Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Barbosa, mídia e oposição temem que condenações de Dirceu caiam

Em edição extraordinária, há que ressaltar fato de suma importância que foi ressaltado, pela primeira vez, pelo presidente do STF, Sua Excelência o senhor Joaquim Barbosa, assim que encerrou sessão da Corte que integra na qual oito réus da Ação Penal 470, vulgo mensalão, foram absolvidos da acusação de formação de quadrilha, precedendo explosão de fúria no Plenário.
Em seguida, o mesmo fato foi ressaltado, com diferentes graus de clareza, por dois jornalistas – um da grande mídia e o outro da mídia alternativa.
Em suma, como é vital usar clareza extrema para explicar situação que está deixando de cabelos em pé o mundo jurídico, o espectro político-partidário, a mídia e a própria Justiça, e diante da gravidade do que está ocorrendo, este Blog tentará dar a sua contribuição à necessária clarificação do fato.
Para resumir, Joaquim Barbosa e os jornalistas Eliane Cantanhêde, da Folha de São Paulo, e Breno Altman, do Site Opera Mundi, notaram bem as consequências da absolvição dos réus do “núcleo político” do julgamento do mensalão.
Barbosa pediu que anotassem que um processo estava começando com aquelas absolvições; Cantanhêde anotou o risco de Dirceu ser libertado e “santificado”; Altman explicou, claramente, fato que muitos notaram, mas que ainda esperavam para ver ganhar formas mais inteligíveis.
Agora, há que dizer claramente: Dirceu, acima de qualquer outro condenado na AP 470, pode pedir revisão criminal e pode ter chance de êxito porque, com a queda da tese de quadrilha, vem à tona o fato jurídico de que se uma quadrilha inexiste ele não poderia ter liderado e dirigido uma “organização criminosa”, conceito que é a base de sustentação de suas condenações.
A absolvição completa de Dirceu – difícil, mas agora não impossível ou tão improvável assim – produziria um terremoto político. Um homem que lutou contra a ditadura e foi preso e deportado volta ao país, ajuda a edificar um partido da envergadura do PT, é preso de novo, agora sob acusações falsas, e a história termina (?) com a sua inocência restaurada.
Dali em diante…
Complete você, leitor, o parágrafo anterior… Até rimou.

GREENHALGH AO 247: “DIRCEU E DELÚBIO VIRARAM REFÉNS”

Um cheiro de cinzas no ar

Cai a acusação de quadrilha no STF; fica desmoralizada a tese do domínio do fato; sobra a Barbosa adornar o palanque conservador

Jogral do Brasil aos cacos erra feio: PIB do 4ª trimestre tem o terceiro maior crescimento do mundo, só atrás da Coreia do Sul e EUA.

Investimento em alta cresce 3,6% em 2013; consumo das famílias avança há 10 anos

PIB de 2013 vai a 2,3%; o do México cresceu 1%: mas o isento Financial Times louva o México pró-mercados; e ataca Guido

Investimento federal em janeiro foi de R$ 11 bi; economia para pagar juros chegou a quase R$ 13 bi, mas os mercados acham pouco

Fica difícil afastar a percepção de que o carnaval conservador saltou para a dispersão sem passar pela apoteose. O cheiro de cinzas no ar é inconfundível.

por: Saul Leblon 

Arquivo













Como parte interessada, a mídia jamais reconhecerá no fato o seu alcance: mas talvez o Brasil tenha assistido nesta 5ª feira a uma das mais duras derrotas já sofridas pelo conservadorismo desde a redemocratização.

Quem perdeu não foi a ética, a lisura na coisa pública ou a justiça, como querem os derrotados.

A resistência conservadora a uma reforma política, que ao menos dificultasse o financiamento privado das campanhas eleitorais, evidencia que a pauta subjacente ao julgamento da AP 470 tem pouco a ver com o manual das virtudes alardeadas.

O que estava em jogo era ferir de morte o campo progressista

Não apenas os seus protagonistas e lideranças.

Mas sobretudo, uma agenda de resiliência  histórica infatigável, com a qual eles seriam identificados.

