Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 24 de novembro de 2015

Moro tira a roupa da imparcialidade para a Veja Ele é a favor de vazamento - selecionado e para o PiG! (PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA)




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Inacreditável!

O Juiz que vai curar o Brasil da corrupção.

A de antes de 2003 não vem ao caso! - PHA


Nesta segunda-feira (23), o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato, defendeu a publicidade nos processos judiciais. Ele participou de um fórum da ANER – Associação Nacional de Editores de Revistas -, que ocorreu em São Paulo.

Com o tema “O papel do jornalismo na cobertura da Operação Lava Jato. O jornalismo investigativo de qualidade como pilar da democracia e das instituições brasileiras”, a palestra seria aberta pelo Presidente da Abril Mídia, Giancarlo Civita, que não compareceu. No seu lugar foi o vice-presidente e diretor editorial da Abril, Thomaz Souto Corrêa. O evento foi encerrado por  Frederic Kachar, presidente da ANER e Diretor-Geral da Editora Globo e Infoglobo.

“A democracia e a liberdade demandam que as coisas públicas sejam tratadas em público. No período eleitoral,s e justifica a divulgação de determinadas informações”, declarou Moro. Para ele, a Justiça deve passar  as informações aos jornalistas, pois "é um contributo para o avanço das investigações".

Não é a primeira vez que o juiz argumenta favoravelmente à divulgação de ações na Justiça.Em agosto, Moro afirmou  que a publicidade “é uma garantia à sociedade, principalmente em casos de crimes contra a administração pública. Esses processos devem estar submetidos ao escrutínio popular”.

No evento de hoje, da ANER, o responsável pela Lava Jato justificou a sua posição ao utilizar como exemplo a Ação Penal 470, o Mensalão do PT, que à época do julgamento teve grande cobertura por parte da imprensa.

Durante a fala, o juiz diz não acreditar que há exagero na cobertura da Operação, por parte da imprensa e criticou a lei do Direito de Resposta, proposta pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) e sancionada pela Presidenta Dilma Rousseff.  Moro a classificou como "muito vaga" e que pode ser usada como "instrumento de censura".

Alisson Matos, editor do C Af, com informações de Lino Bocchini, no twitter.


O Juiz Moro adota uma posição de indisfarçável hipocrisia.

Ele é a favor do vazamento !

De tudo ?

Não !

Só do que ferrar o PT!

E ele apoia vazar pra todo mundo ?

Até os bilhetes entre marido e mulher na família Odebrecht?

Não tem problema.

Desde que os receptores do vazamento sejam os órgãos do PiG que querem ferrar o Lula !

Por que não vaza para o Nassif, pro Paulo Nogueira , por exemplo, a implicação do
 Tarja Preta com a Odebrecht, do Aecim com a Andrade, seu irrefutável afogamento em Furnas e o iFHC com todos os agentes da deslavada corrupção?

O Dr Moro gosta de vazamento de um lado só.

Do outro lado, não vem ao caso !

O DR Moro despiu- se de forma completa na festa da Veja.

Ele é um juiz daquela e para aquela plateia.
 

Em tempo: sobre o direito de resposta: ele tocou a valsa que a Veja e a Globo queriam dançar !

Em tempo2: o Dr Moro da Veja é o mesmissímo que condenou o PT no mensalão - sem provas !


Paulo Henrique Amorim

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Justiça seletiva: mensalão tucano volta a mudar de instância – vai ao TJMG


Confira e divulgue a lista completa com os nomes dos deputados e
 partidos que votaram a favor da terceirização e do desmonte dos
 direitos trabalhistas
 no Brasil. Aqui:







mensalão capa
Em tempo de extrema celeridade e contundência da Justiça com casos de corrupção envolvendo o PT, o que deveria ser uma boa notícia acaba servindo para causar mais indignação com a seletividade dessa mesma “justiça”.
O caso mais escandaloso envolvendo o Poder Judiciário brasileiro por certo é o julgamento do dito “mensalão tucano”, que ocorreu em 1998 e 17 anos depois ainda não foi julgado, enquanto que o caso do mensalão do PT foi julgado e concluído em apenas 7 anos.
Se for contado somente o tempo decorrido desde a acusação formal do Ministério Público ao principal personagem do mensalão tucano, o ex-senador e deputado do PSDB mineiro Eduardo Azeredo, nesta quinta-feira, após um ano e dois meses parado, o caso finalmente voltou a “andar”.
Em 7 de fevereiro do ano passado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) recomendação para que o então deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG) fosse condenado, no processo do mensalão mineiro, a 22 anos de prisão por lavagem de dinheiro e peculato (desvio de dinheiro público).
Clique na imagem abaixo para ler a denúncia do PGR contra Azeredo.
mensalão 2
Doze dias depois da denúncia do PGR, Azeredo renunciou ao mandato de deputado federal por Minas Gerais a fim de adiar a tramitação do processo, que, em sendo o réu deputado, seria julgado rapidamente pelo Supremo Tribunal Federal.
A manobra protelatória funcionou. À diferença do que fez no caso do mensalão do PT, o STF aceitou a manobra de Azeredo e permitiu que o caso fosse remetido à primeira instância, na Justiça mineira.
Lá, como ocorre em São Paulo, o PSDB manda, de modo que o processo ficou parado por um ano.
Como a sociedade já parece ter desistido de ver esse caso ser julgado, faça-se justiça à Folha de São Paulo, que denunciou a situação escandalosa de acobertamento criminoso de Azeredo pelo mesmo Poder Judiciário tão célere ao condenar membros do Partido dos Trabalhadores.
mensalão

