Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Lula está “acabado”, é? Pois 40% dos brasileiros dizem o contrário

lula capa
Coube a um editor da Folha de São Paulo refletir sobre o óbvio. E divulgar a reflexão: dizer que Lula está “acabado” ou “morto” politicamente é ridículo, para dizer o mínimo.
O nome do gajo é Fábio Zanini, editor do caderno “poder”. Ele parte da análise precipitada que fazem os antipetistas sobre queda da aprovação de Lula para lembrar que, mesmo tendo perdido aprovação, ele ainda é o político mais forte e resiliente do país.
Eis a análise burra que faz a direita demo-tucano-midiática, e que o editor em questão repisa no início de seu texto:
Em menos de dois anos, a rejeição de Lula pulou de 17% para 47%, segundo o Datafolha. A parcela dos que o consideram o melhor presidente que o Brasil já caiu de 56% para 39%. Com 22% das intenções de voto, está nove pontos atrás de Aécio Neves (PSDB) na corrida para 2018
Uau! Então Lula está acabado, não é?
A imagem no alto da página reproduz pesquisa recente do instituto Datafolha. Basta um olhar sobre ela para verificamos quão “acabado” está Lula.
Sim, em dois anos mudaram de ideia sobre Lula pouco mais de um quarto dos que o consideravam o melhor presidente que o país já teve.
Perguntinha: não é muito pouco, não, diante do bombardeio que ele sofreu nesse período?
Aliás, o gráfico é hilariante porque mostra que o grande falador que se arvora em acusador de Lula aparece na pesquisa em situação muito pouco abonadora.
Fernando Henrique Cardoso, aplaudido frequentemente em restaurantes de luxo de São Paulo, até melhorou um pouco sua avaliação como ex-presidente.
Era aprovado por 12% em 2010 e, em novembro do ano passado, foi considerado por 16% o melhor presidente que o país já teve.
Algum antipetista tucano arrisca uma explicação sobre por que FHC continua tão mal avaliado quase uma década e meia após ter deixado o poder?
Apesar da amnésia galopante que tomou esses setores fascistas da sociedade, o fato é que a grande maioria dos brasileiros ainda guarda na memória quanto pastou quando o PSDB estava no poder.
Ah, mas Aécio Neves está à frente de Lula nas pesquisas de intenção de voto para 2018.
Sim, é verdade. Porque ele perdeu pouco do eleitorado que sufragou seu nome na urna eletrônica em 2014.
Mas, espera aí, isso é bom? Como pode Aécio, protegido pela mídia e pela Justiça, ter perdido aprovação? Mas não é só…
Cerca de um terço do eleitorado pulou fora do PT, de Dilma e de Lula. Trata-se de um contingente variado, composto por esquerdistas enfurecidos com medidas “liberais” que Dilma tomou e por pessoas sem ideologia alguma e que se pautam só pelo bolso, de modo que havendo crise mudam de opção política automaticamente.
Mas a verdadeira base de Lula está na pesquisa sobre quem é o melhor presidente que o Brasil já teve. Esses 39%, em um processo eleitoral, convergiriam para seu nome. E a esse contingente juntar-se-ia o eleitorado de esquerda que, em um segundo turno, ficaria sem opção além de Lula, a menos que ele fosse para esse segundo turno com algum candidato à sua esquerda.
Mas haveria segundo turno, se a eleição presidencial fosse hoje? Seguramente que haveria. As pesquisas mostram isso. São vários candidatos fortes. Marina, sobretudo. Ninguém conseguirá vencer eleição em primeito turno, atualmente.
Nesse aspecto, o editor da Folha manda um recado ao antipetismo:
Embora muito tentador, é um erro decretar neste momento a morte política do ex-presidente e enterrar suas chances na próxima eleição.
Lula já foi dado como acabado pelo menos três vezes em sua longa carreira política e sempre ressurgiu para surpreender seus críticos.
Em 1994, foi atropelado pelo Plano Real e teve sua derrota eleitoral mais doída.
Três anos depois, veio o primeiro escândalo sério a envolver seu nome: a denúncia de conluio entre prefeituras petistas e a Cpem, consultoria que na época foi associada ao nome de Roberto Teixeira, compadre de Lula.
Por fim, e mais importante, o mensalão, em 2005.
A resiliência do petista em cada uma dessas situações impressiona
Na verdade, Lula nem precisa, de fato, ressurgir. Sua queda de popularidade em um momento em que só seus críticos e acusadores têm voz nem deve ser levada em conta. Só se poderia dizer que ele tem realmente alguma dificuldade maior se tivesse meios de se defender publicamente na TV, no Rádio, com espaço equitativo às acusações.
Ou seja, se Lula tivesse horário eleitoral para se defender ele poderia rebater tudo isso que estão atirando contra ele e, com a base eleitoral que conserva, seguramente conseguiria mais apoios.
O que o tal Zanini da Folha disse não é novidade nem mesmo para a direita demo-tucana, para o resto da mídia tucana ou para os grupos tucanos encastelados no Judiciário, no MP ou na PF. E é por isso que não param de fustigar Lula um único dia.
E, aliás, o resultado que estão obtendo não é lá grande coisa. Muita gente está se revoltando com a criminalização de Lula construída em cima de um barquinho a remo e de imóveis modestos emprestados por amigos.
Ah, mas eles vão prender Lula, dirão os tarados de extrema-direita. Vão nada, seus cretinos. Não vão prender Lula porque não há razão para tanto. Seria um desastre internacional. A Justiça brasileira se desmoralizaria para sempre se prendesse um líder político dessa envergadura sem provas cabais.
E onde estão essas provas, no barquinho de lata? Não sejam ridículos…

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Um Congresso enterrado na Lava Jato não tem moral para derrubar Dilma

congresso

Não é por bondade ou espírito democrático que peões da mídia antipetista vêm se opondo aos delírios golpistas de tucanos de pijama e/ou daquela turma que quer a volta do regime militar. Apesar do risco que o inconformismo da oposição em ficar mais quatro anos fora do poder gera à nossa ainda estreante democracia, analistas políticos sabem o que vem por aí.

E o que vem por aí não é pouco. Um passarinho do Planalto Central bateu para este blogueiro que, na melhor das hipóteses, pelo menos TRÊS senadores da oposição estão envolvidos até o pescoço nas delações premiadas. Isso no Senado. Agora imagine na Câmara, leitor, onde a tonitruante operação da PF fará o maior estrago.

Seria até engraçado que dezenas e dezenas de parlamentares indiciados por corrupção se dessem ao desfrute de discutir a deposição de uma presidente da República reeleita por 54 milhões de brasileiros – e contra a qual não pesa um mísero indício – enquanto estiverem respondendo a inquérito judicial amparado não em injunções políticas, mas em provas concretas.

O Congresso, antes de querer derrubar alguém de outro Poder, terá que discutir cassações de seus próprios membros.

Nas semanas que se avizinham, portanto, a Justiça irá divulgar os nomes de dezenas e dezenas de parlamentares cujas digitais foram encontradas pelas investigações da Operação Lava Jato. E a oposição sabe muito bem que não passará incólume.

