Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Onde mora o Leopoldo López nativo

Para escapar das agências de risco, governo corta crescimento e aumenta economia para pagar juros: menos R$ 44 bilhões em investimentos

Maduro faz gesto de conciliação: convida oposição a um diálogo nacional; liberta 90% dos estudantes presos e demite chefe do serviço de espionagem por descumprir ordens de moderação diante dos protestos

Doações ultrapassam 80% da multa aplicada a Dirceu

PSDB faz gato e sapato da justiça: partido tira Azeredo da cena para abafar o mensalão tucano e blindar Aécio em ano eleitoral; Gilmar e Barbosa vão se manifestar?



A mudança de ciclo na economia mundial enseja o aparecimento desses %u218heróis do ultimato%u219 ao estreitar o espaço de manobra progressista da América Latina.

por: Saul Leblon 



A oito meses da eleição de outubro, a  Presidenta Dilma tem a aprovação de 55% dos brasileiros, diz a pesquisa da CNT divulgada nesta 3ª feira.

O dado ficou três pontos abaixo dos 58% registrados na enquete anterior  - festeja a emissão conservadora.

É fato. Mas em 2006, com a mesma contagem regressiva no calendário, o então Presidente Lula tinha uma taxa de aprovação menor: 53% de aprovação. A de Fernando Henrique Cardoso, em fevereiro de 2002,  patinava em 40,5% .

O endosso ao desempenho da Presidenta, portanto,  sugere que a população sabe diferenciar a diretriz mais geral, das oscilações conjunturais e setoriais que fizeram com que o índice de ótimo e bom do seu governo ficasse em 36,4% (39% na última avaliação), saltando para mais de 74% quando à percepção positiva se agrega o sentimento dos que percebem a gestão como ‘regular’.

O diagnóstico favorável encontra lastro na pesquisa de intenção de votos da CNT: com 43,7% , Dilma teria sua eleição garantida no 1º turno, contra qualquer adversário, caso o pleito fosse hoje.

O pleito é em outubro e os 43,7% ficam sugestivamente numa faixa intermediária entre o seu potencial de crescimento (até os 55% da avaliação pessoal) e os 36,4% do endosso mais assertivo ao conjunto do governo.

Ademais  do intervalo de oito meses há uma Copa do mundo no meio do caminho.

Oitenta e cinco por centro dos brasileiros acreditam que ocorrerão manifestações durante o evento --cujos gastos, pouco explicados pela comunicação institucional,  tem a reprovação da maioria.

A unanimidade negativa nesse aspecto é  pontual, insuficiente para criar uma sentimento de oposição ao governo, o que é corroborado por outra sugestiva maioria: 82% dos brasileiros não pretendem participar das eventuais mobilizações de protesto.

O que aparenta um paradoxo insere-se numa expectativa de continuidade com avanços.

A vasta maioria dos eleitores espera, como é natural, que um próximo governo incorpore mudanças no comando do país. Mas apenas 37% desejam uma guinada radical, o que supostamente validaria um outro projeto sob um novo comando político.

Em resumo, o conservadorismo, qualquer que seja a sua tonalidade, necessita de algo mais para produzir aquilo que seus partidos, togas, o dispositivo midiático, o rentismo e a energia auxiliar de mascarados --que a exemplo do general da ditadura querem que o país exploda--  não foram capazes de providenciar até agora: o descrédito em um projeto negociado de construção da democracia social no Brasil.

Erra, no entanto, quem atribuir a tarefa da reeleição ao piloto automático da inércia publicitária.

Quando a democracia desautoriza suas demandas, o conservadorismo não desiste.

As distâncias e contextos são apreciáveis, mas o que se assiste na Venezuela nesse momento é pedagógico do quão elástico é  o apego liberal à democracia quando ela o desfavorece.

O bolivarianismo por certo acumula erros e limitações sabidos.

Sem a liderança carismática de Chávez as inconsistências encontraram um catalizador na inexperiência de um Maduro desprovido de tempo, recursos e tolerância para empreender retificações inadiáveis.

Entre elas, um ajuste cambial em processo (lá como cá, na Argentina e no resto da AL).

Ele adiciona nitroglicerina inflacionária a uma inquietação social extremada pelo golpismo, que tem em Leopoldo López sua expressão caricatural: o ex-prefeito de Chacao,  foi um dos operadores de rua do fracassado golpe contra Chávez, em 2002.

Um democrata.

O fato é que a mudança de ciclo na economia mundial enseja o aparecimento desses ‘heróis das ruas’, na medida em que estreitou o espaço de manobra dos governos progressistas da América Latina.