A matéria da Folha foi feita logo após a juíza que deveria fazer o caso andar (após mais de um ano parado) ter declinado da competência para fazê-lo.
O que ocorreu foi o seguinte: em 11 de abril, duas semanas antes da reportagem da Folha, a magistrada Melissa Pinheiro Costa Lage foi escolhida para comandar a 9ª Vara no lugar de Neide da Silva Martins, que se aposentou, conforme diz a reportagem do jornal paulista. Porém, dois dias depois (13/4) ela declinou da competência para o julgamento do processo que apura os crimes de peculato e lavagem de dinheiro ocorridos durante a campanha de Eduardo Brando Azeredo para o governo de Minas Gerais, em 1998.
A magistrada Melissa Pinheiro Costa Lage citou a Constituição Estadual para tomar tal decisão – o texto constitucional prevê, em seu artigo 106, competência do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para julgar secretário de estado, bem como decidir sobre eventual desmembramento do processo em relação aos outros réus.
Ocorre que um secretário de Estado nomeado pelo governador Fernando Pimentel está envolvido no mensalão tucano, de modo que, agora, compete ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais julgar o processo que envolve Azeredo.
Clique na imagem abaixo para ver o andamento do processo envolvendo Azeredo.
mensalão 3

Em tese, o caso deve voltar a andar quando chegar ao TJMG. Porém, como se sabe, desde 1998 esse caso demora anos para ir de um lugar a outro, nessa Justiça que quando o caso envolve o PT anda de fórmula 1, e quando envolve o PSDB anda a reboque de uma tartaruga.
Como a decisão de enviar o processo do mensalão tucano para o TJMG foi tomada nesta quinta-feira, 16 de abril, este Blog começa a contar, a partir de agora, o tempo que irá transcorrer até que chegue ao seu destino.
Contudo, mesmo que não demore anos, é muito provável que essa Justiça partidarizada e seletiva invente mais alguma manobra para garantir que prescrevam as acusações contra o tucano Azeredo, umbilicalmente ligado ao novo “golden boy” da direita tupiniquim, Aécio Neves.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Vídeo: estudantes vaiam Joaquim Barbosa em bar de Brasília

:
Acompanhado de seguranças, presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, foi 'escoltado' até o carro por gritos de "Dirceu guerreiro do povo brasileiro!" e "Abaixo à ditadura do judiciário"; frequentadores do estabelecimento também cobraram julgamento do mensalão mineiro e explicações sobre apartamento em Miami; assista
10 de Abril de 2014 às 05:46
247 – O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, foi esculachado na saída de um bar no Distrito Federal com gritos de " Dirceu guerreiro do povo brasileiro ...!" e “Abaixo à ditadura do judiciário”.
Assista o vídeo publicado no Diário do Centro do Mundo:

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

STF NÃO JULGA AZEREDO. O CRIME PERFEITO Tucanos desmoralizam STF e o mensalão do PT.

Viva a impunidade !

Não há como o STF julgar quem não pode julgar.

O cidadão Eduardo Azeredo não tem privilégio de foro.

Como se sabe, por sugestão do presidente Barbosa, o mensalão tucano, que precede o do PT, foi desmembrado.

Logo, o privilégio de foro que beneficia o senador Clésio Andrade não puxa o cidadão Eduardo Azeredo para o Supremo.

Se o Supremo quiser julgar o Azeredo, tem que imolar-se, fazer harakiri.

O crime tucano é perfeito. 

Azeredo será inocentado na Justiça de Minas, que anda tão rápido quanto a apuração do Trensalão no Ministério Público.

O cidadão Eduardo Azeredo está tão livre quanto o Padim Pade Cerra e sua clã, incursos na Privataria Tucana.

Assim como o cidadão Azeredo está tão livre quanto o cidadão Fernando Henrique Cardoso, que comprou uma reeleição.

O cidadão Azeredo tem 66 anos. 

Com 70 anos, ele terá a liberdade dos sabiás de Inhotim. 

Os tucanos são impunes.

