Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 18 de junho de 2014

BLOOMBERG: MULTINACIONAIS APOSTAM ALTO NO BRASIL

Vip’s blocs, Ilha Fiscal, camarote da vaia. Não foi à toa que não tocou a Marselhesa


Apresentamos os Yellows Brocs !



antonieta


Sensacional a vídeo-reportagem de Lígia Mesquita e Ana Virgínia Baloussier  sobre o pessoal do “agrega valor” vendo o jogo do Brasil nas festas de luxo em São Paulo.
Inacreditável.
O maior coeficiente de babaquice por metro quadrado que se viu desde Maria Antonieta.
Não mostre para as crianças.
Nem consigo imaginar o que seria “coxinha de ossobuco”.
O “rei do camarote” ficaria com inveja.
Comecei a entender porque não tocou a “Marselhesa” no jogo da França.
Foi ordem da segurança.
O pessoal podia confundir o que gritaram com a palavra pescoço em francês, né?
E achar que era uma conspiração comunista, como o Rodrigo Constantino, da Veja, viu na logomarca da Copa.
Ai, que saudades do Ibrahim…
Le churrasquin sûr la laje”  dá de dez a zero na peruagem paulistana.
Que pode achar que é aristocrata, mas é só endinheirada.
Só fico preocupado do José Simão perder o emprego.
O padrão Fifa do Brasil é de doer.

Teoria do garoto da Veja vira piada para jornalista do LA Times

Teoria do garoto da Veja vira piada para jornalista do LA Times

 
O garoto do site da Veja, Rodrigo Constantino deve ter deixado muita gente constrangida na editora. Após surfar pela rede, acreditou ter descoberto o ouro e disparou em sua coluna o texto “O logo vermelho da Copa”, em que pergunta ao leitor se “é paranoia ficar esquentando com esse 2014 em vermelho?" (ops) e continua "um leitor vai além, e diz que logo abaixo do número temos claramente a letra L em amarelo, referência ao ex-presidente Lula”.

Leia também: Alceu Valença desmente presença no jantar de apoio a Aécio Neves.
O próprio colunista reconhece que o "amarelo L" é demais (ainda bem), mas não recua em suas considerações quanto 2014 vermelho. “Propaganda subliminar? Provavelmente. Funciona? Deixo a resposta com os especialistas do ramo. Aqui, apenas desabafo, mostrando minha indignação com esse logo que pula diante de meus olhos a todo momento, com esse vermelho gritante e destoante que marca o ano eleitoral em que estamos. Não deveria ser… azul?" (podemos rir?).

E não é que o corresponde do LA Times aqui no Brasil, Vincent Bevins leu a pérola e resolveu mostrar sua perplexidade diante de tal “teoria da conspiração” do garoto Veja!. “Oh Lord. Brazil columnist arguing the red “2014” in World Cup logo is obvious socialist propaganda MT” (Oh Deus, colunista brasileiro defendendo que o vermelho 2014 na logo da Copa do Mundo é obviamente uma propaganda socialista). Ele ainda compartilhou os risos que arrancou de um de seus seguidores e também a sugestão de outro, para que Constantino verificasse o contrato junto com a agência que criou a arte.

Pelo visto, a má impressão que ficará para a imprensa estrangeira é da duvidosa linha editorial de alguns periódicos brasileiros. Então #ficaadica (link is external). Após surfar na internet, vale pesquisar um pouco mais sobre o tema.



MAIS UMA:

ESSA ANTA DO DIOGO MAIMERDA, DIGO, MAINARDI , NÃO SE CANSA DE APANHAR, PARECE MULHER DE MALANDRO. MAS, QUEM É ESSE BUNDINHA ?



O goleiro mágico, o pênalti reclamado, a torcida apática e o emocional da Seleção



Ainda que dez entre dez analistas esportivos e/ou políticos neguem até a morte, grande parte deles entende que o desempenho da Seleção pode influir no processo eleitoral. O mesmo vale para todos os agentes políticos, de qualquer dos lados. Se essa percepção é correta, ainda ninguém sabe. Mas muitos temem que possa ter fundamento.

O desempenho da Seleção influir nas eleições, porém, não interessa a ninguém – ao governo ou à oposição midiática. Essa possibilidade retira dos dois lados a condição de influir no processo, o que é ruim para ambos, pois o imponderável não obedece a lógicas político-ideológicas, a estratégias de marketing etc.
O mínimo que os políticos querem é poder, ao menos, depender das próprias estratégias.

Do ponto de vista de Dilma, por exemplo, ela está colhendo frutos da Copa independentemente do que a Seleção está apresentando em campo. As obras (estádios, aeroportos, obras de mobilidade etc.) estão funcionando. Só não vê quem não quer. Assim, a conquista do hexacampeonato pelo Brasil se somaria à satisfação de ver o país fazer boa figura diante do mundo em termos de organização do evento.
Do lado de Aécio Neves e Eduardo Campos, uma derrota do Brasil empanaria o sucesso da organização da Copa, reduzindo o bônus político da adversária.

