto da mídia reside apenas no seu grau de cinismo, que é muito maior.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Dilma não vai entrar em um jogo que só interessa à direita

golpista

O Brasil é um país rico. Tem um dos maiores mercados internos do planeta, uma indústria altamente dinâmica e diversificada, uma verdadeira montanha de dólares estocados (colchão cambial) e uma das maiores reservas de petróleo ainda por explorar. Talvez por isso o país esteja resistindo a um crime de lesa-pátria poucas vezes visto.


Se este país não fosse tão rico e se a sua economia não tivesse sido reorganizada ao longo da primeira década do século XXI, com todas as crises políticas que vem vivendo por certo já teria afundado em uma crise econômica, com explosão inflacionária, desemprego em massa, arrocho salarial e uma profunda recessão.

Estamos vivendo essa crise política ininterrupta há um ano e seis meses. As ruas das grandes cidades, de uma hora para outra, viraram palco de protestos de milhares de pessoas de variadas orientações políticas e ideológicas. E, ao contrário dos protestos esparsos de outrora, os da atualidade não têm pauta definida, limitando-se a bradar “contra a corrupção”.

À exceção dos protestos dos sem-teto de São Paulo e alguns poucos similares, esses atos que infernizam o país há um ano e meio são de cunho meramente político. Buscam apenas desgastar o governo Dilma Rousseff, que, ainda assim, acaba de obter nas urnas o apoio da maioria dos brasileiros.

O que se espera de democracias maduras é que os conflitos políticos cheguem a se exacerbar durante processos eleitorais, mas que, manifestada a vontade popular nas urnas, essa vontade passe a ser respeitada. Em situação de normalidade democrática, passadas as eleições os governos recém-eleitos chegam a desfrutar de uma “lua-de-mel”, ou seja, os derrotados no pleito esperam um tempo decente para retomar os ataques políticos.

Como se sabe, não é o que está acontecendo. Desde a redemocratização de fato, em 1989, nunca se viu uma guerra política desse calibre um mês após uma eleição presidencial.

Desde a primeira semana após a votação em segundo turno vem ficando claro que os derrotados se recusam a aceitar a vontade da maioria expressa na eleição. As urnas nem haviam sido apuradas, em 26 de outubro, e “analistas políticos” falavam em “impeachment” de Dilma nas televisões.

Abriram-se, então, várias frentes de questionamento ao mandato popular concedido pela segunda vez à presidente. A guerra no Congresso em torno do que a imprensa chamou de “manobra fiscal”, ou a devassa das contas da campanha petista anunciada e levada a cabo na Justiça Eleitoral, têm objetivos inconfessáveis.
Neste sábado, por exemplo, foram convocadas novas manifestações contra a presidente da República. A convocação partiu do adversário que ela derrotou nas urnas há 40 dias.

Ignorando o envolvimento de seu partido em denúncias de corrupção, Aécio convocou a voltar à rua hoje o que a Folha de São Paulo chamou de nova militância – bandos de extrema-direita que pedem volta da ditadura militar. O objetivo escancaradamente anunciado é o de não deixar diminuir a “mobilização” contra o mandato popular da adversária.

A intenção da oposição e dos maiores grupos de mídia vai ficando bastante clara. A recusa oposicionista em aprovar a mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias, arrancada a fórceps pela base aliada, e as seguidas obstruções no Congresso a todas as matérias de interesse do governo, revelam a intenção de paralisá-lo.
Declaração recente de Aécio Neves no sentido de querer a presidente da República “no chão” significa, por exemplo, fragilizar a relação do governo brasileiro com a comunidade internacional.

Em um quadro político como esse, mesmo com uma equipe econômica “palatável” aos grandes empresários e ao mercado financeiro, não é difícil supor que a grande aposta nessa equipe, de que faria com que os investimentos privados fossem retomados, será frustrada. E sem investimentos não haverá crescimento econômico.

Antes da eleição presidencial, grandes empresários congelaram investimentos de forma a criar uma situação de estagnação econômica que pudesse favorecer a eleição do candidato desse setor da sociedade, o candidato do capital, que quase foi Marina Silva e acabou sendo Aécio Neves.