Aliás, outro dado importante é o de que as investigações da Lava Jato já estão chegando a Estados e Municípios. Em breve, o Brasil descobrirá que governadores e prefeitos, ao contrário da presidente da República, deixaram digitais nos cofres das empreiteiras bandidas.

Quanto ao desabamento da popularidade de Dilma, é conjuntural. Decorre de um mês de janeiro no qual ela se expôs com (inevitáveis) medidas de austeridade e nomeações de ministros indicados pelos partidos conservadores da base aliada. Mas uma outra pesquisa do mesmo Datafolha mostra que há um caminho para Dilma se recuperar.

Em setembro do ano passado, o instituto de pesquisas da Folha de São Paulo pesquisou a ideologia dos brasileiros e descobriu um dado surpreendente: o brasileiro é mais de direita em temas comportamentais como aborto, idade de responsabilização penal etc., mas é mais de esquerda em questões econômicas.
Abaixo, trechos daquela pesquisa.

“(…) Em meio ao debate eleitoral, a parcela de eleitores brasileiros afinados com temas defendidos pela direita (45%) supera atualmente à de eleitores mais afinados com as ideias ligadas à esquerda (35%). Esse resultado mostra uma mudança na opinião dos brasileiros em relação a temas relacionados a comportamentos, valores e economia, que resultam nessa segmentação
 (…) 
Ao tratar somente de temas comportamentais e ligados a valores, os segmentos da população com mais afinidades com a direita (55%, sendo 15% de direita, e 40%, de centro-direita) superam os mais ligados à esquerda (25%, sendo 3% afinados com a esquerda, e 21%, com a centro-esquerda). O centro puro, neste caso, abrange 21% do eleitorado. Em novembro de 2013, 49% estavam posicionados à direita (12% à direita, e 37%, à centro-direita), 29% nos segmentos à esquerda (4% na esquerda, e 25% na centro-esquerda), e 22% no centro.
Quando se consideram apenas aspectos econômicos, 30% mostram mais afinidades com temas ligados à direita (20% na centro-direita, e 10% na direita), e 43%, com temais ligados à esquerda (18% na esquerda, e 25%, na centro-esquerda). A fatia dos que se situam no centro abrange 27%. Em novembro de 2013, a parcela situada à esquerda era de 46% (21% à esquerda, e 25% na centro-esquerda), enquanto 26% estão mais afinados economicamente com a direita (8% com a direita, e 18% com a centro-direita). A fatia dos que se situam no centro para temas econômicos ficou estável, em 27% (…)”

Como se vê, de 2013 para cá o brasileiro foi mais para a direita. Em termos políticos, muito mais. Em termos econômicos, porém, bem menos. Em resumo: somos caretas no comportamento, mas queremos proteção do Estado. Daí o resultado do Datafolha de sábado passado, que expressou preocupação da sociedade com a possibilidade de Dilma adotar o programa econômico da oposição, já que a própria esquerda a acusou disso.

Esse dado sobre a incoerência ideológica do brasileiro e sobre seu “endireitamento”, aliás, exige uma reflexão não só de Dilma, não só do PT, mas da esquerda brasileira em geral, inclusive da oposição de esquerda. O discurso esquerdista está seduzindo cada vez menos este povo. Atribuir isso só a Dilma ou ao PT é suicídio político.

Entretanto, é através da economia que o governo Dilma poderá recuperar a popularidade. O que manteve o PT no poder por mais de uma década tem sido a maior presença do Estado na economia e na vida dos cidadãos. É o que o povo quer, em grande parte. Dilma, portanto, precisa mostrar que seu governo não mudará de rota.

Como se vê, a oposição pode até estar vencendo o jogo neste momento, mas esse jogo não terminou. Vai durar mais quatro anos. Dá para virar e, se bobear, dá até para vencer de goleada.

terça-feira, 15 de julho de 2014

O suicídio político dos que apostaram contra a Copa


Teve Copa e teve final da Copa, apesar dos grupos políticos (de esquerda e direita) que tentaram sabotar o evento e que, por resolverem simplesmente tratar a opinião pública como idiota, protagonizaram um dos maiores fiascos políticos da história recente. Um fiasco cujo preço será pago por eles nas próximas eleições.
Ironicamente, dois extremos do espectro político se uniram, tacitamente, contra a realização do maior evento esportivo do planeta. Direita e ultraesquerda, cada uma a seu modo, tentaram sabotar aquele evento e se deram muito, muito, mas muito mal mesmo, como se verá adiante.
De um lado, grandes grupos empresariais de mídia e partidos de direita (PSDB, DEM e PPS) tentaram faturar politicamente a Copa apostando em problemas de organização do evento que bastava um mínimo de reflexão para perceber que não ocorreriam.
Ao longo dos últimos anos, uma literal avalanche de reportagens e textos opinativos da grande mídia – todos apoiados em manchetes espalhafatosas ao extremo – inventaram que os preparativos para o evento redundariam em fiasco anunciado. Para tanto, apoiaram-se em problemas comuns em qualquer programa de obras públicas no Brasil, seja ele levado a cabo por que partido for.
De fato, burocracia e problemas sociais do Brasil garantem “matéria-prima” a qualquer um que queira acusar governantes de não estarem sabendo levar a cabo esses programas de obras públicas. São problemas de licenças ambientais, de contestações na Justiça e de pessoas em situação de fragilidade social.
Desde que começou a ladainha oposicionista-midiática sobre “caos” durante a Copa era mais do que visível que havia um exagero quase infantil, oriundo da premissa estúpida de que o país é governado por completos incompetentes, incapazes de somar dois mais dois.
Ora, alguém acredita que sob aquela saraivada de vaticínios sobre o fracasso da organização da Copa o governo não cercaria por todos os lados as chances de algo dar errado? Subestimaram gravemente o poder do Estado para realizar um evento que, por grande que possa ser, em um país com 200 milhões de habitantes não assusta ninguém.
O governo estima que cerca de 1 milhão de pessoas vieram ao Brasil assistir à Copa. Em um país acostumado a lidar com contingentes populacionais infinitamente maiores, receber essa quantidade de gente não geraria o grau de dificuldade que pintaram.
O que vai nas linhas acima foi previsto incontáveis vezes neste Blog. A diferença, agora, é que aquela previsão não pode mais ser contestada porque a Copa transcorreu muito bem. Aliás, segundo vários analistas estrangeiros, melhor até do que em eventos similares no “Primeiro Mundo”.
Clique na imagem abaixo para visitar o site que publicou a matéria

A mídia, os partidos e a militância de direita, porém, continuam batendo na tecla de que algumas “obras da Copa” não ficaram prontas. A Folha de São Paulo, por exemplo, publicou nesta terça-feira (15) matéria sobre “Herança de 23 obras por fazer”, como que tentando salvar seus vaticínios derrotistas.
Nem diante do fato inegável de que obras inseridas inicialmente no cronograma preparativo da Copa – e que, depois, foram excluídas desse cronograma – não fizeram falta, os pretensos sabotadores do evento sentiram-se intimidados em dizer bobagens e tomaram o cuidado de calarem as bocas.
Agora, como se estivessem vencendo esse jogo (político-partidário) de goleada, os grupos políticos de direita e ultraesquerda que tentaram sabotar a Copa tentam vender a teoria de que o evento não deixará legado, ou que deixará um legado negativo.
Por outro lado, não há como a mesma mídia oposicionista esconder a enxurrada de avaliações positivas sobre a organização da Copa e sobre os benefícios que realizar o evento no Brasil deixará ao país. Assim, aqui e ali já são vistas análises abalizadas sobre o legado do evento.
Clique na imagem abaixo para visitar o site que publicou a matéria

