Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Golpistas agradecem esquerda que quer PT fazendo “mea culpa”


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Em 2002, o PSDB elegeu 70 deputados federais. Em 1998, elegera 99. De 1994 a 1998, vimos a era de ouro do partido. Tudo acabou em 2002. A redução da bancada não traduzia o golpe que os tucanos haviam levado.

Claro que a debacle tucana ocorreu sem concurso da mídia, que, ao longo daquele ano, praticamente fez campanha eleitoral para José Serra enquanto defendia Fernando Henrique Cardoso da responsabilidade por entregar um país arrasado ao sucessor, com inflação de 12,4 % e desemprego de 12,6%, juros a 25% ao mês, salário mínimo de 200 reais (70 dólares), pobreza quase intocada, concentração de renda nas alturas, reservas cambiais de 17 bilhões de dólares (hoje, o país tem 370 bilhões de dólares em caixa).

No dia 1º de janeiro de 2003, dia em que Lula assumia a Presidência da República pela primeira vez, a Folha de São Paulo publicou a herança de FHC a Lula contendo esses dados.

esquerda

Nos anos seguintes, a bancada do PSDB na Câmara Federal continuaria minguando.

Em 2006, passou para 66 deputados; em 2010, para 54 e, em 2014, apesar do ressurgimento da direita nas urnas após passar as três eleições anteriores sendo surrada, os tucanos continuaram com os mesmos 54 deputados – cerca de metade da bancada que tiveram um dia.

O PSDB só não afundou de vez por causa da mídia. E mesmo com o apoio desta o partido já não tinha o que dizer diante de governos do PT que faziam os trabalhadores ganharem mais todos os meses, com o desemprego despencando mês a mês.

Há várias interpretações para as causas da crise atual. Se eu disser que se deve a sabotagem da direita ou que as “jornadas de junho” geraram a crise porque espantaram o investidor, virá algum contraponto com versão diametralmente oposta. Porém, ninguém poderá negar que dos 13 anos que o PT governou o Brasil, durante 11 a vida das pessoas melhorou muito.

Quem tiver dúvida, basta consultar os indicadores oficiais e verá que de 2003 a 2014 salários e quantidade de empregos aumentaram e desigualdade e pobreza despencaram. Ponto.

Contudo, apesar de tudo isso, o PSDB resistiu e se ergueu. E se ergueu com inteligência. Se ergueu quando se deu conta de que deveria defender seu legado, claro que contando com a cumplicidade da mídia, que fez sumir os números da economia do fim do governo FHC.

O que é estarrecedor, portanto, é ver que aquela esquerda que, em 2013, convocou manifestações que tiraram a direita do armário e derrubaram a popularidade de Dilma de 65% para 31% em três semanas, agora quer que, após o PT ser massacrado pelo golpe e pelas urnas (que o massacraram por conta do golpe), continue se autoflagelando.

É pra acabar. Esse surto suicida da esquerda brasileira parece não ter fim.

Do julgamento do mensalão para frente, era óbvio que o golpe se tornaria inevitável e que passava por sabotagem da economia e por impeachment. Quando eu dizia que havia um golpe em marcha essa esquerda que quer ver o PT fazendo “mea culpa” em praça pública pelo golpe que sofreu, dizia que não haveria golpe algum, que “o mundo não aceitaria”.

Eu sempre tentei explicar a esses setores da esquerda que o golpe viria através do impeachment, mas nunca me deram ouvidos. Diziam-me adepto de “teorias da conspiração”.

Deu no que deu.

Agora, vem essa ideia de “jênio” de o PT fazer “mea culpa”. PQP!

O PT deve fazer mea culpa por que?

Por tirar 40 milhões da pobreza?

Por manter o desemprego cadente durante 11 dos 13 anos que governou?

Por ter feito o salário médio do trabalhador subir mês a mês durante 11 dos 13 anos que governou?

Por ter colocado negros pobres na faculdade?

Por ter feito a concentração de renda ter a maior queda em toda história brasileira, segundo o IBGE?

Vão se catar! Corrupção tem em todos os partidos. O caso do PT é que é o único partido que é investigado de verdade. As empreiteiras todas que roubaram a Petrobrás roubaram o metrô de São Paulo da mesma forma e ninguém investiga – o esquema vigeu por vinte anos e não há um único político indiciado.
Por quê? Porque durante esses vinte anos quem governou São Paulo foi o PSDB, que tem licença para roubar.

Em vez de a esquerda estar combatendo isso, está combatendo um fenômeno normal em qualquer governo, mas que sendo em um governo do PT não ficou impune porque Lula e Dilma combateram a corrupção como nenhum outro presidente fez, já que dotaram o país de órgãos de controle tão rígidos e livres que acabaram sendo usados para derrubar o governo petista.

Estou muito indignado com essa proposta. Quero pedir aos esquerdistas que estão propondo essa barbaridade que criem juízo e tratem de começar a combater essa direita que vem aí para tirar direitos dos trabalhadores, das mulheres, dos negros, dos homossexuais e para concentrar a renda que o PT desconcentrou.

Aliás, vale dizer que essa esquerda deveria se preocupar em eleger Marcelo Freixo no Rio de Janeiro e, depois, em montar um governo sem alianças, como o PSOL sempre pregou para os governos que o PT conseguia eleger.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Quem inventou Fernando Holiday?


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A história pública de “Fernando Holiday” começa no dia 22 de janeiro de 2015, data em que sua página no Facebook foi criada. Sua primeira postagem naquela rede social foi da foto que encima este post e recebeu 25 curtidas.
No mesmo dia, o jovem de 18 anos – que, segundo reportagem da Folha de São Paulo, é morador da periferia de São Paulo (Carapicuíba), filho de uma auxiliar de enfermagem e de um garçom –, faz uma segunda postagem: um vídeo, bem editado, aparentemente profissional, que o levaria à “fama”.






