Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 7 de agosto de 2016

Não nos iludamos com as vaias ao interino

 
 : <p>Presidente em Exercício Michel Temer e o Governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão durante cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Rio de Janeiro - RJ, 05/08/2016) Foto: Beto Barata/PR</p>
 
Confesso: ontem vibrei quando ecoaram as vaias ao interino, durante os 10 segundos de sua aguardada alocução na abertura das Olimpíadas. 
 
É sempre prazeroso ouvir uma retumbante desaprovação pública a um político que não tem nenhum apreço à democracia, nem respeito ao eleitor e suas escolhas.
 
Mas, não nos enganemos. Ontem, no Maracanã, o público que vaiou Temer é do mesmo perfil socioeconômico e demográfico daquele que há algum tempo vaiou e vomitou impropérios contra a presidenta legítima e constitucional, Dilma Rousseff. Naquela ocasião, as vaias e os xingamentos de um banco de imbecis e covardes escancaram para o mundo que os segmentos abastados e de classe média conservadora no Brasil não respeitam a democracia, os representantes legitimamente eleitos e, no caso, não escondiam o nível de misoginia, preconceito, ódio e deseducação dessa parte de endinheirados e escolarizados. Dilma comportou-se estoicamente. Temer, ontem, postou-se como os machões da política nacional que, quando - muito raramente - são pegos com as calças curtas, agem como ovelhinhas e pedem arrego no colo da mamãe...
 
Portanto, as vaias de ontem não expressam a desaprovação do público ao presidente golpista, suas práticas, seu grupo, seu governo. Demonstram que segmentos majoritários de nossas elites econômicas, sociais, políticas, religiosas, culturais não têm nenhum apreço à democracia; criminalizam a política; não têm pudor em afrontarem as autoridades constituídas, principalmente quando seus interesses de classe são contrariados. Enfim, são segmentos poderosos que não estão comprometidas com governos que atuem em benefício público, social e coletivo.
 
Muito provavelmente, o que ocorreu ontem pode ser explicado a partir dos conceitos de comportamento coletivo, portanto espontâneos e pontuais, e/ou ações coletivas, que congregam interesses comuns (no caso, o desdém à política e à democracia), derivando na vaia apoteótica. Mas, certamente, não há motivação política na base do protesto - que cumpriu papel importante ao publicizar para o mundo o golpe em curso no país.
 
Não pensemos que será dos brancos, endinheirados, da zona sul carioca e dos turistas visitantes que superaremos o golpe e suas consequências à democracia brasileira.
 
Se a vaia a Temer aplacou um pouco nossa ira coletiva em relação ao interino, e desopilou nosso fígado, não nos deixemos iludir pela ocasião. A festa foi bonita; os brasileiros não precisam ter complexo de vira-latas, mas o fato político mais importante da abertura da Olimpíadas foi o descomunal desprezo da comunidade internacional ao governante de plantão. As inúmeras cadeiras reservadas às autoridades vazias; a pouca significância das autoridades presentes no evento e o desdém generalizado ao interino amedrontado mostraram que o mundo já rejeitou o golpe. Agora, só falta o Brasil...

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Moro tira a roupa da imparcialidade para a Veja Ele é a favor de vazamento - selecionado e para o PiG! (PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA)




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Inacreditável!

O Juiz que vai curar o Brasil da corrupção.

A de antes de 2003 não vem ao caso! - PHA


Nesta segunda-feira (23), o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato, defendeu a publicidade nos processos judiciais. Ele participou de um fórum da ANER – Associação Nacional de Editores de Revistas -, que ocorreu em São Paulo.

Com o tema “O papel do jornalismo na cobertura da Operação Lava Jato. O jornalismo investigativo de qualidade como pilar da democracia e das instituições brasileiras”, a palestra seria aberta pelo Presidente da Abril Mídia, Giancarlo Civita, que não compareceu. No seu lugar foi o vice-presidente e diretor editorial da Abril, Thomaz Souto Corrêa. O evento foi encerrado por  Frederic Kachar, presidente da ANER e Diretor-Geral da Editora Globo e Infoglobo.

