Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Miriam Leitão admite que desastre não veio. Mas virá, calma, diz ela











Depois do fiasco da “explosão inflacionária”, agora é a vez de Miriam Leitão ter de admitir, também, que a apregoada retração da economia, prevista diariamente por ela e por outras cassandras do jornalismo econômico não vai, igualmente, acontecer.
Na sua coluna de hoje, a musa do neoliberalismo entrega os pontos e admite que o PIB do segundo trimestre – cujo resultado sai no final do mês – vai ser acima das expectativas e chegar a 1% sobre o anterior, o que levaria a taxa de crescimento da economia, em termos anuais, a 4%.
O número que previra o insuspeito economista Francisco Lopes, há 20 dias, num artigo do Valor, que se iniciava com um pedido para que não fosse visto como piada pelos talibãs do jornalismo econômico.
A fonte do crescimento será, segundo preveem as fontes de  de Leitão, a indústria  e o investimento, não o maldito consumo popular.
Pudera, com o presidente do BC, Alexandre Tombini, tendo passado – embora eu ache que volta logo – para o lado de lá, o do jurismo militante, daí é que não poderia vir.
O crescimento é ainda mais significativo porque se deu abaixo de uma tempestade de pessimismo veiculado pela mídia, que apresentava o Brasil na ante-sala do caos político e econômico.
Ela mesma admite o chabu de suas previsões:
“Ninguém duvida que o governo vai comemorar como prova de que todos os alertas e críticas foram equivocados.”
Mas ela não desiste, só adia o mau agouro: vem aí um terceiro trimestre desastroso! Aliás, O Globo continua de pé pela pátria agourenta: diz que o crescimento do IBC-Br, índice do Banco Central, veio “abaixo das expectativas de mercado”: crescimento de 1,13% em junho contra uma previsão do mercado de 1,2%. Sete centésimos de centésimo! Esse pessoal devia jogar na Mega-sena.
É por isso que Miriam insiste, não desiste do catastrofismo.
“Os primeiros sinais do terceiro tri são de que será o pior período do ano.”
O fundamentalismo neoliberal é uma proeza!
Por: Fernando Brito

A CHAVE-MESTRA DAS CATRACAS


*Exclusivo - Dermi Azevedo: 'A Igreja católica abrigou um braço da CIA no Brasil' 

*Banho de sangue: repressão mata 525 pessoas no Egito e impõe Estado de Sítio 

*'Fora Alckmin': mais de três mil pessoas vão às ruas em SP no pontapé  pela CPI do metrô tucano e por transporte de qualidade**Ouça a repercussão:  http://www.redebrasilatual.com.br/radio/capa/ao-vivo)

***A mídia e 16 anos de licitações amigáveis no metrô tucano (leia mais   

*Era uma vez:  duas amigas, filhas de dois generais, o filme pronto de um Chile fraturado pela ditadura 

Uma metrópole é uma correlação de forças dominada pelo poder
das corporações imobiliárias  e do capital financeiro. São eles que formam o‘gabinete sombra', a verdadeira ‘mãos invisível' que reduz essa segunda natureza, a grande obra de arte da humanidade, que são as cidades, em um ajuntamento comatoso disciplinado por catracas. Obras, planos, licitações, enfim, arranjos e negócios pouco ou nunca identificáveis com as urgências de seus habitantes. A entrevista de Ermínia Maricato a Rose Spina (leia  nesta pág.) merece atenção. É esclarecedora de como essa usina de exclusão captura os espaços e interdita as melhores intenções. Ora convertendo-os aos seus desígnios; ora anulando-os; ora destruindo-os. Leis, planos e códigos desprovidos de uma contrapartida de forças que os sustentem, diz a arquiteta que ajudou a implantar o Ministério e o Estatuto das cidades serão fraudados pelo poder prevalecente que ‘organiza'  o destino da metrópole à revelia dos cidadãos.  O cartel que planeja  preços, prazos e partilhas do metrô tucano em SP não constitui  um ponto fora da curva.  Mas o prefeito Fernando Haddad rompe a lógica quando decide fazer dos corredores exclusivos de ônibus (220 kms até dezembro), o alicerce da reordenação viária da cidade. E envereda em pecado capital, quando sanciona uma assembleia consultiva popular de 1.125 representantes de bairros. A lógica da concentração capitalista em si é irreversível. Trata-se de um impulso sistêmico, global, imiscível com ideais de harmonia e estabilidade. É a mãe de todas as catracas. Destravá-la requer mais que a gororoba tucana  da livre concorrência, na qual, como se sabe agora, nem eles acreditam. (LEIA MAIS AQUI)