Houve, também, empresários que pararam de investir por medo do cenário político e do terrorismo econômico da mídia, mas os maiores empresários e investidores pararam de investir para frear o crescimento e dar discurso à oposição.

Agora, com a reeleição de Dilma materializada e com a recusa da oposição e de setores da mídia a aceitar a vontade das urnas, o que pode ocorrer, apesar da equipe econômica “palatável”, é haver medo generalizado de investir, até porque surgem dúvidas quanto à continuidade de um governo que todo dia está sofrendo ameaças de ser derrubado.

O PSDB e os grandes grupos de mídia querem a paralisia do governo a fim de afundar a economia. Anseiam por recessão e desemprego de forma a facilitar um processo de impeachment ou, na melhor das hipóteses, que o país permaneça em crise pelos próximos quatro anos, sem crescimento, com aumento dos problemas sociais e econômicos, de forma a garantir a retomada do poder em 2018.

O Brasil, pois, está sendo sabotado em benefício dos interesses políticos de grupos que, apesar do crescimento oposicionista nas eleições deste ano, ainda não foram capazes de retomar o poder. O sofrimento que essa sabotagem irá impor ao povo é objeto do desejo do PSDB, do DEM, do PPS, do PSB e da grande mídia.

Nesse momento, Dilma, solitariamente, terá que decidir se aceita a guerra aberta que a oposição deseja, com tudo que implica, ou se vai contornando a situação.

Porém, essa reação à altura de Dilma e do PT, amplamente desejada pela militância que apoia a presidente e seu partido, implica em riscos. Por certo que sob a liderança do governo e de sua titular a reação levaria à rua movimentos sociais, sindicatos, enfim, todas as forças que compõem a esquerda. Porém, é preciso refletir sobre tal caminho.

Se você fizer hoje uma caminhada diurna pela avenida Paulista vestindo uma camiseta vermelha, mesmo que não seja uma camiseta do PT com absoluta certeza ouvirá insultos. Se a caminhada for noturna, a chance de agressão física será enorme.

Imagine agora, leitor, se na próxima vez que a oposição levar seus bate-paus para empastelar o Congresso o PT fizer o mesmo, levando movimentos sociais como MST ou CUT para enfrentá-los. Eis que veremos inaugurada uma guerra civil no país. Compatriotas irão se digladiar. Talvez até a tiros. Poderia haver mortos e feridos.

Quem tem visto a truculência dos fascistas de extrema-direita que devem voltar hoje às ruas de São Paulo não tem dúvida de que se uma manifestação como essa deparar com outra de viés político-ideológico inverso, sangue irá correr.

Esse, aliás, é o objetivo claro da direita tucano-midiática. Havendo um caos dessa magnitude dirão que Dilma perdeu o controle do país e não tem mais condições de governar. Eis por que as provocações de Aécio e da mídia não param. Querem que a esquerda entre no seu jogo e o país mergulhe no caos, com violência nas ruas e a economia afundando.

É hora, pois, de manter a cabeça fria. O grupo político que está promovendo esse clima no país é composto por facínoras, hipócritas, capazes de acusar os adversários de corrupção apesar de serem protagonistas de incontáveis escândalos, os quais só conseguem abafar graças ao apoio da mídia corporativa, que lhes proporciona blindagem.

Há momento de atacar e de defender. Se o adversário quer reação, há que negá-la. As provocações de Aécio e seus comparsas não estão sendo premiadas por Dilma porque pretendem convulsionar o país a poucas semanas de a presidente tomar posse do segundo mandato. Não seremos ingênuos fazendo o jogo desses vagabundos.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Fórmula para Dilma vencer o golpismo e terminar seu mandato