“A democracia e a liberdade demandam que as coisas públicas sejam tratadas em público. No período eleitoral,s e justifica a divulgação de determinadas informações”, declarou Moro. Para ele, a Justiça deve passar  as informações aos jornalistas, pois "é um contributo para o avanço das investigações".

Não é a primeira vez que o juiz argumenta favoravelmente à divulgação de ações na Justiça.Em agosto, Moro afirmou  que a publicidade “é uma garantia à sociedade, principalmente em casos de crimes contra a administração pública. Esses processos devem estar submetidos ao escrutínio popular”.

No evento de hoje, da ANER, o responsável pela Lava Jato justificou a sua posição ao utilizar como exemplo a Ação Penal 470, o Mensalão do PT, que à época do julgamento teve grande cobertura por parte da imprensa.

Durante a fala, o juiz diz não acreditar que há exagero na cobertura da Operação, por parte da imprensa e criticou a lei do Direito de Resposta, proposta pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) e sancionada pela Presidenta Dilma Rousseff.  Moro a classificou como "muito vaga" e que pode ser usada como "instrumento de censura".

Alisson Matos, editor do C Af, com informações de Lino Bocchini, no twitter.


O Juiz Moro adota uma posição de indisfarçável hipocrisia.

Ele é a favor do vazamento !

De tudo ?

Não !

Só do que ferrar o PT!

E ele apoia vazar pra todo mundo ?

Até os bilhetes entre marido e mulher na família Odebrecht?

Não tem problema.

Desde que os receptores do vazamento sejam os órgãos do PiG que querem ferrar o Lula !

Por que não vaza para o Nassif, pro Paulo Nogueira , por exemplo, a implicação do
 Tarja Preta com a Odebrecht, do Aecim com a Andrade, seu irrefutável afogamento em Furnas e o iFHC com todos os agentes da deslavada corrupção?

O Dr Moro gosta de vazamento de um lado só.

Do outro lado, não vem ao caso !

O DR Moro despiu- se de forma completa na festa da Veja.

Ele é um juiz daquela e para aquela plateia.
 

Em tempo: sobre o direito de resposta: ele tocou a valsa que a Veja e a Globo queriam dançar !

Em tempo2: o Dr Moro da Veja é o mesmissímo que condenou o PT no mensalão - sem provas !


Paulo Henrique Amorim

quinta-feira, 25 de junho de 2015

'Dá para pegar ele'


De novo agora todos os latidos, mandíbulas, miras, gatilhos, patas, línguas espumosas, risos gordurosos, emboscadas e dardos convergem em sua direção.


por: Saul Leblon 

Ricardo Stuckert/Instituto Lula

















Um juiz estala os dedos, a ordem se propaga pelo dispositivo midiático conservador.
 
A ordem é disseminada por um colunista especializado na arte dos ganidos demarcatórios. 
 
‘(O juiz) acha que dá para pegar ele’, uiva entre espasmos de ansiedade e sofreguidão.
 
A mensagem ganha diferentes versões no dispositivo midiático. 
 
Contra Getúlio, Juscelino e Jango era Lacerda principalmente quem dava a cadência das senhas golpistas.
 
Lacerda agora é o jornalismo; os colunistas, em especial, seu autofalante mais exclamativo.
 
Ao ‘salve geral’ narrativas são adaptadas ao sotaque de cada público específico. Desde a mais crua, às colunas especializadas em dizer o mesmo com afetação pretensamente macroeconômica ou jurídica.
 
A mensagem é a mesma: ‘Dá para pegar ele’.  
 
‘Ele’ é o troféu mais cobiçado, a cabeça a ser pendurada no espaço central da parede onde já figuram outras peças  embalsamadas pelos taxidermistas a serviço da caçada ininterrupta do conservadorismo na história do país.
 
Mas falta a dele, uma cobiça acalentada pelos quase dez anos que remontam a 2005/ 2006.
 
‘Ele’?
 
Lula.
 
O metalúrgico que ascendeu ao posto de maior líder político do país desde Getúlio Vargas, e cuja morte política já foi uivada pela matilha um sem número de vezes.
 
De novo agora todos os latidos, mandíbulas, miras, gatilhos, patas, línguas espumosas, risos gordurosos, emboscadas e dardos convergem em sua direção.
 