Na última segunda-feira, o instituto Datafolha registrou pesquisa eleitoral no TSE em busca de “boas notícias” sobre a derrota fragorosa da Seleção. Quais sejam, de que os brasileiros tenham misturado política e futebol e estejam culpando Dilma Rousseff.
A pesquisa também questiona se o entrevistado aprovou a organização da Copa. Pela lógica, respostas positivas deveriam ser esmagadoramente majoritárias. E também integra a mais pura lógica a constatação de que o “caos” previsto era apenas torcida política e que isso influencie outros quesitos da pesquisa, inclusive as intenções de voto de Dilma.
Claro que estamos falando de lógica e essa nem sempre prevalece entre as massas…
Sobre a tentativa de sabotagem da direita, era isso. Agora vejamos a sabotagem pela esquerda, que já se sabe que foi outro desastre político para os seus autores – como sempre, setores da esquerda que ajudam a direita e não lucram nada; pelo contrário, perdem.
Os grupos políticos pretensamente espertos que cooptaram movimentos sociais legítimos e os usaram como massa de manobra valendo-se de mentiras como a de que foi tirado dinheiro público da saúde e da educação para realizar a Copa, deverão ser triturados nas próximas eleições.
Tendo o PSOL à frente, esses grupos provocaram ojeriza na sociedade por tratá-la como idiota.
Os protestos que esses partidos de ultraesquerda organizaram exageraram na estupidez. Tentaram vender à sociedade que a violência que invariavelmente se fazia presente a cada protesto contra a Copa foi obra de ninguém. Mas quem não sabe que protesto contra a Copa se tornou sinônimo de vandalismo de black blocs ou do que quiserem chamar os energúmenos que chegaram a assassinar um cinegrafista de tevê “por acidente”?
Vemos agora o caso dos ativistas cariocas presos na véspera da Final da Copa. Em que pese ser perturbadora a suspeita de que foram presos “sem motivo” e em “antecipação ao que fariam”, o histórico dessas pessoas e as alegações da polícia são tratados como nada, como se tudo fosse vento.
É óbvio que, em se tratando da polícia brasileira, não é de todo incrível a acusação de que ela pode ter plantado provas contra esses ativistas. Mas se eles não tinham nada que ver com os planos que circularam fartamente nas redes sociais de melar a Final da Copa provocando uma guerra campal com torcedores argentinos, para que prendê-los? Por antipatia?
A polícia do Rio apresentou artefatos supostamente encontrados com as mais de duas dezenas de pessoas que prendeu, como a ativista Elisa Quadros, a “Sininho”, ligada ao PSOL do Rio de Janeiro. E prometeu concluir o inquérito e apresentar as provas em cerca de 10 dias.
Das duas, uma: ou a polícia montou uma farsa digna das piores ditaduras ou esses grupos que defendem essa tese sobre “provas plantadas” enlouqueceram por fazerem tal afirmação de forma tão peremptória.
Tenho lido postagens em sites que defenderam os protestos contra a Copa afirmando, sem hesitar, que foi tudo inventado. A polícia teria ido buscar Sininho lá no Rio Grande do Sul – ela, que vive no Rio – por pura picuinha ou para usá-la como bode expiatório ou por sabe-se lá que outra razão.
Abaixo, imagem dos artefatos e do relatório apresentados pela polícia.

O laudo policial foi feito pelo Esquadrão Antibombas carioca e afirma que os ativistas presos se organizaram pelas redes sociais para provocar uma tragédia na decisão da Copa do Mundo, no domingo, no Maracanã.
Também afirma que com um casal preso foi encontrada uma bomba caseira com potencial letal. Segundo a polícia carioca, o artefato tinha “140 gramas de pólvora” e explica que “para se ter uma ideia, o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade, em fevereiro deste ano, continha 60 gramas”.
O casal em questão é composto pela professora da UERJ Camila Rodrigues Jourdan e o ativista Igor Pereira D’Icarahy, filho do advogado Marino D’Icarahy Júnior, defensor da ativista “Sininho” em processos a que ela responde.

Segundo o lado policial, no apartamento do casal também teriam sido encontrados litros de gasolina, material para preparação de coquetéis molotov e a bomba supracitada.
O reitor da UERJ, Ricardo Vieira Alves, criticou a prisão de Camila e disse “não saber” as razões de sua prisão. Seguramente, ou não acredita que ela tivesse em seu apartamento os artefatos que a polícia diz que encontrou lá ou, então, acha que, mesmo a moça sendo do movimento contra a Copa e tendo tais artefatos em casa, ainda assim não havia motivos para prendê-la (?!).
Por outro lado, o laudo técnico da polícia carioca foi assinado pelos inspetores Francisco Sidney Farias Rodrigues e Raphael Ferreti de Souza. Segundo esse laudo, a bomba caseira seria uma “bomba tubo” e só poderia ter sido construída por alguém “com habilidade e conhecimento no manuseio de bombas caseiras desta natureza” e que “a detonação deste artefato explosivo tem capacidade de provocar mortes, lesões corporais diversas, bem como danos patrimoniais e ao meio ambiente”.
O laudo policial não para por aí. A polícia ainda afirma que encontrou com os ativistas presos  “armas de choque, martelos pontiagudos, litros de gasolina, garrafas e escudos”.
Se tudo isso foi “plantado” nas casas dos ativistas presos, trata-se de um escândalo sem tamanho. Os policiais e quaisquer outras autoridades que tenham montado tal cenário seriam criminosos perigosos e deveriam ser presos imediatamente.
Fica difícil acreditar piamente em qualquer das versões. Há que esperar esses dez dias prometidos pela polícia para apresentar, também, transcrição oficial de escutas telefônicas, entre as demais provas.
O delegado Alessandro Thiers, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, responsável pelo caso, rejeita as acusações de que foram “prisões arbitrárias”. Segundo ele, “É leviano tratar a investigação como se fosse política sem conhecê-la”.
O delegado também afirma que “Não tem nenhuma banalidade sendo investigada”, e pergunta: “O que um manifestante pacífico faria com coquetel molotov e bomba caseira?”. Conclui informando que “Os advogados dos presos tiveram amplo acesso aos documentos da investigação”.
Não se pode endossar essa versão, mas daí a tratá-la como clara farsa vai uma distância imensa.
Pergunta: e se daqui a alguns dias a polícia apresentar, por exemplo, escutas telefônicas que comprovem que as pessoas presas planejavam provocar uma tragédia, muito provavelmente com mortes, como é que fica?
Os ativistas mais radicais desses movimentos contra a Copa e de outros movimentos assemelhados que convocam protestos nos quais os black blocs têm presença obrigatória dizem abertamente que “Sem violência não adianta protestar, pois protestos pacíficos não incomodam”. Qualquer um que já visitou uma dessas páginas na internet que defendem protestos violentos, sabe disso.
As pessoas, com efeito, podem acreditar no que quiserem. Mas colocar em prática crenças dessa natureza é crime, sim.
Independentemente de qualquer coisa, há que exigir com grande, enorme, imensa veemência que a polícia prove e comprove as razões que a levaram a efetuar essas prisões. Ao longo das próximas semanas, essas provas têm que aparecer e têm que ser, no mínimo, suficientes para justificar grave suspeita, suficiente para prender pessoas de vida ilibada como a professorinha da UERJ.
A pior conduta que se pode adotar em uma situação como essa, porém, é a que está sendo vista por parte dos que defenderam e continuam defendendo os movimentos Não Vai Ter Copa. Aceitar que vidas sejam colocadas em risco porque um grupo não aceita a “democracia representativa”, chega a ser surreal.
Ao ignorar a revolta da sociedade com a violência de movimentos como esses de que participam “Sininho” e companhia limitada, esses grupos de esquerda cometeram literal suicídio político. Pior que o da direita que garantiu, com base nos próprios desejos, que a organização da Copa seria um fiasco.