Em setembro deste ano da graça de 2014, a taxa de desemprego medida pela Pesquisa Mensal do Emprego, do IBGE, caiu para 4,9% no conjunto das seis regiões metropolitanas pesquisadas na série histórica daquela instituição. Já o salário médio do trabalhador brasileiro subiu para R$ 2.067,10 – um aumento de 1,5% em relação a um ano atrás.
No fim deste mês, serão divulgados os números da PME referentes a outubro, mas já se pode prever que, como vem ocorrendo há mais de uma década, os números serão ainda melhores. Até porque, no segundo semestre o desemprego sempre cai mais, historicamente.
Quanto à inflação (terceira perna do tripé do bem-estar social), para 2014, 2015 e 2016 a meta central é de 4,5%, mas o IPCA, que serve de referência para medir o aumento dos preços, deve oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
No acumulado de 12 meses até setembro, o IPCA somou 6,75% – acima do teto de 6,5% do sistema de metas brasileiro. Entretanto, a meta de inflação refere-se ao período de janeiro a dezembro de cada ano, não à comparação de cada mês com o mesmo mês do ano anterior, de forma que, como ocorre desde que o PT chegou ao poder, a meta de 2014 deve ser cumprida.
Para fechar esse tópico, a cereja do bolo: o rendimento médio do trabalhador em agosto foi de R$ 2.055,55, o que representa um aumento de 2,5% acima da inflação comparado a agosto de 2013 (R$ 2.005,72).
O que esses números significam, é espantoso. Significam, simplesmente, que não há uma razão lógica para que Dilma tenha tido tanta dificuldade para se reeleger. A população não sente mal-estar. Pelo contrário, com os salários subindo, o desemprego caindo e a inflação sob controle, os brasileiros veem suas vidas melhorarem a cada ano.
Alguns cientistas políticos afirmam que, apesar de a qualidade de vida do brasileiro não estar piorando nem estar estagnada, o ritmo de melhora caiu muito – devido à crise internacional, que nos afeta – e, assim, sob o discurso “certo” esse ritmo mais brando de progresso social pode ser caracterizado como “piora” pelos adversários políticos do governo federal.
Além disso, o combate mais intenso à corrupção a partir do governo Lula – com fortalecimento da Polícia Federal e dos órgãos de controle do próprio governo federal – deram aos adversários do PT a possibilidade de confundir a sociedade caracterizando a divulgação de mais casos de corrupção – decorrentes de mais investigação – com “aumento” da corrupção.
Se os adversários dos governos petistas e do próprio PT fossem apenas os partidos políticos, não seria nada. Tivéssemos, no Brasil, uma imprensa imparcial – ou menos parcial –, que noticiasse de forma equânime os problemas que todos os governos enfrentam, não pareceria que tudo caminha às mil maravilhas nos governos estaduais da oposição enquanto que, no âmbito federal, só há roubalheira e piora da economia.
Composto o quadro socioeconômico atual do Brasil, voltemo-nos à verdadeira rebelião que tomou a base aliada do governo Dilma no Congresso logo após a reeleição, com destaque para o PMDB, assustado com a possível hecatombe que a revelação completa das “delações premiadas” pode lhe trazer.
A rebelião em curso decorre, em grande medida, de declarações que a presidente Dilma deu em entrevistas às tevês logo após a reeleição, quando avisou que, no combate à corrupção, não vai deixar “pedra sobre pedra”, o que foi entendido como ameaça por políticos – sobretudo do PMDB – que têm consciência pesada.
Ciente disso tudo, o PSDB e seu novo “golden boy”, Aécio Neves, fizeram um circo no Congresso, com declarações grandiloquentes do novo “líder da oposição”, que foi recebido no Senado como se tivesse vencido a eleição enquanto prometia oposição sistemática a quem o derrotou nas urnas.
Supõe-se, portanto, que a presidente Dilma e seus conselheiros e assessores devem estar dando tratos à bola para formularem um meio de garantir governabilidade tendo uma base aliada em pé-de-guerra, sedenta de cargos e de proteção contra a política do quarto governo consecutivo do PT de combater sem trégua a corrupção.
Essa fórmula de pacificação da base aliada no Congresso passa, infelizmente, pela aliança formal com partidos como o PMDB e algumas legendas de aluguel. Tal fórmula, porém, desagrada profundamente os partidos de esquerda e os movimentos sociais que ao longo dos governos Lula e Dilma acabaram servindo, involuntariamente, como linha auxiliar da direita.
Desde as “jornadas de junho” e o movimento “não vai ter Copa”, os partidos de esquerda e os movimentos sociais – que, no segundo turno, assustados com a possibilidade de a extrema-direita chegar ao poder correram para debaixo das asas do PT e de Dilma – ajudaram a produzir a situação política que vige hoje no Brasil sobretudo por não quererem aceitar a realidade: o brasileiro é conservador e para fazer um povo assim votar na centro-esquerda, só com alianças à direita.
Costumo repetir sempre essa história: em 2012, a revista Fórum entrevistou, via streaming, o então candidato do PSOL a prefeito de São Paulo, Carlos Giannazi. Este blogueiro foi um dos entrevistadores. Perguntei ao candidato justamente sobre governabilidade.
Disse a Giannazi que o partido dele repelia alianças com partidos de direita ou de centro direita não na eleição, mas para governar. Porém, se fosse eleito prefeito dificilmente o PSOL conseguiria governar, pois teria uma bancada extremamente pequena que não lhe permitiria aprovar nada na Câmara Municipal.
A resposta de Giannazi – uma pessoa séria – foi estarrecedora: disse que governaria com pressão popular nas galerias da Câmara.
Trata-se de uma verdadeira loucura. Nem se “as galerias” invadissem o plenário e espancassem os deputados que votassem contra um hipotético prefeito do PSOL seria possível aprovar alguma coisa. A Polícia prenderia os manifestantes e a vida seguiria.
Contudo, mesmo com todos os equívocos da esquerda a partir de junho do ano passado, partidos como o PSOL, o PSTU, o PCB, o PCO e movimentos sociais como o MTST, o MST e outros que compactuaram com as “jornadas de junho” e o “não vai ter Copa” finalmente perceberam que, à diferença do que diziam, o PT não é “igual ao PSDB”.
Durante o primeiro turno da campanha eleitoral à Presidência, a brilhante Luciana Genro chegou a dizer isso. Passada a primeira etapa da eleição, o partido dela e todos os outros grupos de esquerda supracitados apoiaram Dilma extraoficialmente, convictos de que, não, o PT não é “igual ao PSDB” coisa nenhuma.
Aliás, quem melhor definiu o que se conseguiu com as “jornadas de junho” e o “não vai ter Copa” foi o entusiasta de primeira hora desses movimentos, o professor da USP Wladimir Safatle, que quase foi candidato a governador de São Paulo pelo PSOL.
Na Folha, Safatle escreveu um artigo desalentado em que reconheceu no que deu toda a mobilização de seu partido – e da “Rede”, de Marina Silva – em favor das tais “jornadas de junho”.