Mas há uma novidade na sofreguidão dos latidos.
 
Erros cometidos em inéditos doze anos de poder do maior partido de trabalhadores da América Latina, emergiram com força do chão movediço da crise mundial, contra a qual os recursos da resistência do Estado brasileiro se esgotaram.
 
O problema principal não é o ajuste que sucedeu a isso.
 
Não é Dilma.
 
Seu governo, a composição, a política em curso refletem um flanco anterior mais grave que pode ser sintetizado no distanciamento orgânico entre ‘a caça’ e seu imenso entorno popular.
 
É esse distanciamento que o ajuste em curso espelha, ao mesmo tempo em que age para aprofunda-lo.
 
E é ele também que explica os ganidos em decibéis crescentes, o cheiro forte de urina demarcando o território conquistado no avanço ininterrupto do tropel.
 
Mas não sem dificuldade.
 
O ciclo iniciado em 2003 tirou algumas dezenas de milhões de brasileiros da pobreza; deu mobilidade a outros tantos milhões na pirâmide de renda.
 
A inclusão foi tão expressiva que sob a cortina de fogo impiedosa do monopólio midiático há quase uma década, acuado, ferido e enxovalhado noite e dia, sem espaço de resposta, Lula ainda figura como o nome que parte com 25% dos votos nas sondagens da corrida presidencial para 2018, contra 35% de Aécio Neves.
 
Mas a direita sabe que isso é pouco para ele reverter.
 
Com acesso diário à tevê hoje sonegado, ao rádio e ao debate num cenário econômico que dificilmente será pior do que o atual, os dez pontos da vantagem do tucano – segundo o Datafolha -- podem derreter em questão de dias.
 
Então é preciso liquidar a fatura hoje. Agora. Na janela de oportunidade entre o vácuo orgânico criado em torno da presa e a próxima temporada de imersão no oceano popular. 
 
‘(O juiz) acha que dá para pegar ele’, telegrafa o colunista que alardeia intimidades com a caçada e objetivamente compõe o galope.
 
A disjuntiva ‘combate à corrupção’ versus ‘ impunidade’ serve para aspergir legalidade ao tiro ao alvo em marcha que busca a cabeça encomendada para figurar na parede dos abates ilustres de Getúlio, Jango, entre outros.
 
Passar a limpo a política brasileira? 
 
Fosse essa a motivação a força-tarefa que hoje se esfalfa em caçar Lula cerraria fileiras para criar travas à presença do dinheiro grosso nas campanhas eleitorais.
 
Promoveria uma reforma capaz de dificultar siglas caça níqueis. Endossaria o clamor por uma democracia mais aberta à participação da população, ora resumida ao comparecimento esporádico às urnas.
 
Não, não é esse o objetivo.
 
A reforma de Cunha, talhada à sua imagem e semelhança, sacramenta a causa do apodrecimento da política e afastar o eleitor das decisões por intervalos maiores.
 
Ah, mas Lula fez lobby por empresas brasileiras... 
 
Sim. E nisso o senador Roberto Requião foi definitivo enquanto os senadores do PT balbuciavam evasivas:
 
‘Criticam o Lula por trabalhar a favor de empresas brasileiras;  elogiam o Serra por querer entregar nosso petróleo a empresas estrangeiras’, fuzilou, tiro seco e letal, o bravo parlamentar.
 
O país precisa de uma macroeconomia mais consistente? 
 
Por certo. 
 
Mas qual?
 
A dos sábios tucanos, reunidos no departamento econômico do Itaú, o BC do PSDB? Ou aquela recauchutada na Casa das Garças, com os mesmos ingredientes de sempre. Desregulação do mercado de trabalho e livre comércio, em linguagem acadêmica. Ou para ser um tanto mais direto: arrocho e entreguismo.
 
'O trade-off  é mais liberalismo em troca de mais redistribuição', preferem os senhores elegantes de gravata italiana.
 
Pergunte-lhes onde foi que isso aconteceu? 
Na Espanha? Na Grécia? Em Portugal? Nos EUA? Ou na Inglaterra, onde a gororoba é aplicada desde Thatcher (Blair incluso), e 250 mil foram às ruas no último sábado contra cortes em programas sociais promovidos pelo engomadinho  Cameron (37% dos votos em escrutínio com abstenção de 40%)?
 