domingo, 29 de junho de 2014

O que aconteceu com os roqueiros dos anos 80? Leoni, o único que não virou reaça, fala ao DCM

Leoni (esq.) com sua antiga banda
Leoni (esq.) com sua antiga banda nos anos 80

O carioca Carlos Leoni Rodrigues Siqueira Júnior, conhecido somente como Leoni, tem uma carreira dedicada ao pop rock. Fundou e foi baixista e compositor do Kid Abelha entre 1981 e 1986, período em que a banda tornou-se um fenômeno, colecionando discos de ouro. É autor de todos os principais hits (“Seu Espião”, “Como Eu Quero”, “Pintura Íntima”, “Fixação”, entre outras).
Saiu depois de um desentendimento. Fundou a banda Heróis da Resistência e, desde 1993, está em carreira solo. Tem parcerias com Cazuza (“Exagerado”), Herbert Vianna, Léo Jaime, Roberto Frejat, entre outros.
Aos 53 anos, Leoni é uma exceção, uma mosca branca, entre a imensa maioria de seus colegas de geração: uma “pessoa de esquerda”, como ele se define.
Roger, do Ultraje a Rigor, e Lobão são macartistas. Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, não fala coisa com coisa, especialmente em política. João Barone, baterista dos Paralamas do Sucesso, repete clichês sobre “corrupção” sem parar — sempre contra o PT, naturalmente. Tony Belloto, guitarrista do que restou dos Titãs, é autor de frases originais como “é uma merda pensar como o Brasil há 30 anos ou patina, ou piora”. A lista é longa.
“Na época da ditadura, tínhamos um inimigo comum. Quando acabou, percebemos o que cada um pensava”, diz Leoni. Ele conversou com o DCM sobre música, política, seus companheiros dos anos 80 e o que Renato Russo e Cazuza estariam pensando dessa salada.
Por que a sua geração está ficando reacionária? 
Não acredito que todos os músicos da minha geração tenham se tornado conservadores… Todo mundo tem direito a ter opinião. O Roger sempre foi liberal e capitalista porque ele é um defensor do livre-mercado. Ele acredita numa sociedade nos moldes da dos Estados Unidos. Por isso, não está sendo desonesto com as pessoas hoje em dia. Ele era contra a ditadura, mas sempre foi capitalista. Até “Inútil”, o hino do Ultraje a Rigor nos anos 80, era uma música que tem a cara dele, meio que menosprezando o povo brasileiro. Esse sempre foi o discurso dele. 
Por nossas diferenças, eu tive vários debates com ele por email. O único problema é que ele perde a cabeça com gente que não concorda com ele e se descontrola. Ele leva para o lado pessoal. Mas, se o debate permanece no alto nível com ele, é bom.
O Lobão é mais imprevisível. E te digo o motivo: o que ele gosta é da polêmica. Eu vejo ele fazendo mais polêmica do que música hoje, sinceramente. Tem também o problema das respostas das pessoas na internet, que é um local bom para debates felizmente. Nas redes sociais, se você não concorda com alguém em algo, você é idiota e deve morrer.
Na época da ditadura, tínhamos um inimigo comum. Quando acabou, percebemos o que cada um dos músicos pensava. O Roger e o Lobão eram diferentes da esquerda, por exemplo. Tem gente que se tornou mais liberal com o tempo. Algumas pessoas acreditam mais numa democracia capitalista, com serviços públicos aqui e ali, mas com a economia privatizada funcionando. É diferente do que eu penso, porque eu quero serviços do estado que ajudem os pobres.
O rock não é, supostamente, um estilo rebelde…?
O rock, sobretudo o americano e o inglês, sempre foi mais ligado aos movimentos libertários individuais do que os coletivos. A meta da música foi te levar a usar roupas, drogas e fazer sexo da forma que você quiser, no seu individualismo. O rock foi interessante pra caramba, revolucionou os costumes, mas ele continua desligado do meio social e dos problemas coletivos. Minha postura pessoal não é essa do rock.
Uma pergunta hipotética: como seria se o Cazuza ou o Renato Russo, que foram seus amigos, estivessem vivos hoje? Teriam virado reaças também?
O Cazuza, no final da vida, teve uma preocupação política com o Brasil e fez a música “Ideologia”. Mas ele foi mais revolucionário no comportamento, ao assumir sua homossexualidade. Não sei se estaria engajado politicamente.
O Renato Russo era mais antenado com política, mas ele era melhor escrevendo letras do que agindo. Suas letras eram metafóricas. O disco V do Legião, de 91, falava sobre os problemas do governo Collor, mas sem citar ninguém diretamente. Eram letras sobre quem perdeu dinheiro com os saques da poupança na época, além dos desempregados. Acredito que o Renato faria boas músicas sobre o que está acontecendo no Brasil ultimamente.
O que você pensa sobre os protestos?
É complicado. Agora eu tenho um desânimo por perceber que o movimento todo gerou uma oportunidade de apontar erros no país, mas não mostra soluções. Milhões de pessoas foram pra rua, mas se você perguntar para as pessoas o que devemos fazer pelo país, elas não sabem responder. Vejo a Primavera Árabe, que derrubou ditaduras e colocou outras no lugar. Não solucionou os problemas de lá, mas é bom saber que temos o poder de mobilização. É bom a gente saber que, se a gente se mexer, a coisa muda. Mas é educativo saber também que isso não basta. Temos que aprender a conversar.
O que é mais triste é que os políticos não se organizaram para executar uma reforma política. Era isso, no fundo, que as pessoas pediram na rua. O “pemedebismo” instalado no Congresso cria alianças de partidos por interesses e propaganda. O sistema está errado. Esse políticos não se organizaram nem para dar uma resposta frágil. A gente tem que ir fazer mais barulho.