Os tucanos deram uma banana para o Supremo. 

Em tempo: o crime só não é tão perfeito quanto a compra da reeleição, porque Eduardo Azeredo acabou de desmoralizar irremediavelmente o julgamento de exceção, aquele que mantém o Zé Dirceu em regime fechado e José Genoino longe de sua casa, em São Paulo. Para completar o escárnio desmoralizante, aguarda-se para breve o ingresso do presidente Barbosa num partido da oposição.

Em tempo2: como se faltasse o que desmoralizar, o inatacável Ministro Fux não relata o Recurso Extraordinário número 680967, que legitimará a Satiagraha.

Em tempo3: Daniel Dantas deve sentir cólicas de tanto rir.


Paulo Henrique Amorim


GLOBO QUER AZEREDO NO STF. POR QUE ?

O crime foi perfeito, Ataulfo !
A dolorosa leitura do Globo Overseas leva à conclusão de que o Globo precisa desesperadamente que o Supremo julgue e condene o Azeredo o mais rápido possível.

Clique aqui para ler sobre a farsa do Mentirão, segundo PML.

“O mais rápido possível”,  para não contaminar a nati-morta campanha do Aécio Never.

E no Supremo para não cair na boca do povo que o STF só condena petista.

Como o Azeredo vai para a Primeira Instância de Minas e lá urubu voa de costas, o julgamento do mensalão do PT terá sido um escárnio.

A prova provada de que se tratou de um julgamento de exceção e mais nada.

Mais vergonhoso ainda será se o Presidente Barbosa deixar o cargo, como anunciou no detrito sólido de maré baixa – assista a “o meio foi a mensagem” -, para entrar numa campanha eleitoral de braços com um partido de oposição ao PT.

Aí, será de enrubescer santo de pedra sabão!

Como ficará o Grande Jurista Ataulfo Merval de Paiva (*), que carregou nas costas a isenção e a impessoalidade do julgamento ?

Terá a coragem de olhar seus pares na Academia, de frente ?

Os heróis da Privataria Tucana, o clã Cerra, o Príncipe a Privataria, e o conglomerado Dantas-Gilmar – o que seria do Dantas não fosse o Gilmar ?, nesta quarta-feira, assistiram ao jornal nacional em júbilo cívico !

Estão impunes !

Como sempre estiveram !

Por falar nisso: Ministro Fux, de ilibada reputação, quando senhor vai relatar o RE 680967, aquela que legitima a Satiagraha ? O senhor pensa que o Rubens Valente – o que desmoralizou o doce cupido, o ausente do “Roda Morta”- vai se esquecer do RE 680967 ? Duvido dê-o-dó, como diria o Gilmar Dantas (**).


Paulo Henrique Amorim


(*) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

(**) Clique aqui para ver como notável colonista da Globo Overseas Investment BV se referiu a Ele. E aqui para vercomo outra notável colonista da GloboNews e da CBN se referia a Ele. O Ataulfo Merval de Paiva (*) preferiu inovar. Cansado do antigo apelido, o imortal colonista decidiu chamá-lo de Gilmar Mentes. Esse Ataulfo é um jenio. OLuiz Fucks que o diga.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Azeredo renuncia. Tudo para desinflar o “mensalão tucano”. Aécio ganha troféu "Óleo de Peroba"

tchau
Se o deputado Eduardo Azeredo fosse um homem de convicções, jamais poderia ter aceitado, com a sua renúncia, a culpa que a procuradoria Geral da República lhe aponta, a de ter chefiado o esquema de desvio de dinheiros públicos conhecido como “mensalão mineiro”, porque não querem chamar de “mensalão tucano”, apesar de seu indigitado chefe ser um tucano de alta plumagem, fundador do partido e Governador de Minas Gerais.
Já se vão vários dias, desde a denúncia da PGR e isso faz com que se torne difícil acreditar que pudesse ser, esta atitude, um rompante de valente, que se despe da armadura do mandato e vai enfrentar de peito aberto a infâmia.
Não, Azeredo não desafia, capitula.
Ele já fora despido de suas defesas por Aécio Neves – “não há ninguém do PSDB envolvido” –  e pella direção do PSDB, que o vinha pressionando.
Ia apresentar sua defesa da tribuna da Câmara, como competia a um deputado, mas desistiu, alegando problemas de saúde.
Não duvido que sejam verdadeiros, é funda a dor de se ver abandonado.

Eduardo Azeredo  não precisou nem do julgamento do tribunal nem da improvável chacina da mídia.
Foi condenado por seus próprios pares, que lhe concederam apenas uma única honra.
Vai renunciar  ao mandato como faziam os oficiais da Wehrmacht,  quando recebiam, por ordem do Fuher, a pistola Luger embalada, para dispararem contra suas  próprias cabeças.