Menos Estado em troca de mais distribuição?
 
Então por que o motor da economia mundial engazopou e não pega nem com o tranco de liquidez de trilhões de dólares despejados pelo Fed e, agora, pelo tardio BCE?
 
Trinta anos que não se faz outra coisa a não ser desregular mercados urbi et orbi, e as grandes corporações mundiais estão sentadas em trilhões de dólares de liquidez. 
 
Não investem.
 
Quem diz é a OCDE, não propriamente um organismo bolchevique. 
 
A produtividade patina e grandes corporações dos EUA já destinaram US$ 903 bilhões este ano à recompra das próprias ações ou a dividendos milionários pagos à república dos acionistas, invertendo-se a destinação majoritária do lucro que deveria expandir o investimento produtivo.
 
O que falta para lubrificar a engrenagem emperrada?
 
Falta o que o Brasil tem, mas a boa ‘ciência econômica’ aqui -- com o incentivo do bravo jornalismo econômico -- acha indispensável liquidar: mercado de massa, horizonte de demanda, distribuição de renda, de bens e de infraestrutura. 
 
A desregulação do mercado de trabalho e a destruição do pleno emprego -- vendidas como o clorofórmio capaz de combater as impurezas da macroeconomia lulopopulista,  explicam no plano mundial  por que essa  é a mais longa, frágil e incerta convalescença de todas as crises capitalistas, desde 1929.
 
O massacre da desregulação do trabalho, na fórmula consagrada de empregos desqualificados, salários baixos e atrofia sindical, foi contrabalançado pelo inchaço do crédito nas últimas décadas.
 
Famílias assalariadas – a exemplo de Estados desidratados pelas reduções de impostos —foram buscar no endividamento aquilo que o emprego e a receita fiscal não mais proporcionavam.
 
Empréstimos às famílias cresceram três vezes mais rápido que o PIB no último meio século nos países ricos, diz a OCDE.
 
Criou-se uma contradição nos seus próprios termos: crédito em volume cada vez maior a tomadores cada vez mais descapacitados a pagá-lo.
 
Daí para as sub-primes que acenderam o pavio da explosão mundial era uma questão de tempo.
 
Quando o balão de oxigênio creditício travou, em 2008, sobrou o deserto do real.
 
Um imenso areal de mão de obra subempregada, trabalhadores em tempo parcial, dezenas de milhões de famílias endividadas, outros tantos milhões de lares sem condições sequer de prover o próprio sustento.
 
O mundo talhado pelo cinzel neoliberal abarca hoje mais de 200 milhões de desempregados –30 milhões adicionados só nesta crise; a fome está de volta à Europa; uma em cada quatro crianças vive em meio à pobreza na Inglaterra onde Cameron acaba de cortar mais 12 bilhões de libras dos programas sociais; 46 milhões de norte-americanos só comem com ajuda do governo, mas o Congresso neoliberal desautoriza Obama a elevar o salário mínimo, agora inferior ao da era Reagan.
 
Por isso a OCDE lamenta o onanismo de um capital que se autossatisfaz ejaculando com a recompra das próprias ações e distribuindo lucros celibatários a  acionistas e diretores rentistas.
 
É essa a eficiência estratégica que se persegue?  Um capitalismo que patina no próprio esperma, apartado da reprodução, alijado de ferramentas de Estado e de poder social para reconduzi-lo às finalidades sociais do desenvolvimento?
 
Os dados na mesa são claros.
 
Não há muito tempo para agir, nem são tantas as opções assim.
 
Há até algum consenso entre o mercadistas sensatos e a visão progressista. 
 
Ambos concordam que o país vive o esgotamento de uma dinâmica econômica. 
 
Há razoável convergência em relação ao motor que deve puxar o novo período: o investimento produtivo, um impulso industrializante liderado pelo pré-sal; os grandes projetos de infraestrutura. 
 
Termina o espaço dos consensos.
 
O conservadorismo avalia que o legado recente é incompatível com o futuro desejado. Para nascer o ‘novo’ é preciso destruir o ‘velho’. 
 
Parece schumpeteriano, é udenista puro. 
 