Leoni
Leoni

Os protestos são da esquerda ou da direita? E as pessoas que se manifestam contra a Copa do Mundo agora?
Estar a favor das manifestações não é de esquerda ou de direita. Há até vertentes mais radicais se manifestando, como aquela extrema direita que quer acabar com o comunismo e o bolivarianismo para colocar quase uma ditadura militar no lugar. Outros dizem que a extrema esquerda quer acabar com o capitalismo confiscando propriedades com a tomada de poder. E eu já vi gente se manifestando na rua porque há corrupção no país. Eu não consigo categorizar essas pessoas politicamente e parece uma coisa de velho, com medo de ser roubado por todo mundo.
Agora, perto das eleições, vejo algumas simplificações. Se você acha a Fifa suspeita, muita gente acha que você odeia Copa do Mundo e o futebol. Se você gosta da Fifa, é um petralha que gosta do governo. As coisas andam mais confusas ultimamente.
Qual é o seu balanço sobre a política cultural do governo Dilma?
Na parte cultural dos governos do PT, o de Lula foi bem melhor que o de Dilma, com o Gilberto Gil e o Juca Ferreira no Ministério da Cultura. O Gil ampliou os investimentos no ministério. O ex-ministro abriu um diálogo como eu não tinha visto antes. Cultura não é só história, dos grandes autores, mas sim toda a criação que fazemos hoje. Veio o governo Dilma e a ministra Ana de Hollanda interrompeu os avanços do setor. Ela achava que a cultura cigital era uma “brincadeirinha” na internet, por exemplo.
A ministra Marta Suplicy assumiu agora e nós conseguimos a aprovação do projeto Cultura Viva, criando pontos de encontro em comunidades populares para produção criativa. Essa me parece uma mudança de postura. Mesmo assim, acho que o governo Lula foi mais ousado culturalmente até agora.
De resto, acredito que o problema real dos governantes são os conchavos e as alianças ruins para se beneficiarem, prejudicando a sociedade. Esse método foi criado pelo PMDB e pelos congressistas do chamado baixo clero, que querem receber agrados.
As maiores críticas ao PT não vem da direita, mas de ex-petistas decepcionados com o governo. Eu não sei se o PT conseguiria governar sem alianças, mas as reformas precisam acontecer. Fica o aprendizado: As coisas não funcionam do jeito que gostaríamos. Os únicos dois partidos que vejo falar em reforma política são o PT e o PSOL.
Como a Internet mudou a música brasileira?
Agora a gente nunca teve tanta diversidade e riqueza musical. Até aparecer a internet, as gravadoras, que eram poucas, detinham tanto o monopólio da produção quanto o da distribuição. Não tinha como entrar em estúdio e já lançar algo. Era caro pagar produção, capa, fabricação, vinis e a distribuição física para o país inteiro, com jabá para rádios e pra todo mundo que precisasse. Se você não tinha gravadora, você estava fora do negócio.
Isso era ruim, mas não tão ruim a partir dos anos 80. A partir da minha geração, os selos independentes americanos começaram a ser vendidos para conglomerados de mídia. A Warner se transformou na Time Warner. Ocorreram várias fusões e o único interesse da indústria musical se tornou o lucro. A qualidade caiu para vender mais, e as músicas comerciais ficaram mais padronizadas. Depois da moda do rock, veio axé, lambada, pagode, sertanejo e depois até voltou o pagode.
Na era da internet, a gente pode fazer a nossa própria música. A represa das gravadoras se rompeu. Tem gente fazendo de tudo no Brasil. Cada cidade tem uma cena musical interessante e própria. Antigamente a coisa era mais concentrada no eixo Rio – São Paulo. O Brasil é grande e as pessoas sequer conhecem o mínimo. O músico de hoje também não precisa agradar muita gente, mas chamar atenção é mais difícil. Não dá pra ouvir tanta gente talentosa junto, e muitos acabam passando desapercebidos. O negócio da música pode ir mal, mas a música em si vai muito bem.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

SURGE O LACERDINHA. A ‘DIREITA MIAMI’ DÁ AS CARAS NO BRASIL Juremir Machado faz esclarecimentos sobre a Direita Miami: “adora metrô em Paris, mas é contra estação de metrô no seu bairro”


Conversa Afiada reproduz artigo de Juremir Machado da Silva:

ESCLARECIMENTOS SOBRE A DIREITA MIAMI



O mais comum é que cada personagem não tenha consciência da sua personalidade. O Brasil vem sendo dominado, na classe média e na mídia, por um tipo muito especial, o lacerdinha, representante da direita Miami.

É um pessoal que se acha sem ideologia, pois, para o lacerdinha autêntico, ideologia é coisa de esquerdista comedor de criancinha. A direita Miami acredita que todo esquerdista é comunista de carteirinha e que sonha com uma sociedade no modelo da Coreia da Norte.

O ideal da direita Miami é comer hambúrguer na Flórida, visitar a Disney todos os anos, ler a Veja, ver BBB, copiar e colar artigos de colunistas que falam todo dia da ameaça vermelha – e não é o Internacional nem o América do Rio -, esbaldar-se em shoppings sem rolezinhos, salvo de patricinhas e mauricinhos, e denunciar programas governamentais, exceto de isenções de impostos para ricos, como esmolas perigosas e inúteis.

A direita Miami tem uma maneira curiosa de raciocinar.

– Se você é esquerdista, por que vai à Europa?

– Não entendi a relação – balbucia o ingênuo.

– Se você é esquerdista, por que tem plano de saúde?

A direita Miami contabiliza as mortes produzidas pelo comunismo, no que tem razão, mas jamais pensa nas mortes produzidas pelo capitalismo no passado e no presente. Mortes por fome, falta de condições sanitárias e doenças evitáveis não impressionam os lacerdinhas. Não parece possível à direita Miami que se possa recusar o comunismo e o capitalismo brasileiro. A social-democracia escandinava, por exemplo, não chama atenção dos sacoleiros de Miami. É uma turma que quer muito Estado para si e pouco para os outros. De preferência, muito Estado para impedir greves, estimular isenções fiscais para grandes empresas e reprimir movimentos sociais.

O mais curioso na direita Miami é que, embora defenda o Estado mínimo na economia, salvo se for a seu favor, gosta de Estado robusto em questões morais como consumo de drogas e de sexualidade, aquelas que, mesmo criticando, costuma praticar e exigir tratamento diferenciado quando o Estado flagra algum dos dela em conflito com a lei. A direita Miami fala ao celular, dirigindo, sobre a sensação de impunidade no Brasil e, se multada, denuncia imediatamente a indústria da multa.

A direita Miami é contra cotas, Bolsa-Família, ProUni e todos esses programas que chama de assistencialistas e eleitoreiros. Vive de olho no impostômetro e, para não colaborar com a excessiva arrecadação dos governos, faz o que pode para sonegar o que deve ao fisco. Roubar do Estado que gasta mal parece-lhe um dever moral superior.

Um imperativo categórico.

A direita Miami vive denunciando Che Guevara, mas nunca fala de Pinochet. Se dá uma melhorada na economia dos camarotes, pode torturar e matar. As vítimas são esquerdistas mesmo. A direita Miami adora metrô em Paris, quando vai até lá, apesar de achar que tem muito museu chato e pouco shopping bacana, mas é contra estação de metrô no seu bairro. Tem medo que atraia “marginais”. A última moda da direita Miami é o sertanejo universitário. Quanto mais a tecnologia evolui, mais a direita Miami se torna primária. O que lhe falta, resolve com silicone.