Este texto, porém, de forma inusitada neste blog – que, raríssimas vezes, tratou de futebol – não versa apenas sobre política, mas sobre o que ocorreu no jogo com o México. E não é preciso ser muito entendido em futebol para entender o que ocorreu.
As análises da mídia partidarizada estão muito negativas, denotando má vontade com a Seleção. Por razões óbvias.

A má vontade midiática com a Seleção em 2014, aliás, começa a reproduzir a que lhe foi dispensada na Copa de 2010, até pelo técnico Dunga ter se tornado inimigo número um da Globo, ao menos naquele momento.

O Brasil, porém, não foi tão mal. O México é que foi muito bem. E não tanto pelo conjunto da equipe, mas por um goleiro que teve desempenho incomum. O mexicano Guillermo Ochoa operou o que os otimistas chamaram de “milagres”. Sem essa atuação, o México não teria ido mais longe do que a Croácia.
Até porque, os mexicanos levaram pouco perigo ao Brasil. Sim, deram alguns bons chutes a gol, mas nenhuma jogada ofensiva deles se comparou com as nossas em termos de possibilidade de terminar em gol.

O ataque mexicano foi tão débil que o goleiro Julio Cesar bateu o primeiro tiro de meta aos 24 minutos do primeiro tempo.

Há, ainda, uma dúvida razoável sobre o pênalti reclamado pelo lateral brasileiro Marcelo, que garante que, sem o toque no ombro que sofreu do defensor mexicano, teria partido para o gol. Poderia não ter marcado, mas toque no ombro por trás, dentro da pequena área, de acordo com as diretrizes da Fifa deveria resultar em marcação de pênalti.

Felipão tem razões concretas, portanto, para julgar que a gritaria – justificada ou não – em torno do pênalti marcado a favor do Brasil no jogo contra a Croácia pode ter inibido o juiz que apitou o jogo contra o México… E poderá inibir outros.

Há, ainda, um terceiro fator. A vantagem que o Brasil deveria ter tido por jogar em casa foi anulada pela torcida mexicana, mas menos por mérito desta – muito menor do que a brasileira – do que por culpa da torcida brasileira, visivelmente apática – em alguns momentos, a cantoria, as vaias e apoios da torcida mexicana abafaram a voz brasileira.

Mas, claro, nem tudo são flores. A Seleção poderia ter superado essas dificuldades se, assim como no jogo contra a Croácia, seu nervosismo não fosse tão flagrante que quase podia ser tocado com as mãos. A imagem dos jogadores brasileiros antes de o jogo começar revelou semblantes preocupantemente tensos. De novo.

Subjetivamente, aqui se afirma que Julio Cesar era o mais nervoso, apesar de que vários outros jogadores brasileiros estavam em condições psicológicas análogas. Se tivéssemos tido maior controle emocional, provavelmente teríamos superado a parede erguida por Ochoa e escorada, em alguma medida, pela defesa mexicana, bem mais consistente que o ataque.

Esse talvez seja o ponto mais preocupante da Seleção. Esperava-se que o nervosismo do jogo de estreia tivesse se exaurido naquele jogo, no qual seria até compreensível. Ao permanecer no segundo jogo, pela lógica se pode concluir que Felipão e a Comissão técnica não estão conseguindo preparar psicologicamente uma equipe jovem, mais permeável à insegurança.

A pressão que a mídia deverá continuar exercendo sobre a Seleção, preocupa ainda mais. Se a Comissão Técnica não conseguir trabalhar essa questão até o jogo com Camarões, a situação pode complicar. O Brasil não conseguiu aproveitar seu melhor nível técnico simplesmente porque os meninos tremeram na base.
Por fim, sobre a suposta influência político-eleitoral do resultado que a Seleção obtiver, não é desprezível. Os que têm inclinações políticas definidas não serão influenciados, mas, entre aquele terço volúvel do eleitorado, o bom ou mau humor gerado pelo resultado que a Seleção obtiver pode, sim, fazer diferença em uma eleição apertada.

A sombra do povo e a insônia dos grã-finos





É preciso aproveitar a oportunidade do debate para questionar o financiamento empresarial de campanhas eleitorais e a concentração da propriedade na mídia


Sebastião Velasco
Arquivo
 
Não bate! O clamor que tomou conta dos arraiais do conservadorismo brasileiro desde o anúncio do Programa Nacional de Participação Social, há alguns dias, decididamente não combina com a empáfia impostada de seus representantes políticos.

Como é que é? Aposentadoria antecipada para Dilma, seis meses antes do pronunciamento das urnas? De que vale o sarcasmo de Aécio e assemelhados, quando ele é desmentido cotidianamente por seu patente nervosismo?

Fernando Henrique Cardoso falava ao país em cadeia nacional, e estava tudo muito bem. Por que a cólera? Por que o afã em punir com os rigores de uma lei reinventada para esse propósito, toda vez que Dilma Roussef faz isso?