“Holiday” chegou chegando ao Facebook. Seu vídeo inaugural recebeu 2.396 curtidas, 568 comentários e 3.126 compartilhamentos – o potencial de difusão de tantos compartilhamentos é considerável. Essa repercussão rendeu ao vídeo quase 40 mil visualizações.
O discurso bem-articulado do adolescente foi obviamente ensaiado e dirigido, a edição do vídeo e do áudio é competente e a “viralização” decorre de ter sido postada na página do Movimento Brasil Livre.
Como as 25 curtidas da primeira postagem de “Holiday” (sua foto) o transformaram nesse sucesso de público tão rápido? Verificando essas duas dezenas e meia de curtidas encontra-se um fato curioso: ao menos três pessoas que curtiram a foto do rapaz são de faixa etária distinta e, obviamente, de classe social muito diferente, além de residirem em outras cidades.
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As postagens dessas três pessoas no Facebook se coadunam perfeitamente com as do Movimento Brasil Livre. Atacam o PT, Dilma Rousseff, exaltam o deputado do PP Jair Bolsonaro, Aécio Neves e, todas, usam exemplos de pessoas negras que apoiaram as manifestações anti Dilma de 15 de março como “prova” de que quem foi à avenida Paulista se manifestar não foi a “elite branca”.
Apesar disso, segundo pesquisa Datafolha feita no dia 15 de março, na manifestação anti Dilma 69% dos participantes se declararam brancos e 41% disseram ter renda acima de dez salários mínimos. Isso sem falar nas imagens da manifestação, que levaram até a imprensa estrangeira a considerar que foi um movimento da classe média branca.
Qual a possibilidade de um adolescente negro e de origem pobre da periferia de São Paulo conhecer pessoas como essas, de outras cidades, duas delas distantes? O que levou essas pessoas a curtirem a foto de um entre milhões de adolescentes que mantêm perfis no Facebook?
Boa parte das outras 22 pessoas que curtiram a foto de “Holiday” parecem ser brancas e de outras faixas etárias, apesar de algumas delas parecerem ser tão jovens quanto ele. Mas essas três pessoas destacadas chamam mais atenção por terem idade para ser pais do rapaz, sem falar da etnia e da aparente classe social mais alta.
Parece evidente que pessoas tão distintas do perfil de “Holiday” o conheciam antes de ele inaugurar sua página no Facebook e que, de alguma forma, estão relacionadas com a difusão de seu vídeo na página do Movimento Brasil Livre.
Sobre esse movimento, ainda segundo o jornal Folha de São Paulo, trata-se do principal grupo convocador das manifestações. O MBL é sediado na cidade de São Paulo e defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Em manifesto publicado na internet, o MBL cita seus cinco objetivos: “imprensa livre e independente, liberdade econômica, separação de poderes, eleições livres e idôneas e fim de subsídios diretos e indiretos a ditaduras”.
A revista Carta Capital afirmou, em matéria publicada em seu site no dia 13 de março, que o bilionário David Koch financia o MBL. Coch seria “Um dos poderosos irmãos Koch, donos da segunda maior empresa privada dos Estados Unidos, com um ingresso anual de 115 bilhões de dólares”.
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Então ficamos assim: um ilustre desconhecido, muito jovem, inaugura uma página no Facebook poucos dias antes do protesto anti Dilma. Minutos depois, pessoas que obviamente não pertencem ao seu grupo social curtem uma foto dele sem nada de especial, ele posta um vídeo (profissional), o vídeo explode na internet (teria sido “patrocinado”?) e o rapaz acaba, cerca de um mês depois, virando notícia na home do UOL.
Qualquer busca que for feita no Google mostra que “Holiday” praticamente não existia na internet antes de inaugurar aquela página no Facebook. Foi inventado a poucos dias do protesto e fazendo um discurso – no vídeo acima – que recebeu toneladas de elogios de jovens brancos de classe média, em contrapartida a manifestações indignadas de jovens negros que sabem muito bem a importância da política de cotas “raciais” nas universidades.
Ao fim disso tudo, percebe-se que o movimento contra Dilma Rousseff e o PT está pouco se lixando para “corrupção”. O objetivo desse movimento é acabar com políticas públicas como a que, segundo essa gente, estaria “roubando” vagas de brancos nas universidades públicas.
Mas essas páginas e esses movimentos anti Dilma não se resumem a atacar petistas. O PSOL, inimigo figadal do PT, bem como sua última candidata a presidente, Luciana Genro, são atacados duramente, assim como MST, MTST, PSTU e tudo que esteja à esquerda dessa gente.
Além disso, as páginas desse e de outros movimentos de direita análogos se manifestam contra feministas, contra movimentos negros, contra homossexuais…
A esquerda brasileira, porém, ao contrário da direita se mantém dividida. A parcela mais radical recusa-se a apoiar não Dilma Rousseff, mas seu mandato constitucional. Enquanto isso, esses movimentos literalmente fascistas, irrigados por fortunas de origem difusa e obscura, vão tomando conta do cenário político.
Quem poderá unificar a esquerda? Está havendo diálogo entre o governo e a oposição de esquerda? Dilma já se convenceu de que é preciso construir uma pauta e assumir compromissos? A esquerda já se deu conta de que é alvo dessa direita hidrófoba tanto quanto a presidente e seu partido?
Em nenhum país em que esses métodos foram usados a ultradireita obteve uma vitória tão completa quanto a que está alcançando no Brasil. E, a cada dia que passa, esse quadro parece cada vez mais difícil de ser revertido.
Sem tomar partido do governo Dilma e do PT contra a esquerda oposicionista, o que se espera é que os dois lados tenham mais juízo. A esquerda precisa se reunir e encontrar uma pauta mínima.
Dilma não conseguirá nada afagando a direita, a esquerda oposicionista está no menu da ultradireita tanto quanto os petistas. Será que os dois lados entenderão isso a tempo? Petistas, psolistas, sem-teto, sem-terra, sindicalistas têm que acordar enquanto é tempo.
Não faltarão “Holidays” para ajudar a direita a oprimir a maioria dos brasileiros, sabidamente negra e pobre. O “Holiday” do vídeo é só um protótipo. Muitos outros serão construídos. Dinheiro não haverá de faltar.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

«Se PSOL apoiasse Dilma, 2º governo dela seria mais de esquerda




Foi altamente positiva a manifestação do ex-candidato a prefeito do Rio de Janeiro pelo PSOL Marcelo Freixo no sentido de que, diante da possibilidade de o país vir a ser governado pelo PSDB, não tem dúvida alguma em declarar seu voto em Dilma Rousseff. Freixo, como se sabe, em 2012 chegou a ter 30% dos votos cariocas e, em 2014, é o deputado estadual mais votado.

Pela importância de Freixo no PSOL, sua decisão pode influenciar o partido no sentido de analisar com a devida calma a possibilidade de apoiar a reeleição de Dilma, sobretudo na pessoa da combativa Luciana Genro, quem, por seu brilhantismo no primeiro turno, conquistou uma bela votação para o seu partido, dada a diferença de recursos de sua campanha para os recursos das campanhas dos adversários.

Eis que o PSOL tem diante de si a possibilidade de conseguir pela via eleitoral o que não conseguiu com a ruptura com o PT da qual o partido nasceu, nos primórdios do governo Lula. Afinal, negociando devida e legitimamente o seu apoio a Dilma poderá fazer com que um eventual novo governo dela seja muito mais de esquerda do que o primeiro, além de participar desse governo.

O PSOL poderia, por exemplo, negociar a adoção dos kits anti-homofobia nas escolas, envio de projetos de lei do governo ao Congresso propondo mais direitos para os homossexuais, para os índios, para os negros e, além disso, poderia obter avanços mais concretos na reforma agrária, na jornada de trabalho, na Previdência…

Além do PSOL, há um movimento no PSB de Luiza Erundina e Roberto Amaral que propõe que o partido se mantenha neutro na disputa entre Dilma e Aécio Neves. Esse movimento, com habilidade do PT, pode desembocar em apoio de setores ou expoentes do partido à reeleição da presidente da República. Afinal, Erundina e Amaral estão divergindo frontalmente de Marina no que tange ela apoiar Aécio.