Em tempo:
 Juremir Machado da Silva, nascido em 29 de janeiro de 1962, em Santana do Livramento, graduou-se em História (bacharelado e licenciatura) e em Jornalismo pela PUCRS, onde também fez Especialização em Estilos Jornalísticos. Passou pela Faculdade de Direito da UFRGS, onde também chegou a cursar os créditos do mestrado em Antropologia. Obteve o Diploma de Estudos Aprofundados e o Doutorado em Sociologia na Universidade Paris V, Sorbonne, onde também fez pós-doutorado. Como jornalista, foi correspondente internacional de Zero Hora em Paris, trabalhou na IstoÉ e colaborou com a Folha de S. Paulo. Atua como colunista do Correio do Povo desde o ano 2000. Tem 27 livros individuais publicados, entre os quais Getúlio, 1930, águas da revolução, Solo, Vozes da Legalidade e História regional da infâmia, o destino dos negros farrapos e outras iniquidades brasileiras. Coordena o Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUCRS. Apresenta diariamente, ao lado de Taline Oppitz, o programa Esfera Pública, das 13 às 14 horas, na Rádio Guaíba.



Clique aqui para ler “Ivan e Diogo tombam o Doi-Codi de SP”

Aqui para “‘Não vai ter Copa’ é um movimento terrorista !”

E aqui para “As 10 mentiras que a Direita quer autenticar”

segunda-feira, 1 de julho de 2013

ESQUERDA PRECISA DEFINIR SUA PAUTA COMUM. NÃO EXISTE TERCEIRA MARGEM NA HISTÓRIA.

Flávio Aguiar: o programa da direita é inconfessável

** eles riem, mas não podem dizer o que pensam realmente. Estão em um corner eleitoral 

*Nesta 4ª feira,03/07, 17hs:  Assembléia de rua:  "Democratização da mídia"; em frente à Globo, Jardim Botânico-RJ; Convocação: ‘Barão de Itararé' e ‘Cidadania Sim! PiG, nunca mais'.


*Datafolha: PT tem dois candidato competitivos para 2014; PSDB não tem nenhum: com Lula, PT venceria no 1º turno, com 46% **com Dilma, teria 30% e enfrentaria Marina (23%) no 2º turno**Folha esconde a liderança de Lula na 1ª página e destaca avanço de Barbosa**O 'Napoleão de toga' e a 'pureza verde' são a esperança conservadora para derrotar a esquerda e devolver 'ordem' às ruas.



'Os partidos de esquerda, se estiveram à altura da crise atual, se forem mesmo de esquerda e democráticos, devem adotar uma estratégia unitária de revalorização da ação política e dos partidos, combinando-a com a criação de novos canais de democracia direta e de participação popular, articulados com a democracia representativa. Ou seremos vencidos pelo conservadorismo, que poderá nos levar às novas formas de totalitarismo pós-moderno, que tanto controlará as mentes, a pauta, como ditará o que é lícito ou ilícito, numa democracia ainda mais elitista do que a presente.' (governador Tarso Genro; leia nesta pág. E também: 'A esquerda não pode piscar'
 aqui)



A direita vai comemorar o quê?

É claro que a baixa da nossa presidenta nas pesquisas – de popularidade e de intenção de voto – provocou animação nos arraiais da direita brasileira, do Oiapoque ao Chuí e da extrema à média. Mas pensando e pesando bem, a direita (incluindo a oposição parlamentar) não tem muito que comemorar. A menos que já tenho incorporado Marina às suas hostes (e suportado a ideia). Por Flávio Aguiar


É claro que a baixa da nossa presidenta nas pesquisas – de popularidade e de intenção de voto – provocou animação nos arraiais da direita brasileira, do Oiapoque ao Chuí e da extrema à média.

Mas pensando e pesando bem, a direita (incluindo a oposição parlamentar) não tem muito que comemorar. A menos que já tenho incorporado Marina às suas hostes (e suportado a idéia).

Em primeiro lugar, os recentes acontecimentos e manifestações mostraram que a direita brasileira, parlamentar ou não, não tem luz própria. Precisa embarcar em ondas alheias. Até mesmo a velha mídia, que dispõe da luminosidade das telas de tevês, precisou engolir em seco e se conter diante da vonta de de simplesmente condenar os “baderneiros”, os “congestionadores do trânsito”. Afinal eles – que estão longe, na realidade, de serem a maioria nas manifestações – poderiam ser usados contra o PT. 

Em segundo lugar, a conjuntura que a direita brasileira não tem programa disponível para a população. Ela tem um programa sim. Mas este não pode ser mostrado. Qual é o programa da direita? É a negação de tudo aquilo que melhorou no Brasil: a situação dos mais pobres, os programas sociais, a elevação do salário mínimo, a ampliação da carteira assinada, a presença do Estado para minorar os efeitos perversos da cultura dos mercados. 

Para quem acha que as reivindicações dos manifestantes de hoje poderiam ser mais bem atendidas pela direita brasileira, basta lembrar a situação dos transportes públicos e a ampliação dos corredores de ônibus em S. Paulo durante a gestão da Marta Suplicy e o descaso posterior quando o PSDB-Serra/Kassab recuperou a hegemonia da situação.

O programa da direita brasileira está claro aqui na Europa: é o plano de “austerität” que devasta as economias nacionais e manieta a economia internacional. A Irlanda entrou oficialmente em recessão, como se já não estivesse. Merkel vê seu parceiro FDP agonizar nas pesquisas de opinião de voto. A Espanha – além do desastre no Maracanã – superou a Grécia no índice de greves. Como isso é medido? Confesso que não sei, se é por grevistas por metro quadrado ou pelo número de greves/dia, ou ambas as coisas. Na verdade não importa.

Manuel Castells (na ‘Isto É’ Independente desta semana) diz que Dilma é a primeira mandatária a reconhecer a voz das ruas. E é mesmo. Onde mais um presidente ou uma presidenta se assentou na mesa de negociações com representantes destes movimentos? Aqui na Europa é que não foi. Nem nos Estados Unidos. Nem na Ásia ou África.

Numa outra ponta, o programa da direita brasileira é, inconfessadamente, privatizar os bancos públicos, aprofundar a privatização da Petrobras, suspender o Bolsa Família (como ficou claro através do boato espalhado), baixar ou eliminar o salário mínimo e extirpar tudo o que a CLT tem de bom para os trabalhadores. Em resumo: inconfessável.

Para completar este quadro indigente, em terceiro lugar, a direita brasileira ainda não tem candidato. Aécio Neves ainda é candidato a candidato. Está subindo nas intenções de voto, mas devagar demais. E Aécio vai para onde o vento sopra, ao contrário de Serra, que sempre quis soprar o vento. Ele não é inteiramente confiável para a execução do verdadeiro programa da direita.

Marina é na verdade intragável para a direita. É verde demais, é povo-da-floresta demais, tudo o que a direita despreza e detesta. Pode ser usada no sentido de que para derrubar Dilma, tudo vale. Mas é só. Se, no caso de um segundo turno, ela ameaçar a presença de Aécio, vai haver gente na velha mídia querendo detoná-la.

Eduardo Campos ainda corre na mesma faixa de Dilma, embora puxe para si uma parcela da classe média norte-nordestina que busca uma alternativa ao petismo ascendente na região. Por isso não sobe nas pesquisas. Mas se ele subir e ameaçar o reinado do PSDB nesta fatia de leitores, também vai virar alvo, ao invés de possibilidade.