A partir dali, as mais importantes lideranças do PSOL acabaram ao lado de Dilma. O candidato do PSOL a governador de SP neste ano, Gilberto Maringoni, que passou 2013 e 2014 descendo a lenha no PT, acabou em uma cerimônia de apoio a Dilma pregando sua reeleição. Jean Willys e Marcelo Freixo, mais comedidos e lúcidos, idem.
O fato é que o PSOL e outros partidos e movimentos sociais citados têm boa intenção e foram importantíssimos para a reeleição de Dilma, mesmo que, no que diz respeito aos partidos de esquerda, não tenha havido apoio formal.
Mas por que, então, esses grupos de esquerda ajudaram tanto a fortalecer a direita? Em grande medida, porque não aceitam as alianças do PT com partidos de direita ou centro-direita. Essa esquerda sempre rejeitou a tese da governabilidade, apesar de nunca ter dito como fazer para governar um país conservador só com uma esquerda sem votos.
Note bem, leitor: o PSOL, com tudo que fez em 2013 e 2014, liderando as massas na rua contra o governo Dilma, elegeu míseros 5 deputados. Sim, foi um aumento de bancada de 66,66% em relação aos 3 deputados que o partido elegeu em 2010, mas, ainda assim, uma bancada que não ajuda em nada.
Nesse ponto, reproduzo, abaixo, outro artigo da Folha que mostra muito bem no que deu a mobilização de esquerda – inclusive da direita travestida de esquerda, a “Rede” de Marina Silva – ao longo do último um ano e tanto.