Aécio ganha troféu "Óleo de Peroba"

Do blog Minas Sem Censura:

“Democracia implica instituições sólidas, estáveis; Legislativo e Executivo eleitos de forma direta e no pleno exercício das suas responsabilidades; judiciário independente; imprensa livre e partidos políticos representativos de ideias e princípios de grupos sociais. Estas são conquistas das quais não podemos abdicar.”

Você imagina quem escreveu o parágrafo anterior? Pasme: Aécio Neves, em sua coluna segundeira.

A pretexto de discutir a urgência de defesa da democracia, criticar os excessos em manifestações populares e mandar recados, à direita e à esquerda, o senador Neves nos lega a pérola acima.

Talvez atordoado com a vinda de Lula a Minas Gerais, na sexta-feira (14/02), para apresentar, à militância petista e aos possíveis partidos aliados, a pré-candidatura de Fernando Pimentel ao governo do estado, o senador ausente de seu torrão natal, escreve mais um de seus textos caleidoscópicos, prenhe de insinuações e com “oferecimentos” para os diversos gostos da política.

Para quem governou Minas Gerais e deixou como herança a ausência de instituições sólidas e estáveis; um judiciário que não julga questões relativas ao seu governo; um ministério público tolhido em suas funções, pela ação dos procuradores-chefes por ele nomeados; uma imprensa que sofre censura econômica; partidos de apoio ao governo tucano sem qualquer representatividade de ideias, frente à base social que pretendem representar, Aécio Neves fez um exercício teatral digno de registro.

Ou melhor, seu texto é o picadeiro do circo de frases soltas e enunciados insinceros. Ele ocupa o centro desse picadeiro, aspirando a condição de mágico, de ilusionista ou hipnotizador. Ele acha que vai, mais uma vez, enganar parcelas significativas do eleitorado.

Não passará. A “fadiga de material” tucana é evidente: o PSDB vive o drama de não poder explicitar seus instintos mais íntimos, ou seja, a defesa da privatização total das esferas da sociabilidade, pelo simples fato de que seu ideário fracassou no mundo inteiro; sua experiência pessoal em Minas Gerais o levará ao fundo do poço, porque o estado está quebrado; e, principalmente, ele não “passará” porque os avanços e propostas hegemônicas no país são reconhecidos.

Ou seja, não nos resta outra opção do que antecipar a entrega do troféu Óleo de Peroba 2014, sem mesmo a conclusão de seu segundo mês. É seu Aécio Neves, pelo parágrafo destacado em epígrafe.

Ps.: parabéns por ter se referido ao golpe de 64... como golpe de 64. Ainda que lentamente você está aprendendo.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Venício Lima: A guerra de rótulos da mídia que semeia a intolerância e o ódio


Terça-feira, 17 de Dezembro de 2013 | ISSN 1519-7670 – Ano 17 – nº 777
JORNAL DE DEBATES
BALANÇO 2013