Por fim, resta Joaquim Barbosa. Mas de todos, ele ainda é o mais intragável – como candidato – para a direita. O fato de ser, digamos, numa licença poética, “apartidário” é bom enquanto ele for um anti-candidato, anti-política, anti-políticos. Mas se entrar na arena (ou no PSDB, ou DEM, ou outro partido) para valer, ou começar a seduzir seus quadros, ele vai entrar na lenha também, por ser “independente” demais. A velha mídia que hoje o incensa vai desincensá-lo também. Afinal, ele é uma espécie de Cacareco (quem lembra? – e na verdade era uma Cacareca) pós-moderno. Ou, de modo mais elegante, um rinoceronte de Ionesco. O enigma que devora quem o cultua.

Bom, a direita sempre pode contar com as atrapalhações da esquerda. Como isso de propor – logo agora – uma “faxina” no partido (por que não “expurgo”?). Não seria melhor aventar a proposta de um novo Congresso que definisse os rumos programáticos do partido depois da reeleição ou não de Dilma? Ou isso de já querer trocar de candidato agora, in media res? O préstimo divisionista da esquerda está sempre a postos, pronto para ajudar a direita.

E para completar este quadro algo desolador, o Brasil ganhou a Copa das Confederações. 

quinta-feira, 29 de março de 2012

Greve geral tem adesão massiva na Espanha



A Greve Geral de 29 de março constitui uma protesto contra a reforma laboral promovida pelo governo de Rajoy, considerada pelos sindicatos como “a mais regressiva da história da democracia”, e pela defesa dos serviços públicos. Segundo as centrais sidicais CCOO e UGT, entre os 14 milhões de trabalhadores assalariados, adesão deve ficar entre 85 e 90%. Fábricas de automóveis estão praticamente paradas, setor dos transportes só cumpre os serviços mínimos, 26 portos estão totalmente parados. Trabalhadores dos meios de comunicação também participam do protesto.

As principais centrais sindicais espanholas, CCOO e UGT, disseram na manhã desta quinta-feira (29) que a adesão à Greve Geral está sendo massiva e irá mesmo ultrapassar os números atingidos em setembro. Entre os 14 milhões de trabalhadores assalariados, a adesão deverá rondar os 85% a 90%, segundo avançam estas estruturas sindicais.

Segundo divulga a UGT e as CC OO em comunicado conjunto, as fábricas de automóveis estão praticamente paradas e o setor dos transportes só cumpre os serviços mínimos. 26 portos da rede de Portos do Estado estão totalmente parados. No setor da aviação, 2300 voos poderão ser afetados pela paralisação e a empresa Transmediterránea prevê o cancelamento de atividades em 22 dos seus trajetos marítimos. Nas fábricas da Renault, SEAT en Martorell, Volkswagen Navarra, Ford Almusafes e Bosch Madrid, e Airbus en Toledo a adesão à greve é total.

Os grandes centros de abastecimento da Andaluzia, especialmente o Mercasevilla, o Mercabarna e o Mercavalencia, na Catalunha, e a plataforma logística de Mercadona em Leon encerraram portas e os setores da alimentação e o setor químico registam níveis de adesão que rondam os 80 a 90%. O turno da noite da fábrica da Repsol em Puertollano parou por completo.

No setor mineiro a adesão é de 100% e no setor têxtil atinge os 82%. A fáfrica da Inditex na Corunha encerrou por completo. Na recolha de lixo a adesão é de 95%, ascendendo a 100% em cidades como Madrid, Corunha, Zaragoza, Ceuta, Toledo, entre outras. No setor das limpezas a adesão foi, por sua vez, de 70%.

No que respeita à construção de infraestruturas, a greve chegou mesmo a parar por absoluto as obras da Adif e do prolongamento da linha 9 do metrô.

O setor postal regista uma adesão à greve de 74%, atingindo os 100% na Catalunha e os 98% na Andaluzia.

Também os meios de comunicação espanhóis optaram por aderir ao protesto. O Telemadrid, Canal Sur Televisión e o TV3 da Catalunha encerraram as emissões pelas zero horas do dia 29. A adesão na redação digital do diário Público é de 100%. No que respeita à imprensa escrita, regista-se uma adesão de 80% no El País e La Vanguardia e de 70% no resto da imprensa escrita da Catalunha.

Outro indicador que traduz o êxito desta Greve Geral diz respeito à diminuição do consumo de energia, que traduz a redução da atividade econômica. Cerca das sete da manhã, a procura já registava um decréscimo, face à semana anterior, de 23,37%, segundo a Rede Elétrica de Espanha.

Forte contingente policial
A greve tem sido acompanhada de perto por um enorme contingente policial que, inclusive, chegou a cortar os acessos em Madrid, junto ao Congresso.

Registaram-se alguns confrontos durante os piquetes da madrugada, que resultaram, segundo o Ministério do Interior, em dezenas de detenções e alguns feridos.

Os sindicatos denunciaram, entretanto, que os trabalhadores estão sendo alvo de pressões e chantagens por parte dos empresários e dos serviços públicos no sentido de não aderirem à greve.

Contra a reforma laboral e pelos serviços públicos
A Greve Geral de 29 de março constitui uma protesto contra a reforma laboral promovida pelo governo de Rajoy, considerada pelos sindicatos como “a mais regressiva da história da democracia”, e pela defesa dos serviços públicos.

Para os representantes da CC OO e da UGT, esta é uma mobilização “justa e necessária” perante a “regressão social” provocada pela política posta em marcha pelo atual governo.

Na Galiza também foi convocada pela Confederação Intersindical Galega uma greve geral para 29 de março. Para o País Basco e para Navarra, as centrais ELA, LAB, ESK, STEE-EILAS, EHNE e Hiru, também já teriam anunciado uma paralisação geral para este mesmo dia.

O protesto não merece o apoio do Partido Nacionalista Basco, sendo duramente condenado pelo Partido Popular.

O partido Esquerda Unida congratulou, por sua vez, a decisão das estruturais sindicais. Cayo Lara, citado pelo El Pais, defendeu que esta é uma “reforma duríssima, ante a qual o governo tem duas opções: ou negoceia com os sindicatos e partidos dentro do trâmite parlamentar ou terá mais mobilizações”.


 *O olhos da Europa estão voltados para a Espanha**

greve geral na 4ª maior economia do euro pode influenciar as eleições de abril na Grécia e França e dificultar políticas de arrocho em Portugal e na Itália** centrais espanholas convocam passeata para esta tarde em Madrid, que deve culminar com ocupação da praça do Sol * TV Cultura: privataria ameaça um patrimônio paulista**dia 3 de abril, no Sindicato dos Engenheiros de SP, debate sobre as iniciativas para devolver à emissora seu caráter público e democrático.
GREVE GERAL CONTRA O EXTREMISMO MERCADISTA  

A greve geral convocada pelas centrais espanholas para esta quinta-feira, dia 29, acontece antes que o governo da direita, encabeçado pelo PP de Rajoy e Aznar, complete cem dias no poder. Trata-se de um recorde em termos de confronto sindical, que não se explica por um radicalismo há muito esmaecido nas organizações trabalhistas européias. O extremismo que solapa qualquer convívio com a tolerância, no caso, é o das políticas de austeridade e supressão de direitos --trabalhistas, entre outros-- com as quais os mercados pretendem superar a crise da ordem neolibera. Muito do que será o novo rosto da democracia e da sociedade após o colapso neoliberal será decidido nesses enfrentamentos.  (LEIA MAIS AQUI)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Quem está vencendo a disputa político-ideológica no Brasil?