Seja na Venezuela, na Argentina e mesmo no Brasil esse é o elemento novo com que contam as oposições para pavimentar uma volta ao poder até agora desprovida de chão firme no embate com os projetos e resultados em andamento.

O ajuste internacional  embalado pela cambaleante recuperação econômica nos países ricos sacode esse equilíbrio em três frentes simultaneamente: o custo de financiamento externo dos países em desenvolvimento tende a crescer com o ensaio de retorno dos capitais aos EUA e Europa; a confortável valorização das moedas locais --mantida assim como recurso de acomodação dos conflitos sociais via importações baratas—tornou-se inviável sob risco de colapsar exportações e esfarelar contas externas já pressionadas pelo menor ingresso de capitais; os preços das commodities cujo fastígio contribuiu para lubrificar a expansão do emprego, projetos sociais, crédito e consumo, refluem sob o duplo torniquete da alta dos juros e da menor demanda chinesa.

Ademais de frear a mobilidade social , as medidas de reacomodação requeridas pressionam a inflação e desafiam a capacidade do setor público de realizar  os investimentos cobrados pela expansão da demanda popular.

Não é um processo linear, nem atinge todos os países em desenvolvimento de maneira uniforme.

‘Os vulneráveis’, como gosta de proclamar o ressentimento conservador ao nivelar Brasil e Turquia, por exemplo, são tão idênticos quanto um tuiuiú e um tico-tico.

Mas as transições de ciclo de desenvolvimento nunca foram  feitas à frio, nem a salvo de um acirramento político dos conflitos de interesse.

O que o conservadorismo busca no Brasil é antecipar os sacolejos desse processo para com ele animar uma aspiração eleitoral até agora desautorizada, como mostram os números da CNT.

Longe de dispor do combustível à mão disponível na Venezuela ou mesmo na Argentina  –juntos os dois países tem reservas cambiais pouco superiores a 15% dos quase US$ 400 bi do Brasil--  o tudo ou nada local  aposta no poder ‘premonitório’ dos mercados para se viabilizar.

Os mercados dispõem de distintos mecanismos para precificar imediatamente, no presente, as especulações de dificuldades futuras que eles próprios cogitam, ou são por eles magnificadas.
O martelete incansável do dispositivo midiático é um deles e a guerra de expectativas está nas manchetes: elas gritam onde eles querem chegar e para onde pretendem arrastar o país

Agências de risco são outra coleira poderosa dessa engrenagem destinada a adestrar governos e submeter as nações à supremacia de uma lógica que une interesses  do rentismo local e internacional.

Uma espécie de cães farejadores dessas massas de capital fictício, elas latem alertando para eventuais perigos mais adiante e com isso promovem as fugas em massa de fundos investidores.

Mesmo erradas no diagnóstico, como agora ao nivelarem o Brasil aos ‘vulneráveis’,  acabam produzindo os desdobramentos de seu vaticínio equivocado.
São quase autossuficientes na sua dupla ação.

Não se trata, ademais, de um poder equacionável exclusivamente na esfera econômica e financeira, exceto se atendido integralmente em seus desígnios, em colisão frontal com as urgências nacionais.

Alguns números liberados pela Associação Internacional de Fundos de Investimento (citados entre outros pelo jornal El País) resumem o poder de coação subjacente a essa engrenagem.

No final de 2013, o patrimônio administrado pelos fundos de investimento e os fundos de pensões equivalia a 75,5% do PIB mundial; hoje, essas trincheiras da lógica especulativa detém 31% mais dinheiro do que antes da crise de 2007; tem bala  suficiente para comprar todas as empresas do planeta cotadas em bolsa –ou para destruí-las com ordens de vendas maciças.

O mesmo duplo efeito se aplica aos títulos públicos detidos por essas máquinas de reproduzir o capital fictício.

As agências de risco são os cães de guarda dessa usinagem financeira.

Seria um suicídio anunciado desafiar o conjunto sem dispor de um contraponto  à  previsível fuga de capitais  –um fundo emergencial  compatível só teria viabilidade no âmbito dos BRICs, com participação ativa das reserva chineses; o que existe hoje é um ensaio disso e reúne apenas US$ 100 bi.

O caminho que resta entre a rendição incondicional cobrada pelo conservadorismo e o voluntarismo  irresponsável é a construção de um poder político dotado de força e consentimento social para resistir , ganhar tempo e promover uma transição negociada em direção a um novo ciclo de desenvolvimento.

Trata-se de estender urgências e ajustes no tempo; suavizar os custos da transição e não  abdicar dos objetivos maiores em jogo: a construção da democracia social no país.

Enfim, tudo o que não cabe no ultimatismo inflamável dos black blocs de máscara ou de gravata de seda.