Eis, aí, a contribuição da esquerda extra-PT para fortalecer a direita como se viu ao longo do processo eleitoral recém-terminado. Ou seja: além dos erros do PT e da própria presidente Dilma, a oposição de esquerda entrou com a parte do leão do processo que quase elegeu presidente um mero despachante do canibalismo financeiro internacional.
Porém, não se pode atribuir tudo à oposição de esquerda. Dilma e o PT erraram muito. E o que se teme, agora, é que continuem errando.
Em junho/julho deste ano, a maioria dos brasileiros achava que o desemprego, então no patamar mais baixo da história brasileira, iria aumentar. Três meses depois, apenas 26% acreditavam nisso devido à propaganda eleitoral da reeleição de Dilma, que mostrou um Brasil que o povo não vê na mídia.
Mas como foi que a mídia conseguiu fazer crer aos brasileiros que o país estava afundando e que todos iriam ficar desempregados se a realidade era – e continua sendo – diametralmente oposta?
Em primeiro lugar, as “jornadas de junho” fizeram o país crer que as coisas iam muito mal. Ora, como é possível que tanta gente vá à rua protestar se o país vai bem? Depois, o “não vai ter Copa”, que muitos dos esquerdistas que apoiaram Dilma endossaram aos berros até junho/julho, convenceu o país de que o governo estaria jogando fora o dinheiro da saúde e da educação, o que era – e é – uma balela.
E, a isso, somou-se o envenenamento diário da sociedade pela mídia, com seu noticiário seletivo sobre corrupção e seu terrorismo econômico, que contaram com a colaboração da presidente da República e de seu partido, que passaram quatro anos apanhando calados.
Aliás, em 26 de setembro último este blogueiro, entre outros, entrevistou a presidente no Palácio da Alvorada e lhe fez uma pergunta que estava na cabeça de todos, mas que jamais havia sido feita a ela: perguntei por que o governo Dilma apanhou calado desde janeiro de 2011 até havia pouco e se iria continuar apanhando calado.
Dilma respondeu que não queria “ir por esse caminho” – do confronto –, mas que havia concluído que “não teria outro jeito”, o que permite supor que ela e seu partido não repetirão o erro de permitir que a mídia continue envenenando a sociedade contra o governo federal, um envenenamento que se dá em pequenas e ininterruptas doses diárias.
Todo santo dia sai uma notícia envenenadora da sociedade, seja sobre corrupção ou sobre terrorismo econômico. Parece aquela novela recente da Globo em que um rico dono de hospital abandou a esposa pela amante, que depois o cegou envenenando-o paulatinamente, dia após dia.
A fórmula para Dilma nem terminar seu 2º mandato, pois, será repetir o primeiro, deixando que a mídia vá envenenando a população contra si. Isso além de desprezar os movimentos sociais e sindicais e os partidos de esquerda que podem até não ter voto, mas têm muita capacidade de pôr gente na rua.
Na entrevista com a presidente, este blogueiro lhe disse que ela deveria usar o “púlpito” natural que o cargo lhe confere para responder aos ataques da mídia oposicionista. Ela respondeu que, em campanha eleitoral, dá para responder devido ao horário eleitoral, mas que, fora desse período, não dá para ficar indo à teve responder a cada ataque.
Dilma tem razão. Se ficar convocando redes nacionais para rebater os ataques da oposição ela correria até o risco de cometer crime de responsabilidade por usar um equipamento público (rede nacional) para fazer política. Mas a presidente pode convocar entrevistas coletivas. A mídia não poderá deixar de reproduzir o que uma presidente da República disser.
Por fim, os partidos de esquerda que já descobriram que o PT não é igual ao PSDB precisam pensar em crescer. Só assim um governo de esquerda como o de Dilma não precisará se aliar a partidos como PMDB, PP, PSD e outros lixos que, apesar de serem o que são, dispõem-se a dar sustentação ao governo, ainda que em troca de cargos.
Como pode um partido como o PSOL – que, nas “jornadas de junho”, ajudou a levar dezenas de milhares às ruas – só conseguir eleger míseros 5 deputados? O problema está na visão de partidos como esse de que têm que dizer tudo independentemente do efeito eleitoral que isso vier a causar.
Darei um exemplo. Luciana Genro, ex-candidata do PSOL a presidente, é uma mulher brilhante. Sua oratória é um show – se Dilma falasse como ela, teria triturado Aécio. Porém, no início da campanha eleitoral, em um dos debates entre os candidatos, atacou as religiões em um país em que cerca de 90% do povo é religioso.
É ou não é uma espécie de haraquiri político?
Esses partidos de esquerda precisam fazer cálculos políticos. Não há outro jeito. Ou melhor, há: ficarem no “honestismo” infantil enquanto a direita domina tudo e joga o povo na miséria, na desigualdade e na ignorância.
Fica aqui, pois, o vaticínio de alguém que alguns julgam que costuma acertar: Dilma só termina seu governo se impedir que o envenenamento diário da mídia atue solto e se se mantiver próxima dos movimentos sociais e sindicais, chamando para seu governo partidos de esquerda e, eventualmente, oferecendo-lhes cargos.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