A linguagem seletiva do ‘mensalão


Quando pouco ainda se falava sobre “história conceitual”, isto é, sobre a semântica histórica de conceitos e palavras, foi publicado o indispensável Palavras-Chave (um vocabulário de cultura e sociedade) [1ª edição 1976; tradução brasileira Boitempo, 2007], do ex-professor de Cambridge, Raymond Williams (1921-1988).
Ao analisar as mudanças na significação de 130 palavras-chave como ciência, democracia, ideologia, liberal, mídia, popular e revolução, Williams argumentava que as questões de significação de uma palavra estão inexoravelmente vinculadas aos problemas em cuja discussão ela esta sendo utilizada. E, mais ainda, que o uso dos diferentes significados de palavras identifica formas diversas de pensar e ver o mundo. Para ele, a apropriação de um determinado significado que serve a um argumento específico exclui aqueles outros significados que são inconvenientes ao argumento. Trata-se, portanto, de uma questão de poder.
Anos mais tarde, através do precioso Language and Hegemony in Gramsci do cientista político estadunidense, radicado no Canadá, Peter Ives (1ª edição 2004), soube-se que o filósofo sardenho desenvolveu o conceito de hegemonia – a formação e a organização do consentimento – a partir de seus estudos de linguística. Poucos se lembram de que, por ocasião da unificação italiana (1861), apenas entre 2,5% e 12% da população falavam a mesma língua. Daí serem previsíveis as enormes implicações sociais e políticas da unificação linguística, sobretudo o enorme poder de ajustamento e conformidade em torno da institucionalização de uma língua única que se tornaria a língua italiana.
Na verdade, não só as palavras mudam de significação ao longo do tempo, como palavras novas são introduzidas no nosso cotidiano e passam a constituir uma nova linguagem, um novo vocabulário dentro do qual se aprisionam determinadas formas de pensar e ver o mundo.
Mais recentemente, a leitura tardia do impressionante LTI – A linguagem do Terceiro Reich (1ª. edição 1947, tradução brasileira Contraponto, 2009), do filólogo alemão Victor Klemperer (1881-1960), dissipou qualquer dúvida que ainda restasse sobre a importância fundamental das palavras, da linguagem, do vocabulário para a conformação de uma determinada maneira de pensar. Está lá:
“O nazismo se embrenhou na carne e no sangue das massas por meio de palavras, expressões e frases impostas pela repetição, milhares de vezes, e aceitas inconscientemente e mecanicamente. (…) A língua conduz o meu sentimento, dirige a minha mente, de forma tão mais natural quanto mais eu me entregar a ela inconscientemente. (…) Palavras podem ser como minúsculas doses de arsênico: são engolidas de maneira despercebida e parecem ser inofensivas; passado um tempo, o efeito do veneno se faz notar” (p.55).
Vale a epígrafe do LTI retirada de Franz Rosenzweig (1886-1929): “A linguagem é mais do que sangue”.
Balanço do ano
As referências a Williams, Ives (Gramsci) e Klemperer são apresentadas aqui para justificar a escolha que fiz diante da necessidade de produzir um balanço de 2013 em relação ao setor de mídia.
O que de mais importante aconteceu no nosso país de 2005 para cá – vale dizer, ao longo dos últimos oito anos – e se consolidou em 2013 com as várias semanas de julgamento televisionado, ao vivo, no Supremo Tribunal Federal?
Estou convencido de que foi a formação de uma linguagem nova, seletiva e específica, com a participação determinante da grande mídia, dentro da qual parcela dos brasileiros passaram a “ver” os réus da Ação Penal nº 470, em particular aqueles ligados ao Partido dos Trabalhadores.
Ainda em 2006 (cf. capítulo 1 de Mídia: crise política e poder no Brasil; Editora Fundação Perseu Abramo) argumentei que uma das consequências mais visíveis da crise política foi o aparecimento na grande mídia de uma série de novas palavras/expressões como mensalão, mensaleiros, partidos do mensalão, CPI do mensalão, valerioduto, CPI chapa-branca, silêncio dos intelectuais, homem da mala, doleiro do PT, conexão cubana, operação Paraguai, conexão Lisboa, república de Ribeirão Preto, operação pizza, dança da pizza, dentre outros.
Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, Fábio Kerche também chamou atenção para a recuperação pela grande mídia de dois conceitos clássicos de nossa sociologia política – coronelismo e populismo –, que passaram a ser utilizados na cobertura da crise política com nova significação desvinculada de suas raízes e especificidades históricas (cf. “Simplificações conceituais” in Folha de S.Paulo, 23/3/2006, p. A-3).
O verdadeiro significado dessas novas palavras/expressões, dizia à época, só pode ser compreendido dentro dos contextos concretos em que surgiram e passaram a ser utilizadas. São tentativas de expressar, de maneira simplificada, questões complexas, ambíguas e de interpretação múltipla e polêmica (aberta). Elas buscam reduzir (fechar) um variado leque de significados a apenas um único “significado guarda-chuva” facilmente assimilável. Uma espécie de rótulo.
Exaustivamente repetidas na cobertura política tanto da mídia impressa como da eletrônica, essas palavras/expressões vão perdendo sua ambiguidade original pela associação continuada a apenas um conjunto de significados. É dessa forma que elas acabam sendo incorporadas ao vocabulário cotidiano do cidadão comum.
Mas elas passam também a ser utilizadas, por exemplo, nas pesquisas de “opinião pública”, muitas vezes realizadas por institutos controlados pela própria grande mídia. Esse movimento circular viciado produz não só aferições contaminadas da “opinião pública” como induz o cidadão comum a uma percepção simplificada e muitas vezes equivocada do que realmente se passa.