Não há no horizonte brasileiro um Leopoldo López pronto. Mas conservadorismo tenta substituí-lo pelo ultimato das agencias de risco. E as divisões autodestrutivas da esquerda podem lubrificar a montagem de um similar nacional.

STF NÃO JULGA AZEREDO. O CRIME PERFEITO Tucanos desmoralizam STF e o mensalão do PT.

Viva a impunidade !

Não há como o STF julgar quem não pode julgar.

O cidadão Eduardo Azeredo não tem privilégio de foro.

Como se sabe, por sugestão do presidente Barbosa, o mensalão tucano, que precede o do PT, foi desmembrado.

Logo, o privilégio de foro que beneficia o senador Clésio Andrade não puxa o cidadão Eduardo Azeredo para o Supremo.

Se o Supremo quiser julgar o Azeredo, tem que imolar-se, fazer harakiri.

O crime tucano é perfeito. 

Azeredo será inocentado na Justiça de Minas, que anda tão rápido quanto a apuração do Trensalão no Ministério Público.

O cidadão Eduardo Azeredo está tão livre quanto o Padim Pade Cerra e sua clã, incursos na Privataria Tucana.

Assim como o cidadão Azeredo está tão livre quanto o cidadão Fernando Henrique Cardoso, que comprou uma reeleição.

O cidadão Azeredo tem 66 anos. 

Com 70 anos, ele terá a liberdade dos sabiás de Inhotim. 

Os tucanos são impunes.

Os tucanos deram uma banana para o Supremo. 

Em tempo: o crime só não é tão perfeito quanto a compra da reeleição, porque Eduardo Azeredo acabou de desmoralizar irremediavelmente o julgamento de exceção, aquele que mantém o Zé Dirceu em regime fechado e José Genoino longe de sua casa, em São Paulo. Para completar o escárnio desmoralizante, aguarda-se para breve o ingresso do presidente Barbosa num partido da oposição.

Em tempo2: como se faltasse o que desmoralizar, o inatacável Ministro Fux não relata o Recurso Extraordinário número 680967, que legitimará a Satiagraha.

Em tempo3: Daniel Dantas deve sentir cólicas de tanto rir.


Paulo Henrique Amorim


GLOBO QUER AZEREDO NO STF. POR QUE ?

O crime foi perfeito, Ataulfo !
A dolorosa leitura do Globo Overseas leva à conclusão de que o Globo precisa desesperadamente que o Supremo julgue e condene o Azeredo o mais rápido possível.

Clique aqui para ler sobre a farsa do Mentirão, segundo PML.

“O mais rápido possível”,  para não contaminar a nati-morta campanha do Aécio Never.

E no Supremo para não cair na boca do povo que o STF só condena petista.

Como o Azeredo vai para a Primeira Instância de Minas e lá urubu voa de costas, o julgamento do mensalão do PT terá sido um escárnio.

A prova provada de que se tratou de um julgamento de exceção e mais nada.

Mais vergonhoso ainda será se o Presidente Barbosa deixar o cargo, como anunciou no detrito sólido de maré baixa – assista a “o meio foi a mensagem” -, para entrar numa campanha eleitoral de braços com um partido de oposição ao PT.

Aí, será de enrubescer santo de pedra sabão!

Como ficará o Grande Jurista Ataulfo Merval de Paiva (*), que carregou nas costas a isenção e a impessoalidade do julgamento ?

Terá a coragem de olhar seus pares na Academia, de frente ?

Os heróis da Privataria Tucana, o clã Cerra, o Príncipe a Privataria, e o conglomerado Dantas-Gilmar – o que seria do Dantas não fosse o Gilmar ?, nesta quarta-feira, assistiram ao jornal nacional em júbilo cívico !

Estão impunes !

Como sempre estiveram !

Por falar nisso: Ministro Fux, de ilibada reputação, quando senhor vai relatar o RE 680967, aquela que legitima a Satiagraha ? O senhor pensa que o Rubens Valente – o que desmoralizou o doce cupido, o ausente do “Roda Morta”- vai se esquecer do RE 680967 ? Duvido dê-o-dó, como diria o Gilmar Dantas (**).


Paulo Henrique Amorim


(*) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

(**) Clique aqui para ver como notável colonista da Globo Overseas Investment BV se referiu a Ele. E aqui para vercomo outra notável colonista da GloboNews e da CBN se referia a Ele. O Ataulfo Merval de Paiva (*) preferiu inovar. Cansado do antigo apelido, o imortal colonista decidiu chamá-lo de Gilmar Mentes. Esse Ataulfo é um jenio. OLuiz Fucks que o diga.

DESEMPREGO FICA EM 4,8%, MENOR TAXA DA HISTÓRIA