E, como se sabe, o PSB é uma nuvem passageira para Marina. O partido sabe, Marina sabe.
Enfim, se a esquerda tiver juízo e se aglutinar em torno da reeleição de Dilma, não apenas estará aproveitando a maior chance de proporcionar um governo bem mais à esquerda ao Brasil a partir de 2015 como, também, demonstrará que a esquerda brasileira saiu do jardim da infância e já entendeu que, fragmentada, só faz pavimentar o caminho da direita.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Você acabou de assistir ao trailer de um eventual governo Marina

País começa a acordar e vantagem de Marina começa a 
cair


Não é preciso dizer muito. Os recém-divulgados números das pesquisas Datafolha e Ibope falam por si: Marina Silva atingiu o teto e começa a cair. Aos números, pois.
Na pesquisa Ibope anterior, divulgada no dia 26, há cerca de uma semana, em primeiro turno Aécio Neves tinha 19%, Marina tinha 29% e Dilma Rousseff tinha 34%. Em simulação de segundo turno, Marina venceria Dilma por 45% a 36% – 9 pontos de vantagem para a candidata de oposição.
Na nova pesquisa Ibope, Dilma sobe três pontos e Marina, 4. Aécio cai 4 pontos – tinha 19% e, agora, 15%. Porém, a grande questão é o segundo turno. A vantagem de Marina sobre Dilma caiu para 7 pontos (46% a 39%). Dilma subiu 3 pontos e Marina, 1.
Na nova pesquisa Datafolha, a situação de Dilma melhorou ainda mais em relação à pesquisa anterior. No primeiro turno, só Dilma oscilou para cima (1 ponto), para 35%. Marina ficou estagnada com os mesmos 34%. Mas, no segundo turno, a vantagem de 10 pontos de Marina, caiu para 7 (48% a 41%).
Para quem lê este Blog – e acredita no que lê –, não houve surpresa. Há quatro dias, o post A única certeza é a de que o PSDB acabou já tratava de recomendar aos antipetistas fanáticos que baixassem a bola porque Dilma continua no jogo; só quem está fora, é Aécio. Naquele post foi antecipado que Marina tinha atingido o teto.
E não é a redução da comoção pela morte de Eduardo Campos que já vai cedendo lugar à racionalidade, é que Marina não diz nada ou diz premissas contraditórias. Aos poucos, conforme vai ganhando importância, as pessoas começam a leva-la a sério e a prestar atenção ao que diz e não só na imagem que forjou.
E é ai que mora o perigo. Para ela.
A posição dúbia sobre direitos dos homossexuais pegou mal, mas a posição espantosa de Marina em relação ao pré-sal e a tal “roleta bíblica” (essa senhora diz que toma decisões importantes abrindo aleatoriamente a Bíblia) assustaram até a mídia e o PSDB.
E o empresariado foi atrás.
Marida é uma fraude. E o pior é que não é uma fraude proposital. Ela acredita mesmo nas coisas que diz. Inclusive que poderia governar sem programa, sem apoio de uma base política e de um partido sólidos.
O país não entrará nessa aventura a esta altura do campeonato. Dilma está no jogo. E para vencer.

Você acabou de assistir ao trailer de um eventual governo Marina



First things first, dizem os ingleses. Ou “Primeiras coisas primeiro”. E a primeira coisa é que não se pode chamar de “campanha do medo” simplesmente lembrar que é irracional embarcar em viagem da qual não se sabe em que condições será feita e nem qual é o destino, pois as condições dessa viagem podem levar a desfecho diferente do pré-estabelecido.
Dito isso, o passo seguinte é mergulhar na história recentíssima do país. E quando se usa o adjetivo “recentíssima”, é no sentido literal: o que se relembra, aqui, são dois casos recentes envolvendo a candidata a presidente Marina Silva.
Os casos em tela são o de Marina ter proposto apoio à união civil entre homossexuais, retirado tal apoio e, ao fim, relativizado a retirada, e o de ter sugerido que não investiria na exploração do pré-sal, caso se elegesse presidente, mas, em seguida, de ter voltado atrás e dito que, sim, investiria.
Entendeu, leitor? Ela apoiou os homossexuais, depois desapoiou e, ao fim, disse que apoiaria, apesar de ter retirado o apoio de seu programa de governo. Em seguida, apesar de ter insinuado que não investiria no pré-sal, passou a dizer que investiria, sim, mas “não só” no pré-sal.
Ora, como acertadamente diz a candidata a presidente Luciana Genro, do PSOL, em questões assim é preciso ter lado: ou você apoia ou não apoia direitos plenos para homossexuais. Tem que deixar claro. O povo quer saber para gostar ou não, mas quer saber. E, portanto, o candidato tem OBRIGAÇÃO de responder claramente.
No caso do pré-sal, a postura de Marina é ainda mais grave porque, com os lucros imensos que pode gerar, sua exploração pode permitir à próxima geração de brasileiros viver em um país diametralmente diferente, pois quase toda essa riqueza iria para a Educação.
Marina esbofeteia os brasileiros ao não dizer, tintim por tintim, o que vai fazer em relação ao pré-sal. E cabe aos outros candidatos – incluindo Aécio Neves e Luciana Genro, entre outros – cobrar da “socialista” que informe ao país o que fará com esse que pode ser o passaporte dos brasileiros para o futuro.
Enfim, pois, chegamos à “cereja” do bolo. Esse vai-e-vem, esse vai-não-vai, esse vai-e-volta de Marina é nada mais do que a prévia do que seria seu governo, sobretudo pela intensa guerra de facções que se estabeleceria, com o Congresso chantageando o governo o tempo todo e ganhando (no grito) sempre.
Até o PSDB começa a se preocupar. Apesar de, tacitamente, ter oferecido apoio a Marina no segundo turno – enquanto Aécio encenava um teatrinho para dizer que não sabia da oferta –, o partido já começa a se preocupar, pois sabe que deve sair da eleição ainda mais enfraquecido, ao menos em nível federal, e que, por isso, não teria tanta importância em um governo Marina, que pode até acolhê-lo, mas desde que se comporte muito bem…
Você acaba de assistir, pois, ao trailer de um eventual governo Marina Silva. E o desfecho do filme não ficou claro. O espectador ficou sem saber se Marina apoia ou não os homossexuais e a exploração do pré-sal. E é assim com praticamente tudo mais que ela diz, pois ninguém entende (de fato) o que fala, ainda que muitos pensem que entendem.