Ela foi golpeada impiedosamente em 54 e renasceu com um único tiro; foi golpeada em 1960 e renasceu em 1962; foi golpeada em 1964, renasceu em 1988; foi golpeada em 1989, renasceu em 2003; foi golpeada em 2005 e renasceu em 2006, em 2010...

O  que se pretendia desta vez, repita-se, não era exemplar cabeças coroadas do petismo, mas um propósito algo difuso, e todavia persistente, de colocar a luta pelo desenvolvimento como uma responsabilidade intransferível da democracia e do Estado brasileiro.

A derrota conservadora é  superlativa nesse sentido, a exemplo dos recursos por ela mobilizados --sabidamente nada  modestos.

Seu dispositivo midiático lidera a lista dos mais esfarrapados egressos da refrega histórica.

Se os bonitos manuais de redação valessem, o  desfecho da AP 470  obrigaria a mídia ‘isenta’ a regurgitar as florestas inteiras de celulose que consumiu com o objetivo de espetar no PT o epíteto eleitoral de ‘quadrilha’.

Demandaria uma lavagem de autocrítica.

Que ela não fará.

Tampouco reconhecerá que ao derrubar a acusação de quadrilha, os juízes que julgam com base nos autos desautorizariam implicitamente o uso indevido da teoria  do  domínio do fato, que amarrou toda uma narrativa largamente desprovida de provas.

Se não houve quadrilha, fica claro o propósito político prévio  de emoldurar a  cabeça  do ex-ministro José Dirceu no centro de uma bandeja eleitoral, cuja guarnição incluiria nomes ilustres do PT, arrolados ou não  na AP 470.

O banquete longamente preparado  será degustado de qualquer forma agora.
Mas fica difícil  afastar  a percepção de que o carnaval conservador saltou  direto da concentração para  a dispersão sem passar pela apoteose.

Aqui e ali, haverá quem arrote  peru nos camarotes e colunas da indignação seletiva.

O cheiro de cinzas, porém, é inconfundível e contaminará por muito tempo o ambiente político e econômico do conservadorismo.

O  que se pretendia, repita-se, não era apenas criminalizar fulano ou sicrano, mas a tentativa em curso de enfraquecer o enredo que os mercados impuseram ao país de forma estrita e abrangente no ciclo tucano dos anos 90.

Inclua-se aí a captura do Estado para sintonizar o país à modernidade de um capitalismo ancorado na subordinação irrestrita da economia, e na rendição incondicional da sociedade, à supremacia das finanças desreguladas.

O Brasil está longe de ter subvertido essa lógica.

Mas não por acaso, a cada três palavras que a ortodoxia pronuncia hoje, uma é para condenar as ameaças e tentativas de avanços nessa direção.

O jogral é conhecido: “tudo o que não é mercado é populismo; tudo o que não é mercado é corrupção; tudo o que não é mercado é inflacionário, é ineficiência, atraso e gastança”.

O eco desse martelete percorreu cada sessão do mais longo julgamento da história brasileira.

Assim como ele, a condenação da política pelas togas coléricas reverberava a contrapartida de um anátema econômico de igual veemência,  insistentemente  lembrado pelos analistas e consultores: “o Brasil não sabe crescer, o Brasil não vai crescer, o Brasil não pode crescer --a menos que retome  e conclua  as ‘reformas’”.

O eufemismo cifrado designa o assalto aos direitos trabalhistas; o desmonte das políticas sociais;  a deflagração de um novo ciclo de   privatizações e a renúncia irrestrita a políticas e tarifas de indução ao crescimento.

Não é possível equilibrar-se na posição vertical em cima de um palanque abraçado a essa agenda, que a operosa Casa das Garças turbina para Aécio --ou Campos, tanto faz.

Daí o empenho meticuloso dos punhais midiáticos em escalpelar os réus da AP 470.

Que legitimidade poderia ter um projeto alternativo de desenvolvimento identificado com uma  ‘quadrilha’ infiltrada no Estado brasileiro?

Foi essa indução que saiu  seriamente chamuscada da sessão do STF na tarde desta 5ª feira.

Os interesses econômicos e financeiros que a desfrutariam continuam vivos.