MPL, PSTU e PSOL ‘vetam’ PT e CUT em protesto contra Alckmin


Por volta das 15 horas da última quarta-feira, o Blog da Cidadania esteve no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, a fim de cobrir o protesto do Sindicato dos Metroviários e do Movimento Passe Livre contra o governador Geraldo Alckmin e o escândalo dos trens.
Naquele horário, parecia que o frio intenso e a chuva fina esvaziariam o protesto. Não mais do que 200 manifestantes podiam ser vistos no calçadão do Anhangabaú agrupados sob o Viaduto do Chá, que lhes servia de abrigo.
Uma hora mais tarde, havia pelo menos o triplo de manifestantes e continuava chegando gente. Por volta das 17 horas, entre 1.500 e 2.000 pessoas saíram em passeata pelo centro velho de São Paulo.
Militantes de partidos políticos – sobretudo do PSTU – se confundiam com os do Movimento Passe Livre. As faixas, cartazes e bandeiras não escondiam o caráter partidário – e legítimo – da manifestação.
Porém, o protesto não foi só contra Alckmin. Também foram vistas faixas e cartazes criticando o PT, ainda que este nada tenha que ver – ao menos até aqui – com o escândalo dos trens, supostamente o mote da manifestação.
O Blog conversou com cerca de duas dezenas de pessoas e pôde confirmar que houve “veto” –sobretudo do PSTU, com a concordância do MPL e do PSOL – à participação do PT e da CUT. A razão: “desconfiança” de que iriam “politizar” uma manifestação cheia de partidos…
Apesar de a maioria dos manifestantes que o Blog entrevistou ter se mostrado favorável ao “veto” à participação do PT no ato por considerá-lo “igual ao PSDB”, e à CUT por ser “braço do PT”, uma minoria criticou essa postura, dizendo-a “antidemocrática”.
Por fim, a organização foi muito boa. Esses partidos têm se mostrado muito mais competentes na organização de atos públicos. A militância atua com bastante concentração e demonstra experiência na promoção desse tipo de evento.
Curiosidade: este blogueiro foi entrevistado pelo Datafolha, que pesquisava intenção de voto dos manifestantes, e gravou a conversa.  A entrevistadora pareceu surpresa pelas respostas que dei. Aparentemente, por terem sido favoráveis ao PT…
No vídeo abaixo, a conversa com o Datafolha e rápida entrevista que fiz com o conhecido ativista do Movimento dos Sem Terra Igor Felipe, do setor de comunicação da entidade. Ele julga que os protestos contra Alckmin irão crescer, apesar dos vetos políticos.
Confira, abaixo, o vídeo.

ALCKMIN E TRENSALÃO ENTRAM NA RODA Mau Dia Brasil fez cobertura policial para poupar tucanos.




Da Rede Brasil Atual

Cerca de 4 mil pessoas não se intimidaram com o frio e a garoa que acinzentaram o centro de São Paulo na tarde de hoje (14) e foram às ruas protestar contra a péssima qualidade do transporte público na cidade. A manifestação, que transcorreu pacificamente, sem nenhuma ocorrência de vandalismo, foi motivada pelas recentes denúncias de formação de cartel entre empresas estrangeiras do setor metroferroviário com a complacência de governos estaduais do PSDB.

Depois de terminada a passeata, na Praça da Sé, por volta das 18h30, um grupo de aproximadamente 100 pessoas caminhou até a Câmara de Vereadores e tentou ocupar o prédio. A polícia respondeu com bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral, e perseguiu alguns manifestantes pelo bairro da Liberdade. À medida que fugiam, eles faziam barricadas com lixo em chamas nas ruas para atrasar o avanço das viaturas. Algumas lojas e agências bancárias tiveram as vidraças quebradas. A PM não soube informar o número de pessoas detidas.

O protesto foi convocado pelo Sindicato dos Metroviários do Estado de São Paulo, filiado à Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), e contou com apoio do Sindicato dos Ferroviários da Zona Sorocabana, que aglutina trabalhadores das linhas 8 e 9 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A marcha também ganhou a adesão do Movimento Passe Livre (MPL), responsável pela mobilização contra o aumento da tarifa, em junho, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e diversos grupos de esquerda, como Juntos, Levante Popular da Juventude, Periferia Ativa e Movimento dos Trabalhadores Sem Teto.

CARTA

Depois de se concentrarem no Vale do Anhangabaú, os manifestantes passaram pelas sedes da Prefeitura, Ministério Público do Estado e Secretaria estadual dos Transportes Metropolitanos, na rua Boa Vista, onde a marcha se deteve por alguns instantes. Uma comissão formada por representantes dos Metroviários, Ferroviários e Passe Livre foi recebido pelo chefe da gabinete da secretaria e diretores do Metrô e da CPTM. Eles entregaram uma carta pedindo fim das terceirizações e das privatizações no transporte metroferroviário, redução da tarifa, investigação das denúncias de corrupção e punição dos responsáveis.