terça-feira, 15 de julho de 2014

O suicídio político dos que apostaram contra a Copa


Teve Copa e teve final da Copa, apesar dos grupos políticos (de esquerda e direita) que tentaram sabotar o evento e que, por resolverem simplesmente tratar a opinião pública como idiota, protagonizaram um dos maiores fiascos políticos da história recente. Um fiasco cujo preço será pago por eles nas próximas eleições.
Ironicamente, dois extremos do espectro político se uniram, tacitamente, contra a realização do maior evento esportivo do planeta. Direita e ultraesquerda, cada uma a seu modo, tentaram sabotar aquele evento e se deram muito, muito, mas muito mal mesmo, como se verá adiante.
De um lado, grandes grupos empresariais de mídia e partidos de direita (PSDB, DEM e PPS) tentaram faturar politicamente a Copa apostando em problemas de organização do evento que bastava um mínimo de reflexão para perceber que não ocorreriam.
Ao longo dos últimos anos, uma literal avalanche de reportagens e textos opinativos da grande mídia – todos apoiados em manchetes espalhafatosas ao extremo – inventaram que os preparativos para o evento redundariam em fiasco anunciado. Para tanto, apoiaram-se em problemas comuns em qualquer programa de obras públicas no Brasil, seja ele levado a cabo por que partido for.
De fato, burocracia e problemas sociais do Brasil garantem “matéria-prima” a qualquer um que queira acusar governantes de não estarem sabendo levar a cabo esses programas de obras públicas. São problemas de licenças ambientais, de contestações na Justiça e de pessoas em situação de fragilidade social.
Desde que começou a ladainha oposicionista-midiática sobre “caos” durante a Copa era mais do que visível que havia um exagero quase infantil, oriundo da premissa estúpida de que o país é governado por completos incompetentes, incapazes de somar dois mais dois.
Ora, alguém acredita que sob aquela saraivada de vaticínios sobre o fracasso da organização da Copa o governo não cercaria por todos os lados as chances de algo dar errado? Subestimaram gravemente o poder do Estado para realizar um evento que, por grande que possa ser, em um país com 200 milhões de habitantes não assusta ninguém.
O governo estima que cerca de 1 milhão de pessoas vieram ao Brasil assistir à Copa. Em um país acostumado a lidar com contingentes populacionais infinitamente maiores, receber essa quantidade de gente não geraria o grau de dificuldade que pintaram.
O que vai nas linhas acima foi previsto incontáveis vezes neste Blog. A diferença, agora, é que aquela previsão não pode mais ser contestada porque a Copa transcorreu muito bem. Aliás, segundo vários analistas estrangeiros, melhor até do que em eventos similares no “Primeiro Mundo”.
Clique na imagem abaixo para visitar o site que publicou a matéria

A mídia, os partidos e a militância de direita, porém, continuam batendo na tecla de que algumas “obras da Copa” não ficaram prontas. A Folha de São Paulo, por exemplo, publicou nesta terça-feira (15) matéria sobre “Herança de 23 obras por fazer”, como que tentando salvar seus vaticínios derrotistas.
Nem diante do fato inegável de que obras inseridas inicialmente no cronograma preparativo da Copa – e que, depois, foram excluídas desse cronograma – não fizeram falta, os pretensos sabotadores do evento sentiram-se intimidados em dizer bobagens e tomaram o cuidado de calarem as bocas.
Agora, como se estivessem vencendo esse jogo (político-partidário) de goleada, os grupos políticos de direita e ultraesquerda que tentaram sabotar a Copa tentam vender a teoria de que o evento não deixará legado, ou que deixará um legado negativo.
Por outro lado, não há como a mesma mídia oposicionista esconder a enxurrada de avaliações positivas sobre a organização da Copa e sobre os benefícios que realizar o evento no Brasil deixará ao país. Assim, aqui e ali já são vistas análises abalizadas sobre o legado do evento.
Clique na imagem abaixo para visitar o site que publicou a matéria

Na última segunda-feira, o instituto Datafolha registrou pesquisa eleitoral no TSE em busca de “boas notícias” sobre a derrota fragorosa da Seleção. Quais sejam, de que os brasileiros tenham misturado política e futebol e estejam culpando Dilma Rousseff.
A pesquisa também questiona se o entrevistado aprovou a organização da Copa. Pela lógica, respostas positivas deveriam ser esmagadoramente majoritárias. E também integra a mais pura lógica a constatação de que o “caos” previsto era apenas torcida política e que isso influencie outros quesitos da pesquisa, inclusive as intenções de voto de Dilma.
Claro que estamos falando de lógica e essa nem sempre prevalece entre as massas…
Sobre a tentativa de sabotagem da direita, era isso. Agora vejamos a sabotagem pela esquerda, que já se sabe que foi outro desastre político para os seus autores – como sempre, setores da esquerda que ajudam a direita e não lucram nada; pelo contrário, perdem.
Os grupos políticos pretensamente espertos que cooptaram movimentos sociais legítimos e os usaram como massa de manobra valendo-se de mentiras como a de que foi tirado dinheiro público da saúde e da educação para realizar a Copa, deverão ser triturados nas próximas eleições.
Tendo o PSOL à frente, esses grupos provocaram ojeriza na sociedade por tratá-la como idiota.
Os protestos que esses partidos de ultraesquerda organizaram exageraram na estupidez. Tentaram vender à sociedade que a violência que invariavelmente se fazia presente a cada protesto contra a Copa foi obra de ninguém. Mas quem não sabe que protesto contra a Copa se tornou sinônimo de vandalismo de black blocs ou do que quiserem chamar os energúmenos que chegaram a assassinar um cinegrafista de tevê “por acidente”?
Vemos agora o caso dos ativistas cariocas presos na véspera da Final da Copa. Em que pese ser perturbadora a suspeita de que foram presos “sem motivo” e em “antecipação ao que fariam”, o histórico dessas pessoas e as alegações da polícia são tratados como nada, como se tudo fosse vento.
É óbvio que, em se tratando da polícia brasileira, não é de todo incrível a acusação de que ela pode ter plantado provas contra esses ativistas. Mas se eles não tinham nada que ver com os planos que circularam fartamente nas redes sociais de melar a Final da Copa provocando uma guerra campal com torcedores argentinos, para que prendê-los? Por antipatia?
A polícia do Rio apresentou artefatos supostamente encontrados com as mais de duas dezenas de pessoas que prendeu, como a ativista Elisa Quadros, a “Sininho”, ligada ao PSOL do Rio de Janeiro. E prometeu concluir o inquérito e apresentar as provas em cerca de 10 dias.
Das duas, uma: ou a polícia montou uma farsa digna das piores ditaduras ou esses grupos que defendem essa tese sobre “provas plantadas” enlouqueceram por fazerem tal afirmação de forma tão peremptória.
Tenho lido postagens em sites que defenderam os protestos contra a Copa afirmando, sem hesitar, que foi tudo inventado. A polícia teria ido buscar Sininho lá no Rio Grande do Sul – ela, que vive no Rio – por pura picuinha ou para usá-la como bode expiatório ou por sabe-se lá que outra razão.
Abaixo, imagem dos artefatos e do relatório apresentados pela polícia.

O laudo policial foi feito pelo Esquadrão Antibombas carioca e afirma que os ativistas presos se organizaram pelas redes sociais para provocar uma tragédia na decisão da Copa do Mundo, no domingo, no Maracanã.
Também afirma que com um casal preso foi encontrada uma bomba caseira com potencial letal. Segundo a polícia carioca, o artefato tinha “140 gramas de pólvora” e explica que “para se ter uma ideia, o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade, em fevereiro deste ano, continha 60 gramas”.
O casal em questão é composto pela professora da UERJ Camila Rodrigues Jourdan e o ativista Igor Pereira D’Icarahy, filho do advogado Marino D’Icarahy Júnior, defensor da ativista “Sininho” em processos a que ela responde.