Relacionei ainda as omissões e/ou as saliências na cobertura que a grande mídia oferecia da crise política – evidentes já àquela época –, protegendo a si mesma em relação à destinação de recursos publicitários e/ou favorecendo politicamente à oposição político-partidária ao governo Lula e ao Partido dos Trabalhadores (PT). Algumas dessas omissões foram objeto de denúncia do jornalista Carlos Dorneles, então na Rede Globo (13/10/2005) e do ombudsman da Folha de S.Paulo (23/10/2005).
De 2005 a 2013
Nos últimos oito anos, o comportamento da grande mídia não se alterou. Ao contrário. A crise política foi se transformando no “maior escândalo de corrupção da historia do país” e confirmou-se o padrão de seletividade (omissão e/ou saliência) na cobertura jornalística, identificado desde 2005.
Até 2005, “mensalão” era apenas “o imposto que pode ser recolhido pelo contribuinte que tenha mais de uma fonte pagadora. Se o contribuinte recebe, por exemplo, aposentadoria e salário e não deseja acumular os impostos que irão resultar num valor muito alto a pagar na declaração mensal, ele pode antecipar este pagamento por meio de parcela mensal”.
Nos últimos anos “mensalão” passou a ser “um esquema de corrupção” e tornou-se “mensalão do PT”, enquanto situações idênticas e anteriores, raramente mencionadas, foram identificadas pela geografia e não pelo partido político (“mensalão mineiro”). Como resultado foi se construindo sistematicamente uma associação generalizada, seletiva e deliberada entre corrupção e os governos Lula e o PT, ou melhor, seus filiados e/ou simpatizantes.
“Mensaleiro” passou a designar qualquer envolvido na Ação Penal nº 470, independentemente de ter sido ou não comprovada a prática criminosa de pagamento e/ou recebimento de mensalidades em dinheiro “sujo” com o objetivo de se alterar o resultado nas votações de projetos de lei no Congresso Nacional.
A generalização seletiva tornou-se a prática deliberada e rotineira da grande mídia e, aos poucos, as palavras “petista” – designação de filiado ao Partido dos Trabalhadores – e “mensaleiro”, se transformaram em palavrões equivalentes a “comunista”, “subversivo” ou “terrorista” na época da ditadura militar (1964-1985). “Petista” e “mensaleiro” tornaram-se, implicitamente, inimigos públicos e sinônimos de corruptos e desonestos.
O escárnio em relação aos “mensaleiros petistas” atingiu o seu auge com a prisão espetaculosa de alguns dos réus, por determinação do presidente do STF, no simbólico feriado da Proclamação da República (15 de novembro), antes do transito em julgado da Ação Penal nº 470, com ampla cobertura ao vivo das principais emissoras de televisão. Ofereceu-se assim a oportunidade para que articulistas da grande mídia passassem a citar seletivamente os nomes dos petistas detidos precedidos do adjetivo “presidiário”.
Da mesma forma, o que poderia ser questionado como uma prisão arbitrária (antes do trânsito em julgado; exposição desnecessária em périplo aéreo por três cidades do país; regime fechado para condenados em regime aberto; substituição arbitrária do juiz da vara de execuções penais de Brasília, etc.) foi se transformando em “um privilégio dos mensaleiros petistas”.
Na cobertura oferecida pela grande mídia esses “privilégios” foram identificados pelas visitas incialmente permitidas em dias diferentes daqueles dos demais detidos no complexo da Papuda; pela solicitação de regime diferenciado em função da saúde precária de um dos “mensaleiros petistas” e pela remuneração elevada do emprego oferecido (em seguida descartado) a outro.
Sinais de intolerância
Não é necessário mencionar aqui as inúmeras e pendentes questões – inclusive jurídicas – envolvendo o polêmico julgamento da Ação Penal nº 470 e os interesses político-partidários em jogo relativos a situações idênticas e anteriores que, todavia, ainda não mereceram a atenção correspondente do Poder Judiciário e, muito menos, da grande mídia.
O ano de 2013 certamente poderá ser lembrado como aquele em que ocorreu o julgamento da Ação Penal nº 470 e pelo desmesurado papel que a grande mídia desempenhou em todo o processo. Um vocabulário seletivo específico e uma linguagem correspondente se consolidaram em relação aos eventos nomeados pela nova palavra “mensalão”.
Tendo como referência os ensinamentos de Williams, Ives (Gramsci) e Klemperer, vale a pergunta: até que ponto este vocabulário e esta linguagem influenciam a maneira pela qual alguns dos envolvidos passaram a ser “vistos” pela população brasileira (ou parte dela) e contribuem para criar um clima político não democrático, de intolerância, de ódio e de recusa intransigente a sequer ouvir qualquer posição diferente da sua?
Para além da formação seletiva de um vocabulário e de uma linguagem específicas, bastaria relembrar as declarações do ministro Celso Melo por ocasião do julgamento dos embargos infringentes: “Nunca a mídia foi tão ostensiva para subjugar um juiz”.
Vale a pena repetir com Victor Klemperer:
“Palavras podem ser como minúsculas doses de arsênico: são engolidas de maneira despercebida e parecem ser inofensivas; passado um tempo, o efeito do veneno se faz notar”.
Venício A. de Lima é jornalista e sociólogo, professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado), pesquisador do Centro de Estudos Republicanos Brasileiros (Cerbras) da UFMG e organizador/autor com Juarez Guimarães de Liberdade de Expressão: as várias faces de um desafio, Paulus, 2013, entre outros livros
PS do Viomundo: E agora O Globo e a Folha se dedicam conjuntamente a “virar” a Papuda, a provocar uma rebelião para jogar na conta do Zé Dirceu!

