Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 30 de abril de 2017

DATAFOLHA: LULA DISPARA E VENCE EM TODOS CENÁRIOS

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Lula está “acabado”, é? Pois 40% dos brasileiros dizem o contrário

lula capa
Coube a um editor da Folha de São Paulo refletir sobre o óbvio. E divulgar a reflexão: dizer que Lula está “acabado” ou “morto” politicamente é ridículo, para dizer o mínimo.
O nome do gajo é Fábio Zanini, editor do caderno “poder”. Ele parte da análise precipitada que fazem os antipetistas sobre queda da aprovação de Lula para lembrar que, mesmo tendo perdido aprovação, ele ainda é o político mais forte e resiliente do país.
Eis a análise burra que faz a direita demo-tucano-midiática, e que o editor em questão repisa no início de seu texto:
Em menos de dois anos, a rejeição de Lula pulou de 17% para 47%, segundo o Datafolha. A parcela dos que o consideram o melhor presidente que o Brasil já caiu de 56% para 39%. Com 22% das intenções de voto, está nove pontos atrás de Aécio Neves (PSDB) na corrida para 2018
Uau! Então Lula está acabado, não é?
A imagem no alto da página reproduz pesquisa recente do instituto Datafolha. Basta um olhar sobre ela para verificamos quão “acabado” está Lula.
Sim, em dois anos mudaram de ideia sobre Lula pouco mais de um quarto dos que o consideravam o melhor presidente que o país já teve.
Perguntinha: não é muito pouco, não, diante do bombardeio que ele sofreu nesse período?
Aliás, o gráfico é hilariante porque mostra que o grande falador que se arvora em acusador de Lula aparece na pesquisa em situação muito pouco abonadora.
Fernando Henrique Cardoso, aplaudido frequentemente em restaurantes de luxo de São Paulo, até melhorou um pouco sua avaliação como ex-presidente.
Era aprovado por 12% em 2010 e, em novembro do ano passado, foi considerado por 16% o melhor presidente que o país já teve.
Algum antipetista tucano arrisca uma explicação sobre por que FHC continua tão mal avaliado quase uma década e meia após ter deixado o poder?
Apesar da amnésia galopante que tomou esses setores fascistas da sociedade, o fato é que a grande maioria dos brasileiros ainda guarda na memória quanto pastou quando o PSDB estava no poder.
Ah, mas Aécio Neves está à frente de Lula nas pesquisas de intenção de voto para 2018.
Sim, é verdade. Porque ele perdeu pouco do eleitorado que sufragou seu nome na urna eletrônica em 2014.
Mas, espera aí, isso é bom? Como pode Aécio, protegido pela mídia e pela Justiça, ter perdido aprovação? Mas não é só…
Cerca de um terço do eleitorado pulou fora do PT, de Dilma e de Lula. Trata-se de um contingente variado, composto por esquerdistas enfurecidos com medidas “liberais” que Dilma tomou e por pessoas sem ideologia alguma e que se pautam só pelo bolso, de modo que havendo crise mudam de opção política automaticamente.
Mas a verdadeira base de Lula está na pesquisa sobre quem é o melhor presidente que o Brasil já teve. Esses 39%, em um processo eleitoral, convergiriam para seu nome. E a esse contingente juntar-se-ia o eleitorado de esquerda que, em um segundo turno, ficaria sem opção além de Lula, a menos que ele fosse para esse segundo turno com algum candidato à sua esquerda.
Mas haveria segundo turno, se a eleição presidencial fosse hoje? Seguramente que haveria. As pesquisas mostram isso. São vários candidatos fortes. Marina, sobretudo. Ninguém conseguirá vencer eleição em primeito turno, atualmente.
Nesse aspecto, o editor da Folha manda um recado ao antipetismo:
Embora muito tentador, é um erro decretar neste momento a morte política do ex-presidente e enterrar suas chances na próxima eleição.
Lula já foi dado como acabado pelo menos três vezes em sua longa carreira política e sempre ressurgiu para surpreender seus críticos.
Em 1994, foi atropelado pelo Plano Real e teve sua derrota eleitoral mais doída.
Três anos depois, veio o primeiro escândalo sério a envolver seu nome: a denúncia de conluio entre prefeituras petistas e a Cpem, consultoria que na época foi associada ao nome de Roberto Teixeira, compadre de Lula.
Por fim, e mais importante, o mensalão, em 2005.
A resiliência do petista em cada uma dessas situações impressiona
Na verdade, Lula nem precisa, de fato, ressurgir. Sua queda de popularidade em um momento em que só seus críticos e acusadores têm voz nem deve ser levada em conta. Só se poderia dizer que ele tem realmente alguma dificuldade maior se tivesse meios de se defender publicamente na TV, no Rádio, com espaço equitativo às acusações.
Ou seja, se Lula tivesse horário eleitoral para se defender ele poderia rebater tudo isso que estão atirando contra ele e, com a base eleitoral que conserva, seguramente conseguiria mais apoios.
O que o tal Zanini da Folha disse não é novidade nem mesmo para a direita demo-tucana, para o resto da mídia tucana ou para os grupos tucanos encastelados no Judiciário, no MP ou na PF. E é por isso que não param de fustigar Lula um único dia.
E, aliás, o resultado que estão obtendo não é lá grande coisa. Muita gente está se revoltando com a criminalização de Lula construída em cima de um barquinho a remo e de imóveis modestos emprestados por amigos.
Ah, mas eles vão prender Lula, dirão os tarados de extrema-direita. Vão nada, seus cretinos. Não vão prender Lula porque não há razão para tanto. Seria um desastre internacional. A Justiça brasileira se desmoralizaria para sempre se prendesse um líder político dessa envergadura sem provas cabais.
E onde estão essas provas, no barquinho de lata? Não sejam ridículos…