Segundo o lado policial, no apartamento do casal também teriam sido encontrados litros de gasolina, material para preparação de coquetéis molotov e a bomba supracitada.
O reitor da UERJ, Ricardo Vieira Alves, criticou a prisão de Camila e disse “não saber” as razões de sua prisão. Seguramente, ou não acredita que ela tivesse em seu apartamento os artefatos que a polícia diz que encontrou lá ou, então, acha que, mesmo a moça sendo do movimento contra a Copa e tendo tais artefatos em casa, ainda assim não havia motivos para prendê-la (?!).
Por outro lado, o laudo técnico da polícia carioca foi assinado pelos inspetores Francisco Sidney Farias Rodrigues e Raphael Ferreti de Souza. Segundo esse laudo, a bomba caseira seria uma “bomba tubo” e só poderia ter sido construída por alguém “com habilidade e conhecimento no manuseio de bombas caseiras desta natureza” e que “a detonação deste artefato explosivo tem capacidade de provocar mortes, lesões corporais diversas, bem como danos patrimoniais e ao meio ambiente”.
O laudo policial não para por aí. A polícia ainda afirma que encontrou com os ativistas presos  “armas de choque, martelos pontiagudos, litros de gasolina, garrafas e escudos”.
Se tudo isso foi “plantado” nas casas dos ativistas presos, trata-se de um escândalo sem tamanho. Os policiais e quaisquer outras autoridades que tenham montado tal cenário seriam criminosos perigosos e deveriam ser presos imediatamente.
Fica difícil acreditar piamente em qualquer das versões. Há que esperar esses dez dias prometidos pela polícia para apresentar, também, transcrição oficial de escutas telefônicas, entre as demais provas.
O delegado Alessandro Thiers, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, responsável pelo caso, rejeita as acusações de que foram “prisões arbitrárias”. Segundo ele, “É leviano tratar a investigação como se fosse política sem conhecê-la”.
O delegado também afirma que “Não tem nenhuma banalidade sendo investigada”, e pergunta: “O que um manifestante pacífico faria com coquetel molotov e bomba caseira?”. Conclui informando que “Os advogados dos presos tiveram amplo acesso aos documentos da investigação”.
Não se pode endossar essa versão, mas daí a tratá-la como clara farsa vai uma distância imensa.
Pergunta: e se daqui a alguns dias a polícia apresentar, por exemplo, escutas telefônicas que comprovem que as pessoas presas planejavam provocar uma tragédia, muito provavelmente com mortes, como é que fica?
Os ativistas mais radicais desses movimentos contra a Copa e de outros movimentos assemelhados que convocam protestos nos quais os black blocs têm presença obrigatória dizem abertamente que “Sem violência não adianta protestar, pois protestos pacíficos não incomodam”. Qualquer um que já visitou uma dessas páginas na internet que defendem protestos violentos, sabe disso.
As pessoas, com efeito, podem acreditar no que quiserem. Mas colocar em prática crenças dessa natureza é crime, sim.
Independentemente de qualquer coisa, há que exigir com grande, enorme, imensa veemência que a polícia prove e comprove as razões que a levaram a efetuar essas prisões. Ao longo das próximas semanas, essas provas têm que aparecer e têm que ser, no mínimo, suficientes para justificar grave suspeita, suficiente para prender pessoas de vida ilibada como a professorinha da UERJ.
A pior conduta que se pode adotar em uma situação como essa, porém, é a que está sendo vista por parte dos que defenderam e continuam defendendo os movimentos Não Vai Ter Copa. Aceitar que vidas sejam colocadas em risco porque um grupo não aceita a “democracia representativa”, chega a ser surreal.
Ao ignorar a revolta da sociedade com a violência de movimentos como esses de que participam “Sininho” e companhia limitada, esses grupos de esquerda cometeram literal suicídio político. Pior que o da direita que garantiu, com base nos próprios desejos, que a organização da Copa seria um fiasco.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Para Alckmin, greve no metrô é mel na chupeta


Deu na versão online do Correio Brasiliense: “Metrô aceitou readmissão de demitidos, mas governo vetou”.
É sintomático, na grande mídia, como o nome do governo some das manchetes quando esse governo é do PSDB e faz besteira ou safadeza. E o que faz o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao endurecer com os grevistas metroviários justamente quando há possibilidade de interromper o confronto, é as duas coisas – entre várias outras qualificações possíveis.
Diz a linha fina da reportagem do jornal supracitado que “A principal reivindicação dos trabalhadores, a readmissão de 42 metroviários demitidos, chegou a ser parcialmente aceita pelo Metrô, mas foi recusada pelo Palácio dos Bandeirantes”.
Por que Alckmin fez isso? Ora, porque essa greve não representa perigo à imagem do governo tucano, apesar de, em grande medida, decorrer de sua intransigência e das cada vez mais conhecidas más condições de trabalho dos funcionários do Metrô.
Muito pelo contrário. Alckmin, com a última pesquisa Datafolha – que o mostra com grande aprovação em SP, apesar de tudo –, acaba de receber dos paulistanos uma licença para deixar ocorrer corrupção em sua administração, para não investir nos transportes, para não investir até em distribuição de água.
E até para pagar mal a professores, pois os de São Paulo fazem greve contra o salário maior que Haddad lhes paga e não fazem greve contra o salário menor que paga Alckmin.
Mas por que diabos, então, os paulistanos iriam fazer mau juízo de seu angelical governador só por causa de uma greve que os está massacrando?
Vida de gado, povo feliz.
Enfim, se durante a abertura da Copa, por falta de transporte, ocorrer uma hecatombe, ainda melhor. Imune às responsabilidades do cargo, Alckmin seria poupado pelos paulistas. Não duvido de que ainda lucraria política e eleitoralmente. Até porque, diria que tudo teria sido “sabotagem do PT”, a explicação recorrente do PSDB para tudo que dá errado em seus governos.
Por incrível que pareça, em São Paulo – e, se procurarem bem, na internet e na própria mídia tucana – a conta de todo esse sofrimento da população recai sobre os grevistas e, de quebra – por óbvio –, nela, no alvo exclusivo de grande parte dos paulistanos: em Dilma.
Assim, se na quinta-feira, por conta de Alckmin querer “esmagar” o movimento paredista dos metroviários, não tiver metrô e a abertura da Copa for um fracasso, muito melhor. Ninguém lembrará que, com um pouco de bom senso do governador, tudo poderia ter sido superado.
Que reintegrasse os demitidos. Alckmin poderia abrir um canal de comunicação com os metroviários a fim de achar um meio de estabelecer um acordo, sem revanchismos. Mas ele quer esmagar o movimento. Se a população está no caminho, que se dane.
Claro que eventuais excessos têm que ser apurados e os culpados, responsabilizados. Mas não dessa forma, ao estilo atirar primeiro e perguntar depois. Poderia ser aberta uma sindicância, com amplo direito de defesa para os acusados e com representantes dos metroviários acompanhando o processo.
Que ninguém espere para quinta-feira, portanto, maior esforço do governador do Estado de São Paulo para colaborar com o sucesso do evento. Ele quer é ver o circo pegar fogo.
Por fim, a intransigência e a truculência de Alckmin devem ser muito bem anotadas pelos que acham que PT e PSDB são “iguais”. Que se lembrem do que é um governo tucano. Um governo Aécio Neves, por exemplo, não mandaria um “Gilberto Carvalho” tucano negociar com o movimento Não Vai Ter Copa; mandaria baixar o cacete e fim de papo.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Debate entre PT e PSOL é inútil



