Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 8 de setembro de 2013

Após 43 anos, mascarados e democratas ainda se enfrentam


A imagem que encima este texto foi capturada em 1970. Mostra Dilma Rousseff, aos 22 anos, sendo interrogada em um tribunal da ditadura militar. Descoberta pelo jornalista Ricardo Amaral em arquivos esquecidos, a foto foi amplamente divulgada e comentada ao final de 2011 e chegou a ser reproduzida em uma matéria da revista Época.
A força da imagem está em seu simbolismo, o qual ganha sentido ainda maior tantas décadas depois. Ironicamente, no dia de comemoração da Independência do Brasil os mesmos grupos militares que esconderam os rostos naquele ano de 1970 continuam tentando dobrar a mesma jovem, hoje uma sexagenária, ainda protegidos pelo anonimato.
O mais doloroso é que esses covardes que escondiam os rostos ontem ao interrogar uma garota indefesa que tinham torturado cruelmente semanas antes, hoje manipulam jovens de classe média como era Dilma com o propósito, mais uma vez, de golpearem a democracia.
Os protestos convocados para ocorrer em 7 de setembro de 2013 contra o Partido dos Trabalhadores foram engendrados pelo grupo Anonymous, que se notabilizou por usar como símbolo e instrumento máscara elaborada pelo quadrinista britânico Alan Moore para uma “graphic novel” chamada “V for Vendetta” (V de vingança) lançada em 1982 com o fim de denunciar regimes autoritários. Ironicamente, o Anonymous e os militares usurparam aquele símbolo em favor dos entusiastas da ditadura militar brasileira.
O principal item da pauta de “reivindicação” do Anonymous nos protestos de 7 de setembro vem sendo comemorado por sites de extrema-direita de viés racista, homofóbico e que pregam um novo golpe militar.
O grupo que usa a máscara criada por Alan Moore exige “a prisão imediata dos mensaleiros”. E como alvo principal desse movimento, um companheiro de luta de Dilma durante a Ditadura, condenado à prisão em um processo obscuro e cheio de questionamentos. Mais uma vez, Dilma e José Dirceu enfrentam a ditadura.
Agora, porém, são seus filhotes, meninos e meninas de classe média entorpecidos por preconceitos de todo tipo e pelo desamor à democracia que lhes foi inoculado por uma criação irresponsável, perdulária, egoísta.
Brincando de “revolucionários”, os moleques mimados gostam de arrotar “coragem” apesar de se mascararem sem a menor necessidade, pois hoje os que estão por trás dos protestos de 7 de setembro vivem em um país democrático em que todos podem dizer o que quiserem publicamente sem medo de serem torturados e até assassinados.
Milhões de reais foram gastos para organizar os protestos de 7 de setembro. Gastaram fortunas com transporte, alimentação e tudo mais de que precisarem os mascarados que irão às ruas pedir violação do Estado de Direito ao exigirem que os que lutaram para defender a democracia sejam encarcerados antes do fim do julgamento obscuro a que foram submetidos.
A ironia final da situação que este texto comenta reside no fato de que os alvos dos protestos chegaram ao poder após lutarem para que os que agora manipulam jovens desorientados tivessem liberdade garantida para fazerem o que não permitiram durante os vinte anos de ditadura que impuseram ao Brasil: criticar o governo.
Os militares e o grupo Anonymous engendraram os protestos de 7 de setembro para pedir as cabeças, sobretudo, de José Dirceu e José Genoino, que lutaram para que todos pudessem ir às ruas dizer o que quisessem sob um governo do qual discordam. E sem necessidade de golpistas esconderem de novo os rostos, como fizeram na foto de 1970.

Onde está a indignação contra a violação da soberania nacional? ESPIONAGEM DOS EUA INVADIU COMUNICAÇÕES DA PETROBRAS


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8 de setembro de 2013 | 07:00