Que o diga a taxa de juro devolvida esta semana ao degrau de 10,75% , de onde a Presidenta Dilma a recebeu e do qual tentou rebaixá-la, sob  fogo cerrado da república rentista e do seu jornalismo especializado.

Sem desarmar a bomba de sucção financeira essas tentativas  tropeçarão ciclicamente  em si mesmas.

Os quase 6% que o  Estado brasileiro destina ao rentismo anualmente, na forma de juros da dívida pública, dificultam sobremaneira desarmar o círculo vicioso do endividamento, do qual eles são causa e decorrência.

É o labirinto do agiota: juro sobre juro leva a mais juro. E mais alto.

Dessa encruzilhada se esboça a disputa entre  dois projetos distintos de desenvolvimento.

A colisão entre as duas dinâmicas fica mais evidente quando a taxa de crescimento declina ou ocorrem mudanças de ciclo na economia mundial, estreitando adicionalmente a margem de manobra do Estado e das contas externas.

É o que a América Latina, ou quase toda ela, experimenta  nesse momento.

A campanha eleitoral deste ano prestaria inestimável serviço ao discernimento da sociedade se desnudasse esse conflito objetivo, subjacente à  guerra travada diante dos holofotes no julgamento da AP 470.

O conservadorismo foi derrotado. Mas não perdeu seus arsenais.

Eles só serão desarmados pela força e o consentimento  reunidos das grandes mobilizações democráticas.

As eleições de outubro poderiam funcionar como essa grande praça da apoteose.

A ver.

“Um ministro que aninha em seu gabinete negros, índios, sem-terra…”

heinze
O deputado Luiz Carlos Heinze, que já tinha juntado índios, gay e lésbicas a “tudo que não presta” saiu se desculpando pelo “excesso”.
Além de racista, é covarde, mentiroso.
Porque surgiu outro vídeo, gravado em dezembro, num leilão de gado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, onde ele diz quase o mesmo, mas – racista como é – inclui também os negros.
“”Tem no Palácio do Planalto um ministro da presidenta Dilma, chamado Gilberto Carvalho, que aninha no seu gabinete índios, negros, sem terra, gays, lésbicas. A família não existe no gabinete deste senhor”.
Para quem não sabe, Gilberto Carvalho é “carola”.
E entre as características de sua religiosidade, talvez as maiores sejam a tolerância, a simplicidade e a sinceridade com que fala – e que vive lhe arranjando problemas, neste país hipócrita.
Falo porque delas sou testemunha pessoal, sem ser companheiro ou amigo pessoal do Ministro, com o qual só me encontrei profissionalmente e, duas vezes, levando crianças (eu, meu filho;  ele, as netas) ao CCBB, em Brasília, em domingueiras infantis.
Heinze, ao contrário, é um homem ruim. É o pregoeiro covarde da intolerância e da irracionalidade.
É um retrato do que a radicalização da direita brasileira está fazendo.
Ele não vai ali ouvir os produtores rurais, vai agitar diante deles o “perigo comunista” dos pobres. Pior, atribuí-lo a um governo que, como nenhum, trabalhou e apoiou a agricultura empresarial.
Não é Gilberto Carvalho o seu alvo, seu alvo é o governo.
A brutalidade, que “heróis” como as Sheherazades e os Barbosa, vem tornando banais, ampliada por uma mídia histérica, que em tudo vê formas e meios de realizar sua “missão política” de enfraquecer o governo e esperar por um “milagre” – não encontrei um antônimo para usar – eleitoral é um câncer para o Brasil.
Está estimulando a intransigência, a violência, a justiça – ou o que acham que seja justiça – pelas próprias mãos.
O ódio como política e como filosofia.
É o Brasil do passado, uma fera acuada, que vê o seu fim.
E mostra seus dentes e garras.