É mentira que o PT, na oposição, pregava o “Fora, FHC!”

Aécio e seu 'exército' tem dificuldade com a matemática e a geografia da derrota e se avocam paladinos da secessão sulista; fatos: no SU e SE, o tucano teve 35,5 milhões de votos, mas Dilma teve 26,6 milhões; no NE, Dilma teve 20 milhões, Aécio, 8 milhões; em MG ele perdeu em 71% dos municípios.
 
Rir, rir: 'A Casa não quer o comando dela na mão do PT hoje. Prefere uma atuação mais isenta' (deputado Eduardo Cunha, que resolveu romper o rodízio na Presidência da Câmara, agora que seria a vez de um petista assumi-la)



Isto é Eduardo Cunha: '(a que me refiro como ideológico?) Aos conselhos populares, à regulação de mídia... Pautas que são ideológicas'(entrevista ao El País)

Isto é Eduardo Cunha: '(aborto?) Sou ra-di-cal-men-te contra. A legislação tem que ser mais rígida para que os médicos sejam punidos com muito mais rigor. Aliás, tenho um projeto nesse sentido' (entrevista ao El País)

Isto é Eduardo Cunha: 'A sociedade é conservadora. O Congresso representa a sociedade. Hoje ele está mais próximo da sociedade do que esteve antes' (entrevista ao El Pais)

Isto é Eduardo Cunha: 'A Casa não quer transferir o seu poder de legislar para um mecanismo de consulta popular prévia'.
 
 Site Carta Maior




Blog cidadania 

O slogan “Fora, PT!”, que permeou a campanha do candidato derrotado à Presidência Aécio Neves, foi ouvido novamente na terça-feira (4/11), durante a chegada do tucano ao Congresso. Aguardavam-no parlamentares e militantes do PSDB entoando gritos de “presidente” e “Fora, PT”





Durante a campanha eleitoral, o slogan “Fora, PT” chegou a figurar no “espaço nobre” da Folha de São Paulo, na seção Tendências/Debates. Um dos mais eminentes ideólogos tucanos, o historiador Marco Antonio Villa, chegou a usar esse slogan como título de artigo.


Durante a recente campanha eleitoral à Presidência, o “fora, Dilma” ou “fora, Lula” ou “fora, PT” foram usados à larga pela militância tucana em seus carrões importados. Esse uso foi estimulado pelo PSDB.



Que fique registrado que o candidato Aécio Neves e seu partido JAMAIS condenaram oficialmente o “fora, Dilma”, entre outros.