A supremacia financeira deve purgar todo e qualquer vestígio de interesse nacional, público e social no manejo da economia.
 
O alvo da caçada, Lula, embolou tudo na última década.
 
Fortemente ancorada na ampliação do mercado de massa, a economia avançou apoiada em ingredientes daquilo que a emissão conservadora denomina ‘Custo Brasil’.
 
Um exemplo das dificuldades a retardar o avanço da matilha nessa frente?
 
A formalização da mão de obra.
 
Hoje ela encarece sobremaneira o lacto purga das demissões em massa, atrasando a purificação do metabolismo econômico. 
 
O PSDB deixou o país com uma taxa de informalidade do emprego de 43,6%. 
 
No ano passado esse percentual era de 29,5%.
 
Para demitir um operário com registro em carteira é preciso pagar todos os direitos legados por Vargas. 
 
Eles foram limados parcialmente pela ditadura, mas fortalecidos na prática pelo ciclo de pleno emprego propiciado em 12 anos de governos do PT (que pegou o país com um desemprego tucano superior a 9%, quase 10% em 2003; cortou isso à metade).
 
É disfuncional. Custa caro faxinar a folha de pagamentos pós-PT.
 
Pior: ao recontratar, enfrenta-se o piquete de uma década de investimento para democratizar a educação.
 
Foram oito milhões de vagas do Pronatec e 1,6 milhão de vagas do Prouni e do Fies.
 
O avanço educacional barra o retrocesso significativo nas relações de trabalho: o jovem qualificado recusa a informalidade e o salário arrochado.
 
É preciso pendurar a cabeça do responsável por isso na parede; impedi-lo de retornar à Presidência ou o mercado não completará o longo ciclo de detox neoliberal requerido.
 
‘(O juiz) acha que dá par apegar ele’.
 
Essa é a determinação serviçal da Lava Jato, cuja mão de obra não se inibe em paralisar o país para entregar o serviço. 
 
A paralisia do sistema econômico, na verdade, é um plus que acompanha o pacote e ajudar a acuar a caça.
 
O resto é farofa ética expressa no inimputável conforto desfrutado pelas lambanças do PSDB.
 
Romper o cerco dessa determinação canina exige coragem política de negociar o futuro do país com quem  ainda quer conversar sobre soluções coletivas -- até para tornar compreensível e tolerável as restrições do presente, que são reais.
 
Ou o campo progressista se une e mexe no tabuleiro do xadrez com as peças dispostas a permanecer no jogo democrático, e de lance em lance altera a rigidez das demais, ou ele próprio será tomado pela rigidez cadavérica que vai tomando conta do metabolismo econômico.
 
Lula criou um novo personagem histórico: o mercado de massa ancorado no pleno emprego formalizado. 
 
Os novos protagonistas formam hoje a maioria da sociedade.
 
Mas ainda não constituem um protagonista histórico capaz de assumir o comando do desenvolvimento e do país, o que explica o seu distanciamento em relação à caçada em curso.
 
É um pouco esse paradoxo que espeta no governo a angustiante dubiedade de um refém de si mesmo.
 
Cria, também, a angustiante dissociação entre o gesto e o seu efeito. 
 
Entre o apelo e o seu desdobramento.
 
Nesta 2ª feira, Lula, ‘a caça’, evocou a necessidade de uma revolução no PT, ‘para salvar nosso projeto, não a nossa pele’.
 
Nada.
 
Em diferentes momentos da história recente, mas sobretudo após a morte traumática do candidato do PSB à presidência, Eduardo Campos, em agosto do ano passado, o projeto progressista esteve emparedado, a ponto de muitos darem o jogo como perdido.
 
No final de agosto, o aluvião conservador era tão denso que expoentes do colunismo conservador degustavam precocemente a derrota irreversível do ‘lulopetismo’.
 
Em duas frases, Lula esquadrejou a areia movediça então e identificou um pedaço de chão firme onde instalar a alavanca da reação (bem sucedida, como se sabe):  ‘Temos que demarcar o campo de classe dessa disputa: é preciso levar a política à campanha’.
 
Se tivesse incorporado à evocação o debate de ajustes pontuais na economia, o eleitor provavelmente entenderia –desde que isso se fizesse acompanhar de salvaguardas, prazos e contrapartidas.
 