Não houve propriamente um “debate entre o PT e o PSOL”, como amigos blogueiros escreveram sobre
um debate que, em verdade, foi travado na internet entre duas importantes lideranças desses dois partidos tão diferentes, apesar da origem comum.
Quem debateu foram Valter Pomar, uma liderança histórica do PT, e o professor e cartunista Gilberto Maringoni, do PSOL. Mas, sim, eles debateram sobre as divergências – que vejo insanáveis – entre os seus partidos.
Para informar quem não os conhece: Pomar esteve à frente da Secretaria de Relações Internacionais do PT de 2005 a 2009 e, desde então, ocupa o cargo de Secretário Executivo do Foro de São Paulo; Maringoni foi candidato a vereador pelo PSOL em 2012.
Uma dúvida: será que alguém dirá que um petista que ajuda a dirigir o Foro de São Paulo é “de direita”?
Ironicamente, não conheço Pomar em pessoa. Contudo, conheço Maringoni, com quem estive na Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) em 2010 – ambos fomos delegados por São Paulo –, em encontros de blogueiros e em vários outros eventos.
Antes de prosseguir, uma explicação: prometi a um amigo de quem gosto muito – e que me avisou do ataque de Maringoni – que não responderia ao ataque que eu e outros que pensam como eu recebemos, mas tenho uma razão para romper a promessa, a qual irei expor mais adiante.
Maringoni, por opção própria, tornou-se desafeto deste que escreve. Surtou quando fiz a primeira crítica aos protestos de junho do ano passado, convocados pelo Movimento Passe Livre.
Em 12 de junho de 2013, escrevi o post Por que levam coquetéis molotov a “manifestações pacíficas”? O trecho daquele post que fez o psolista em tela surtar, foi este:
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“(…) Quem leva rojões (…), gasolina e coquetéis molotov a uma imensa aglomeração, por certo está procurando encrenca (…)”.
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No alto deste texto, o leitor vê imagem do protesto que comentei no post supracitado. Essa cena ocorreu no dia 6 de junho de 2013. Matéria do portal G1 relatou o episódio. Abaixo, trecho da matéria.
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“(…) Os protestos realizados nesta quinta-feira (6) contra o aumento das tarifas do transporte público deixaram um rastro de destruição e sujeira na Avenida Paulista. O vandalismo atingiu a estação Brigadeiro do Metrô, o Shopping Paulista, bases móveis da PM, bares e bancas de jornais da região (…)”
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Alguns dirão: “Ah, você, então, agora acredita na Globo?”. Não, não tomo ao pé da letra nada do que sai na grande mídia. Mas, nesse caso, foi diferente.
Naquele mesmo dia, mas no começo da noite, na hora em que o Movimento Passe Livre estava tocando o terror na avenida Paulista, eu, que resido na região, tive que levar minha filha caçula (hoje com 15 anos) às pressas ao hospital Santa Catarina – que fica naquela avenida.
Era urgente levar a menina ao hospital porque ela tem paralisia cerebral e estava com começo de pneumonia – quem conhece direito alguém com tal quadro de saúde sabe o que isso significa.
Levei minha filha de carro porque a ambulância estava demorando e resido a poucas quadras do hospital. Contudo, não consegui chegar lá. Devido ao que estava acontecendo, fomos para outro hospital.
Comigo, no carro, estavam minha mulher, minha filha e a enfermeira dela. Porém, não havia como chegar ao Santa Catarina. Era um risco transitar pela região com uma pessoa tão doente junto, além do que havia bloqueios feitos pelos manifestantes.
E aqueles manifestantes estavam enfurecidos. Na verdade, estavam enlouquecidos. Tocavam fogo por toda parte, quebravam tudo que viam pela frente. Perderam totalmente o controle.
As mulheres, no carro, entraram em pânico. A menina estava passando mal. Tinha 40 graus de febre, batimentos cardíacos baixíssimos, era uma situação de emergência. E como ela nasceu e sempre se tratou no Santa Catarina, queríamos levá-la para lá.
Aliás, cansei de ver ambulâncias impedidas por protestos, ano passado.
Interrompo a narrativa, neste ponto, para dar uma informação relevante à compreensão do caso: este que escreve não tem ligação alguma com o PT ou com qualquer partido político, sindicato etc. e nunca se candidatou – e jamais se candidatará – a nada.
Retomando: o psolista em questão leu meu post, enfureceu-se, veio a este blog e deixou um comentário virulento, cheio de insultos. Tentei contemporizar, pois conheço essa pessoa, mas nem explicando o que acabo de explicar acima ele quis saber.
Perdi a paciência e deletei seus comentários.
Como conheço o sujeito, ainda lhe enviei um e-mail depois que a situação se acalmou, tentando contemporizar. Dessa vez ele foi mais receptivo. Chegamos a nos encontrar depois, em um evento da Agência Carta Maior, e conversamos civilizadamente.
Porém, quando os black blocs mataram o cinegrafista da Bandeirantes e postei relatos sobre o envolvimento do PSOL com eles, Maringoni surtou de novo e começou a espalhar ataques a mim no Facebook por conta da minha opinião. Ataques pesados, cheios de insultos.
Não dei bola. Escrevo sobre política. Tenho opiniões bem sólidas. Dessa maneira, tem gente que me adora e tem gente que me odeia.
Uma curiosidade: outro dia descobri que uma turminha do PSOL criou um clube no Twitter que se dedica exclusivamente – acredite quem quiser – a falar mal deste que escreve. Criticam até a minha barriguinha, cultivada ao longo de quase trinta anos.
Bem, eu quero mais é que se explodam. Não dou bola a essas coisas. Se nem Jesus Cristo conseguiu ser unanimidade, não serei eu a conseguir.
Conto toda essa história para que entendam o que vem a seguir.
Nesse debate improvisado com Valter Pomar, Maringoni fez ataques a mim, a Paulo Henrique Amorim e ao colunista da revista Carta Maior Antonio Lassance, quem não conheço. Agiu desse modo simplesmente por nossas opiniões contrárias aos protestos do ano passado e deste, contra a Copa.
O texto em que começou essa bobagem irrelevante, porém, obviamente (de novo) partiu de Maringoni. Ele, como tantos outros, não me esquece. Não consigo entender a importância que tucanos, pefelês (ou demos, como preferirem) e psolistas me dão. Mas eles dão. E muita.
Mas não foi por isso que escrevi este post. Escrevo para demonstrar que Pomar – quem defendeu a mim, a PHA e a Lassance – gastou vela com mau defunto. O PSOL é infantil. Sua maioria age como garoto briguento – há exceções, como Jean Wyllys, mas são exceções.
Abaixo, pois, reproduzo o primeiro ataque que Maringoni fez recentemente aos blogueiros acima citados, a primeira defesa que Pomar fez de nós, um segundo ataque de Maringoni aos mesmos blogueiros e a segunda defesa que Pomar nos fez.
Maringoni escreveu a seguinte enormidade em seu perfil no Facebook:
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Há algumas semanas, setores do PT passaram a atacar de forma violenta o PSOL, sem motivo aparente. Primeiro foram blogueiros das franjas petistas – que podem ter ligações com o aparato de segurança do governo – como Paulo Henrique Amorim, Eduardo Guimarães e Antonio Lassance. Essa primeira investida tentava vincular a morte do cinegrafista da Bandeirantes, Santiago Andrade, em manifestação pública no Rio de Janeiro, ao deputado [do PSOL] Marcelo Freixo (…)”.
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Pomar respondeu:
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Prezado Maringoni, acho que não ajuda dizer que ‘blogueiros das franjas petistas’ como Paulo Henrique Amorim, Eduardo Guimarães e Antonio Lassance ‘podem ter ligações com o aparato de segurança do governo’. Primeiro, porque é irrelevante: conheço centenas de petistas sem nenhuma ligação com o governo e que fizeram críticas duríssimas ao PSOL em função dos fatos citados. Segundo, porque trata-se de uma especulação totalmente sem fundamento. Terceiro, porque – ao menos para quem é da tradição da esquerda – este tipo de insinuação envenena o ambiente, quando o teu objetivo deveria ser distensionar o ambiente entre PT e PSOL, certo? (…)”
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Maringoni voltou ao ataque:
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“(…) Você diz que minha afirmação sobre blogueiros das franjas petistas – que podem ter ligações com o aparato de segurança do governo – como Paulo Henrique Amorim, Eduardo Guimarães e Antonio Lassance é uma especulação sem fundamento.
Sinto, mas prefiro manter minha desconfiança alerta. Em junho do ano passado, tive uma ácida discussão com Guimarães aqui pelo FB. Antes dos black blocs começarem suas arruaças, quando havia poucos provocadores nas manifestações, Guimarães afirmou que os manifestantes portavam coquetéis molotov nas mochilas. Eu o desafiei a provar a afirmação. Ele demorou, demorou e depois me apareceu com a declaração do comandante da PM, dada a um jornal, para corroborar sua sentença. Denunciei imediatamente que ele – ausente dos atos – se valia da palavra da polícia para comprovar suas acusações.
Amorim, por sua vez, em 27 de janeiro deste ano, sapecou em seu blog uma manchete digna de nota: ‘Não vai ter Copa é um movimento terrorista!’. Deploro a palavra de ordem ‘Não vai ter Copa’. Mas chamar o movimento de terrorista significa adentrar um terreno perigoso.
Pois logo em seguida, setores da direita no Congresso – alguns da base aliada e pelo menos um senador petista – começaram a articular a aprovação da lei antiterror.
Já Lassance, em 11 de fevereiro, soltou uma pérola, na Carta Maior: ‘A conivência do PSOL com os black blocs’. Talvez este tenha sido o pior. Deu a senha – ou a ‘linha’, como se dizia em outros tempos – para os destrambelhados ataques da Globo e da direita contra nosso partido e, em especial, contra Marcelo Freixo.
Foi o que bastou para que Alckmin, ato contínuo, desatasse aquela ação alucinada do batalhão Ninja, elogiada pelo ministro Cardozo e pelo prefeito Haddad (…)”
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Antes de publicar a resposta de Pomar, um comentário: quer dizer que Alckmin leu Eduardo Guimarães, Paulo Henrique Amorim, Antonio Lassance e, num lampejo de petismo (já que pertencemos, os blogueiros, ao “aparato de segurança do governo”), decidiu montar o “batalhão ninja”?!
Fala sério…
E um detalhe: demorei coisa nenhuma a responder sobre a “prova” que Maringoni pediu de que havia coquetéis molotov na manifestação. Não havia prova possível. Estava no carro com minha família e vi. Como exigia “provas”, dei o link da declaração de um oficial da PM.
O que Maringoni queria, que eu tivesse tirado fotos enquanto minha filha convulsionava no banco de trás do carro?
Contudo, pouco me importa no que esse indivíduo acredita. Escrevo este texto para chegar ao que diz seu título, ou seja, à inutilidade de o PT pedir serenidade e maturidade ao PSOL.
Abaixo, pois, a resposta de Pomar ao segundo ataque de Maringoni aos blogueiros:
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“(…) Você acusou [Paulo Henrique] Amorim, Eduardo [Guimarães] e [Antonio] Lassance de ‘ligações com o aparato de segurança do governo’.
Agora você apresenta teus indícios disto: Eduardo teria citado uma ‘declaração do comandante da PM, dada a um jornal, para corroborar sua sentença’. Amorim no dia 27 de janeiro teria chamado o ‘Não vai ter Copa’ de ‘terrorista’ e ato contínuo setores da direita no Congresso começaram a ‘articular a aprovação da lei antiterror’. E Lassance escreveu sobre a ‘A conivência do PSOL com os black blocs’, depois do que Alckmin e outros patrocinaram a barbárie.
Desculpe, Maringoni, mas nada disto permite você acusar alguém de ter ‘ligações com o aparato de segurança’.
Você está criticando opiniões políticas. Não é preciso ter ligações com o aparato de segurança para citar uma declaração de um policial, para considerar o não vai ter Copa como terrorista ou para falar das ligações do PSOL com os Black Blocks. E o aparato de segurança controlado pela direita não precisa de pretextos, nem de instruções de gente de esquerda, para fazer o que está fazendo.
Respeitosamente, acho que você pesou a mão. E faria melhor em reconhecer isto. Manter a desconfiança ligada é um dever; alardear esta desconfiança, sem que haja embasamento sólido, é uma estultice, no mínimo (…)”
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Retomo: quando, lá atrás (em 12 de junho de 2013), eu disse que havia coquetéis molotov e outros artefatos perigosos nas mãos dos que protestavam, Maringoni surtou. Negou que existiam esses artefatos nos protestos, apesar dos incêndios, de tudo o que todos viram.
O ex-candidato a vereador pelo PSOL diz que, naquele momento (junho de 2013), não havia black blocs. Conversa fiada. Havia, sim. Se ainda não se autoproclamavam black blocs, faziam o que fazem os black blocs. Ponto.
Uma derradeira pergunta, antes de terminar: hoje em dia alguém põe em dúvida que os que fazem protestos desde o ano passado usam coquetéis molotov e outros artefatos perigosos?
Enfim, escrevi este texto não pelos ataques que eu e outros blogueiros sofremos de Maringoni. Recebemos ataques muito piores todos os dias, ainda que de gente bem menos relevante do que o ex-candidato a vereador que não conseguiu se eleger pelo PSOL.
Escrevo para que fique claro que é inútil debater com esse partido. Pelo menos enquanto não amadurecer, não desenvolver o mínimo senso de ridículo. E, sobretudo, enquanto continuar dopado pela pior das drogas: o rancor contra o partido do qual nasceu.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Candidato do PSOL defende “intervenção militar já”