Todos os dias, grandes jornais, televisões, rádios e portais de internet travam uma disputa surda com blogueiros, tuiteiros e facebookers pelos corações e mentes dos formadores de opinião, aquelas pessoas de diversos estratos sociais, faixas etárias e regiões do país que têm interesse em política e que, ao lado da percepção da sociedade sobre a própria vida, influem na formação das duas grandes correntes político-ideológicas do país, uma contra o governo e outra a favor, ou uma conservadora e a outra progressista.
Antes de prosseguir, porém, qualifiquemos essas correntes quanto às ideias-força que as mobilizam.
Uma corrente político-ideológica acredita em nova forma de governar em que sejam privilegiadas medidas do Estado socialmente inclusivas e as relações sul-sul em detrimento das relações sul-norte. A outra corrente privilegia a teoria de fazer o bolo crescer para só depois dividi-lo e acredita em impor sacrifícios sociais até que o bolo tenha crescido suficientemente – o que nunca se viu ocorrer, diga-se.
As duas grandes correntes políticas que dividem o país, portanto, sempre foram a dos conservadores e a dos progressistas, sendo que tanto de um lado quanto do outro cabem subgrupos com diferentes intensidades de convicções naquelas macro premissas ou visões sobre o papel do Estado e sobre quem, ao fim e ao cabo, irá ganhar ou perder na divisão de riquezas e sacrifícios.
Essas correntes, hoje, digladiam-se diariamente, ainda que de forma desigual.
De um lado, grandes impérios de comunicação dotados de recursos bilionários e que, através deles, conseguem eleger políticos que lhes conferem um braço institucional votando ou administrando como esses grupos empresariais querem. E esses grupos, valendo-se de ameaças de ataques ou de promessas de afagos em seus veículos conseguiram instalar seus representantes também no Poder Judiciário.
Do outro lado, um grande movimento na internet composto por militantes de partidos, por cidadãos apartidários e por jornalistas sem cobertura de empresas jornalísticas, todos decididos a combater os conservadores apoiando políticos alinhados à sua visão, que, no caso, no fim das contas são os políticos do PT, ainda que estes mantenham uma relação muito mais distante com as novas mídias que os apoiam em maior ou menor intensidade.
O que caracteriza esse lado progressista na internet é o trabalho voluntário e isolado, caótico, sem um comando central como o dos grupos de mídia conservadores, grupos que, por sua vez, obedecem a interesses empresariais, de classe social e regionais que se comunicam entre si em associações formais e informais, e que, junto aos políticos que elegem com seus meios de comunicação, dão combate ao governo progressista.
Na verdade, essa é uma situação nova. Até 2002, quando finalmente o poder mudou de mãos no Brasil e a internet ainda era uma infante – enquanto que hoje é uma adolescente –, não havia guerra de comunicação alguma simplesmente porque a comunicação estava toda nas mãos de um dos lados da eterna disputa entre conservadores e progressistas, uma disputa que, ao longo do século passado, foi opondo grupos com divergências cada vez menores, sendo que o lado progressista foi o que mais cedeu, ainda que o lado conservador tenha passado a admitir certas e restritas demandas sociais.
O surgimento da internet, portanto, permitiu que as eleições deixassem de depender exclusivamente da percepção da sociedade sobre seu bem-estar e do que a grande mídia dizia sobre os políticos, fórmula que manteve certa corrente político-ideológica – mas não necessariamente partidária – no poder pelo maior período do século XX, excluídos os períodos de governos menos alinhados ao conservadorismo que acabaram sendo derrubados à força, sem concurso das urnas.
Neste ponto entra a primeira eleição do pós regime militar em que o poder mudou de mãos no Brasil. Parece pouco polêmico afirmar que Lula se elegeu em 2002 por acidente, digamos assim. Se o país, à época, não tivesse caído em um imenso buraco, o político trabalhista jamais teria se convertido na única opção que faltava o eleitorado experimentar na tentativa de sair de uma crise que parecia não ter saída.
Se a situação não tivesse piorado tanto, se tivesse melhorado um pouco que fosse de forma a dar esperança à sociedade, com a mídia demonizando a então oposição petista, dizendo-a adepta do “quanto pior, melhor”, pintando-a como grupo “radical” que transformaria o Brasil em uma “Cuba” o poder jamais teria mudado de mãos, pois governos conservadores, dos quais o governo Fernando Henrique Cardoso foi o último representante no poder, eram protegidos por aquela mídia de qualquer ataque que lhes fizesse a oposição progressista, então comandada por Lula e pelo PT.
Ao fim desse quilométrico preâmbulo, pois, surge a questão de fundo que o post propõe:  quem está vencendo a guerra da comunicação, neste momento?
A resposta é menos simples do que parece. Apesar de os progressistas terem chegado ao poder em 2002 e não saído mais, com três eleições presidenciais que foram vencendo de forma cada vez mais contundente, ampliando a base de apoio do governo a cada eleição, não se pode desprezar o fato de que a máquina conservadora – composta pela mídia, por partidos políticos e por amigos de ambos no Judiciário – tem conseguido fazer quase um governo paralelo, vetando muita coisa que os três últimos governos petistas (eleitos em 2002, 2006 e 2010) tentaram fazer e não conseguiram exatamente porque os adversários não deixaram.
Os dois governos Lula e o governo Dilma, respectivamente, tiveram e tem menos poder do que os dois governos Fernando Henrique Cardoso porque o PT, enquanto na oposição, não tinha tamanho, mídia ou grandes amigos no Judiciário como tem hoje e, assim, jamais conseguiu influir nos governos do PSDB como este tem conseguido influir nos do PT a mando daqueles setores empresariais, sociais e regionais que controlam a mídia e os políticos que ela ainda elege com seu noticiário partidarizado, ideologizado e editorializado.
A pergunta sobre quem está vencendo a disputa político-ideológica lembra a metáfora sobre o copo meio cheio ou meio vazio, pois, apesar de hoje os progressistas estarem em situação muito melhor do que jamais estiveram, há que lembrar o preço que pagaram para chegar aonde chegaram, porque não se pode negar quanto tiveram que abrir mão de ideais e valores, fenômeno que os tornou mais parecidos com os oponentes, ainda que não sejam iguais.
Para não deixar o leitor sem saber se comemora ou se desanima, vale lembrar que é melhor que nenhuma corrente tenha poder esmagador sobre a outra e que não exista um abismo intransponível entre as correntes político-ideológicas, pois posições inconciliáveis costumam gerar impasses e dos impasses podem surgir conflitos bem piores do que esses que os conservadores e progressistas travam hoje na internet de forma intensa, muitas vezes exagerada, quase sempre pouco educada, mas, sem sombra de dúvida, pacífica e civilizada.