Um pouco o que o Syriza busca agora na Grécia para não ser cuspido do euro, nem lixiviar ainda mais uma sociedade escalpelada. 
 
Errou o PT ao não fazê-lo.
 
Erra em dobro agora, ao insistir em terceirizar um ajuste necessário, mas que só resultará em reordenação progressista do desenvolvimento se for pactuado com os que precisam genuinamente apostar na democracia social brasileira.
 
Os riscos intrínsecos a uma decisão de renegociar o pacto do desenvolvimento não são maiores do que o caminho adotado agora.
 
A aposta na indulgência dos mercados levou o governo a uma ponte sem pilares que desembocou em um labirinto de areia movediça.
 
Em certa medida, é como se o PT desconfiasse da capacidade de engajamento do protagonista político que ajudou a revelar.
 
O criador escapou à criatura. 
 
Ou dito de forma mais racional: é viável enfrentar as contradições de um ciclo de desenvolvimento como o atual, sem estreitar os canais de organização e comunicação com a principal força capaz de sustentar a continuidade do processo?
 
A matilha  late cada vez mais perto.
 
Contra a voracidade excitada pela silhueta da presa há resposta.
 
Talvez a única resposta nas horas que correm.
 
A unidade de ação do campo progressista e a determinação política inabalável de não escamotear a colisão de interesses em jogo. ‘Trata-se de salvar um projeto, não cargos’. A ver.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Parentes cobram na Assembleia gaúcha punição a deputado fundador do MBL

Wandell-Seixas
O deputado é um dos fundadores do MBL, o Movimento Brasil Livre
Bom pessoal, acredito que todos saibam que o [deputado estadual do PP] MARCEL VAN HATTEN atropelou e meu pai veio a falecer…
Pois então, já se passaram 9 anos… e ontem 08/04/15, fomos à Assembleia Legislativa do RS, pois o deputado não respondeu a processo criminal, o processo ficou 5 anos na delegacia de Ivoti sem serem chamadas testemunhas, perícia e etc.
E, claro, após 5 anos prescreveu.
Não foi divulgada à juíza a morte de meu pai, foi dada como lesão leve.
Abaixo os documentos com os quais formalizamos denúncia à Comissão de Direitos Humanos, passamos estes documentos a todos os deputados das comissões, Manuela D’Ávila, Miriam Marroni, Jorge Pozzobom, missionário Volnei, bombeiro Bianchini, Ronaldo Santini, Pedro Ruas e Jeferson Fernandes.
Por favor repassem, queremos resposta de o porque ele não respondeu, por ser importante, uma pessoa pública?
Queremos resposta, queremos justiça.
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Estou, novamente, sendo vítima de uma tentativa de assassinato de reputação. Dessa vez, meus opositores estão fazendo uso político de um acidente de trânsito – acidente!! – para me atacar.
Como muitos já sabem – e, apesar de ser um assunto muito pessoal e delicado, nunca escondi nem me neguei a falar sobre ele -, em 2006 sofri um acidente de trânsito que resultou infelizmente – e posteriormente – no falecimento de uma pessoa.
Voltando da aula em Porto Alegre, a caminho de Dois Irmãos, fui surpreendido, após uma curva, por uma pessoa que ingressou inadvertidamente na pista da BR-116, na altura da cidade de Ivoti. Infelizmente, não consegui desviar a tempo. Conforme demonstram claramente os autos do inquérito, eu não invadi o acostamento nem me desviei do fluxo normal da pista [veja na imagem deste post a página 24 do inquérito policial escaneada]. Parei o carro e, evidentemente, prestei socorro. Para minha profunda tristeza, o acidente levou a vítima ao hospital e, após pouco mais de meio ano, veio a falecer.
O acidente foi investigado a fundo pelas autoridades competentes. O inquérito policial concluiu que eu não tive culpa alguma pelo acidente e o arquivamento foi solicitado pelo Poder Judiciário. Não fui processado nem, muito menos, condenado por homicídio, lesão corporal ou por qualquer crime. SOU INOCENTE. Apesar disso, as partes interessadas no processo ingressaram com uma ação cível buscando indenização (algo que é seu direito). Essa ação ainda está tramitando, em fase recursal e se alguém quiser acompanhar, o número do processo (apelação cível) é 70039964804.
Nesta semana, contudo, fui informado de que foi protocolado na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, da qual sou membro, um documento pedindo, quase nove anos depois dos fatos ocorridos, nova apuração. É um pedido descabido sob o ponto de vista das atribuições da Assembleia e do ordenamento jurídico brasileiro, já que o caso foi encerrado por eu ser inocente.
Usar uma tragédia pessoal para fins políticos já é, em si, absolutamente lamentável. Mas está ocorrendo pior do que isso: assessores de deputado do PT e militantes começaram agora a aproveitar-se desta tragédia para espalhar falsas acusações contra mim, o que é uma estratégia baixa, suja e rasteira. Estão fazendo aquilo que se tornou corriqueiro para o PT: tentar assassinar a reputação de quem tem a coragem de ser oposição.
Estou tão indignado quanto triste com tamanha falta de dignidade. Que terrível escassez de meios para me combater!
Portanto, aos opositores políticos que espalham falsas notícias a meu respeito, repito o que já disse outras vezes aqui: não aceitarei e denunciarei sempre as tentativas de me calarem tentando assassinar a minha reputação. Continuarei com minha conduta transparente, combativa e coerente com os meus valores.
Assassinato de reputação, COMIGO, NÃO!
Marcel van Hattem
Deputado Estadual/RS
Leia também:

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Fernando Morais: 'quem criticou o porto de Mariel, vai ter de engolir'

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Cotado para o ministério da Cultura, o escritor Fernando Morais, autor do clássico 'A Ilha', comemora a reaproximação diplomática entre Cuba e Estados Unidos e afirma que o Brasil está muito bem posicionado; "quem criticou o porto de Mariel, financiado pelo BNDES, agora vai ter que engolir. Mariel é uma cópia do processo que a China viveu, com a criação de zonas com leis específicas. A ativação vai transformar Mariel no entreposto mais próximo dos EUA em todo o mundo", diz ele 

247 - O escritor Fernando Morais, autor do clássico 'A Ilha', comemorou o que chamou de 'fim da guerra fria', com a reaproximação diplomática entre Cuba e Estados Unidos.

"Não é só uma frase de efeito, mas a Guerra Fria acabou", disse ele ao jornalista Lucas Ferraz (leia aqui sua entrevista). "Finalmente Obama fez jus ao prêmio Nobel que ganhou. O reatamento das relações vai produzir uma mudança imediata na economia cubana. A viagem de avião entre Miami e Havana leva 18 minutos. Certamente eles vão colocar ferryboat para as pessoas irem de carro. É uma revolução. É importante do ponto de vista político porque degela as relações, acaba com essa idiossincrasia que não serviu para nada."

Morais diz, ainda, que o Brasil está muito bem posicionado para essa reaproximação e afirma que, agora, fica provado o acerto na construção do porto de Mariel, financiado pelo BNDES. "Quem criticou o porto de Mariel, financiado pelo BNDES, agora vai ter que engolir. Mariel é uma cópia do processo que a China viveu, com a criação de zonas com leis específicas. A ativação vai transformar Mariel no entreposto mais próximo dos EUA em todo o mundo."

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Todo mundo tem direito de exigir. Mas a esquerda não pode fazer o que os “coxinhas” não conseguiram