Porém, a cada acusação de “golpismo” feitas por petistas – de carteirinha ou não” – os tucanos respondem com a mentira de que, quando era oposição a FHC, o PT adotou o slogan “Fora, FHC”.

Essa mentira vem sendo repetida inclusive por colunistas da grande mídia alinhados ao PSDB, como, por exemplo, Merval Pereira, de O Globo, quem, há 4 dias, afirmou que, quando era oposição, “O PT lançou o grito de guerra Fora, FHC”.


Essa é só mais uma das muitas mentiras e distorções dos fatos que os tucanos e a mídia alinhada com eles não param de espalhar.

À diferença de Aécio Neves e de seu partido, porém, Lula e o PT, quando na oposição, condenaram, OFICIALMENTE, a grita dos setores mais radicais do partido pelo “Fora, FHC”.

Veja bem, leitor, não é que petistas deram declarações soltas contra o slogan igualmente golpista “Fora, FHC”. Foram Lula, o PT e até José Dirceu, em Congresso Nacional do partido, que aprovaram posição oficial contra o “Fora, FHC”.

Não me consta que Aécio e o PSDB tenham feito o mesmo. Nem oficialmente e nem extra-oficialmente. Alguns tucanos, como Geraldo Alckmin ou Xico Graziano, têm condenado o golpismo. Mas Aécio, não. E muito menos o PSDB, ao menos de forma oficial.

E quem diz que Lula e seu partido condenaram OFICIALMENTE o “fora, FHC” não é este blogueiro, mas matéria do jornal Folha de São Paulo de 28 de novembro de 1999, abaixo reproduzida.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O vazamento de uma pesquisa que nem tinha sido foi feita

DATAFOLHA3

Até tu, Valor Econômico?

Do viomundo.

por Roberto Vasques* e Felippe Ramos**

Às 14h desse 14 de outubro, os fatos pareciam não deixar dúvida: o jornal Valor Econômico havia aderido à campanha de Aécio. Ou não? Vamos aos fatos.

Com direito a manchete em sua página de internet e retuitada ao instante, a matéria “Rumores eleitorais tornam a rondar mercados; Bovespa e dólar sobem”, do jornal Valor Econômico (cujos donos, cabe lembrar, são Grupo Folha e Organizações Globo, com cotas iguais de 50%) anunciava um “rumor” que teria impactado no ânimo dos “mercados” e justificaria a subida repentina do dólar e da Bovespa no final da manhã desta quarta-feira: Aécio apareceria 8 pontos na frente de Dilma na pesquisa do Datafolha (cujo único dona é o Grupo Folha) com resultado previsto para ser anunciado na quinta-feira, 15 de outubro.

Qual seria o espanto? O fato da pesquisa ter sido contratada em parceria justamente pela Folha da Manhã e a Rede Globo?

Não, a endogamia total entre Folha e Globo não é o problema em questão. Muito menos o fato de Globo e Folha, contra todas as evidências (ai está o manchetômetro da UERJ), não assumirem suas predileções políticas – embora nesse caso nos pareceria mais honesto e republicano se seguissem o modelo de grande parte dos órgãos de imprensa internacional e assumissem em editorial sua posição política, uma vez que ela existe e é mais ou menos clara.

O leitor já cansado desta prosa nos perguntaria ansioso? Afinal, qual o incômodo?

Ora, uma rápida busca no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) esclarece a questão: segundo o Tribunal, a referida pesquisa do Datafolha (protocolo no TSE número BR-01098/2014), encomendada por Folha e Globo, tem prevista a realização das entrevistas e tratamento dos dados para os dias 14 e 15 de outubro, com a publicação dos resultados, como de costume, no Jornal Nacional, na noite do próprio dia 15.

Fonte: http://pesqele.tse.jus.br/pesqele/publico/pesquisa/Pesquisa/visualizacaoPublica.action?id=28424

Ora, como foi possível “vazar” para os “mercados”, na hora do almoço do dia 14, uma pesquisa ainda a ser realizada ao longo dos dias 14 e 15?