Esse é um daqueles artigos que merecem rodar por todos os principais sites e blogs políticos do país.
Os patriotas que aliviam para a CIA
Por Saul Leblon, na Carta Maior
O governo brasileiro deve um pronunciamento à Nação sobre as violações cometidas pelo serviço de espionagem dos EUA contra o país.
Não há motivo para subtrair à sociedade aquilo que já está em mãos indevidas, fervilha nos bastidores e é intuído do noticiário.
A CIA recolheu ilegalmente e compartilhou, para uso comercialmente desfrutável, dados reservados e informações estratégicas, estas sobretudo de natureza econômica, configurando-se um ato evidente de transgressão de soberania.
Ademais de roubo, puro e simples de segredos comerciais.
A afanosa invasão, como outras mundo afora –ou não havia interesse no petróleo iraquiano?– faz-se acompanhar do inexcedível traço imperial.
Sempre em nome da luta contra o terrorismo, não se poupou, sequer, o circuito de informação no âmbito da Presidência da República brasileira.
Violou-se correspondência eletrônica reservada da Presidente Dilma.
Aparelhos celulares de seu uso exclusivo foram grampeados; mensagens capturadas. Quem garante que os de acesso particular não sofreram idêntico tratamento?
Não há limites.
Tudo feito com a complacência ou a parceria pura e simples de residentes. Empresas, inclusive.
Carta Maior já havia demonstrado, em reportagens exclusivas e exaustivas, em julho último, o intercurso entre espionagem e corporações norte-americanas no Brasil.
No caso, o protagonista era uma das maiores corporações de consultoria do mundo.
Contratada no governo FHC para ‘pensar’ planos estratégicos, a Booz Allen, na qual trabalhava o ex-agente da CIA, Edward Snowden, operou no Brasil pelo menos até 2002.
De um lado, como guarda-chuva de uma base de espionagem da CIA no país.
Simultaneamente, como mentora intelectual de uma série de estudos e pareceres, contratados pelo governo do PSDB.
O objetivo era pavimentar o alinhamento carnal do mercado brasileiro com a economia dos EUA. Tracejar a free way da ALCA.
No acervo desse ‘impulso interativo’ listam-se estudos como o dos Eixos Nacionais de Integração e Desenvolvimento.
Realizados por um consórcio lierado pela Booz Allen, sugestivamente receberiam o nome fantasia, bote fantasia nisso, de “Brasiliana”.
Dois eixos centrais da adesão tucana ao desenvolvimento dependente e subordinado beberam desse manancial: o “Brasil em Ação” e o “Avança Brasil”.
A versátil Booz-Allen teria, ainda, robusta influência na reforma do sistema financeiro nacional.
A ênfase nas privatizações de bancos públicos obedecia a diretriz predominante então, de adesão incondicional à supremacia das finanças desreguladas.
O que antes era lubrificado assim, por uma identidade de propósitos e a natureza gêmea dos governos dos dois lados, hoje só se viabiliza na violação delinquente de informações que lastreiam o poder de Estado e o poderio econômico da Nação.
Um foco prioritário do grampo é o pré-sal. As petroleiras internacionais querem saber se a regulação soberana das maiores reservas descobertas no planeta, no século XXI, tem lastro político e financeiro para se sustentar.
Ou por outra, se os índices de nacionalização que guarnecem o impulso industrializante embutido na regulação do pré-sal vieram para ficar.
Interessa, naturalmente, o calendário da exploração, o fôlego da Petrobrás para assumir a condição de parceiro cativo em qualquer poço, ademais das avaliações sigilosas das novas descobertas em curso.
Enfim, tudo o que possa ser útil à apropriação da maior faia possível de uma riqueza estimada, por enquanto, em até 60 bilhões de barris.
Leia-se esse número seguido da informação de que a matriz energética do planeta ainda depende 57% do petróleo.
O resultado explica a gula que ordenou as violações, o despudor das escutas palacianas e a ousadia das decodificações perpetradas pela espionagem gringa.
Embora revelados originalmente pela TV Globo, de conhecidas tradições, avulta desse episódio a reação lhana e a cordura no trato que o assunto mereceu da parte de colunistas da indignação seletiva.
A exemplo deles, nenhum editorial, salvo engano, tampouco manchetes garrafais foram hasteadas no alvorecer nacional, com as cores da indignação patriótica.
Animadoras de programa de culinária não trocaram o colar de tomate pela túnica verde amarela para protestar contra Obama.
Uma sigla dotada de forte simbologia antipopular como a CIA foi poupada na identificação do braço operante da espionagem contra o país.
Em plena Semana da Pátria, a americanofilia do jornalismo embarcado aliviou para a CIA.
Não se diga que se trata de um traço constitutivo de serenidade editorial.
Recorde-se, por exemplo, a reação beligerante da emissão conservadora em maio de 2006, quando a Bolívia decidiu nacionalizar a exploração dos negócios de petróleo e gás no país.
O presidente Evo Morales ordenaria a ocupação pelo Exército dos campos de produção das empresas estrangeiras no país, entre elas a brasileira Petrobras.
Colunistas de brios nacionalistas até então desconhecidos, desembainharam seu amor recolhido pela estatal criada por Getúlio.
E cobraram do então governo Lula uma intervenção enérgica contra o atrevimento boliviano.
Respingava da ira espumante o desejo incontido de uma invasão reparadora.
Idêntico brado varonil ecoa com regularidade, sempre que se trata de cobrar do governo ‘petista’ uma respostas às medidas protecionistas adotadas pela Casa Rosada, para preservar o que restou da manufatura argentina depois de Menem & Cavallo.
Nem é preciso regredir tanto no calendário.
Tome-se o paradoxo dos dias que correm, protagonizado por jalecos corporativos, americanófilos golberianos e colunistas de baixa densidade intelectual, mas enorme disposição servil.
Formou esse pelotão uma verdadeira trincheira de animosidade ‘patriótica’ contra a ‘invasão negreira’, assim denominado o desembarque dos doutores cubanos engajados no programa ‘Mais Médicos’.
Pendores nacionalistas desconhecidos até então emergiram à flor da pele.
A aguerrida defesa da extensão dos direitos trabalhistas aos visitantes ecoava das mesmas gargantas, ásperas, de tanto requerer a extinção desse usufruto ao assalariado nacional.
A ausência do mesmo arrojo patriótico, quando o assunto é o estupro de sigilos nacionais por uma potencia de conhecidas tradições no ramo da sabotagem e derrubada de governos, soaria apenas desconcertante.
Não fosse também oportuno para discernir no interior do nacionalismo etéreo que reveste o 7 de Setembro, aquilo que, de fato, é o interesse do povo brasileiro, daquilo que se comete em seu nome.
O nacionalismo renova sua pertinência histórica quando associado à defesa da verdadeira fronteira da soberania no século XXI: a justiça social.
Postado por Saul Leblon às 06:14
Por: Miguel do Rosário