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Não há nada de errado em sem-teto, metroviários e até policiais militares se manifestarem em defesa de seus direitos.
Nada de errado, mas muito de estranho nessa improvável confluência de todos em torno do Itaquerão.
Tão estranho que é obvio.
Não adianta o líder dos sem-teto, Guilherme Boulos, dizer que “o receio que nós temos é que as manifestações sejam utilizadas por esses setores mais conservadores que não nos representam e representam um projeto atrasado na nossa opinião”.
Claro que é legítimo aproveitar a visibilidade da Copa para obter concessões, em políticas públicas e em salários.
Mas não é, para sem-teto, policiais ou metroviários, impedir à força que a população e os torcedores se desloquem livremente.
É um contra-senso que o mesmo cidadão ameace que “se até sexta (amanhã) não tiver uma resposta para nossas reivindicações, não sei se a torcida vai conseguir chegar a esse jogo, não”, referindo-se ao amistoso da seleção no Morumbi e ao jogo de abertura da Copa.
Os líderes do movimento dos Sem-Teto, com todas as razões que tenham, certamente sabem que  são vítimas da completa ausência de políticas habitacionais durante o longo inverno neoliberal que, antes do Minha Casa, Minha Vida, demoliu todos os – mesmo distorcidos – programas de habitação popular.
Os dos policiais e metroviários, com certeza, estão cientes que os cofres públicos paulistas e os da empresa em que trabalham foram severamente saqueados pelas forças políticas que os controlam e que, agora, esfregam as mãos esperando que seus movimentos atinjam eleitoralmente o Governo Federal.
Quanto ao pessoal da Companhia de Engenharia de Tráfego, municipal, basta que se diga que sua última greve foi há dez anos, na gestão de Martha Suplicy.
Quando um movimento social ou sindical leva a população ao paroxismo, duas coisas acontecem.
A primeira, mais imediata, é que ele perde apoio político.
Basta ver o que acontece agora e acontecerá durante o dia.
A segunda é que, por isso, aumenta o apoio político aos que sempre foram seus algozes.
O governo federal precisa ter absoluta tranquilidade diante disso.
Porque, tanto quanto os líderes destes movimentos “municipais” e “estaduais”, sabem que tudo será jogado às suas costas.
Inclusive, e  sobretudo, uma reação violenta a quem, por suas reivindicações, não percebe  que, nas palavras de um de seus próprios líderes  que admitem que  há o “risco de uso eleitoral que nós estamos vendo nesses protestos é pelos setores conservadores do País, de grandes partidos como PSDB e PSB que têm tentado surfar na onda das mobilizações”.
Seu dever é pressionar Estado e municípios para que negociem e sejam flexíveis, em lugar de repressores.
Mas também há deveres para as lideranças, a menos que desejem o mesmo que “coxinhas” e “blackblocs” e não, como cidadãos e trabalhadores, defenderem os interesses daqueles que lhes depositam confiança.
Líder que pensa e não faz, seguindo o caminho fácil que a mídia conservadora lhe abre precisa abrir o olho.
Manifestação, muito bem, ótimo. Legítima e necessária.
Tanto para pressionar a prefeitura, quanto para pressionar Alckmin e mesmo para pressionar Dilma.
Mas não perceber que a direita e a mídia estão loucas por situações que levem a conflito nas ruas é pior do que ser cego.
É isolar seus movimentos diante da população exausta e levar água ao moinho dos que sempre lhes baixaram o pau.
Tomara que entendam e reconheçam que são seus inimigos que, a esta hora, torcem para o “não vai ter copa”.
E que não levem trabalhadores e gente sofrida, explorada e injustiçada a fazerem o que os bem-nascidos coxinhas e blackblocs não conseguiram.
E a jogar contra seus próprios aliados históricos, ao lado de seus inimigos de sempre.
Coerência não é calar a boca por medo de “patrulhas” e esconder das pessoas as consequências politicas do que a gente diz e faz.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

'A NAÇÃO É O POVO E O ESTADO A SUA EXPRESSÃO'


*PAPA BENTO XVI RENUNCIA: O PAPADO QUE DEVASTOU A ALA PROGRESSISTA DA IGREJA CHEGA AO FIM E DEIXA COMO LEGADO UM IMENSO VAZIO.

PT, 33 anos depois do Colégio Sion: como anda o lado esquerdo do peito?


"Os trabalhadores querem a independência nacional. Entendem que a Nação é o povo e, por isso, sabem que o País só será efetivamente independente quando o Estado for dirigido pelas massas trabalhadoras. É preciso que o Estado se torne a expressão da sociedade, o que só será possível sisocial. O PT buscará conquistar a liberdade para que o povo possa construir uma sociedade igualitária, onde não haja explorados e nem exploradores. O PT manifesta sua solidariedade à luta de todas as massas oprimidas do mundo." (Manifesto de fundação do PT, no Colégio Sion, em São Paulo, em 10 de fevereiro de 1980.(LEIA MAIS AQUI)