A mesma pergunta vale para o decreto 8.243. Mal publicado no Diário Oficial,  ele foi denunciada pelos porta-vozes acreditados do conservadorismo pátrio como peça axial do programa insidioso do PT de transformar em ditadura popular disfarçada nossa ainda frágil democracia.

Mas a incongruência entre o objetivo suposto e o instrumento empregado salta à vista. Um decreto não tem o condão de alterar a ordem constitucional do país. Exercício unilateral de poder do chefe do executivo, ele pode ser modificado -- ou simplesmente revogado  --  por outro decreto, em qualquer instante.

Ora, ninguém em sã consciência imagina que o governo venha a se lançar em obras de complexa engenharia institucional nos próximos meses. Terminada a Copa, a campanha eleitoral nas ruas, todos os esforços do PT estarão concentrados na tarefa de conquistar os votos necessários para manter os postos que detém no presente e conquistar outros novos.

Como essa é uma tarefa inglória, posto que o país rejeita o PT  -- assim nos garantem  -- e tudo que a ele se associa   não há porque perder o sono. A revogação do malfadado decreto será o primeiro ato do próximo Presidente da República.

Seria essa a atitude dos opositores se estivessem tranqüilos. Mas eles não estão tranqüilos. A ansiedade perturba-lhes o sono, e nas noites mal dormidas tomam sombras por seres reais assustadores, aos quais reagem com alarde como se verdadeiramente perseguidos.

Melhor assim. Ao expressar em palavras o sentimento de ameaça que os aflige esses personagens se descobrem e ao fazer isso se expõem à crítica. Se nenhum outro mérito tivesse, o decreto em questão mereceria aplausos por isso.

O que os seus detratores vêem de tão nocivo nele?  Um abuso de poder, um atentado à Constituição, uma tentativa perversa de manietar o Congresso, submetendo-o  à vontade de grupos orquestrados, parcamente representativos. 

Contra a sordidez desse propósito, que vem embalado na retórica enganosa da democracia participativa, os opositores defendem-se tirando do baú idéias arcaicas sobre o governo representativo. De acordo com estas, a vontade do povo se expressa na livre escolha de seus governantes. No intervalo entre uma eleição e outra, cabe aos cidadãos perseguir seus interesses privados, nos limites da lei, atentos tanto quanto possível à gestão da coisa pública.  Mas isso eles não podem fazer solitariamente. Para tanto, necessitam de fontes críveis de informação e da possibilidade de trocar idéias sobre os problemas em pauta. A liberdade de expressão é inerente, pois, a essa forma de governo, que tem na opinião pública a sua contrapartida. É esta que faz a ponte entre representantes e representados no curso rotineiro da vida política.

O problema com essa concepção, que passou a salpicar as páginas dos jornais nos últimos dias, é que ela tem muito pouco a ver com a maneira como funcionam as democracias contemporâneas. E muito menos ela tem com a operação real de nossa organização política.

Ao dizer isso não penso apenas na existência consolidada de Conselhos, Fóruns e outros mecanismos de diálogo e aconselhamento, que vêm se multiplicando nos mais diversos ramos da administração pública brasileira já há muito tempo. Nem nas relações simbióticas entre o Banco Central e o mercado financeiro, que constituem um elemento estrutural publicamente reconhecido da política de metas inflacionárias em vigor no País desde o final da década de 1990. 

Refiro-me à posição estruturalmente privilegiada que os detentores do poder econômico desfrutam em qualquer sociedade capitalista, e do franco acesso aos centros decisórios que tal condição lhes faculta. Situação geral que se vê reforçada no Brasil pelos índices escandalosos de concentração de renda e riqueza, e pela qualidade deplorável, com as exceções de praxe, da grande imprensa falada e escrita, quase inteiramente controlada entre nós por um punhado de famílias.

A Política Nacional de Participação Social assusta porque encerra a promessa de corrigir parcialmente esse viés  --  para o bem da gestão das políticas públicas e a qualidade de nossa tão imperfeita democracia. E assusta tanto mais porquanto dentro de alguns meses a promessa pode começar a ser cumprida.

A ofensiva contra os Conselhos tem, portanto, caráter eminentemente defensivo. Com ela os conservadores pretendem levar o governo a recuar desse projeto, antes mesmo que a batalha das urnas seja ferida.

Mas por isso mesmo a resposta a ela não pode ser tímida. Não se trata de defender o decreto 8.243, e com ele todos os mecanismos de representação social que hoje existem. É preciso aproveitar a oportunidade do debate para questionar o financiamento empresarial de campanhas eleitorais e a concentração da propriedade na mídia. Em uma palavra, diante do ataque a reação correta é partir para cima.

Mas não se atormentem, senhores e senhoras. Para cima na luta de idéias. Para cima, no bom sentido.


(*) Professor Titular de Ciência Política da Unicamp; membro do Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais (GR-RI).