Leia também:

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Jurista prega que Barbosa reembolse gastos com prisão de réus do mensalão


Na última segunda-feira foi ao ar a edição de dezembro do programa Contraponto, que, desta feita, entrevistou o jurista Dalmo de Abreu Dallari e o jornalista Paulo Moreira Leite, editor de Brasília da revista IstoÉ e autor do livro “A Outra História do Mensalão”.
O programa repercutiu sobretudo no You Tube, onde já alcança 4 mil visualizações – o que, para um programa sobre política com uma hora e meia de duração, é bastante. Porém, a entrevista de Dallari foi editada para caber dentro dos quatro blocos de 15 minutos do programa.
Conforme prometido por este Blog, aqui está sendo disponibilizada, logo abaixo, a íntegra da entrevista desse importante jurista – que, vale repetir, por sua clareza e lucidez faz pensar que a vida começa aos 80 anos, a faixa de idade dele.
Entre outros pontos da entrevista de Dallari que não foram ao ar está sua afirmação de que os gastos ordenados pelo ministro Joaquim Barbosa para levar a cabo a prisão dos condenados do mensalão deveriam ser cobrados de quem os ordenou, por terem sido “desnecessários”.
Assista, abaixo, à íntegra da entrevista que esse jurista tão importante concedeu a este blogueiro. Para quem é da área do Direito, as opiniões de Dallari não deixam dúvida de que, no mínimo, há algo de muito errado com o julgamento do mensalão.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

CUNHA: "BARBOSA TEM QUE DIZER O QUE EU DESVIEI"

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Qual é o limite para Joaquim Barbosa?


Em meu arcabouço de considerações sobre o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, tenho uma postura que já desagradou a muita gente que, como eu, entende que ele já ultrapassou faz tempo os limites que os poderes e deveres advindos de seu cargo lhe impõem. Sempre o critiquei dentro de limites muito definidos.
Apesar de crítico duro da personalidade e das ações dessa autoridade, não hesitei em pregar que certo tipo de crítica que sofre não serve inclusive àqueles que desejam apontar seus inegáveis defeitos – refiro-me a compará-lo a personagens históricos reprováveis que têm a mesma etnia que a sua, pois fazê-lo insere a cor da pele na crítica.
Dessa maneira, sinto-me com absoluta autoridade moral e intelectual para criticá-lo, pois nunca cedi ao ímpeto a que muitos cedem de lhe fazer críticas virulentas ou moralmente cruéis. Não sei o que ele fez na intimidade de seu lar (algumas críticas que recebe são nesse sentido) e nunca o compararia a criminosos ou ditadores igualmente negros.
O que me inibe nas críticas a Barbosa é a sua história de vida e tudo o que alguém como ele teve que passar para chegar aonde chegou. Quanta discriminação, quantas barreiras ele não teve que enfrentar para vencer na vida? Por certo, muito mais do que um branco. Possivelmente, até mais do que Lula, quem, apesar de todo preconceito sofrido, é branco.
Mas tudo tem um limite. Sob essa aura honorável e inegável de que dispõe, Barbosa parece achar que ela lhe concede licença para fazer qualquer coisa que lhe der na veneta, ao contrário de Lula, cuja origem humilde nunca foi usada por ele para pisar ninguém.
Não basta pisar em jornalistas, políticos, em seus pares no STF. Esse homem parece querer pisar também nas instituições, no Direito e nas leis que o regem e, desgraçadamente – e principalmente –, pisar ainda mais naqueles contra os quais pode investir com suas decisões e, assim, destruir vidas.
O que importava a Barbosa correr o risco de matar José Genoino ao engendrar aquele show apenas para exibi-lo em triunfo à turba catártica que estimulou a babar de ódio e sede de sangue? O sentenciado já está destruído mesmo… Que arrastem aquele farrapo vivo pelas ruas. Se não sobreviver, pouco se perderá. Essa parece ter sido a tese do verdugo do STF.
A lei impede que linche os condenados dos quais a turba quer sangue? Dane-se a lei. As prisões são ilegais sem preenchimento de requisitos legais? Não percamos tempo, a turba tratará de coonestar o excesso. O juiz que administrará o castigo não é suficientemente rigoroso? Mude-se o juiz, mesmo que violando a lei e a impessoalidade na aplicação da pena.
Joaquim Barbosa, pois, substituiu as leis pelos aplausos dos frequentadores de restaurantes caros. A ovação de grande parte de uma elite que sempre o desprezou enquanto o considerava “o juiz negro de Lula” – e diante da qual, ao esmagar petistas, ele se “redimiu” – faz com que sinta-se autorizado a torcer aquelas leis como a turba exija.
As associações de magistrados, a OAB, seus pares no STF, a imprensa, a classe política, enfim, todo aquele que o questionar, ele insinua que integra uma súcia de corruptos e aproveitadores que só ele teve coragem de barrar e de acusar. Só ele presta, então.
Chegou o momento, pois, de ser discutido o limite para que qualquer cidadão neste país tenha tal poder sobre a vida das pessoas. Chegou o momento não de discutir um limite só a Joaquim Barbosa, mas à possibilidade de alguém como ele amealhar tanto poder.
O posto de presidente do STF, porém, não concede tanto poder. O poder – por si só enorme – que esse cargo concede foi reforçado pelo poder da mídia antipetista, que, visando exterminar seus adversários políticos, enfiou nas mentes mais frágeis e truculentas a ideia de que para punir os corruptos que aponta, vale tudo.
É novidade, isso, no Brasil? Só quem não viveu o regime militar pode pensar assim. “Adaptar” leis para condenar desafetos é a tônica das ditaduras. Foi a da ditadura militar brasileira e é a de tantas outras ditaduras de ontem e de hoje.
“Ah, mas o Brasil é governado pelo PT e ditadura quem impõe são governos”, dirão os que embarcaram nessa viagem de poder de Barbosa. Estão errados. A ditadura militar não veio do governo, mas de uma instituição que devia obediência a ele, as Forças Armadas. Qual é a diferença entre um processo ditatorial ser desencadeado por elas ou pelo STF?
Diante do exposto, só resta a exortação ao debate sobre os limites de poder a qualquer um que ocupe um cargo público neste país, seja de presidente da República ou do STF. Ninguém pode “forçar” a lei e mandar quem reclama para o inferno, recusando-se inclusive a prestar contas, a responder questionamentos como Barbosa tem feito.
Com os últimos acontecimentos, parece que os setores mais representativos da Justiça e dos demais Poderes constituídos já começaram a entender isso. Ou será que ainda não?