É difícil imaginar que tivesse havido tempo hábil para o Datafolha realizar as previstas 9260 entrevistas (ao menos parte relevante delas) ao longo de uma manhã, processar os dados, chegar a algum resultado parcial e que os mesmos supostamente tivessem sido “soprados” aos mercadeiros de plantão.

Ou será que estamos tão por fora da dinâmica do trabalho de pesquisa que o Datafolha já no final da manhã do primeiro dia (em cerca de 4h) tem boa parte de sua amostra realizada e tratada e passível de ser alvo de um vazamento?

Ainda que o diretor do Datafolha afirmasse que tecnicamente é possível chegar a essas conclusões em uma manhã, seria o caso de ganhar tanto destaque (manchete e twitter) justamente em um órgão de imprensa, o  

Valor Econômico, pertencente a Globo e Folha?

Não estaria mal se o Datafolha e Valor Econômico se pronunciassem a respeito. A matéria do Valor foi assinada por 4 jornalistas. Eles queriam compartilhar a fama do “furo”? Ou a intenção foi proteger-se, em coletivo, ao anunciar algo tão escandaloso?

Com a palavra, o Valor Econômico.

Fonte: http://www.valor.com.br/financas/3734826/rumores-eleitorais-tornam-rondar-mercados-bovespa-e-dolar-sobem

* Doutorando em Ciência Política; ** Sociólogo

Leia também:

A lista dos parentes de Aécio que estavam no governo de Minas em 2006

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

ÚLTIMO DEBATE NA GLOBO: “O MAIS SÓRDIDO DA MINHA VIDA!” Vai ser assim: o melhor do Collor e o pior da Dilma …

Alberico e Ronald: os albericos mudam, mas a cadeira é a mesma, não é, Mino ?

O amigo navegante Sergio Figueiredo envia essa peça histórica, uma das mais sórdidas da historia do “jornalismo” de televisão no mundo !

É o que a mesma Globo se prepara para fazer no último debate, na ante-vespera da eleição.

Os albericos mudam, mas O Golpismo, construído no manchetômetro, se senta na mesma cadeira.


Em tempo: compare a dignidade do editor Octavio Tostes com a de seus superiores, Alberico e Ronald … Não é à toa que o Mino diz que, no Brasil, os jornalistas são piores que os patrões.

Clique aqui e veja que o Boni admite que a Globo trabalhou para o Collor 


Paulo Henrique Amorim


domingo, 25 de maio de 2014

O leitor que entrou na loja para protestar contra a síndrome do viralata



Postei agora há pouco este link que resume a sensação de um bom observador de que há uma ação generalizada para menosprezar nossa cultura, nossa democracia e o Brasil. Pode ser ação política dos americanizados de sempre. Pode ser qualquer coisa.
Muitos acreditam que tudo isso se trata sempre de teoria da conspiração. Pode ser. Pode ser coincidência, pode ser senso comum. Mas me desagrada. Ontem à noite, fui ao Rio Sul e vi a vitrine abaixo, da loja Ellus do térreo. Fiquei muito puto da vida. Fotografei, entrei na loja e dei um esporro bem grande no gerente. Ele ficou com uma cara de bunda gigantesca. Eu queria que mais brasileiros tivessem atitude e patriotismo para brigar contra uma coisa dessa.
Como é que o cara tá lucrando no Brasil, vendendo camisas de malha a mais de cem reais e chama, na vitrine, meu país de atrasado? Qualé Nelson Alvarenga? Além de ser uma ofensa a todos os passantes brasileiros, trata-se de uma propaganda negativa do país num momento em que ruas e shoppings estarão lotados de turistas. Ou seja, é burrice, estupidez pura.
Qualé a sua, Adriana Bozon?

Vai ofender a pqp, Ellus.

PS do Viomundo:  O sonho da Ellus é morar em Miami.

Leia também:

Comentário opedeuta :  Ao lado a cara de babaca do Mickey que bem caracteriza os babacas que lhe dão atenção 

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

QUEM É A DIREITA BRASILEIRA?