Serra ganha blindagem da mídia e denúncia contra si pode ser engavetada

Ano passado, uma suposta entrevista do já “mitológico” Marcos Valério à revista Veja ganhou a capa da publicação e espalhou-se por todos os jornais, telejornais e grandes portais de internet. O personagem central dos mensalões do PT e do PSDB teria acusado o ex-presidente Lula de ter se reunido consigo e de saber de todos os fatos que geraram o escândalo petista.
A suposta denúncia de Valério gerou abertura de inquérito contra Lula no Ministério Público Federal de Brasília e foi tratada pela mídia como grande escândalo durante semanas, até que, mais recentemente, o mesmo Valério supostamente retrocedeu das supostas acusações.
O que pesava contra Lula – se é que pesava – não chegava aos pés da denúncia que o ex-ministro, ex-governador e candidato a presidente duas vezes José Serra sofreu na última quarta-feira do procurador de Justiça do Ministério Público Estadual de São Paulo Marcelo Milani, quem afirma ter evidências de envolvimento direto do tucano no escândalo envolvendo a multinacional Siemens e várias outras empresas fornecedoras de trens para a CPTM em 2008.
É extremamente grave a denúncia contra Serra por ter sido feita por um dos delatores do esquema de corrupção, o ex-diretor da Siemens Nelson Branco Marchetti, quem afirma que sofreu pressões do então governador de São Paulo (2008) durante evento na Holanda para que não denunciasse que a concorrente de sua empresa, a espanhola CAF, vencera uma concorrência para fornecimento/reforma de trens da CPTM com preços 15% mais altos.
Não é só. Segundo Milani, Marchetti afirma que, “No edital [da concorrência que a CAF venceu], havia a exigência de um capital social integralizado que a CAF não possuía. Mesmo assim, o então governador (José Serra) e seus secretários fizeram de tudo para defender a CAF”.
Apesar da gravidade dos fatos, o único veículo da grande mídia que noticiou o caso foi o Jornal O Estado de São Paulo, em matéria dos repórteres Fausto Macedo e Bruno Ribeiro. A matéria foi parar nos pés de páginas das homes de grandes portais como o UOL, sem qualquer destaque.
Nos telejornais, porém, à diferença do que ocorreu com a denúncia contra Lula no ano passado, não apareceu nada. Nem uma notinha rápida, absolutamente nada. E a denúncia estourou na quarta-feira.
A blindagem da mídia em relação ao escândalo, porém, é só um dos fatores que sugerem que esse caso pode se tornar apenas mais um dos incontáveis escândalos envolvendo o PSDB paulista que acabaram esquecidos por falta de interesse do Ministério Público Estadual e dos grandes meios de comunicação, com a providencial mãozinha da Assembleia Legislativa paulista, que abafou mais de uma centena de CPIs contra o governo do Estado.
O que ocorre é que a Lei Orgânica do MP paulista prevê que cabe exclusivamente ao procurador-geral do órgão investigar um ex-governador. Diante disso, o procurador Milani oficiou ao procurador-geral do MP paulista, Márcio Elias Rosa, para que investigue Serra.
O grande problema é que Rosa tem um histórico que sugere que não deverá se empenhar muito – para não dizer nada – nessa investigação que lhe está sendo delegada pela Lei Orgânica do MP paulista.
À diferença do que fizeram o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff, que sempre nomearam para o cargo de procurador-geral da República o primeiro colocado da lista tríplice que os membros do Ministério Público Federal encaminham ao presidente da República em exercício com os três nomes mais votados para esse cargo, o governador Geraldo Alckmin, em 2012, nomeou o segundo colocado da lista que recebeu do MP, ou seja, Marcio Elias Rosa.
Alckmin apenas seguiu a tradição tucana de nunca nomear um procurador-geral que não fosse da mais estrita “confiança” de quem nomeou. Foi assim com Fernando Henrique Cardoso, que durante seus oito anos de governo teve um único procurador-geral da República enquanto que Lula teve quatro em oito anos e Dilma, dois em três anos e tanto de seu governo.
Obviamente que Alckmin teve boas razões (para si e os seus) para nomear Rosa, o segundo colocado da lista tríplice que recebeu dos membros do Ministério Público Estadual. Alguém suspeita de qual seja essa razão? Obviamente que não foi por achar que seria mais rigoroso com o seu governo. Tudo isso, pois, sugere que Rosa irá engavetar a investigação contra Serra.

BRUNO RIBEIRO PODE VALER MAIS DO QUE O STF E A OAB?

"CAI O CASTELO DE CARTAS DO MINISTRO BARBOSA"