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Agente penitenciário diz que mídia pode matar condenados pelo mensalão

Concomitantemente à decretação pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, da execução das penas de privação de liberdade dos condenados pelo julgamento do mensalão, eclodiu na imprensa brasileira uma onda de “indignação” com os “privilégios” de que eles estariam desfrutando por serem “poderosos”, “ricos” e “brancos”.
Desde o recolhimento daqueles condenados aos regimes fechado e semiaberto, contam-se às dezenas as colunas, os editoriais, as cartas de leitores de jornais e de revistas e até os comentários em programas de televisão ou rádio nesse sentido.
De repente, a mesma imprensa que vivia repercutindo acusações da direita ao sistema carcerário e às leis penais do país de serem “brandos”, agora passou a sentir “pena” dos encarcerados e a considerar o sistema “duro demais” – menos, é claro, para os condenados pelo mensalão, que, no dizer desses órgãos de imprensa e de seu público, estariam como que desfrutando de hotel cinco estrelas.
Foi nesse ambiente que, no sábado, este Blog foi procurado por um leitor que trabalha como agente penitenciário e que, sob condição de não ser divulgado o menor indício sobre si que possa identificá-lo, fez considerações preocupantes sobre o cumprimento das penas dos condenados pelo mensalão.
Segundo essa pessoa, apesar de ser fortemente dificultado aos internos do sistema carcerário maiores contatos com o mundo exterior – o que inclui também o noticiário –, este pode ser acompanhado facilmente dentro de qualquer prisão, inclusive via acesso de smartphones à internet.
A fonte informa que tanto os condenados pelo julgamento do mensalão ao regime fechado quanto ao semiaberto irão cumprir suas penas junto a uma população carcerária que, motivada pelo noticiário, se tiver a menor chance não só irá submetê-los a sevícias e extorsões variadas como poderá assassiná-los.
O agente penitenciário em questão diz que a revolta contra os condenados pelo mensalão gerada pela mídia pode – e ocasionalmente irá – desencadear rebeliões nos presídios a que forem confinados, o que, se ocorrer, tornará inútil colocá-los em celas isoladas dos outros presos.
Segundo o informante, é uma irresponsabilidade instigar a indignação de uma população carcerária submetida a condições degradantes 24 horas por dia, 365 dias por ano. Torturar e até matar os condenados pelo mensalão já seria hoje um objeto de desejo dos que se sentem injustiçados pelas condições em que são mantidos.
O pior é que, segundo essa pessoa que procurou o Blog, o mal já está feito. O noticiário já repercutiu no sistema carcerário de norte a sul do país e, assim, mesmo que essa instigação contra os condenados do mensalão fosse suspensa imediatamente pela mídia, a situação não seria revertida. Os encarcerados do país todo estão em pé-de-guerra.
Por fim, na opinião desse interlocutor a única chance de evitar não só rebeliões, mas, também, a morte de algum – ou alguns – dos condenados seria confiná-los em prisão especial. Em prisões comuns, dificilmente o Estado poderá lhes garantir a integridade física. A fonte também afirma que é impossível que a mídia não soubesse o que estava fazendo.