00toninho
Em que anos estamos? 2014 ou 1964? Se houvesse uma máquina do tempo e alguém de 64 fosse teletransportado para os dias de hoje, ficaria surpreso com a continuidade das coisas. Os mesmos jornais (Folha, Estadão e Globo) fazendo campanha histérica e udenista contra o governo federal. Estrelas da mídia convocando Marcha da Família. Esquerdistas infantis dando corda à direita.
Entretanto, o que é mais perigoso é essa onda de pregar intervenção militar, que além da extrema-direita ganhou ao menos um adepto também na ultra-esquerda. Sei que deve ser mais um caso triste de analfabetismo político mesclado a problemas mentais. Mas o sujeito foi candidato a prefeito pelo PSOL e não teve pudor de publicar o que publicou em sua própria rede social, o que mostra bem o ambiente esquizofrênico que ronda alguns setores supostamente esquerdistas. Sobretudo, revela o mal que provocam  o udenismo e a despolitização.
Reproduzo abaixo uma notícia do site Spresso SP, sobre o bizarro posicionamento de um dirigente do PSOL de uma das principais cidades industriais de São Paulo. O sujeito defende… “intervenção militar já”. Sem comentários. Isso mereceria expulsão imediata em qualquer partido realmente apegado a valores democráticos. Em países mais sérios, daria prisão por incitação a um golpe de Estado.
*
Candidato a prefeito do PSoL em Cubatão justifica novo golpe militar
Mensagem de Toninho da Elétrica no Facebook defende intervenção das Forças Armadas já em 31 de março, quando se completam 50 anos do golpe militar
Por Carlos Mercuri, no SpressoSP
O comerciante José Antonio Araújo Pereira – “Toninho da Elétrica” -, do PSol de Cubatão, postou em sua página no Facebook, neste domingo (2), mensagem que, no mínimo, destoa da pregação socialista de seu partido. Toninho, que foi candidato a prefeito de Cubatão em 2012, obtendo 927 votos (1,28% do total), defende intervenção militar já no próximo dia 31 de março, “por causa da impunidade e a corrupção”. Em outro post, diz que “acredita que lugar de bandido é na cadeia, não importa se é do PT, do PSDB ou da PQP”.
Confira a mensagem postada pelo ex-candidato no domingo (na grafia em que foi escrita):
“PELAS REDES SOCIAIS O BRASIL ESTÁ PRESTES A ( PARAR )
COM A MAIOR INTERVENÇÃO MILITAR …
POR CAUSA DA IMPUNIDADE E A CORRUPÇÃO……VEJAMMM
FFAA, INTERVENÇÃO MILITAR JÁ EM 31/MARÇO/2014 (50 anos depois da 1a. grande limpeza Comunista). VAMOS AOS FATOS: EXECUTIVO Corrupção generalizada, CONGRESSO NACIONAL de joelhos para o Executivo, STF desmoralizado c/+54% de Submissão ao Executivo, BNDES Financiando (Comunistas e Narco-Tráfico, Cuba, Bolívia, Venezuela, etc.) e interesses partidários, Finanças Públicas manipuladas a todo momento, Petrobrás desvalorizada no mercado de capitais e Operação Pré-Sal de viabilidade não Convincente, Insegurança Pública c/Impunidade em todas as grandes cidades, Serviço Público em geral péssimo, Custo Financeiro nas alturas, Mídia (TV, Jornais, Revistas, etc.) à serviço da gestão corrupta do Executivo mediante alta remuneração, Urnas Eletrônicas DieBold de sistema manipulável e confiabilidade duvidosa, Bolsa Família é um Assistencialismo eleitoreiro sem qualquer perspectiva de desenvolvimento social, etc., etc., etc.”
A mensagem, até a redação desta nota, contava com 11 curtidas e 11 compartilhamentos. Os comentários, porém, são críticos em relação à contradição entre o conteúdo do post e o que defende o partido.
O SPressoSP fez contato com Toninho e com a Executiva do PSol em São Paulo para ouvir sua posição a respeito, mas não obteve retornos até o momento de publicação desta nota.