“Foi uma reunião formal, sem avanços, não esperávamos nada além disso. Os governos só se movem quando as pessoas vão para as ruas”, relatou Altino de Melo Prazeres, presidente dos Metroviários, uma das lideranças recebidas na secretaria. “Apresentamos e explicamos a pauta. Eles foram respeitosos e protocolaram nossa carta. Pedimos a abertura de uma negociação com o secretário de Transportes Metropolitanos. Ficaram de dar resposta hoje ou amanhã. São várias as pautas que queremos tratar, mas o principal tema é a corrupção. Se o metrô teve prejuízo, queremos que o dinheiro seja devolvido, para ser investido em mais metrô.”

Enquanto dirigentes e burocratas dialogavam dentro do prédio, os manifestantes formaram na rua um grande círculo para queimar um boneco de pano – com cartola, terno, gravata e nariz grande, simbolizando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e os empresários corrutos – e uma catraca. Durante a marcha, podia-se ler faixas com os dizeres: “Por 20 centavos derrubamos a tarifa, por 425 milhões nós derrubaremos o Alckmin”, “Chega de sufoco, fora máfia dos transportes”, “Fora Alckmin”, “Metrô sim, monotrilho, não”, “2% do PIB para o transporte metroferroviário público, estatal e de qualidade” e “Só o socialismo acabará com as crises”.

CONTINUIDADE


“Cada roubo desses é como se estivéssemos cortando na carne do Estado e dando de presente para as multinacionais”, explicou o presidente dos Metroviários, antes mesmo de começar a marcha. “Queremos investimento maior no metrô e na CPTM. Não tem mais condição de ficar investindo apenas no transporte rodoviário. Queremos prisão dos diretores de todas as empresas responsáveis pelo cartel. Todos os contratos devem ser suspensos até o final das investigações. As empresas não podem vir ao país, admitir que roubaram e o governo continuar pagando.”

O presidente dos Ferroviários, Everson Craveiro, endossa as críticas, destacando a má gestão da CPTM. “A administração da empresa é ridícula: eles primeiros compram trens novos, para aparecer na imprensa, e só depois, quando começam as panes e os acidentes, é que vão se preocupar em investir nas subestações elétricas, estações, sinalizações e trilhos”, argumenta. “É a mesma coisa que comprar uma Ferrari para andar em estrada de terra. É por isso que os trens novos vivem quebrando. O governador tem realmente muita coisa para explicar.”

“Esse foi um ato-denúncia frente a todos os escândalos de desvios de verbas no metrô e na CPTM”, definiu Nina Cappello, membro do Passe Livre, logo após o término da passeata. “Queremos denunciar essa lógica de administração dos transportes em São Paulo, que funciona para dar lucro para os empresários e não para atender às necessidades dos usuários e da população. Foi um protesto muito bom: conseguimos dialogar com a população, a marcha cresceu muito durante seu trajeto. Não vamos nos calar diante dos escândalos e não deixaremos de lutar por um transporte efetivamente público.”

Nina lembra que, na época em que a população estava nas ruas exigindo a redução da tarifa de ônibus, metrô e trens na cidade, a maior justificativa do governo estadual – e também do municipal – era a de que não havia dinheiro disponível em caixa para arcar com uma passagem mais barata. “Com essa manifestação fazemos a mesma crítica que fazíamos quando exigimos a revogação do aumento de 20 centavos. Em junho, eles diziam que não tinham recursos para baixar a tarifa, mas agora vemos que o dinheiro do transporte público está indo para o bolso dos empresários e não em investimentos para melhorar a vida da população. Então, tem dinheiro, e nós, usuários e trabalhadores, queremos decidir pra onde esse dinheiro vai. A reivindicação é a mesma, são apenas elementos diferentes.”

NINJA


A PM acompanhou toda a manifestação com 350 policiais. “Queremos garantir o exercício de reunião desde que se mantenha de forma pacífica e ordeira. Usamos todos os recursos possíveis para evitar qualquer tipo de quebra da ordem por parte de oportunistas que se aproveitam as manifestações para provocar pequenos furtos e danos ao patrimônio”, explicou o coronel Marcelo Pignatari, comandante da operação, mesmo oficial que reprimiu o terceiro protesto pela redução da tarifa, em 11 de junho, que acabou em violência policial. Pignatari disse que trabalharia para “individualizar” atos de vandalismo em vez de atentar contra todos os manifestantes em caso de depredação.

Questionado pela RBA, o coronel não negou que houvesse policiais à paisana, conhecidos como P2, infiltrados na marcha. “Isso sempre teve. Estamos fazendo tudo dentro da lei.” A PM estava munida de câmeras de vídeo para fazer seus próprios registros do protesto. Um oficial chamado Giampaolo tinha preso ao peito um equipamento conhecido como Go Pro, utilizado para fazer imagens em movimento. Alguns manifestantes brincaram imediatamente, dizendo que se tratava de um PM Ninja, em alusão ao Mídia Ninja, grupo que se notabilizou ao registrar imagens ao vivo com uso de celulares das manifestações de junho.

ATO CONTRA CARTEL PEDE CPI E “FORA, ALCKMIN”