terça-feira, 24 de setembro de 2013

A epifania de Ives Gandra versus o “embromation” do Reinaldão


Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará
(João 8.32)

Eis que a verdade liberta mais um cristão. E não qualquer cristão, mas um cristão militante.
O jurista Ives Gandra Martins, 78, além dos seus 56 anos de advocacia, dos livros e mais livros publicados, muitos em parceria com ministros do STF, e de ser professor da Universidade Mackenzie, da Escola do Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra, é um dos primeiros brasileiros a ter ingressado na Opus Dei e seu principal supernumerário no país.
Ives Gandra é insuspeito de ter qualquer tendência esquerdista. Na verdade, é autor de um dos textos mais reacionários e abjetos que já li, dolorosamente intitulado como “Você é branco? Cuide-se!”. Publicado há cerca de quatro anos no “UOL Mais”, pelo seu trecho inicial pode-se concluir seu caráter injusto, hipócrita e preconceituoso:
Hoje, tenho eu a impressão de que o ‘cidadão comum e branco’ é agressivamente discriminado pelas autoridades e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que sejam índios, afrodescendentes, homossexuais ou se  autodeclarem pertencentes a minorias submetidas a  possíveis preconceitos (…)”
Barbaridade, tchê! E o pior é a conclusão:
Como modesto advogado, cidadão comum e branco, sinto-me discriminado e cada vez com menos espaço, nesta terra de castas e privilégios
Como negros, índios e afrodescendentes ricos oprimem os brancos pobres e ultra cristãos brasileiros, não? Pobre Ives…
Mas, enfim, esse cidadão tão oprimido pelos descendentes de escravos, entre outros déspotas, é um dos mais festejados próceres da ultradireita brasileira. Além de amigo dos supremos juízes do Supremo Tribunal e dos demais labirintos do Poder Judiciário, não por outra razão foi convidado a opinar na televisão quando a maioria do STF começou a sapatear sobre o Direito no segundo semestre do ano passado.
O convite para Ives Gandra “explicar” por que era lícito mandar José Dirceu e outros de seus companheiros petistas para o cárcere sob a teoria do “domínio do fato”, partiu de ninguém mais, ninguém menos do que de Marcelo Tas, um dos mais ativos militantes da direitona verde-amarela, apresentador do programa CQC e expoente do Instituto Millenium, onde costuma fazer dobradinha com Reinaldo Azevedo, o blogueiro pit bull da Veja.
À época, não faltaram elogios do “supernumerário” da Opus Dei ao STF. E, ao ser perguntado por Tas sobre o que estava acontecendo naquele exato momento da entrevista, exatamente enquanto o ministro Celso de Mello explicava como o “domínio do fato” embasava a condenação de José Dirceu, o jurista deu a seguinte declaração:
Nós vamos ter, a partir dessa decisão do Supremo, um verdadeiro divisor de águas entre um passado em que havia uma certa flexibilidade, uma espécie de tolerância moral, tolerância ética com quem detinha o poder. E, a partir dessa decisão, já não se preocupou mais com aquele princípio do In Dúbio Pro Reo (se eu tiver dúvidas, sempre se vai beneficiar o réu), mas que, acima de tudo isso, está o interesse da pátria, da nação (…)”
Uau! Um novo Brasil surgia, brandindo a espada da Justiça. Essa era a opinião do mesmo homem que, na manhã do último domingo (22), após uma legítima epifania, chegou aos leitores do jornal Folha de São Paulo declarando, entre muito mais, que “José Dirceu foi condenado sem provas” e que “A teoria do domínio do fato traz insegurança para todo mundo”.
Antes de prosseguir, disponibilizo ao estupefato leitor, abaixo, vídeo contendo a entrevista completa dada por Ives Gandra a Marcelo Tas em 10 de outubro de 2012, enquanto a quase totalidade dos membros do STF massacrava um partido político e quatro réus filiados àquele partido, contra os quais nunca pesara acusação alguma além das que lhes fez a ditadura militar.
O que se tem que perguntar não a petistas ou a simpatizantes do PT, mas a qualquer cidadão detentor de uma mísera réstia de honestidade intelectual é se, por acaso, uma declaração dessa magnitude contra o julgamento do mensalão, dada por alguém que teria todos os motivos políticos e ideológicos para defender esse julgamento, não tem um peso descomunal em favor dos réus.
Para o blogueiro da Veja Reinaldo Azevedo, não tem. Além de desqualificar a competência jurídica de Ives Gandra do alto de seu “notório saber jurídico”, esse blogueiro diz anormal que os que acreditam no mesmo que o “supernumerário” da Opus Dei vejam na fala deste uma razão a mais para duvidar da Ação Penal 470, vulgo mensalão.
Para Reinaldão, em um texto imenso do qual, além do mais puro “embromation”, não se tira uma explicação aceitável para a mudança de opinião de Ives Gandra além de ele ser um néscio, o histórico deste não torna no mínimo obrigatório ver em sua análise da AP 470 um indício a mais, entre tantos outros, de que o julgamento do mensalão vem sendo, além da mais pura injustiça, uma ameaça ao Estado de Direito.
Por que incluí o Reinaldo Azevedo neste texto? Para mostrar, mais uma vez, como os linchadores de José Dirceu e cia. são caras-de-pau. Como se alguém não soubesse.

MENSALÃO, O JULGAMENTO MEDIEVAL

Não deixe de assistir, também, ao vídeo didático, de 27 minutos e 26 segundos, que acaba de ser postado no YouTube e traz revelações surpreendentes sobre a Ação Penal 470, que tratou do chamado “mensalão”.
Produzido pelos jornalistas Raimundo Rodrigues Pereira e Lia Imanishi, editores da revista Retrato do Brasil, e apresentado pelo escritor Fernando Morais, o vídeo acusa o presidente do STF, Joaquim Barbosa, de ter armado as condenações de alguns réus com “mentiras escandalosas”.