Enquanto isso, no Carnaval…

4 de março de 2014 | 17:03 Autor: Miguel do Rosário
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Uma gentil leitora do blog nos manda fotos do Carnaval de Recife, do bloco Pinto da Madrugada, um dos mais tradicionais do Nordeste.
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 E no Carnaval de Olinda, que a Folha destacou apenas meia dúzia foliões (loirinhas tucanas, claro) contra o PT, também havia o “outro lado”.  Quer dizer, outra leitora diz que a foto abaixo foi no carnaval de Belo Horizonte,  no “Pirulito” da Praça Sete. Faz sentido.
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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Os “libertários” que não queimam a bandeira americana, mas ateiam fogo à imagem do Pelé

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Pelé, fora de campo, nunca foi santo de minha devoção.
Já disse muita besteira e muita coisa correta, como tanta gente já fez.
Mas, 40 anos depois de deixar os gramados, é impressionante como ainda é uma figura reconhecida e querida pelo mundo afora.
Na prática, virou há meio século um símbolo do Brasil pelo mundo afora.
Não foi à imagem do cidadão Edson Arantes do Nascimento que este panaca da foto ateou fogo ontem, numa manifestação que reuniu 300 pessoas (“O País em Protesto”, como diz a Folha).
Foi ao Pelé que todo mundo gosta, o Pelé do futebol.
Nos protestos, há décadas, volta e meia alguém, mais radical, punha fogo numa bandeira americana.
A gente evitava, ninguém queria ofender o povo americano, mas aquilo era um grito contra o império, contra a dominação.
Mas os nossos coxinhas são diferentes.
Protestam contra a Copa, mas não protestam contra a sangria dos juros que o mercado nos impõe e que leva, todo ano, oito ou nove vezes o gasto com a Copa, no cálculo mais modesto.
Carregam cartazes “Dilma=Maduro”, um presidente eleito que se está tentando derrubar.
E ateiam fogo a uma imagem do Pelé.
Depois, vão dizer que são “libertários” e “pacíficos”.
Quando são intolerantes e belicosos.
Eles acordaram a direita fascista brasileira.
Que não queima bonecos, mata pessoas.
Não adianta que um ou outro dos que fazem parte disso digam que não concordam.
É isso o que se pôs em marcha, querendo ou não.
Quem quiser se confundir, que se confunda.
Talvez só descubra tarde demais.
PS. Reparem que a foto, tirada por Carlos Macedo, da Zero Hora, não foi parar nos jornais em geral. A mídia sabe que é uma imagem que repugnaria os brasileiros, não vai ela “queimar” assim os seus prestimosos filhotes.