LOBISTA É O ELO PERDIDO ENTRE ALSTOM E PSDB-SP

OS PATRIOTAS QUE ALIVIAM PARA A CIA

dia atiçou maciçamente 'a onda de protestos' do 7 de Setembro e colheu um rato:  performances esparsas posadas para seus fotógrafos evidenciam a fraude de uma pauta que pretende nivelar o país a uma ruína econômica e institucional

** ESPECIAL 1973-2013: o socialismo pelo voto morreu com Allende? 

**Perda total: inteligência americana decodificou códigos criptográficos de máxima segurança que protegiam  toda a massa de informações reservadas do governo brasileiro (Por Marcelo Justo; nesta pág)



O governo brasileiro deve um pronunciamento à Nação sobre as violações cometidas pelo serviço de espionagem dos EUA contra o país. Não há motivo para subtrair à sociedade aquilo que já está em mãos indevidas, fervilha nos bastidores e é intuído do noticiário. A CIA, é dela que se trata, recolheu ilegalmente e compartilhou, para uso comercialmente desfrutável,  dados reservados e informações estratégicas, estas sobretudo de natureza econômica relacionadas ao pré-sal. Configura- se um ato evidente de transgressão de soberania. Sempre em nome da luta contra o terrorismo, não se poupou, sequer, o circuito de informação no âmbito da Presidência da República brasileira. Não há limites. Tudo feito com a complacência ou a parceria de residentes. Empresas, inclusive. Carta Maior já havia demonstrado, em reportagens exclusivas e exaustivas, em julho último, o intercurso entre espionagem e corporações norte-americanas no Brasil. Contratada no governo FHC para ‘pensar' planos estratégicos, a  Booz Allen, na qual  trabalhava o ex-agente, Edward Snowden,  operava também como uma base da CIA no país. O que antes era lubrificado assim, por uma identidade de propósitos, hoje só se viabiliza na violação delinquente de informações que lastreiam o poder de Estado. Embora revelado originalmente pela Globo, de conhecidas tradições, avulta desse episódio a reação lhana  e a cordura no trato que o assunto mereceu da parte de colunistas da indignação seletiva. A exemplo deles, nenhum editorial, salvo engano, tampouco manchetes garrafais foram hasteadas no alvorecer nacional,com as cores da indignação patriótica. Não se diga que se trata de um  traço constitutivo de  serenidade jornalística. Recorde-se, por exemplo,  a reação beligerante da emissão conservadora em maio de 2006, quando a Bolívia decidiu nacionalizar uma refinaria das Petrobrás. Compare-se com a trincheira de animosidade ‘patriótica'  contra a ‘invasão negreira', assim denominado  o desembarque dos doutores cubanos, engajados no programa ‘Mais Médicos'.(LEIA MAIS AQUI)